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O primeiro registro de S. spiniferapara a costa brasileira se deu em estudoda área portuária da Baía de Sepetiba,Rio de Janeiro, em 2001. A espécie foiencontrada em grande abundância nacoluna de água (célula vegetativa), emdiversos pontos (Tenenbaum et al.,2004b). Concomitantemente, a espécie foiencontrada na forma de cisto no sedimento(Juliano & Garcia, 2006), com abundânciamais alta nos pontos de coleta próximos aoterminal portuário (Juliano, 2003). Esta baíaé considerada uma área já bem estudadaquanto à biodiversidade do fitoplânctonmarinho (Tenenbaum et al., 2004a), e acélula vegetativa de S. spinifera apresentana sua porção posterior dois ou três espinhoscurtos que são particularmente evidentes navista lateral. A decisão de manter S. spiniferana categoria de criptogênica deve-se ao fatoda descrição da espécie ser relativamenterecente (Honsell & Cabrini, 1991) e aindahá necessidade de maior compreensão desua real distribuição mundial. Trata-se deum organismo que requer atenção, poishá registros de que S. spinifera já tenhacausado florações no Mar Adriático (Golfode Trieste), mas sem evidências de efeitosnocivos (Honsell & Cabrini, 1991).Os outros dois dinoflagelados, F.subglobosum e P. compressum, tambémforam registrados pela primeira vez emestudo da área portuária da Baía deSepetiba em 2001, ambos com abundânciasmais altas nos pontos de coleta próximosao terminal portuário (Juliano, 2003). Nãohá registro de célula vegetativa destas duasespécies na coluna de água para a costabrasileira.Além da formação de cistos, F.subglobosum apresenta estratégia parasobrevivência durante o transporteem tanques de água de lastro: hábitoalimentar mixotrófico, ou seja, pode sertanto fotoautotrófico como fagotrófico(Skovgaard, 1996). Apesar de ser umdinoflagelado tecado, como seu nome indicaa estrutura da célula vegetativa do gêneroFragilidium é bastante delicada e, portanto,de difícil identificação. Provavelmentepor este motivo, sua distribuição mundialainda é pouco conhecida, com ocorrênciaspontuais no hemisfério norte: golfo de Saint-Laurent (Quebec, Atlântico Norte Oriental),Ilhas Britânicas, Mar do Norte e Mar Báltico(Atlântico Norte Ocidental) (referências emJuliano, 2003).Já o gênero Protoperidinium, comoum todo, é composto por organismosheterotróficos (Steidinger & Tangen, 1997),o que certamente lhes confere vantagemdurante transporte quando há privaçãode luz. Células vegetativas móveis deP. compressum são comuns em áreascosteiras e já foram registradas no Japão,na região de Hainan (Mar do Sul da China),no golfo de Aden (Mar Arábico), na Baía deAlgiers (oeste do Mediterrâneo), na Baía deThermaikos (Norte do Mar Egeu), no MarNegro e na costa da Argentina (referênciasem Evagelopoulos & Nikolaidis, 1996;Turkoglu & Korya, 2004). Desta forma, ébastante surpreendente que esta espécienunca tenha sido encontrada antes na costabrasileira e chama a atenção que a grandemaioria das ocorrências seja no hemisférionorte. Os cistos de resistência de P.compressum têm uma aparência bastanteconspícua e possuem mais registros naliteratura do que as células móveis, masa maioria dos estudos é relativamenterecente. Cistos foram encontrados naTasmânia, Nova Zelândia, País de Gales, MarBáltico, Dinamarca, Itália, África do Sul, MarArábico e China (Bolch & Hallegraeff, 1990;Ellengaard et al., 1994; Nehring, 1997;Zonneveld et al., 2000; Wang et al., 2004,Joyce et al., 2005; Rubino et al., 2005).A distribuição de cistos pode ser até maisampla se considerarmos que a ocorrênciaAmbiente Marinho 89
de duas outras espécies são, na verdade,atribuídas a P. compressum: Stelladiniumstellatum e S. reidii. Cistos de S. stellatumforam registrados em Woods Hole (costaleste dos EUA), na costa da Argentina ena costa da Galícia (Espanha); cistos deS. reidii foram registrados no Mar Arábico,na costa do Japão, no Golfo Pérsico, emtorno das Ilhas Britânicas e na costa Sulda Bretanha (França) (Evagelopoulos &Nikolaidis, 1996).Co n t a t o s p a r a a t u a l i z a ç ã o d a si n f o r m a ç õ e sDenise Rivera Tenenbaum, UFRJ; LucianoFelício Fernandes, UFPR; Luis AntônioOliveira Proença, UNIVALI; ClarisseOdebrecht e Virgínia Maria Tavano Garcia,FURG.Co m o identificar a s e s p é c i e sc r i p t o g ê n i c a s d e f i t o p l â n c t o n c o mm i c r o s c o p i a ó p t i c aHe t e r o s i g m a a k a s h i w o Ha d a 1967Descrição: Hallegraeff & Hara (2003)e Matsuoka & Fukuyo (2003).o movimento e um flagelo posteriorquase rígido; ambos os flagelos estãoinseridos em depressão localizada entrea região subapical e mediana da célula;as células exibem movimento em espiral;muitos cloroplastos (10-30), amareloamarronzados,localizados na periferia dascélulas; pirenóide protrude da superfície docloroplasto em direção ao centro da célula; onúcleo se encontra no centro da célula, emforma de lágrima; mucocistos estão presentesna periferia da célula; não apresenta estigmaou vacúolos contráteis.Cisto: células bentônicas, esféricas epequenas (cerca de 10 µm de diâmetro),usualmente cobertas por mucilagem e semornamentações; cistos vivos têm coloraçãoamarelo-esverdeado para amarronzado;abertura para germinação é desconhecida.Sc r i p p s i e l l a spinifera Ho n s e l l &Ca b r i n i 1991Descrição: Honsell & Cabrini (1991),Steidinger & Tangen (1997) e Juliano(2003).Foto: Santiago FragaCélula flagelada frágil, solitária, emforma de batata (8-25 µm), ligeiramentecomprimida na orientação dorso-ventrale, dependendo da idade da célula e dascondições do cultivo, sua forma pode variarde esferoidal para oval ou retangular;tem dois flagelos do mesmo tamanho,um anterior, dinâmico, que direcionaFoto: Denise Rivera Tenenbaum; Clarisse Odebrecht;Virgínia Maria Pavano GárciaDinoflagelado tecado, 30-52 μm decomprimento e 21-36 μm de transdiâmetro;fraca compressão dorso-ventral, maispronunciada em células grandes; diâmetrodorso-ventral é usualmente 1-2 μm menordo que o transdiâmetro; epiteca é maior do90Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil
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de duas outras espécies são, na verdade,atribuídas a P. compressum: Stelladiniumstellatum e S. reidii. Cistos de S. stellatumforam registra<strong>do</strong>s em Woods Hole (costaleste <strong>do</strong>s EUA), na costa da Argentina ena costa da Galícia (Espanha); cistos deS. reidii foram registra<strong>do</strong>s no Mar Arábico,na costa <strong>do</strong> Japão, no Golfo Pérsico, emtorno das Ilhas Britânicas e na costa Sulda Bretanha (França) (Evagelopoulos &Nikolaidis, 1996).Co n t a t o s p a r a a t u a l i z a ç ã o d a si n f o r m a ç õ e sDenise Rivera Tenenbaum, UFRJ; LucianoFelício Fernandes, UFPR; Luis AntônioOliveira Proença, UNIVALI; ClarisseOdebrecht e Virgínia Maria Tavano Garcia,FURG.Co m o identificar a s e s p é c i e sc r i p t o g ê n i c a s d e f i t o p l â n c t o n c o mm i c r o s c o p i a ó p t i c aHe t e r o s i g m a a k a s h i w o Ha d a 1967Descrição: Hallegraeff & Hara (2003)e Matsuoka & Fukuyo (2003).o movimento e um flagelo posteriorquase rígi<strong>do</strong>; ambos os flagelos estãoinseri<strong>do</strong>s em depressão localizada entrea região subapical e mediana da célula;as células exibem movimento em espiral;muitos cloroplastos (10-30), amareloamarronza<strong>do</strong>s,localiza<strong>do</strong>s na periferia dascélulas; pirenóide protrude da superfície <strong>do</strong>cloroplasto em direção ao centro da célula; onúcleo se encontra no centro da célula, emforma de lágrima; mucocistos estão presentesna periferia da célula; não apresenta estigmaou vacúolos contráteis.Cisto: células bentônicas, esféricas epequenas (cerca de 10 µm de diâmetro),usualmente cobertas por mucilagem e semornamentações; cistos vivos têm coloraçãoamarelo-esverdea<strong>do</strong> para amarronza<strong>do</strong>;abertura para germinação é desconhecida.Sc r i p p s i e l l a spinifera Ho n s e l l &Ca b r i n i 1991Descrição: Honsell & Cabrini (1991),Steidinger & Tangen (1997) e Juliano(2003).Foto: Santiago FragaCélula flagelada frágil, solitária, emforma de batata (8-25 µm), ligeiramentecomprimida na orientação <strong>do</strong>rso-ventrale, dependen<strong>do</strong> da idade da célula e dascondições <strong>do</strong> cultivo, sua forma pode variarde esferoidal para oval ou retangular;tem <strong>do</strong>is flagelos <strong>do</strong> mesmo tamanho,um anterior, dinâmico, que direcionaFoto: Denise Rivera Tenenbaum; Clarisse Odebrecht;Virgínia Maria Pavano GárciaDinoflagela<strong>do</strong> teca<strong>do</strong>, 30-52 μm decomprimento e 21-36 μm de transdiâmetro;fraca compressão <strong>do</strong>rso-ventral, maispronunciada em células grandes; diâmetro<strong>do</strong>rso-ventral é usualmente 1-2 μm menor<strong>do</strong> que o transdiâmetro; epiteca é maior <strong>do</strong>90Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil