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Informe sobre asEspécies Exóticas InvasorasMarinhas no Brasil


República Federativa <strong>do</strong> BrasilPresidenteLUIZ INÁCIO LULA DA SILVAVice-PresidenteJOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVAMinistério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>MinistroCARLOS MINCSecretaria ExecutivaSecretáriaIzabella Mônica Vieira TeixeiraSecretaria de Biodiversidade e FlorestasSecretáriaMARIA CECÍLIA WEY DE BRITODepartamento de Conservação da BiodiversidadeDiretorBRAULIO FERREIRA DE SOUZA DIASGerência de Recursos GenéticosGerenteLIDIO CORADINMinistério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> – MMACentro de Informação e Documentação Luís Eduar<strong>do</strong> Magalhães – CID AmbientalEsplanada <strong>do</strong>s Ministérios – Bloco B – térreo - CEP - 70068-900Tel.: 5561 3317 1235 Fax: 5561 3317 1980 - e-mail: cid@mma.gov.br


Ministério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Informe sobre asEspécies Exóticas InvasorasMarinhas no BrasilEditor CientíficoRubens M. Lopes (IO-USP)Editores TécnicosLidio Coradin (SBF/MMA)Vivian Beck Pombo (SBF/MMA)Daniela Rimoldi Cunha (IO-USP)Brasília - DF2009


Coordena<strong>do</strong>res Temáticos: Patrícia T. M. Cunningham (IO-USP; Peixes), Flávio C. Fernandes (IEAPM;Estrutura de prevenção e controle), Andréa O. R. Junqueira (IB-UFRJ; Zoobentos), Rubens M. Lopes (IO-USP;Zooplâncton), Eurico C. de Oliveira (IB-USP; Fitobentos), Irma N. G. Rivera (ICB-USP; Microbiologia marinha),Yara Schaeffer-Novelli (IO-USP; Carcinocultura e Manguezal), Marcos D. S. Tavares (MZ-USP; Decapoda), MariaCélia Villac (UNITAU; Fitoplâncton).Equipe de bolsistas e colabora<strong>do</strong>res: Carlos Eduar<strong>do</strong> Amancio (IBUSP; Fitobentos), Rodrigo T.Bassanello (UNITAU; Fitoplâncton), Sávio Henrique C. Campos (IEAPM; Estrutura de prevenção e controle),Jasar O. Cirelli (MZ-USP; Decapoda), Daniela R. Cunha (IO-USP, Zooplâncton), Guilherme F. Gon<strong>do</strong>lo (IO-USP;Peixes), Lívia M. B. Hasegawa (ICB-USP; Microbiologia marinha), Luciana M. Julio (IB-UFRJ; Zoobentos), JoséEduar<strong>do</strong> Martinelli Filho (IO-USP, Zooplâncton), Fernanda C. Romagnoli (MZ-USP; Decapoda), Débora B. <strong>do</strong>sSantos (UNITAU; Fitoplâncton), Kátia C. <strong>do</strong>s Santos (MZ-USP; Decapoda), Herick S. <strong>do</strong>s Santos (IEAPM; Estruturade prevenção e controle), Maria Augusta G. F. da Silva (IB-UFRJ; Zoobentos), Beatriz N. T. da Silva (IB-USP;Fitobentos).Equipe de revisão <strong>do</strong> Relatório <strong>do</strong> I Informe Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras:Joel C. Creed (UFRJ), Luciano F. Fernandes (UFPR), Alexandre C. Leal Neto (IPH), Rosana M. da Rocha (UFPR).Colaboração técnica: André Jean Deberdt.Capa, arte e diagramação: Marcelo Rodrigues Soares de Sousa.Normalização Bibliográfica: Helionídia C. de Oliveira (IBAMA).Apoio: Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO/MMA;Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD - Projeto BRA/00-021; Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq; Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo(IOUSP); Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IBUSP); Instituto de Ciências Biomédicas daUniversidade de São Paulo (ICB-USP); Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP); Instituto deBiologia da Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro (IB-UFRJ); Universidade de Taubaté (UNITAU); Instituto deEstu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM).Catalogação na FonteInstituto <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e <strong>do</strong>s Recursos Naturais RenováveisI43Informe sobre as espécies exóticas invasoras marinhas no Brasil / Ministério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>;Rubens M. Lopes/IO-USP... [et al.], Editor. – Brasília: MMA/SBF, 2009.440 p. ; il. color. (Série Biodiversidade, 33)BibliografiaISBN 978-85-7738-120-31. Ecossistema marinho – Brasil. 2. Espécie exótica. 3. Espécie exótica invasora. 4. Estrutura deprevenção e controle. I. Coradin, Lídio – MMA. II. Pombo, Vivian Beck – MMA. III. Cunha, DanielaRimoldi – IO-USP. IV. Ministério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> – Secretaria de Biodiversidade e Florestas. VI.Título. VII. Série.CDU (2.ed.)574.5Impresso no BrasilPrinted in BrazilA reprodução total ou parcial desta obra é permitida desde que citada a fonte.VENDA PROIBIDA.


Ín d i c ePr e f á c i o................................................................................................... 7Ca p í t u lo 1In t r o d u ç ã o......................................................................................11Re f e r ê n c i a s .....................................................................................15Ca p í t u lo 2 - Mé to d oAs p e c t o s c o n c e i t u a i s..........................................................................19Pr o s p e c ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s...................................................................23Fi c h a s d a s e s p é c i e s............................................................................25Es t u d o s d e c a s o ...............................................................................26Da d o s s o b r e a e s t r u t u r a i n s ta l a d a pa r a p r e v e n ç ã o e c o n t r o l e ........................27Ava l i a ç ã o d e i m p a c t o s .........................................................................27An á l i s e d e r i s c o................................................................................27Re f e r ê n c i a s .....................................................................................28Ca p í t u lo 3 - Estat í st i c as s o b r e as espéci es e x ó t i c a s m a r i n h a s r e g i str adas n a z o n a c o s t e i r a b r as i l e i r aRe s u lta d o s......................................................................................31Re f e r ê n c i a.......................................................................................35Ca p í t u lo 4 - Pl â n c to nIn t r o d u ç ã o......................................................................................39Sí n t e s e d o s r e s u lta d o sFi t o p l â n c t o n ................................................................................42Zo o p l â n c t o n ................................................................................44Fi c h a s d a s Es p é c i e s - Pl â n c t o n .............................................................47Es t u d o s d e Ca s o...............................................................................87Co n tat o s pa r a at u a l i z a ç ã o d a s i n f o r m a ç õ e s...............................................90Co m o identificar e s p é c i e s c r i p t o g ê n i c a s d e f i t o p l â n c t o n c o m m i c r o s c o p i a ó p t i c a...90Zo o p l â n c t o n - Es p é c i e s c o n t i d a s............................................................92Ba c t e r i o p l â n c t o n - Es t u d o d e c a s o.........................................................92Re f e r ê n c i a s .....................................................................................95Ca p í t u lo 5 - Fi to b e n to s (Mac r oa lg as)In t r o d u ç ã o.....................................................................................107Sí n t e s e d o s r e s u lta d o s ......................................................................108Fi c h a s d a s e s p é c i e s...........................................................................111Es p é c i e s Cr i p to g ê n i c a s d e m a c r o a l g a s ....................................................134Es t u d o d e c a s o - e s p é c i e s c o n t i d a s d e m a c r o a l g a s .....................................135Me t o d o l o g i a ...................................................................................136Re s u lta d o s e Di s c u s s ã o .....................................................................136Re f e r ê n c i a s ....................................................................................139


Pr e f á c i oPor ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento,ocorrida em 1992, no Rio de Janeiro, foi aberta para a assinatura a Convenção sobreDiversidade Biológica - CDB, aos diversos países presentes. A CDB, como usualmente éconheci<strong>do</strong> esse instrumento, entrou em vigor na esfera internacional em dezembro de 1993,ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> ratifica<strong>do</strong> pelo Brasil em 1994, por meio <strong>do</strong> Decreto Legislativo nº 2 e promulga<strong>do</strong>por Decreto Presidencial nº 2.519, em 1998.O Ministério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> - MMA, ponto focal para a implementação da CDB noBrasil, buscou fazer cumprir as determinações da Convenção, visan<strong>do</strong> sua implementaçãoplena no país. Entre essas responsabilidades está aquela expressa no Artigo 8(h), a saber:“Impedir que se introduzam, controlar ou erradicar espécies exóticas que ameacem osecossistemas, habitats ou espécies”. Este Artigo foi, posteriormente, objeto de profundaanálise, que resultou na Decisão VI/23, a<strong>do</strong>tada na VI Conferência das Partes da Convenção,ocorrida em 2002, em Haia, na Holanda.A Decisão VI/23 explicita os princípios e diretrizes para a implementação <strong>do</strong> Art.8(h), enfatizan<strong>do</strong> que é necessário realizar a identificação e inventário <strong>do</strong>s conhecimentosespecializa<strong>do</strong>s pertinentes à prevenção, detecção precoce, alerta, erradicação e/ou controlede espécies exóticas invasoras e recuperação <strong>do</strong>s ecossistemas e habitats invadi<strong>do</strong>s, de formaque essas informações possam ser disponibilizadas aos países membros da Convenção.Ainda na esfera internacional, cita-se a Convenção sobre o Direito <strong>do</strong> Mar das NaçõesUnidas de 1982, ou Convenção de Montego Bay, que, no seu Artigo 196, trata <strong>do</strong> “Uso deTécnicas e Introdução de Espécies Exóticas”, requeren<strong>do</strong> <strong>do</strong>s países membros a a<strong>do</strong>ção detodas as medidas necessárias à prevenção, redução e controle da introdução intencional ouacidental de espécies exóticas em ambiente marinho.A esse esforço intergovernamental, soma-se, ainda, a Agenda 21 Internacional que,em seu Capítulo 17.30 (a) (vi) Oceanos e Mares, orienta os países a considerarem a a<strong>do</strong>çãode regras apropriadas à descarga de águas residuais visan<strong>do</strong> à prevenção da disseminação deorganismos exóticos (não-nativos). Em resposta a essas e outras demandas, a OrganizaçãoMarítima Internacional - OMI a<strong>do</strong>tou, em 2004, a Convenção Internacional para o Controlee Gestão da Água de Lastro de Navios e Sedimentos Associa<strong>do</strong>s, da qual o Brasil é partesignatária.No Brasil, a primeira reunião relacionada à temática ocorreu em 2001, quan<strong>do</strong> o GovernoBrasileiro, por meio de parceria entre o MMA e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, realizou, em Brasília, a “Reunião de Trabalho sobre Espécies Exóticas Invasoras”.O evento, que teve a colaboração <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América e <strong>do</strong> ProgramaGlobal para Espécies Invasoras – GISP, contou com a participação de representantes <strong>do</strong>spaíses da América <strong>do</strong> Sul. Ao final da reunião, os representantes <strong>do</strong>s países aprovaramuma Declaração onde, reconheceram, entre outras, a necessidade de: (i) prevenção econtrole <strong>do</strong>s impactos de espécies exóticas invasoras sobre os ecossistemas naturais e


sobre a rica biodiversidade da região; (ii) elaboração de diagnósticos nacionais, pesquisa,capacitação técnica, fortalecimento institucional, sensibilização pública, coordenação deações e harmonização de legislações; (iii) atenção urgente ao problema de introdução deespécies exóticas invasoras nas diferentes bacias hidrográficas da região e ecossistemastransfronteiriços; e (iv) coordenação e cooperação entre os setores agrícolas, florestais,pesqueiros e ambientais <strong>do</strong> país no tratamento dessa questão.Em 2005, o MMA e o Instituto Brasileiro <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e <strong>do</strong>s Recursos NaturaisRenováveis - IBAMA, em parceria com a fundação Oswal<strong>do</strong> Cruz, a Embrapa, a UniversidadeFederal de Viçosa - UFV, o Instituto Oceanográfico da USP - IO - USP, a The Nature Conservancy- TNC e o Instituto Hórus, organizaram o I Simpósio Brasileiro sobre Espécies ExóticasInvasoras. O Simpósio contou com a presença de centenas de participantes, origináriosde sete países: África <strong>do</strong> Sul, Argentina, Brasil, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Jamaica, Nova Zelândia ePortugal. A representatividade brasileira no Simpósio foi muito marcante, com especialistasoriun<strong>do</strong>s das cinco regiões geopolíticas brasileiras.Em 2006, a Comissão Nacional de Biodiversidade - CONABIO, em consonância com aordem jurídica internacional e ciente de que, atualmente, a ameaça mais séria à diversidadebiológica, depois da perda de habitats, é constituída pelas espécies exóticas invasoras, crioua Câmara Técnica Permanente sobre Espécies Exóticas Invasoras (Decisão nº 49, de 30de agosto de 2006) e viabilizou a organização de uma rede de especialistas nos diversosgrupos de organismos, com vistas à consolidação <strong>do</strong>s conhecimentos existentes, até entãodispersos. Ainda em 2006, o MMA assinou um Memoran<strong>do</strong> de Entendimento com o ProgramaGlobal para Espécies Invasoras – GISP.A presente obra é composta por <strong>do</strong>is conjuntos de da<strong>do</strong>s: o primeiro relaciona-seàs espécies propriamente ditas, e o segun<strong>do</strong> reflete a estrutura existente no País para oenfrentamento da problemática. No primeiro momento, a publicação inclui informaçõessobre as características ecológicas e biológicas das espécies exóticas marinhas, comênfase àquelas consideradas invasoras em águas costeiras brasileiras. O outro conjunto deinformações apresenta a estrutura política, científica, institucional e legal existente no Paíspara a prevenção, controle e monitoramento dessas espécies em âmbito nacional.Assim, o MMA tem o prazer de apresentar e compartilhar esta publicação, a primeirade uma série de informes científicos sobre espécies exóticas invasoras no Brasil, com to<strong>do</strong>saqueles que, direta ou indiretamente, envolvem-se com as questões ambientais marinhas,na esperança de que este livro possa contribuir de forma decisiva para as decisões e açõesnecessárias para o enfrentamento das invasões biológicas no país.Ca r l o s Mi n cMinistro <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>


<strong>Ambiente</strong> Marinho 9


Foto: www.sxc.hu10Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 1Ru b e n s M. Lo p e s 1Ma r i a Cé l i a Villac 2Ya r a Sc h a e f f e r-Novelli 1In t r o d u ç ã oCom a crescente globalização eo conseqüente aumento <strong>do</strong> comérciointernacional, espécies aquáticas eterrestres tem si<strong>do</strong> transferidas acidentalou deliberadamente para áreas fora desua distribuição geográfica natural ondepodem encontrar condições ambientaisadequadas à sua sobrevivência, tornan<strong>do</strong>semais eficientes que as espécies nativasno uso <strong>do</strong>s recursos. As espécies exóticasinvasoras contribuíram, desde o ano 1600,com 39% das extinções de animais cujascausas são conhecidas. Mais de 120 milespécies exóticas de plantas, animais emicroorganismos já invadiram os Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s da América, Reino Uni<strong>do</strong>, Austrália,Índia, África <strong>do</strong> Sul e Brasil. O Secretaria<strong>do</strong>da Convenção sobre Diversidade Biológica(CDB) alerta para os custos da prevenção,controle e erradicação de espécies exóticasinvasoras e conclui que os danos para omeio ambiente e para a economia sãosignificativos (UNEP/CDB, 2004). Nospaíses acima lista<strong>do</strong>s, as perdas econômicasanuais, decorrentes da introdução de pragasnas culturas, pastagens e nas áreas deflorestas atingem cifras que se aproximam<strong>do</strong>s 250 bilhões de dólares. Já os cálculossobre as perdas ambientais anuais relativasà introdução de pragas nesses mesmospaíses indicam que o montante ultrapassaos 100 bilhões de dólares. O custo per capitarelaciona<strong>do</strong> às perdas que ocorrem em razãodas invasões biológicas nessas mesmas seisnações foi estima<strong>do</strong> em, aproximadamente,240 dólares anuais. Extrapolan<strong>do</strong> estasestimativas para o âmbito mundial, essesdanos superariam 1,4 trilhões de dólaresao ano (Pimentel, 2002), ou seja, cerca de2% da economia mundial, consideran<strong>do</strong> osnúmeros de 2006 (World Bank, 2008).Estu<strong>do</strong>s e iniciativas de gestão <strong>do</strong>simpactos da introdução de espécies exóticasno Brasil têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s desde o início<strong>do</strong> século vinte, porém por longas décadaso foco primário destas ações recaiu sobreos organismos de importância comercial efitossanitária para a agricultura. Do mesmomo<strong>do</strong> como ocorreu para o ambienteterrestre, nos sistemas aquáticos brasileirosmuitas espécies foram introduzidas desde oinício da ocupação territorial européia, tantointencionalmente - para fins comerciaise ornamentais - quanto de forma nãointencional. Apesar disto, o interesse dasociedade sobre o tema veio despertarapenas nas últimas duas décadas, a partirda detecção de impactos ambientaise socioeconômicos mais significativoscausa<strong>do</strong>s pelas espécies aquáticas nãonativas. Nas décadas de 1970-80, osesforços da comunidade científica nacionale <strong>do</strong>s gestores <strong>do</strong> problema em nívelgovernamental recaíram principalmentesobre as espécies exóticas de água <strong>do</strong>ce;em anos mais recentes, porém, estapreocupação foi estendida amplamentepara o ambiente marinho.1Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo - IO-USP2Universidade de Taubaté - UNITAU<strong>Ambiente</strong> Marinho 11


A zona costeira brasileira possui8.698 km de extensão e largura variável,contemplan<strong>do</strong> ecossistemas contíguos emuma área de aproximadamente 324 milkm² e amplitude latitudinal de 4 o N a 34 o S.Essa faixa stricto sensu concentra quase umquarto da população <strong>do</strong> país, em torno de36,5 milhões de pessoas abrigadas em cercade 400 municípios, com densidade médiade 121 habitantes/km², seis vezes superiorà média nacional (20 habitantes/km²). Onúmero de habitantes em áreas urbanascorrespondia, em 1991, a 87,66% <strong>do</strong> total,destacan<strong>do</strong>-se que treze das dezessetecapitais <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s litorâneos estão à beiramar.Somente as cinco maiores regiõesmetropolitanas existentes na costa abrigam15% <strong>do</strong> efetivo demográfico brasileiro.Estes números confirmam a importânciaterritorial da zona costeira e a necessidadeda aplicação de maiores esforços parainvestigar, prevenir e mitigar os impactoscausa<strong>do</strong>s por espécies exóticas marinhasem nosso país.Dentre os itens que compõem aAgenda 21, a proteção à biodiversidade éde alta prioridade para o Brasil. Poluição,monoculturas, sobre-explotação de recursose destruição de habitats continuam sen<strong>do</strong> asmais relevantes ameaças à biodiversidadebrasileira. A introdução de espécies exóticasde microorganismos, plantas e de animaisvem causan<strong>do</strong> crescente preocupação,além de hoje representar um <strong>do</strong>s principaismecanismos de perda de biodiversidadeterrestre e aquática, apresentan<strong>do</strong> impactosnegativos à saúde humana relaciona<strong>do</strong>scom a entrada de vetores de <strong>do</strong>enças nopaís. O Brasil assinou a CDB em junho de1992, ratifican<strong>do</strong>-a em fevereiro de 1994.Na esfera federal, o Ministério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong><strong>Ambiente</strong> é o principal responsável pelagestão da biodiversidade e <strong>do</strong>s recursosgenéticos, incluin<strong>do</strong> o planejamento e atomada de decisões sobre o desenvolvimentoe o uso sustentável <strong>do</strong>s recursos naturaisem to<strong>do</strong> o território nacional (http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?i<strong>do</strong>=conteu<strong>do</strong>.mintabidestrutural=146).Nesse contexto, o Ministério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong><strong>Ambiente</strong>, por meio <strong>do</strong> seu Departamentode Conservação da Biodiversidade - DCBio,da Secretaria de Biodiversidade e Florestas- SBF, promoveu a execução de estu<strong>do</strong>scom recursos financeiros <strong>do</strong> Projeto deConservação e Utilização Sustentável daDiversidade Biológica Brasileira – PROBIO,com vistas à realização de levantamento deinformações sobre a biologia e a ecologiadas espécies exóticas invasoras, bemcomo sobre a estrutura para prevençãoe controle existente no país. O presentelivro é resulta<strong>do</strong> da revisão, atualização esistematização das informações contidasno relatório final <strong>do</strong> subprojeto “I InformeNacional sobre as Espécies ExóticasInvasoras que afetam o ambiente Marinho(fauna, flora e microrganismos)”.A execução de um levantamentominucioso e extensivo de informaçõessobre organismos marinhos exóticos einvasores constitui tarefa complexa emfunção da amplitude das variáveis e <strong>do</strong>sprocessos a serem aborda<strong>do</strong>s, como riquezaespecífica, densidade, biomassa, ciclo devida, comportamento alimentar, padrõesde dispersão e distribuição geográfica.Os oceanos apresentam alta diversidadeespecífica, associada à complexidadefilogenética <strong>do</strong>s grupos taxonômicos queneles ocorrem. A costa brasileira, emparticular, devi<strong>do</strong> à sua extensão latitudinale à heterogeneidade <strong>do</strong>s processosgeomorfológicos que levaram à suaconfiguração recente, é particularmenterica em biomas costeiros (manguezais,marismas, recifes de coral, costõesrochosos, praias arenosas) e oceânicos(áreas de convergência e divergência,12Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


giros oceânicos), abrin<strong>do</strong> várias “janelasde oportunidade” para a introdução deespécies.Um <strong>do</strong>s maiores desafios para aspesquisas científicas e para a gestão <strong>do</strong>simpactos de espécies marinhas invasorasé o entendimento de seus processos dedispersão natural e das possíveis interaçõesdestes com aqueles deriva<strong>do</strong>s da atividadehumana. As espécies que conhecemos naatualidade são o resulta<strong>do</strong> de uma longahistória evolutiva. Sua biogeografia só podeser compreendida em sua totalidade sefor contextualizada quanto à distribuiçãopassada e presente. Algumas provínciasbiogeográficas de ambientes terrestres, porexemplo, podem ser associadas à padrõesoriun<strong>do</strong>s da seqüência de eventos de derivacontinental. Entretanto, traçar mecanismospara compreender a biogeografia noambiente oceânico é particularmente difícil,pois as barreiras físicas e ecológicas quedelimitam as regiões de expansão natural deuma espécie marinha são menos marcadasque no ambiente terrestre.A relação da espécie humana com omar é muito antiga, como fonte de alimento,transporte, comércio, conquista de novasfronteiras, lazer e um lugar para o destinofinal de resíduos <strong>do</strong>mésticos e industriais.Todas estas atividades têm o potencialde interferir na biogeografia marinha pormeio <strong>do</strong> transporte de espécies para alémde sua área de expansão natural, crian<strong>do</strong>verdadeiros corre<strong>do</strong>res de dispersão. Valecitar que há mecanismos de expansãonatural de espécies que também podemestar sujeitas à influência de atividadesantrópicas, como indica a dispersão decertas espécies para altas latitudes emfunção <strong>do</strong> aquecimento global.A introdução de uma espécie éfreqüentemente considerada como poluiçãobiológica. Entretanto, é necessária cautelana aplicação deste termo. A utilização <strong>do</strong>termo “poluição biológica” é adequa<strong>do</strong> nocaso de espécies introduzidas apenas emsituações quan<strong>do</strong> o organismo se tornaum invasor, ou seja, quan<strong>do</strong> sua presençae abundância interferem na capacidadede sobrevivência das demais espécies nolocal afeta<strong>do</strong> (Elliott, 2003) ou traz algumdano econômico, ambiental ou para saúdehumana. Além disto, uma mesma espécieexótica pode se tornar prejudicial em algumasáreas e não em outras, normalmente comoresulta<strong>do</strong> de fatores muito difíceis, se nãoimpossíveis, de predizer com confiança apartir da biologia e ecologia <strong>do</strong> organismoem seus limites naturais. Na prática, opotencial de uma espécie introduzida setornar invasora nem sempre é previsível,pois depende de variações ambientais nasáreas de origem e de destino, no padrãode transporte da espécie, ou mesmo deinoculações estocásticas (Carlton, 1996).Para atingir a condição de espécienociva ou invasora, a espécie tem querealizar, pelo menos, uma das seguintesações (Hilliard et al., 1997):• Deslocar espécies nativas viacompetição por espaço, luz ou alimento;• Ser preda<strong>do</strong>ra de espécies nativas ereduzir sua densidade ou biomassa;• Parasitar ou causar <strong>do</strong>ença emespécies localmente importantes (comoespécies cultivadas ou com alto significa<strong>do</strong>ecológico e valor de conservação);• Produzir toxinas que se acumulamna cadeia alimentar, envenenar outrosorganismos, ou causar risco direto à saúdehumana (por exemplo, pela disseminaçãode patógenos ou por acumulação deficotoxinas em moluscos e peixes utiliza<strong>do</strong>sna alimentação humana);<strong>Ambiente</strong> Marinho 13


• Causar significativas perdaseconômicas decorrentes de modificações nainfra-estrutura (por volumosa incrustação emtomadas de água, circuitos de refrigeração,molhes, embarca<strong>do</strong>uros, marinas, bóias,cascos de embarcações e outras superfíciesentremarés ou submersas, entre outrassituações).Alguns destes impactos são muitocomplexos de avaliar, especialmenteaqueles relaciona<strong>do</strong>s com modificaçõesnas interações ecológicas e em processosbiogeoquímicos causa<strong>do</strong>s pelas introduçõesbiológicas, pois estas interferências nãosão prontamente detectáveis pelo “olhar”humano. Ou seja, muitas alteraçõesrelevantes nos processos naturais devi<strong>do</strong>às ações <strong>do</strong>s organismos exóticos podempassar despercebidas por longos anosou até mesmo décadas, até que suainfluência venha a afetar o ecossistema ouas atividades humanas de tal forma que ocontrole ambiental se torna extremamentecomplexo ou mesmo impossível de serimplementa<strong>do</strong> a partir de então.As medidas de prevenção e controledas bioinvasões no ambiente marinhoestão envoltas em controvérsias pelo fatoda maioria <strong>do</strong>s vetores de introduçãode espécies aquáticas estar associa<strong>do</strong> apelo menos uma atividade de destacadaimportância econômica. O transportemarítimo, por exemplo, é responsável por80% da circulação internacional de produtose cerca de 95% de to<strong>do</strong> o comércio exterior<strong>do</strong> Brasil (Silva et al., 2002). Outro tipode conflito de interesse se relaciona àcarcinocultura marinha, que no Brasil temcomo base o cultivo de uma espécie nãonativa,com foco na exportação, geran<strong>do</strong>divisas mas também impactos ambientais.Quaisquer iniciativas de gestão que venhama atingir estas e outras atividades similarestêm que ser pautadas por extensa ecriteriosa avaliação de custo/benefício, ondea valoração das diversas modalidades depassivos (ambientais, sociais, econômicos,culturais) deve ser considerada. Tambémnesta avaliação é necessário incluir ocusto da chamada “pegada ecológica”, quecorresponde aos subsídios, normalmentenão valora<strong>do</strong>s, que o ambiente provê para asustentação da atividade econômica. Esteconceito vem sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> como forma deestimar os valores não incluí<strong>do</strong>s nos preçosde venda <strong>do</strong>s produtos, que acabam sen<strong>do</strong>subsidia<strong>do</strong>s por recursos considera<strong>do</strong>sintangíveis (interesses difusos), levan<strong>do</strong> aoadágio popular da privatização <strong>do</strong>s lucros(patrimônio ambiental) com a socialização<strong>do</strong>s prejuízos (passivo ambiental).Esta publicação representa umacontribuição <strong>do</strong> Projeto de Conservaçãoe Utilização Sustentável da DiversidadeBiológica Brasileira - PROBIO/MMA edas instituições parceiras - InstitutoOceanográfico da Universidade de SãoPaulo (IOUSP); Instituto de Biociênciasda Universidade de São Paulo (IBUSP);Instituto de Ciências Biomédicas daUniversidade de São Paulo (ICB-USP);Museu de Zoologia da Universidade de SãoPaulo (MZUSP); Instituto de Biologia daUniversidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro (IB-UFRJ); Universidade de Taubaté (UNITAU);Instituto de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Mar AlmirantePaulo Moreira (IEAPM) - ao atendimento demetas previstas na CDB e contempla amplapesquisa sobre ocorrência e distribuição dasespécies exóticas marinhas no Brasil. Estetrabalho foi desenvolvi<strong>do</strong> com o objetivoprimário de reunir informações abrangentese relevantes em um livro consolida<strong>do</strong>, defácil consulta, a partir <strong>do</strong> qual poderão serobti<strong>do</strong>s subsídios para a implantação deprogramas de pesquisa, controle e manejofocalizan<strong>do</strong> as espécies exóticas e invasorasmarinhas, em consonância com os maisimportantes esforços científicos e gerenciaisque atualmente vêm sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>s pelasnações afetadas pelo problema.14Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re f e r ê n c i a sCARLTON, J.T. Patterns, Mocesses, andprediction in marine invasion ecology.Conservation Biology, n. 78, p. 97-106, 1996.WORLD BANK. 2008. World developmentindicators. Development Data Group,The World Bank, Washington, 418 pp.Disponível em: Acesso em: 04dezembro 2008.Elliott, M. Biological pollutants andbiological pollution - an increasingcause for concern. Marine PollutionBulletin, n. 46, p. 275–280, 2003.HILLIARD, R.W., HUTCHINGS P.A.,RAAYMAKERS, S. Ballast waterrisk assessment for twelveQueensland ports. Stage 4: Reviewof candidate risk biota. EcoPortsMonograph Series, 13 (1997) a.Brisbane, Australia: Ports Corporationof Queensland. 60. +2 Appendices.PIMENTEL, D. Biological invasions:economic and environmentalcosts of alien plant, animal, andmicrobe species. New York: CornellUniversity, 2002, 384 p.SILVA, J.V.S.; FERNANDES, F.C.; LARSEN,K.T.S.; SOUZA, R.C.C.L. Água delastro: ameaça aos ecossistemas.Ciência Hoje, v. 32, n. 188, p. 38-43, 2002.UNEP/CBD. 2004. Indicators for assessingprogress towards the 2010 target:numbers and cost of alien invasions.Note by the Executive Secretary.Subsidiary body on scientific, technicaland technological advice. Agenda forthe tenth meeting, Bangkok, 7-11February 2005, 7 pp. Disponível em: Acessoem: 04 dezembro 2008.<strong>Ambiente</strong> Marinho 15


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Foto: www.sxc.hu18Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 2 - Mé to d o sRu b e n s M. Lo p e s 1Ma r i a Cé l i a Villac 2As p e c t o s c o n c e i t u a i sNa literatura especializada asdefinições sobre a situação populacionalde espécies não nativas são extremamentevariáveis e sujeitas a controvérsias,dependen<strong>do</strong> da área <strong>do</strong> conhecimentoou <strong>do</strong> setor de aplicação, não existin<strong>do</strong>pleno consenso sobre uma terminologiaque unifique conceitos e critérios. Parafins operacionais, no presente estu<strong>do</strong> foia<strong>do</strong>tada a seguinte classificação:Ca t e g o r i a s g e n é r i c a s• Exótica: espécie registrada fora desua área de distribuição original;• Nativa: espécie que vive em suaregião de origem (em contraste à espécieexótica);• Criptogênica: espécie de origembiogeográfica desconhecida ou incerta -este termo deve ser emprega<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> nãoexiste uma evidência clara de que a espécieseja nativa ou exótica (Carlton, 1996).Ca t e g o r i a s e s p e c í f i c a s p a r ae s p é c i e s e x ó t i c a s• Contida: quan<strong>do</strong> a presença daespécie exótica foi detectada apenas emambientes artificiais controla<strong>do</strong>s, isola<strong>do</strong>stotal ou parcialmente <strong>do</strong> ambiente natural(aquário comercial, cultivo para finscientíficos, tanque de água de lastro denavios, etc.);• Detectada em ambiente natural:quan<strong>do</strong> a presença da espécie exótica foidetectada no ambiente natural porém semaumento posterior de sua abundância e/oude sua dispersão (consideran<strong>do</strong> o horizontede tempo das pesquisas ou levantamentosa respeito); ou, alternativamente, semque tenham si<strong>do</strong> encontradas informaçõessubseqüentes sobre a situação populacionalda espécie (registro isola<strong>do</strong>);• Estabelecida: quan<strong>do</strong> a espécieintroduzida foi detectada de formarecorrente, com ciclo de vida completo nanatureza e indícios de aumento populacionalao longo <strong>do</strong> tempo em uma região restritaou ampla, porém sem apresentar impactosecológicos ou socioeconômicos aparentes;• Invasora: quan<strong>do</strong> a espécieestabelecida possui abundância ou dispersãogeográfica que interferem na capacidadede sobrevivência de outras espécies emuma ampla região geográfica ou mesmoem uma área específica (Elliott, 2003),ou quan<strong>do</strong> a espécie estabelecida causaimpactos mensuráveis em atividades sócioeconômicasou na saúde humana.As categorias citadas pressupõem aexistência de um gradiente crescente <strong>do</strong>potencial de invasão no qual as espéciescontidas seriam menos invasivas <strong>do</strong> que asespécies detectadas no ambiente, as quais,por sua vez, seriam as candidatas maisdiretas para se tornarem estabelecidas1Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo - IO-USP2Universidade de Taubaté - UNITAU<strong>Ambiente</strong> Marinho 19


e posteriormente invasoras de fato. Éimportante ter em mente, no entanto, que otempo de permanência de uma dada espécienestas categorias populacionais pode variarmuito, pois está sujeito não apenas àsvariabilidades intrínsecas <strong>do</strong>s processosde transporte, inoculação, sobrevivênciae crescimento no ambiente receptor, mastambém às diferentes capacidades deresposta das pesquisas científicas e <strong>do</strong>sprogramas de prevenção e controle, quan<strong>do</strong>existentes. Há muitos casos em que espéciesestabelecidas vieram a ser consideradasinvasoras apenas quan<strong>do</strong> seus impactoseconômicos ou sobre a saúde humanajá eram consideráveis, enquanto que asmodificações anteriores que infligiram aofuncionamento <strong>do</strong> ecossistema passaramdespercebidas, filtradas por um viésantropocêntrico. Inversamente, é possívelque uma espécie atualmente consideradaestabelecida tenha si<strong>do</strong> invasora no passa<strong>do</strong>,causan<strong>do</strong> impactos ambientais que hoje nãosão mais perceptíveis porque o ecossistemase adaptou à sua presença. Assim, a definiçãode espécie invasora atual ou potencial- assim como a adesão às hierarquiaspopulacionais mencionadas - guarda umnível variável de subjetividade, às vezesde difícil avaliação, mas que deve ser nomínimo operacionalmente significativa, emespecial para fins de prevenção e controle.Imerso no conceito da transitoriedadeestá a potencial reversibilidade <strong>do</strong> estágiode invasão. As categorias “contida”,“detectada”, “estabelecida” e “invasora”não representam ícones imutáveis parauma dada espécie, mas sim retratosinstantâneos de sua situação populacional,a qual pode se alterar em qualquer senti<strong>do</strong>durante os processos de dispersão (Figura2.1). Esse fato está implícito nas definiçõesdas categorias populacionais apresentadasnas fichas de espécies deste livro.Figura 2.1. Transições entre categorias populacionais relacionadas aos processos de invasão <strong>do</strong>ambiente natural por uma espécie exótica. A reversibilidade das categorias populacionais estáindicada pelas setas de duplo senti<strong>do</strong>. As setas tracejadas sugerem “saltos” entre categoriaspopulacionais, em geral resultantes da baixa freqüência amostral <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s empreendi<strong>do</strong>s enão necessariamente um retrato fiel <strong>do</strong>s processos de dispersão.20Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Devi<strong>do</strong> aos processos dinâmicos deexpansão ou retração da distribuição espacialdas espécies exóticas ao longo <strong>do</strong> tempo,ações de monitoramento de longo prazosão imprescindíveis para a prevenção ou ocontrole precoce da dispersão das espéciesexóticas invasoras, especialmente emlocais de maior risco potencial, como áreasportuárias e marinas, junto a estaleiros eplataformas e próximo a empreendimentosde aqüicultura.O presente livro trata comoespécie invasora potencial todas aquelasenquadradas nas categorias “contida”,“detectada” e “estabelecida”. Embora sejapossível que muitas destas nunca venhama se converter em espécie invasora atual(categoria “invasora”) no país, a observaçãodas mesmas sob uma das modalidadesprecursoras da invasão biológica deve serencarada com a devida atenção quan<strong>do</strong> daimplantação de programas de prevenção econtrole, segun<strong>do</strong> o princípio da precaução.Uma vez defini<strong>do</strong> estes critérios éoportuno mencionar que a aderência dasespécies marinhas aos mesmos mudaconsideravelmente conforme a comunidadebiológica tratada. Neste senti<strong>do</strong>, o cenáriode mais difícil tratamento é provavelmenteaquele relaciona<strong>do</strong> às microalgas e aospequenos animais pelágicos, pelo fato deserem transporta<strong>do</strong>s de forma passiva pelascorrentes marinhas. Por isto os exemplosde espécies invasoras planctônicas comevidências contundentes e irrefutáveis sãoesparsos (Thresher et al., 1999). Comoo potencial de uma espécie introduzidase tornar espécie invasora nem sempreé previsível, é importante o estu<strong>do</strong> deespécies exóticas e criptogênicas, mesmoque ainda não tenham causa<strong>do</strong> efeitosdeletérios aparentes. Este aspecto se aplica,especialmente, aos organismos <strong>do</strong> plâncton,incluin<strong>do</strong> as larvas meroplanctônicas deespécies bentônicas, que têm um tempode geração muito curto e estão sujeitosaos efeitos de forçantes meteorológicase oceanográficas que conferem grandedinamismo aos padrões de distribuiçãoespacial e temporal em regiões costeiras.A despeito <strong>do</strong> esforço em atribuir omais objetivamente possível as categoriasde situação populacional a cada espécie,são observadas duas dificuldades principaispara esta tarefa: (i) a diversidade decritérios e de opiniões muitas vezessubjetivas, por parte <strong>do</strong>s especialistasnos vários grupos taxonômicos, sobre asituação populacional das espécies eminvestigação; e (ii) a complexa dinâmicade dispersão das espécies, como no casodaquelas que poderiam ser consideradascomo “detectadas” quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> início <strong>do</strong>estu<strong>do</strong>, mas que seriam assinaladas àcategoria “estabelecida” em fase posterior,devi<strong>do</strong> à sua propagação em um temporelativamente curto.Nas pesquisas que resultaram nestapublicação procuramos contornar taisproblemas através das seguintes ações:(i) estabelecimento de contato direto comos principais especialistas, para discussão<strong>do</strong>s critérios e a obtenção de um consensopossível sobre a questão; (ii) contínuaatualização <strong>do</strong> banco de da<strong>do</strong>s sobre cadaespécie, a partir de informações levantadaspelos autores e pela inserção de novosregistros submeti<strong>do</strong>s como resposta a umquestionário aplica<strong>do</strong> junto a especialistasde várias instituições.Outra preocupação deste livro,em termos conceituais, foi a de definire contemplar os inúmeros vetores detransporte e dispersão de organismosaquáticos associa<strong>do</strong>s às atividades humanas(Tabela 2.1).<strong>Ambiente</strong> Marinho 21


Tabela 2.1. Vetores antropogênicos de transporte e dispersão de espécies marinhas (extraí<strong>do</strong> deCarlton, 2001; reproduzi<strong>do</strong> com autorização <strong>do</strong> autor).Navios• Organismos planctônicos e nectônicos naágua de lastro• Organismos livres ou incrusta<strong>do</strong>s no casco,quilha, leme, hélice, eixo da hélice e nossistemas de circulação de água <strong>do</strong> mar,caixa de mar, água de lastro e em tanquesde carga lastra<strong>do</strong>s• Organismos associa<strong>do</strong>s à âncora, amarrase caixa da âncora• Organismos associa<strong>do</strong>s à carga, comotroncos de madeira que flutuam durante ocarregamentoPlataformas• Organismos livres ou incrustantes• Organismos planctônicos e nectônicos naágua de lastroDiques Secos• Organismos livres ou incrustantes• Organismos planctônicos e nectônicos naágua de lastroBóias de Navegação e Flutuantes• Organismos livres ou incrustrantesAviões-anfíbio e Hidroaviões• Organismos livres ou incrustrantes• Organismos na água <strong>do</strong>s flutua<strong>do</strong>resCanais• Movimento de organismos através decanais de nível, de comportas e deirrigaçãoAquários Públicos• Descarte acidental ou intencional deorganismos em exposição• Descarte acidental ou intencional deorganismos acidentalmente transporta<strong>do</strong>scom a espécie de interesse paraexposiçãoPesquisa• Movimento e descarte de microorganismos,invertebra<strong>do</strong>s, peixes e plantas utilizadasem pesquisa (intencional ou acidental)• Organismos associa<strong>do</strong>s ao equipamentode coleta e pesquisa, como material demergulho (roupas ou apetrechos)Detritos Marinhos Flutuantes• Transporte de organismos em detritosgera<strong>do</strong>s pelo Homem, como redes eplásticosPesca, inclusive Aquicultura Marinha(Maricultura)• Transplante ou cultivo de produtos comoostras, mexilhões, vieiras, caranguejos,lagostas, peixes ou macroalgas emmar aberto, para crescimento ourejuvenescimento; e outros organismosassocia<strong>do</strong>s à estruturas de transporte ecultivo• Lançamento intencional de espécies demoluscos, crustáceos, peixes e macroalgas,como resulta<strong>do</strong> tanto de empreitadaoficialmente regulamentada, como poriniciativa privada e ilegal• Melhoramento de estoque, normalmenteem andamento, além de organismosassocia<strong>do</strong>s à espécie –alvo, transporta<strong>do</strong>sacidentalmente• Movimento de organismos vivos para finscomerciais de revenda, mas descarta<strong>do</strong>s noambiente• Processamento de fruto <strong>do</strong> mar fresco oucongela<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> de descarte de restosno ambiente, o qual pode incluir organismosassocia<strong>do</strong>s vivos ou encista<strong>do</strong>s• Movimento de iscas vivas com subseqüentedescarte no ambiente• Descarte de material de embalagem - comomacroalgas e organismos associa<strong>do</strong>s –usa<strong>do</strong>s em isca viva e frutos <strong>do</strong> mar• Movimento, transporte e deriva deapetrechos de pesca como redes, flutuantes,armadilhas e dragas• Lançamento de organismos como alimentopara outras espécies• Organismos transporta<strong>do</strong>s acidentalmenteou intencionalmente em pocetos ou tanquesde coleta de água, embornais <strong>do</strong> navio ououtros recursos no convés• Lançamento de estoques transgênicos• Movimento de macroalga e organismosassocia<strong>do</strong>s para servir de substrato quan<strong>do</strong>da desova de peixesAquários Domésticos• Movimento e descarte de invertebra<strong>do</strong>s,peixes, macroalgas e “gramas” (intencionalou acidental)Restauração• Movimento de vegetação de marismas e demanguezal, de dunas ou gramas marinhase organismos associa<strong>do</strong>s• Re-estabelecimento de populações nativasextintas ou dizimadas e transporte acidentalde organismos associa<strong>do</strong>sEducaçãoDescarte de espécies por instituições deensino após uso em aula práticaEquipamento de Recreação• Movimento de embarcações de recreaçãode pequeno porte, material de mergulho(roupas e apetrechos), jet skis e materiaissimilares22Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Dentre esta multiplicidade de vetores,podemos identificar duas categoriasgerais: (i) vetores que resultam emintroduções consideradas intencionais,como a aqüicultura e a aquariofilia, (ii)vetores responsáveis pelas introduçõesditas “acidentais” ou “não-intencionais”,como a água de lastro de tanques denavios, incrustações em cascos de navios,plataformas e detritos flutuantes, assimcomo os organismos associa<strong>do</strong>s àquelesintroduzi<strong>do</strong>s via aqüacultura e aqüariofilia(epibiontes e en<strong>do</strong>biontes, incluin<strong>do</strong>microorganismos e vírus, além da fauna eflora acompanhantes). A separação entreintrodução intencional e não intencional temimplicações claras em termos de prevençãoe controle.Finalmente, cabe destacar adisponibilização, no final deste livro, de umglossário de termos técnicos utiliza<strong>do</strong>s aolongo <strong>do</strong>s diferentes capítulos.Pr o s p e c ç ã o d e i n f o r m a ç õ e sInicialmente foram normatizadas asestratégias de levantamento de informaçõespara assegurar a mais alta probabilidade deregistro e de <strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong>s organismosalvono ambiente marinho brasileiro.A normatização foi definida como umapesquisa estratificada de da<strong>do</strong>s biológicos,ecológicos, biogeográficos, históricos esocioeconômicos sobre os organismos emquestão.O primeiro nível hierárquico <strong>do</strong>levantamento estratifica<strong>do</strong> de da<strong>do</strong>s foi odas comunidades biológicas marinhas. Paracada uma destas comunidades biológicasfoi feita uma investigação detalhada<strong>do</strong>s organismos-alvo entre os grupostaxonômicos, que representam o segun<strong>do</strong>nível hierárquico. Nesta análise foi levadaem consideração a distribuição <strong>do</strong>s táxonsnos diversos ecossistemas e habitats(terceiro e quarto níveis hierárquicos,respectivamente) ao longo <strong>do</strong> gradientelatitudinal da costa brasileira. O diagramaabaixo é uma representação simplificada daabordagem proposta para o levantamentode da<strong>do</strong>s das espécies.Uma vez delimita<strong>do</strong>s os critérios deestratificação da amostragem, conformeexposto abaixo, os responsáveis pelapesquisa das diferentes comunidadesbiológicas marinhas a<strong>do</strong>taram um núcleocomum de ferramentas de prospecção deinformações:• Bancos de da<strong>do</strong>s eletrônicoscompartilha<strong>do</strong>s na Internet;• Bancos de da<strong>do</strong>s eletrônicos locais,não compartilha<strong>do</strong>s;• Publicações indexa<strong>do</strong>ras impressasnão disponíveis eletronicamente;• Publicações impressas e eletrônicasregulares não indexadas;<strong>Ambiente</strong> Marinho 23


• Publicações e outros <strong>do</strong>cumentosimpressos não regulares, incluin<strong>do</strong> relatóriostécnicos de circulação limitada.A busca de informações em bancosde da<strong>do</strong>s eletrônicos e em publicaçõesindexa<strong>do</strong>ras impressas foi efetuadasegun<strong>do</strong> os mesmos critérios por todas asequipes participantes. A utilização de outraspublicações não necessariamente seguiua mesma abordagem, pois dependeu debusca manual não hierarquizada. Estamuitas vezes gerou a oportunidade paraque pesquisa<strong>do</strong>res envolvi<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong>de uma determinada comunidade biológicaobtivessem da<strong>do</strong>s relevantes sobre outrascomunidades. Das consultas realizadasnesta modalidade, estão as publicaçõesnão indexadas impressas ou em meiodigital (CD ROM), nas quais estão incluídasmonografias, dissertações de mestra<strong>do</strong>e teses de <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>, relatórios técnicoscientíficos e resumos em eventos.Foram consultadas diversas fonteseletrônicas que pudessem fornecerinformações sobre as espécies. Dentreessas fontes, estão indexa<strong>do</strong>res acessa<strong>do</strong>sa partir <strong>do</strong>s seguintes endereços eletrônicosprincipais:• www.periodicos.capes.gov.br• www.portaldapesquisa.com.br• http://lattes.cnpq.br/• www.isiknowledge.com• www.sciencedirect.comFerramentas de busca “online” (porexemplo, “Google”, “Yahoo”) também foramutilizadas, principalmente para acesso apáginas de laboratórios, pesquisa<strong>do</strong>res eprojetos relaciona<strong>do</strong>s com o tema <strong>do</strong> livro.Em cada um deles foram utilizadasas palavras-chaves, algumas delasexemplificadas abaixo:• Espécies exóticas and Brasil• Água de lastro and Brasil• Exotic species and Brazil• Allien species and Brazil• Invasive species and Brazil• Introduced species and Brazil• Ballast water and Brazil• Nova ocorrência and Brasil• Primeiro registro and Brasil• First record and (taxon) and BrazilDo mesmo mo<strong>do</strong> foram utilizadasvárias combinações para obter informaçõessobre a biologia e ecologia das espécies(por exemplo, Poly<strong>do</strong>ra and cornuta andreproduction).Outras ferramentas de levantamentode da<strong>do</strong>s foram empregadas, envolven<strong>do</strong>:• Aplicação de questionáriosimpressos e eletrônicos, em um total de150 questionários, via postal e “e-mail”,para pesquisa<strong>do</strong>res e técnicos de entidadesgovernamentais e não-governamentais deto<strong>do</strong> o território nacional, com atuação empesquisa e utilização para fins comerciais deespécies marinhas;• Entrevistas in loco ou remotas(telefone, correio eletrônico ou fórumeletrônico) utilizan<strong>do</strong> roteiro previamenteelabora<strong>do</strong>;Estas últimas ferramentas foramutilizadas para todas as comunidadesbiológicas, mas foram particularmentenecessárias no caso de grupos taxonômicos,ecossistemas ou vetores de transporte24Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


que envolvem interesses econômicos ouconservacionistas imediatos. Exemplosdestas situações incluíram: espéciesutilizadas em aqüicultura e aqüariofilia;espécies potencialmente transportadaspor vetores liga<strong>do</strong>s à navegação marítima;e espécies introduzidas em ecossistemasprotegi<strong>do</strong>s pela legislação ambiental, comomanguezais e recifes de coral.Fi c h a s d a s e s p é c i e sPara cada espécie exótica identificadano levantamento foram pesquisadas váriasinformações, que passaram a compor umaficha da espécie atenden<strong>do</strong> os parâmetrosabaixo relaciona<strong>do</strong>s:• Identificação taxonômica – família,gênero, espécie;• Nome popular;• Características morfológicas paraidentificação;• Lugar de origem – continente,região, país;• Ecologia: habitat, situaçãopopulacional, abundância no habitat natural,potencial reprodutivo, taxa de natalidadee mortalidade, reprodução, dieta, ciclosde vida, área de vida, meios naturais eartificiais de dispersão;• Histórico da introdução: como, comque finalidade e por meio de que vetoresa espécie se estabeleceu e se difundiu nopaís;• Possíveis usos econômicos;• <strong>Meio</strong>s de dispersão – vetorespotenciais ou atuais;• Situação populacional conforme ascategorias descritas anteriormente;• Organismos afeta<strong>do</strong>s – nomepopular, ordem, família, gênero e espécie• Principais impactos;• Técnicas de prevenção e controle;• Pesquisas desenvolvidas e emdesenvolvimento;• Análises de risco;• Bibliografia relevante relacionada.Um diagrama apresentan<strong>do</strong> as etapasde obtenção das informações biológicas eecológicas sobre as espécies-alvo destelivro é apresenta<strong>do</strong> a seguir:• Situação: potencial ou atual;• Primeiro registro no país – esta<strong>do</strong>,município, localidade (quan<strong>do</strong> pertinente);• Distribuição geográfica;• Tipo de introdução: intencional,acidental, dispersão natural (espontânea),desconhecida;<strong>Ambiente</strong> Marinho 25


Es t u d o s d e c a s oEste livro inclui estu<strong>do</strong>s de caso sobreespécies criptogênicas (nos capítulos sobreplâncton, fitobentos e zoobentos) e sobre asespécies exóticas propriamente ditas. Estasúltimas estão exemplicadas no capítulo debentos, com uma espécie representante decada categoria populacional referente aoambiente natural (invasora, estabelecida edetectada). As espécies contidas são citadasnos capítulos sobre plâncton (de formasuscinta), fitobentos (reportanto estu<strong>do</strong>inédito executa<strong>do</strong> sobre ocorrência demacroalgas exóticas em lojas de aquários)e zoobentos. O intuito da apresentaçãodestes estu<strong>do</strong>s de caso é o de ilustrar, sobuma perspectiva diferenciada das fichasde espécies, resulta<strong>do</strong>s proporciona<strong>do</strong>spelas pesquisas em território nacional eno exterior, mostran<strong>do</strong> a importância darealização de estu<strong>do</strong>s aprofunda<strong>do</strong>s parauma melhor compreensão da biologia e daecologia das espécies, de seus padrões dedispersão natural ou antropogênica, assimcomo das alternativas para prevenção econtrole.26Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Da d o s s o b r e a e s t r u t u r a i n s t a l a d ap a r a p r e v e n ç ã o e c o n t r o l eEm paralelo ao diagnóstico dasespécies-alvo foi realiza<strong>do</strong> um extensolevantamento sobre a estrutura existentepara a prevenção e controle das introduçõesde organismos marinhos no Brasil.No capítulo 8, referente a estediagnóstico, encontram-se destacadas, paracada item abaixo, a instituição responsável,os objetivos, a estratégia, a área geográfica,o ecossistema, os beneficiários, os impactossocioeconômicos.Programas, projetos e ações:• Sistemas de informação –Redes de informação para diagnósticos,monitoramento, sistemas de alerta precoce,programas de identificação, dentre outros;• Programas e projetos locais eregionais de prevenção e controle;• Campanhas de sensibilização eeducação ambiental;• Sistemas de quarentena e controlede fronteiras;• Cursos e treinamentos.Infra-estrutura:• Infra-estrutura física, recursoshumanos e financeiros;• Lista das instituições;• Lista de especialistas;• Lista de publicações;• Redes eletrônicas implementadas.Este conjunto de da<strong>do</strong>s foi obti<strong>do</strong>a partir da aplicação de questionários eentrevistas junto às diversas instituiçõesatuantes na área, assim como por meio dapesquisa em bancos de da<strong>do</strong>s (por exemplo,pesquisa de currículos de profissionais).No diagnóstico foi dada atenção especialao levantamento da capacidade instaladade recursos humanos qualifica<strong>do</strong>s paraatender às mais diferentes áreas deatuação relacionadas com os programas deprevenção e controle.Av a l i a ç ã o d e i m p a c t o sPara a maioria das espéciesmarinhas detectadas ou introduzidas nacosta brasileira não existem avaliações deimpactos individualizadas e detalhadas.Em muitos casos são apresentadassomente conjecturas e hipóteses, aindanão adequadamente testadas, com baseem informações de impactos causa<strong>do</strong>s porestas espécies em outras regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Os impactos foram também previstos apartir de exemplos com espécies de táxonsrelaciona<strong>do</strong>s. Quan<strong>do</strong> disponíveis, estasinformações foram incluídas nas respectivasfichas de espécies.An á l i s e d e r i s c oRisco é a probabilidade de ocorrênciade um evento adverso. Para a presentepublicação relaciona-se à probabilidade deeventos resultantes da introdução de umadeterminada espécie. A análise de riscoenvolve <strong>do</strong>is processos: a avaliação e omanejo de risco. A avaliação é a estimativade risco, enquanto o manejo envolve umadecisão pragmática em relação ao risco. Aanálise de risco pode ser conduzida antesou depois da ocorrência da introdução, comfinalidades diversas, incluin<strong>do</strong>:• Prevenção de introduçõesacidentais;• Manejo de introduções intencionais;• Detecção precoce e ação rápida(para espécies ainda não estabelecidas);<strong>Ambiente</strong> Marinho 27


• Gestão de invasão de espécies jáestabelecidas.A análise de risco sempre envolveincertezas e seu sucesso depende daexistência de informações sobre a espéciee o ambiente onde ela se encontra. Umarevisão detalhada sobre as várias análisesquantitativas de risco ecológico que vêmsen<strong>do</strong> utilizadas em sistemas de apoio etomada de decisão que regulam introduçõesintencionais foi apresentada por Hayes(1997).J.S.V.; SOUZA, R.C.L. (Org.), Água delastro e bioinvasão. Rio de Janeiro,Interciência, p. 99 – 112.Thresher, R.E.; Hewitt, C.L.; Campbell,M.L. Synthesis: exotic andcryptogenic species in Port PhillipBay. Tasmania, Australia: Centre forResearch on Introduced Marine Pests,CSIRO Marine Research. 1999. CRIMPTechnical Report, n. 20.Ainda não existem análises de riscopara a maioria das espécies marinhasintroduzidas no Brasil, exceto para umaespécie importada para fins de cultivo, amacroalga Kappaphycus alvarezii (Paula &Oliveira Filho, 2004).Re f e r ê n c i a sCarlton, J.T. The nature of ballast water.ICES CIEM Information Newsletter,1996, n. 27.Carlton, J.T. Introduced species inU.S. coastal waters: environmentalimpacts and managementpriorities. Arlington, Virginia: PewOceans Comission, 2001, n. 28.Elliott, M. Biological pollutants andbiological pollution - an increasingcause for concern. Marine PollutionBulletin, n. 46, p. 275–280, 2003.Hayes, K.R. Ecological risk assessmentreview. Tasmania, Australia: Centrefor Research on Introduced MarinePests, CSIRO Marine Research. 1997.CRIMP Technical Report, n. 13.PAULA, E.J.; OLIVEIRA FILHO, E.C.Macroalgas exóticas no Brasil comênfase à introdução de espéciesvisan<strong>do</strong> a maricultura. In: SILVA,28Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


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Foto: www.sxc.hu30Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 3 - Estat í st i c as s o b r e as espéci ese x ó t i c a s m a r i n h a s r e g i str adas n a z o n a c o s t e i r a b r as i l e i r aRu b e n s M. Lo p e s 1Da n i e l a R. Cu n h a 1Ká t i a C. d o s Sa n t o s 2Re s u l t a d o sConsideran<strong>do</strong> as três categoriasde situação populacional relacionadas àpresença de organismos nos ambientesnaturais (espécies detectadas, estabelecidase invasoras), 58 espécies exóticas foramregistradas nos levantamentos executa<strong>do</strong>s,divididas nos subgrupos fitoplâncton (3espécies), zooplâncton (6 espécies), fitobentos(5 espécies), zoobentos (40 espécies) e peixes(4 espécies) (Tabela 3.1). Destas, 9 espéciesforam consideradas invasoras (16%), 21estabelecidas (36%) e 28 detectadas emambiente natural (48%) (Tabela 3.1).As tabelas 3.2 a 3.4 contêm aslistagens completas das espécies exóticasmarinhas descritas em detalhe nos capítulosespecíficos sobre cada comunidadebiológica.Tabela 3.1: Situação populacional das espécies exóticas marinhas no Brasil, conforme o grupobiológico.Detectadas EstabelecidasInvasorasTotal deEspéciesContribuição relativadas comunidadesbiológicas (%)FITOPLÂNCTON - 1 2 3 5ZOOPLÂNCTON 3 3 - 6 10FITOBENTOS 1 3 1 5 9ZOOBENTOS 21 13 6 40 69PEIXES 3 1 - 4 7TOTAL 28 21 9 58 100Tabela 3.2: Listagem das espécies invasoras atuais na zona costeira brasileira.INVASORASFITOPLÂNCTON Bacillariophyta Coscinodiscaceae Coscinodiscus wailesiiDinoflagellata Gonio<strong>do</strong>maceae Alexandrium tamarenseFITOBENTOS Chlorophyta CaulerpaceaeCaulerpa scalpelliformis var.denticulataZOOBENTOS Cnidaria Anthozoa Tubastraea coccineaTubastraea tagusensisMollusca Bivalvia Isognomon bicolorMyoforceps aristatusArthropoda Decapoda Charybdis helleriiChordata Ascidiacea Styela plicata1Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo - IO-USP2Museu de Zoologia/Universidade de São Paulo - MZ-USP<strong>Ambiente</strong> Marinho 31


Tabela 3.3: Listagem das espécies exóticas estabelecidas na zona costeira brasileira.ESTABELECIDASFITOPLÂNCTON Dinoflagellata Gymnodiniaceae Gymnodinium catenatumZOOPLÂNCTON Branchiopoda Onychopoda Pleopis schmackeriCopepoda Calanoida Pseu<strong>do</strong>diaptomus trihamatusTemora turbinataFITOBENTOS Rho<strong>do</strong>phyta Ceramiaceae Anotrichium yagiiDasyaceaeDasya brasiliensisBangiaceaePorphyra suborbiculataZOOBENTOS Porifera Calcarea Paraleucilla magnaCnidaria Anthozoa Chromonephthea braziliensisMollusca Bivalvia Mytliopsis leucophaetaPerna pernaAnnelida Polychaeta Branchiomma luctuosumArthropoda Cirripedia Amphibalanus reticulatusChirona (Striatobalanus) amaryllisMegabalanus coccopomaDecapodaPyromaia tuberculataRhithropanopeus harrisiiIsopodaSphaeroma serratumEctoprocta Gymnolaemata Schizoporella errataChordata Ascidiacea Ascidia sydneiensisPEIXES Perciformes Blenniidae Omobranchus punctatusTabela 3.4: Listagem das espécies exóticas detectadas em ambiente natural na zona costeirabrasileira.DETECTADASZOOPLÂNCTON Copepoda Cyclopoida Apocyclops borneoensisParacyclopina longifurcaHarpacticoida Phyllopo<strong>do</strong>psyllus setoucheiensisFITOBENTOS Rho<strong>do</strong>phyta Areschougiaceae Kappaphycus alvareziiZOOBENTOS Annelida Polychaeta Boccardiella bihamataPoly<strong>do</strong>ra cornutaPoly<strong>do</strong>ra nuchalisPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra achaetaPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra antennataPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra diopatraPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra paucibranchiataArthropoda Decapoda Bellia pictaCancer pagurusLitopenaeus vannameiMetapenaeus monocerusPenaeus mono<strong>do</strong>n32Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 3.4 (Continuação): Listagem das espécies exóticas detectadas em ambiente naturalna zona costeira brasileira.DETECTADASPilumnoides perlatusPolybius navigatorScylla serrataTaliepus dentatusEctoprocta Gymnolaemata Scrupocellaria diademaBugula dentataHippopodina viriosaChordata Ascidiacea Bostricobranchus digonasCiona intestinalisPEIXES Perciformes Acanthuridae Acanthurus monroviaeChaeto<strong>do</strong>ntidae Heniochus acuminatusEleotridaeButis koilomato<strong>do</strong>nA região de origem da maioriadas espécies exóticas invasoras atuais epotenciais foi o In<strong>do</strong>-Pacífico (30%), seguidapelo Pacífico Oriental (14%), PacíficoOcidental e Atlântico Ocidental/Caribe (cadaum com 10%), Atlântico Oriental (8%),Europa (5%), Índico e Leste da África (cadaum com 2%). A categoria “Indetermina<strong>do</strong>”representou 19% (Figura 3.1).Entre as nove espécies atualmenteconsideradas invasoras, as regiões deorigem foram o Atlântico Ocidental/Caribee o In<strong>do</strong>-Pacífico (duas espécies cada), oPacífico Oriental e Ocidental (uma espéciecada), além de três espécies cuja origembiogeográfica é desconhecida.19%2%ÍndicoIn<strong>do</strong>-Pacífico2%5%10%30%Pacífico OrientalPacífico OcidentalAtlântico OrientalAtlântico Ocidental e CaribeEuropa8%10%14%Leste da ÁfricaIndetermina<strong>do</strong>Figura 3.1: Percentual das regiões de origem biogeográfica das espécies exóticas marinhasreportadas para o Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 33


Quanto aos vetores de dispersão,26% das introduções têm como um <strong>do</strong>svetores prováveis a água de lastro. Ascorrentes marinhas são um meio naturalde transporte desde o ponto de inoculaçãooriginal em direção a outros locais da zonacosteira <strong>do</strong> país. Existem evidências de queeste vetor tenha contribuí<strong>do</strong> com 23% dasintroduções secundárias. Da<strong>do</strong> o grandenúmero de espécies <strong>do</strong> zoobentos, 20%das espécies exóticas introduzidas têma incrustação como vetor de dispersão.Outros vetores antropogênicos importantessão, em ordem decrescente: mariculturaou aquicultura (18%), processamento defrutos <strong>do</strong> mar (6%), associação com outrosorganismos e aquariofilia (3% cada) e avesmigratórias (1%) (Figura 3.2).da água de lastro. Entretanto, não há da<strong>do</strong>ssuficientes para a determinação <strong>do</strong>s vetoresde transporte da maioria destas espécies,incluin<strong>do</strong> todas as espécies <strong>do</strong> fitoplâncton e<strong>do</strong> fitobentos, assim como de duas espéciesde zoobentos.Os primeiros registros de espéciesexóticas marinhas no Brasil remontam àsdécadas de 1930 a 1970, porém é possívelque outros eventos de introdução tenhamocorri<strong>do</strong> em passa<strong>do</strong> mais remoto. Taiseventos são de difícil identificação devi<strong>do</strong>à ausência de da<strong>do</strong>s históricos e, por isso,muitas espécies precisam ser tratadas comocriptogênicas. Apenas com o uso de técnicascontemporâneas de biologia molecularpara estu<strong>do</strong> da ocorrência e dispersão dasespécies nas diferentes biorregiões esteproblema poderia ser resolvi<strong>do</strong>.Aves migratórias1% 6%3%20%23%Processamento de frutos <strong>do</strong>marAssociação com outrosorganismos3%IncrustaçãoÁgua de lastro18%Maricultura ou Aquicultura26%AquariofiliaCorrentes marinhasFigura 3.2: Percentual de ocorrência <strong>do</strong>s vetores de transporte das espécies exóticas marinhasreportadas para o Brasil.As espécies exóticas atualmenteinvasoras, ou seja, no universo das noveespécies listadas como invasoras nasTabelas 3.1 e 3.2, teriam si<strong>do</strong> introduzidasbasicamente por meio da bioincrustação eEsta é contu<strong>do</strong> uma abordagemmuito incipiente nos estu<strong>do</strong>s sobre invasõesbiológicas no Brasil.34Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


O incremento das pesquisas científicassobre introdução de espécies marinhas nopaís, a partir das décadas de 1980-1990,certamente contribuiu para o aumento nosregistros de espécies exóticas, embora <strong>do</strong>isaspectos correlatos devam ser lembra<strong>do</strong>s.Em primeiro lugar, havia uma tendênciaentre os especialistas, especialmente até adécada de 1980, em designar como simples“nova ocorrência” o registro de uma dadaespécie antes nunca encontrada no país,sem que existisse uma preocupação emaveriguar sua eventual condição de espécieexótica ou, pelo menos, criptogênica.Por outro la<strong>do</strong>, é inegável que houve umaumento significativo no volume de cargasmovimentadas pelo transporte marítimo emâmbito internacional durante os últimos 20-30 anos, incrementan<strong>do</strong> a possibilidade denovas inoculações e introduções de espécies,por incrustação e água de lastro, em regiõescosteiras de to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (Wonham & Carlton,2005), incluin<strong>do</strong> o Brasil. A aqüiculturade larga escala, com foco na exportação,também é um vetor importante deintroduções intencionais e não intencionaisque tem cresci<strong>do</strong> aceleradamente. Emsuma, o aumento no número de registrosde espécies exóticas no Brasil, nos últimosvinte anos, é conseqüência, por um la<strong>do</strong>, deum maior interesse e acurácia <strong>do</strong>s cientistasno tratamento <strong>do</strong> problema e, por outro, <strong>do</strong>aumento real da freqüência e <strong>do</strong> tamanho<strong>do</strong>s inóculos.Re f e r ê n c i aWonham, M.J.; Carlton, J.T. Trends inmarine biological invasions at local andregional sacles: the Northeast PacificOcean as a model system. Biologicalinvasions, v. 7, n. 3, p. 369-392,2005.<strong>Ambiente</strong> Marinho 35


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Foto: José Eduar<strong>do</strong> Martinelli Filho38Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 4 - Pl â n c to nMa r i a Cé l i a Villac 1Ru b e n s M. Lo p e s 1Ir m a N. G. Ri v e r a 2Ro d r i g o T. Ba s s a n e l l o 3Da n i e l a R. Cu n h a 1Jo s é Ed u a r d o Martinelli Fi l h o 1Dé b o r a B. Sa n t o s 3In t r o d u ç ã oO plâncton marinho é composto pororganismos que vivem pelo menos parte deseu ciclo de vida no ambiente pelágico, ouseja, na coluna de água. Segun<strong>do</strong> aspectosfuncionais, o plâncton pode ser dividi<strong>do</strong>em bacterioplâncton (bactérias auto eheterotróficas), fitoplâncton (microalgas),protozooplâncton (protozoários) ezooplâncton (animais - metazoários). Ouseja, no plâncton encontramos produtoresprimários, consumi<strong>do</strong>res de diversas ordense decompositores.Em função <strong>do</strong> tamanho diminuto, osorganismos que compõem a comunidadeplanctônica possuem autonomia dedeslocamento limitada, isto é, a distribuiçãoespacial das populações é determinada porbarreiras de densidade (estratificação dacoluna de água, distribuição de massasde água) e/ou pela circulação das águas(correntes costeiras, variações da maréetc.). Além destes fatores físicos, quefreqüentemente atuam como agentes detransporte e de concentração de organismos,as comunidades planctônicas se distribuemem manchas de maiores densidadespopulacionais também em função depreferências e tolerâncias a fatores abióticos(temperatura, salinidade, nutrientes, nocaso de espécies autotróficas), assimcomo a fatores bióticos determina<strong>do</strong>s porcompetição intra- e interespecífica e umamultitude de interações tróficas.Do ponto de vista dimensional,o plâncton pode ser classifica<strong>do</strong> empicoplâncton (0,2 µm – 2 µm), nanoplâncton(2 µm – 20 µm), microplâncton (20 µm– 200 µm), mesoplâncton (> 200 µm)e macroplâncton (> 2 mm) (Sieburthet al., 1978). O picoplâncton incluibactérias autotróficas (cianobactérias) eheterotróficas. O nanoplâncton é compostopor microalgas, pequenos flagela<strong>do</strong>sheterotróficos e os menores cilia<strong>do</strong>s, entreoutros grupos. O microplâncton é constituí<strong>do</strong>por cianobactérias, microalgas, vários tiposde protozoários e pequenos metazoários.O mesoplâncton pode incluir algumasmicroalgas e protozoários de grandeporte, mas é principalmente composto pormetazoários, que são também o elemento<strong>do</strong>minante no macroplâncton. Destacar oponto de vista dimensional é importante,principalmente, por <strong>do</strong>is motivos. Primeiro,porque explicita a sobreposição <strong>do</strong>s aspectosfuncionais nas diferentes escalas de tamanho.O conceito de teia alimentar, em toda suacomplexidade, se aplica perfeitamente à1Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo - IO-USP2Instituto de Ciências Biomédicas/Depto. de Microbiologia/Universidade de São Paulo - ICB-USP3Universidade de Taubaté - UNITAU<strong>Ambiente</strong> Marinho 39


dinâmica que rege as interações entre asdiversas populações planctônicas, as quaisocorrem em um ambiente tridimensionale que está em constante movimento.Em segun<strong>do</strong> lugar, porque sinaliza anecessidade de usarmos diferentes méto<strong>do</strong>sde coleta e de análise, adequa<strong>do</strong>s para cadafaixa dimensional. Com o uso de méto<strong>do</strong>sadequa<strong>do</strong>s e conhecen<strong>do</strong> seus objetivos elimitações, poderemos identificar e entãocompreender melhor possíveis lacunas nograu de conhecimento da biodiversidade <strong>do</strong>plâncton na costa brasileira.Além de conhecer a biota nativa, ahabilidade de realizar uma identificaçãoprecisa de um organismo-alvo éfundamental para apoiar nossa capacidadede avaliar se a espécie é introduzidaou não. Intuitivamente, é natural que adificuldade de distingüir os organismos sejamaior quanto menor for seu tamanho. Istoé verdade, mas não se aplica a to<strong>do</strong>s oscasos. De fato, o estu<strong>do</strong> da biodiversidadeda fração <strong>do</strong> picoplâncton, que apresentapouca variação morfológica, exige o uso deméto<strong>do</strong>s que possam verificar a diversidadefisiológica e molecular <strong>do</strong>s organismos,uma abordagem incipiente em águas dacosta brasileira. A fração <strong>do</strong> nanoplânctonapresenta um outro nível de dificuldade: 1)é essencial o uso de microscopia eletrônica,um recurso ainda restrito a poucos centrosde pesquisa no país; e 2) a grande maioria<strong>do</strong>s organismos tem formas delicadase estes precisam ser observa<strong>do</strong>s vivos,atividade que não compõe a rotina deto<strong>do</strong>s os laboratórios de plâncton. Logo, anossa habilidade em identificar e construirhipóteses de introdução para espécies <strong>do</strong>plâncton, no momento, é mais eficaz para asfrações maiores <strong>do</strong> micro- e mesoplâncton.Mas como será exemplifica<strong>do</strong> adiante,em alguns casos o uso de microscopiaeletrônica, biologia molecular e amostrasvivas também são instrumentos essenciaispara a boa taxonomia das espécies dasfrações de maior porte.Segun<strong>do</strong> a revisão de Sournia et al.(1991), existem 17 classes taxonômicasde organismos <strong>do</strong> fitoplâncton marinho,as quais englobam cerca de 4.000espécies distribuídas em aproximadamente500 gêneros. As classes taxonômicascom inúmeros (mas não exclusivos)representantes no microplâncton sãoas diatomáceas, os dinoflagela<strong>do</strong>s, ossilicoflagela<strong>do</strong>s e as cianobactérias. Outrasclasses, cujas espécies são de pequenoporte, têm alguns poucos representantesno microplâncton, como os cocolitoforídeos,clorofíceas, prasinofíceas, criptofíceas,euglenofíceas e rafi<strong>do</strong>fíceas. A categoria“fitoplâncton” trata, portanto, de umagrupamento dito artificial. O que chamamosde microalgas inclui organismos unicelularespre<strong>do</strong>minantemente fotossintetizantes,com espécies classificadas em filos e atéreinos diferentes, ou seja, cianobactériasno Reino Procariota e os demais no ReinoProtista, empregan<strong>do</strong> aqui a abordagem<strong>do</strong>s cinco reinos (Margulis & Schwartz,2001). Constituem a base da teia alimentarde ambientes aquáticos, apesar de váriasespécies serem heterotróficas facultativasou permanentemente heterotróficas.A realização da fotossíntese requerágua, dióxi<strong>do</strong> de carbono e nutrientesessenciais como nitrogênio, fósforo e, nocaso das diatomáceas, sílica. Água e dióxi<strong>do</strong>de carbono não são fatores limitantesno ambiente marinho. Em escala global,portanto, a maior produtividade primáriaé encontrada nas bordas <strong>do</strong>s continentes,especialmente em áreas de ressurgência,decorrente <strong>do</strong> aporte de nutrientes. Adistribuição vertical <strong>do</strong> fitoplâncton estárestrita ao limite da profundidade depenetração da luz, que varia sazonalmentee de local para local. As variações na40Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


intensidade da produtividade primária,no tempo e no espaço, assim como acomposição específica <strong>do</strong> fitoplâncton,estão diretamente associadas aos padrõesde distribuição <strong>do</strong> próximo nível trófico,constituí<strong>do</strong> pelo zooplâncton.O zooplâncton possui um papelfundamental nos ecossistemas marinhos,por meio de processos metabólicos quepromovem a transferência da energiafixada a partir da produção primária <strong>do</strong>fitoplâncton para organismos de nível tróficosuperior. O crescimento <strong>do</strong> fitoplânctonpode ser limita<strong>do</strong> pela atividade dealimentação <strong>do</strong>s organismos herbívorose onívoros <strong>do</strong> zooplâncton, que, por suavez, possuem uma grande importância naciclagem de nutrientes, em decorrência daexcreção de metabólitos. A produção depelotas fecais pelo zooplâncton promoveo “empacotamento” <strong>do</strong> material biogênico(fitoplâncton, microzooplâncton ou detritos),que é transporta<strong>do</strong> mais rapidamente parao assoalho marinho ou recicla<strong>do</strong> ao longo dacoluna de água, processos estes de grandesignificância nos ambientes aquáticos(Miller, 2004).A produção secundária <strong>do</strong> zooplânctoné limitada por forçantes físicas (advecçãoe turbulência), químicas (equilíbrioosmótico, substâncias tóxicas ou nocivasetc.) e biológicas (disponibilidade dealimento, predação e competição). Estasinfluências atuam em diferentes escalas detempo, varian<strong>do</strong>, para uma determinadapopulação, desde alguns segun<strong>do</strong>s adécadas. As modificações de curta escalade tempo (horas, dias) nas associaçõeszooplanctônicas estão relacionadasprincipalmente com os movimentos da maré,a drenagem continental ou com eventosoceanográficos, como a influência de águasprofundas frias e ricas em nutrientes.Nesta escala de tempo, os organismosestabelecem uma série de estratégiascomportamentais, incluin<strong>do</strong>, entre outras,a migração vertical, a competição porespaço, a busca por alimento e a fuga depreda<strong>do</strong>res (Valiela, 1984). As modificaçõesde longa escala de tempo se relacionam comas variações sazonais, interanuais e entredécadas, frequentemente ligadas a eventosclimatológicos.Como os organismos zooplanctônicospodem ser transporta<strong>do</strong>s passivamentepelas correntes marinhas, sua distribuiçãoespacial está estreitamente relacionadacom a posição geográfica e batimétrica (emtermos de profundidade) das massas deágua. A mistura ou a sobreposição verticaldas massas de água podem ainda geraráreas de transição faunística, caracterizadaspela coexistência de espécies que integramas diferentes associações. A análise deespécies indica<strong>do</strong>ras de massas de águarepresenta uma abordagem interessantepara a definição das zonas faunísticasglobais. No entanto, a sobrevivência, ocrescimento e a reprodução <strong>do</strong>s organismoszooplanctônicos não dependem apenas <strong>do</strong>sparâmetros físicos e químicos das águas.To<strong>do</strong>s os fatores biológicos e ecológicos queafetam o metabolismo <strong>do</strong> zooplâncton, comoa disponibilidade e a qualidade <strong>do</strong> alimento,a predação e os diversos tipos de simbiose,são igualmente importantes (Da<strong>do</strong>n &Boltovskoy, 1982). Assim, as espécies quepossuem exigências ecológicas semelhantesformam associações adaptadas tanto aosgradientes físicos e químicos das massasde água quanto ao seu esta<strong>do</strong> tróficocorrespondente (Omori & Ikeda, 1984;Miller, 2004).Estas constatações, derivadasde inúmeros estu<strong>do</strong>s sobre a ecologia<strong>do</strong> zooplâncton marinho, são assimfundamentais para a compreensão <strong>do</strong>sprocessos de introdução de espécies destacomunidade biológica. Assim, as chancesde estabelecimento de uma dada espécie<strong>Ambiente</strong> Marinho 41


exótica, mesmo encontran<strong>do</strong> condiçõestermohalinas ideais no ambiente de destino,poderão ser reduzidas se neste local aconcentração e o conteú<strong>do</strong> nutricional<strong>do</strong>s itens alimentares potenciais foreminadequa<strong>do</strong>s.Muitos estu<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> publica<strong>do</strong>ssobre o zooplâncton marinho no Brasil,a maioria abordan<strong>do</strong> a composiçãoespecífica, a abundância e a distribuiçãoespaço-temporal <strong>do</strong>s organismos emrelação aos parâmetros ambientais básicos,especialmente temperatura e salinidade(Lopes, 2007). Da<strong>do</strong>s sobre ecologia tróficae limites de tolerância a outros parâmetrosambientais são escassos ou inexistentes, oque dificulta o entendimento de processosde dispersão, tanto de espécies nativasquanto exóticas.Os estu<strong>do</strong>s sobre o zooplânctonmarinho estão concentra<strong>do</strong>s na costa sul esudeste <strong>do</strong> país, mas mesmo nestas regiõesexistem poucos da<strong>do</strong>s deriva<strong>do</strong>s de sérieshistóricas, o que dificulta a detecção e oentendimento de processos de introduçãoe dispersão. Por este motivo, muitasespécies <strong>do</strong>minantes <strong>do</strong> zooplâncton emáreas costeiras poderiam ser tratadas comocriptogênicas, pois ocorrem também emoutras regiões <strong>do</strong> globo.Os grupos zooplanctônicos maisabundantes e freqüentes têm si<strong>do</strong>justamente os mais estuda<strong>do</strong>s ao largo <strong>do</strong>litoral brasileiro. São eles os copépodes,cladóceros, eufausiáceos, hidrozoários(medusas e sifonóforos), quetognatos,tunica<strong>do</strong>s e moluscos pterópodes. To<strong>do</strong>sestes grupos têm participação significativano metabolismo <strong>do</strong>s ecossistemas marinhos,afetan<strong>do</strong> os processos de acúmulo e perdada biomassa fitoplanctônica e a ciclagemde nutrientes, entre outros processos. Oscopépodes são os componentes <strong>do</strong>minantes<strong>do</strong> mesozooplâncton, representan<strong>do</strong>freqüentemente entre 60 e 90% dadensidade zooplanctônica total (Brandini etal., 1997).Sí n t e s e d o s Re s u l t a d o sFi t o p l â n c t o nPara o fitoplâncton, a classificaçãode situação populacional é particularmentecontrovertida devi<strong>do</strong> aos seguintes fatores:1) os organismos têm natureza errantee um tempo de geração muito curto, demo<strong>do</strong> que estão sujeitos a alteraçõesmeteorológicas e oceanográficas queconferem grande dinamismo aos padrõesde ocorrência e distribuição espacial etemporal; e 2) escassez de estu<strong>do</strong>s comanálises de amostras vivas, o que permitiriaa detecção de organismos frágeis que nãoresistem à ação de fixa<strong>do</strong>res. Buscan<strong>do</strong>atingir maior objetividade no processode decisão, a aplicação <strong>do</strong>s critérios declassificação baseou-se em respostas àsperguntas listadas no Quadro 1.Quadro 1: Critérios para Criação de Hipótesede Introdução de Espécies <strong>do</strong> Fitoplâncton1. O primeiro registro em águas brasileirasé considera<strong>do</strong> recente com relação aoconhecimento da biodiversidade daregião?2. A espécie foi encontrada subseqüentementeno mesmo local ou em outros locais dacosta brasileira?3. A espécie é conspícua, ou seja, passível defixação e de identificação com microscopiaóptica ?4. A espécie apresenta ciclo de vida (formaçãode cisto ou de célula de resistência) e/ou característica fisiológica que lheconfere capacidade de sobrevivênciadurante transporte e adaptação paraestabelecimento/crescimento em novosambientes?42Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Quadro 1 (continuação): Critérios paraCriação de Hipótese de Introdução deEspécies <strong>do</strong> Fitoplâncton5. A espécie já causou efeitos nocivos emoutras regiões ou no próprio local ondefoi detectada em águas brasileiras? Épotencialmente forma<strong>do</strong>ra de florações?6. A ocorrência/distribuição em águasbrasileiras está associada a áreas receptorasde possíveis rotas/vetores de microalgas(portos, maricultura)?7. A biogeografia mundial é conhecida, com acronologia das ocorrências?Apenas três espécies foramconsideradas introduzidas, enquantoquatro espécies foram classificadas comocriptogênicas (Tabela 4.1). As espéciesconsideradas como introduzidas foramaquelas que se encaixaram em pelomenos seis <strong>do</strong>s critérios de inclusão,especialmente no critério 7, que permitetraçar a biogeografia <strong>do</strong> organismo. Asespécies consideradas criptogênicas seencaixaram em 4 a 6 critérios de inclusão,além de não terem biogeografia conhecida.Uma lista relativamente pequena como estarevela tão somente a dificuldade em seestabelecer evidências cabais da introduçãode uma espécie <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio planctônico.Para ilustrar o processo de construção deuma hipótese de introdução, as espéciescriptogênicas serão consideradas como umestu<strong>do</strong> de caso à parte das introduzidas.Das 3 espécies introduzidas, 2foram consideradas como invasoras e 1estabelecida (Tabelas 4.2 e 4.3).A região de origem para as trêsespécies é indeterminada ou desconhecida.Os vetores atuais de dispersão sãodesconheci<strong>do</strong>s, enquanto que os potenciaispara as três espécies são água de lastro e/ou maricultura (Tabela 4.4).Tabela 4.1: Classificação <strong>do</strong>s táxons <strong>do</strong> fitoplâncton marinho enquanto introduzi<strong>do</strong>s oucriptogênicos para o Brasil, segun<strong>do</strong> critérios específicos para este grupo taxonômico (videtexto).CritériosIn t r o d u z i d a s 1 2 3 4 5 6 7BacillariophytaCoscinodiscus wailesii x x x x x xDinoflagellataAlexandrium tamarense x x x x x xGymnodinium catenatum x x x x x xCriptogênicasRaphi<strong>do</strong>phytaHeterosigma akashiwo x x x x xDinoflagellataScrippsiella spinifera x x x x x xFragilidium subglobosum x x x xProtoperidinium compressum x x x x<strong>Ambiente</strong> Marinho 43


Tabela 4.2: Situação populacional <strong>do</strong>s táxons <strong>do</strong> fitoplâncton marinho com espécies exóticasreportadas para o Brasil.Detectada Estabelecida Invasora Total de espéciesBacillariophytaCoscinodiscaceae - - 1 1DinoflagellataGymnodiniaceae - - 1 1DinoflagellataGonio<strong>do</strong>maceae - 1 - 1TOTAL - 1 2 3Tabela 4.3: Situação populacional das espécies exóticas <strong>do</strong> fitoplâncton marinho reportadaspara o Brasil.Invasora Estabelecida DetectadaBacillariophytaCoscinodiscaceaeCoscinodiscuswailesiixDinoflagellataGonio<strong>do</strong>maceaeAlexandriumtamarensexGymnodiniaceaeGymnodiniumcatenatumxtabela 4.4: Vetores potenciais de dispersão das espécies exóticas <strong>do</strong> fitoplâncton marinhoreportadas para o Brasil.Água delastroMaricultura ouaquiculturaBacillariophyta Coscinodiscaceae Alexandrium tamarense x xDinoflagellata Gonio<strong>do</strong>maceae Coscinodiscus wailesii x xGymnodiniaceae Gymnodinium catenatum x xZo o p l â n c t o nNo caso <strong>do</strong> zooplâncton, informaçõesapresentadas nas Tabelas 4.5 e 4.6,todas as espécies exóticas prospectadaspertencem a grupos de microcrustáceos, asaber, copépodes (5 espécies) e cladóceros(1 espécie). Das 6 espécies encontradas,50% foram consideradas como detectadasem ambiente natural e a outra metadecomo estabelecidas. Entre elas, 4 espéciessão de origem In<strong>do</strong>-Pacífica e o restanteé de origem indeterminada (Tabela 4.7).Para todas as espécies introduzidas nãohá comprovação <strong>do</strong>s vetores atuais dedispersão, mas a água de lastro, correntesmarinhas e atividades ligadas à mariculturasão os vetores potenciais (Tabela 4.8).As espécies classificadas como“contidas” estão relacionadas com pesquisasem tanques de lastro de embarcaçõesatracadas em portos brasileiros e serãotratadas no tópico sobre estu<strong>do</strong>s de caso.O número de espécies criptogênicas <strong>do</strong>zooplâncton marinho é provavelmentecomparável ao <strong>do</strong> fitoplâncton, sen<strong>do</strong> asobservações feitas para aquela comunidadebiológica também válidas neste caso.Porém, um estu<strong>do</strong> pormenoriza<strong>do</strong> destasespécies não foi efetua<strong>do</strong> com relação aozooplâncton de águas costeiras <strong>do</strong> Brasil.44Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 4.5: Situação populacional <strong>do</strong>s táxons <strong>do</strong> zooplâncton marinho com espécies exóticasreportadas para o Brasil.Detectadas Estabelecidas Invasoras Total de espéciesCrustaceaCopepodaCalanoida - 2 - 2Harpacticoida 1 - - 1Cyclopoida 2 - - 2BranchiopodaOnychopoda - 1 - 1TOTAL 3 3 0 6Tabela 4.6: Espécies exóticas <strong>do</strong> zooplâncton marinho reportadas para o Brasil e sua situaçãopopulacional.Invasora Estabelecida DetectadaBranchiopoda Onychopoda Pleopis schmackeri xCopepoda CalanoidaPseu<strong>do</strong>diaptomustrihamatusxTemora turbinataxCyclopoida Apocyclops borneoensis xParacyclopinalongifurcaxHarpacticoidaPhyllopo<strong>do</strong>psyllussetoucheiensisxTOTAL 0 3 3Tabela 4.7: Local de origem das espécies exóticas marinhas <strong>do</strong> zooplâncton reportadas para o Brasil.Apocyclops borneoensisParacyclopina longifurcaPhyllopo<strong>do</strong>psyllus setoucheiensisPleopis schmackeriPseu<strong>do</strong>diaptomus trihamatusTemora turbinataIn<strong>do</strong>-PacíficoxxxxIndetermina<strong>do</strong>xxtabela 4.8: Vetores potenciais de dispersão das espécies exóticas marinhas <strong>do</strong> zooplânctonreportadas para o Brasil.Água de lastroMariculturaou aquiculturaCorrentesmarinhasApocyclops borneoensis x xParacyclopina longifurca x xPhyllopo<strong>do</strong>psyllus setoucheiensis x xPleopis schmackeri x xPseu<strong>do</strong>diaptomus trhiamatus x x xTemora turbinata x x<strong>Ambiente</strong> Marinho 45


46Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Fi c h as d a s Es péc i e s - Pl â n c to nBACILLARIOPHYTACo s c i n o d i s c u s wailesii Gr a n & An g s t , 1931Foto: Inácio Domingos Silva NetoReino: ProtistaFilo: BacillariophytaClasse: CoscinodiscophyceaeOrdem: CoscinodiscalesFamília: CoscinodiscaceaeGênero: CoscinodiscusEspécie: C. wailesiiNome popularDiatomáceaDiatomácea cêntricaDiatomCentric diatomIdiomaPortuguêsPortuguêsInglêsInglêsForma biológica: Microalga.Situação populacional: Invasora.<strong>Ambiente</strong> Marinho 47


Histórico d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie foi descrita a partir de material coleta<strong>do</strong> na costa pacífica da América <strong>do</strong>Norte (Puget Sound, Canadá) em 1931. Nesta época foi registrada em vários locais da costapacífica da América <strong>do</strong> Norte (até o sul da Califórnia) e no Japão. Somente nas décadas de80 e 90 foram encontradas nas costas da Europa e América <strong>do</strong> Sul. No Brasil, o registropublica<strong>do</strong> de sua primeira ocorrência é para a costa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná em 1983.Desde então, a espécie vem sen<strong>do</strong> detectada em uma vasta área da costa brasileira,da Bahia ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul, e já causou floração com impactos ecológicos na Baía deParanaguá (PR). Trata-se de uma espécie de grande porte e fácil identificação que dificilmentepassaria despercebida. O transporte de células viáveis por água de lastro de navios e/ou maricultura é provavelmente facilita<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à sua capacidade de formar células deresistência. Vide referências que relatam a seqüência de registros em diferentes regiões <strong>do</strong>globo em Fernandes et al. (2001), mas vide também Gomez (2008) que questiona a validadeda introdução desta espécie em mares europeus, sugerin<strong>do</strong> uma expansão natural comoresposta à variações de temperatura em grande escala temporal (neste caso, aumento dadistribuição geográfica em perío<strong>do</strong> de águas mais frias).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sDescrição morfológica da célula vegetativa em microscopia ótica segun<strong>do</strong> Hasle &Syvertsen (1997). Diatomácea planctônica, solitária, em forma de tambor, 280-500 µm dediâmetro, com numerosos cloroplastos de forma irregular. Vista cingular - dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong>foco, pode ser vista como um cilindro ou um retângulo, com altura e largura aproximadamenteiguais; valva achatada com depressão concêntrica ao manto, o qual descreve um ângulo de90º. Vista valvar - circular; área central hialina (sem perfurações); interestrias radiais apartir da área central; fasciculação irregular, formada por interestrias mais largas ou porestrias incompletas, originadas na região central da valva em uma rimopórtula (processolabia<strong>do</strong>) ou pequena área hialina; cribra visível em microscopia ótica; presença de um anelde pequenas rimopórtulas na zona entre a face valvar e o manto; presença de outro anel derimopórtulas mais próximo da margem da valva que inclui duas rimopórtulas maiores quedistam de 120º a 180º entre si; as rimopórtulas <strong>do</strong> primeiro anel são mais próximas entre si<strong>do</strong> que as <strong>do</strong> anel mais externo; as áreas hialinas são mais evidentes e regulares na região<strong>do</strong> manto <strong>do</strong> que na face valvar. Porém, vide descrição adicional em Fernandes et al. (2001)onde algumas valvas apresentam uma roseta de aréolas centrais na face valvar.Lu g a r d e o r i g e mIndetermina<strong>do</strong>. A descrição da espécie foi realizada a partir de material coleta<strong>do</strong> naságuas da costa oeste da América <strong>do</strong> Norte, Puget Sound no Canadá (Gran & Angst, 1931).Distribuição g e o g r á f i c aDistribuição segun<strong>do</strong> Fernandes et al. (2001) e o presente levantamento: regiãocosteira <strong>do</strong> Pacífico Norte (ocidental e oriental), Atlântico Norte (costa da Europa), AtlânticoSul (ocidental), incluin<strong>do</strong> o litoral brasileiro entre os Esta<strong>do</strong>s da Bahia e <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong>Sul.48Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ec o l o g i aHa b i t a t<strong>Ambiente</strong> pelágico; costeiro e estuarino; tropical e tempera<strong>do</strong>.Ab u n d â n c i aMuito variável; espécie potencialmente forma<strong>do</strong>ra de floração.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEstão destaca<strong>do</strong>s aspectos fisiológicos relevantes, associa<strong>do</strong>s à capacidade da espécieem iniciar e manter florações e/ou para sobrevivência durante o transporte em tanques deágua de lastro e/ou no sistema digestório de organismos importa<strong>do</strong>s para maricultura. Éeurihalina e euritérmica, crescen<strong>do</strong> em condições controladas de laboratório em salinidadesentre 8 e 36, assim como em temperaturas entre 1ºC e 28,5ºC (referências em Proença &Fernandes, 2004). Apesar de ser considera<strong>do</strong> um organismo de grande porte, apresentaalta taxa de crescimento e de absorção de nutrientes (referências em Proença & Fernandes,2004). Produz grande quantidade de mucilagem, poden<strong>do</strong> inibir a predação por consumi<strong>do</strong>res(Boalch & Harbour, 1977). Apresenta tolerância a grandes concentrações de metais pesa<strong>do</strong>scomo cobre, cádmio e zinco (Rick & Durselen, 1995).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA espécie apresenta as duas formas de reprodução, sexuada e assexuada. Asinformações sobre taxa de crescimento são muito variáveis e específicas às condições decultivo em laboratório. Pode formar células de resistência (registro em amostras de sedimentode ambientes naturais) que se diferenciam das células vegetativas pelo seu citoplasmaconcentra<strong>do</strong> no centro da célula; as células de resistência podem permanecer por até 15meses sem a incidência de luz, voltan<strong>do</strong> à sua atividade normal em condições favoráveis(Nagai et al., 1995). Esta espécie é potencialmente forma<strong>do</strong>ra de floração. Sua dispersãonatural ocorre por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófica.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oCosteiro, estuarino, tropical e tempera<strong>do</strong>.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mO local de origem é indetermina<strong>do</strong>. Descrição da espécie a partir de material coleta<strong>do</strong>em região costeira temperada (Puget Sound, costa oeste <strong>do</strong> Canadá).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Baía de Paranaguá, PR.Da t a: 1983 (Fernandes et al., 2001).<strong>Ambiente</strong> Marinho 49


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Transporte marítimo; maricultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; água de maricultura trazida com o organismo a sercultiva<strong>do</strong> e/ou no sistema digestório <strong>do</strong> mesmo.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Litoral da Bahia.Co n t a t o: Sylvia Maria Moreira Susini Ribeiro.Lo c a l : Litoral <strong>do</strong> Rio de Janeiro.Co n t a t o: Denise Rivera Tenenbaum.Lo c a l : Litoral de São Paulo.Co n t a t o: Rubens M. Lopes.Lo c a l : Litoral <strong>do</strong> Paraná.Contato: Felício Fernandes.Lo c a l : Litoral de Santa Catarina.Co n t a t o: Luis Antônio Oliveira Proença.Lo c a l : Litoral <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Co n t a t o: Clarisse Odebrecht e Virgínia Maria Tavano Garcia.Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sUma floração com produção de grande quantidade de mucilagem inibiu a predaçãopor consumi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> plâncton na costa sul da Inglaterra (Boalch & Harbour, 1977). Na Baíade Paranaguá, PR, a floração da espécie resultou em competição por nutrientes e exclusãotemporária de demais espécies <strong>do</strong> fitoplâncton; a produção de mucilagem pode ter inibi<strong>do</strong>a predação por consumi<strong>do</strong>res e a depleção temporária de oxigênio afetou a biota marinhaem geral (Fernandes et al., 2001). Depleção de oxigênio causada pela floração desta espécietambém foi observada na região <strong>do</strong> mar de Seto no Japão (Manabe & Ishio, 1991).50Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ec o n ô m i c o sA floração desta espécie foi associada ao entupimento de redes de pesca devi<strong>do</strong> àprodução de mucilagem, o que afetou a indústria pesqueira na costa sul da Inglaterra (Boalch& Harbour, 1977). Há registro de provável competição por nutrientes e luz com uma espéciede macroalga, Porphyra sp., em fazenda de maricultura no Japão (referências em Fryxell &Hasle, 2003).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sO impacto social pode ser um reflexo direto ou indireto <strong>do</strong> impacto econômico causa<strong>do</strong>pela floração da espécie.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.<strong>Ambiente</strong> Marinho 51


DINOFLAGELLATAAl e x a n d r i u m t a m a r e n s e (Le b o u r ) Ba l e c h, 1995Foto: Santiago FragaReino: ProtistaFilo: DinoflagellataClasse: DinophyceaeOrdem: GonyaulacalesFamília: Gonio<strong>do</strong>maceaeGênero: AlexandriumEspécie: A. tamarenseSinonímia: Gonyalax tamarensis Lebour 1925.Gonyaulax tamarensis var. excavata Braarud 1945.Gonyaulax excavata (Braarud) Balech 1971.Gessnerium tamarensis (Lebour) Loeblich III e Loeblich 1979.Protogonyaulax tamarensis (Lebour) Taylor 1979.Alexandrium excavatum (Braarud) Balech e Tangen 1985.Classificação segun<strong>do</strong> Fensome et al. (1993)Nome popularDinoflagela<strong>do</strong>DinoflagellateIdiomaPortuguêsInglêsForma biológica: Microalga.Situação populacional: Invasora.52Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Histórico d a i n t r o d u ç ã oSeqüência de eventos sintetizada em Persich (2001) e Persich et al. (2006): A presença<strong>do</strong> complexo Alexandrium tamarense+catenella+fundyense na América <strong>do</strong> Sul data <strong>do</strong>primeiro evento de PSP (Paralythic Shellfish Poisoning) que ocorreu no Chile em 1886 com apresença <strong>do</strong> morfotipo A. catenella, o único morfotipo encontra<strong>do</strong> até os dias de hoje na costaoeste <strong>do</strong> cone sulamericano. Cerca de 100 anos mais tarde, houve o primeiro registro de A.tamarense na costa leste (Península de Valdés, Argentina) durante uma floração associadaa PSP no ano de 1980, com ocorrências periódicas em águas argentinas desde então. NoUruguai, o primeiro registro se deu em 1991, também em forma de floração, que se repetiuem 1992, 1993, 1995 e 1996. No Brasil, a primeira ocorrência foi em agosto de 1996 naPraia <strong>do</strong> Cassino (RS) em concentrações consideradas altas (10 5 células por litro). Estu<strong>do</strong> dematerial <strong>do</strong> litoral <strong>do</strong> RS indica que as culturas isoladas de célula vegetativa da coluna de águae de cistos <strong>do</strong> sedimento apresentam alta produção de saxitoxina, composto responsável porPSP. A análise filogenética de 13 culturas isoladas com material <strong>do</strong> RS indicaram que o perfilgenético <strong>do</strong>s espécimes brasileiros coincide com o ribotipo defini<strong>do</strong> como “padrão norteamericano”;também é idêntico ao perfil genético <strong>do</strong> morfotipo A. tamarense uruguaio, mascom algumas pequenas diferenças quanto ao morfotipo A. catenella chileno. Consideran<strong>do</strong>que existe uma descontinuidade (águas tropicais) entre as populações <strong>do</strong> hemisfério norte ehemisfério sul, uma hipótese para explicar a atual distribuição geográfica é a introdução portransporte marítimo. A introdução inicial poderia ter si<strong>do</strong> no Chile com introdução secundáriana Argentina, ou introdução diretamente na Argentina. Uma vez no Atlântico Sul Ocidental, adistribuição em direção norte a partir da Península de Valdés coincide com o padrão local decirculação (confirma<strong>do</strong> também pela alta similaridade da assinatura molecular e <strong>do</strong> perfil detoxinas entre culturas brasileiras e uruguaias). Entretanto, não se pode descartar totalmentea possibilidade da distribuição geográfica atual ter si<strong>do</strong> moldada em épocas remotas, duranteperío<strong>do</strong> glacial que diminuiu e/ou eliminou barreiras oceanográficas naturais. Esta questãoestará esclarecida somente com o estu<strong>do</strong> de cistos em testemunhos que contenham ohistórico geológico <strong>do</strong>s locais em questão, assim como com o avanço <strong>do</strong> debate <strong>do</strong>s aspectostaxonômicos <strong>do</strong> complexo Alexandrium tamarense+catenella+fundyense. Na ausência destasevidências, a hipótese de introdução é a que apresenta melhor sustentação no momento.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sDescrição da célula vegetativa em microscopia ótica segun<strong>do</strong> Taylor et al. (2003):Dinoflagela<strong>do</strong> teca<strong>do</strong>, solitário (comprimento = 22-51 µm ; transdiâmetro = 17-44 µm) ouforman<strong>do</strong> par de células; com forma pentagonal, a epiteca pode parecer como se tivesse“ombros” e o lobo posterior esquer<strong>do</strong> pode ser ligeiramente maior que o direito; cíngulocom defasagem na porção ventral voltada para a esquerda, equivalente à largura <strong>do</strong> própriocíngulo; citoplasma inclui núcleo alonga<strong>do</strong> em forma de “C” e cloroplastos. Tabulaçãoe detalhes <strong>do</strong> gênero: Po, 4’, 6’’, 6c, 9-11s, 5’’’,1p, 1’’’’; complexo <strong>do</strong> poro apical (CPA)apresenta uma placa triangular (Po) e uma abertura em forma de vírgula na porção maisinterna. Detalhes da espécie: a 1’ toca o CPA que varia de um triângulo largo a um triânguloestreito; as margens da 1’ (com 5 la<strong>do</strong>s) são relativamente retas, embora a superior direitapossa ser curva; presença de poro acessório na Po e também na placa posterior <strong>do</strong> sulcoquan<strong>do</strong> as células estão em pares; placa anterior <strong>do</strong> sulco é estreita com uma curvatura.<strong>Ambiente</strong> Marinho 53


Descrição <strong>do</strong> cisto em microscopia ótica segun<strong>do</strong> Matsuoka & Fukuyo (2003): célulacilíndrica com extremidades arre<strong>do</strong>ndadas (38-56 µm de comprimento e 23-32 µm delargura), sem ornamentações, com arqueópilo em forma de fenda (pouco conheci<strong>do</strong> emdetalhe); idêntico a cistos de A. catenella, sen<strong>do</strong> necessária a germinação para identificaçãoprecisa. Esta espécie pertence a um complexo que inclui A. catenella e A. fundyense, devi<strong>do</strong>à dificuldade na análise de características morfológicas, genéticas e ecofisiologia de produçãode ficotoxinas (Scholin, 1998). Entretanto, vide discussão que aprofunda e contesta estavisão em Lilly et al. (2007).Lu g a r d e o r i g e mIndetermina<strong>do</strong>. Descrição da espécie (então como Gonyaulax tamarensis) a partir dematerial das águas <strong>do</strong> estuário <strong>do</strong> rio Tamar no Canal da Mancha, Inglaterra (Lebour, 1925;mas vide Balech, 1995).Distribuição g e o g r á f i c aDistribuição mundial segun<strong>do</strong> Taylor et al. (2003) e Lilly et al. (2007) / distribuiçãono Brasil segun<strong>do</strong> Proença & Fernandes (2004): região costeira <strong>do</strong> Pacífico Norte (ocidentale oriental), In<strong>do</strong>-Pacífico, Austrália e Nova Zelândia, Pacífico Sul Oriental (Chile), Caribe(Venezuela), Atlântico Norte (ocidental e oriental), Atlântico Sul Oriental (África <strong>do</strong> Sul) eAtlântico Sul Ocidental (Argentina, Uruguai e sul <strong>do</strong> Brasil: Paraná e Rio Grande <strong>do</strong> Sul).Ec o l o g i aHa b i t a t<strong>Ambiente</strong> pelágico; costeiro e estuarino; tropical e tempera<strong>do</strong>.Ab u n d â n c i aMuito variável; espécie potencialmente forma<strong>do</strong>ra de floração.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEstão destaca<strong>do</strong>s aspectos fisiológicos relevantes, associa<strong>do</strong>s à capacidade da espécieem iniciar e manter florações e/ou para sobrevivência durante o transporte em tanquesde água de lastro e/ou no sistema digestório de organismos importa<strong>do</strong>s para maricultura.Esta espécie possui caráter euritérmico e eurihalino, o que justifica sua ampla distribuiçãomundial (Taylor apud Persich, 2001); entretanto, vide debate sobre distribuição geográficae a existência de espécies crípticas em Lilly (2007). Tem capacidade de formar cistos deresistência (Matsuoka & Fukuyo, 2003).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada e assexuada. Informações sobre taxa de crescimento são muito variáveise específicas às condições de cultivo em laboratório. Tem capacidade de formar cistos deresistência (Matsuoka & Fukuyo, 2003). Espécie potencialmente forma<strong>do</strong>ra de floração.Dispersão natural por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófico.54Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oCosteiro, estuarino, tropical e tempera<strong>do</strong>.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mO local de origem é indetermina<strong>do</strong>. Descrição da espécie a partir de material coleta<strong>do</strong>em região costeira temperada (Plymouth, Inglaterra).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio Grande, RS.Da t a: 1996 (Odebrecht et al., 1997).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Transporte marítimo; maricultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; água de maricultura trazida com o organismo a sercultiva<strong>do</strong> e/ou no sistema digestório <strong>do</strong> mesmo.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Litoral <strong>do</strong> Paraná.Co n t a t o: Luciano Felício Fernandes.Lo c a l : Litoral <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Co n t a t o: Clarisse Odebrecht e Virgínia Maria Tavano Garcia.Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sHá inúmeros casos relata<strong>do</strong>s para diferentes regiões costeiras <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sobre floraçãodesta espécie associada ao potencial de afetar a biota marinha devi<strong>do</strong> à depleção de oxigênioe exclusão temporária de outras espécies de fitoplâncton (Hallegraeff et al., 2003). Impactoainda não relata<strong>do</strong> no Brasil.Ec o n ô m i c o sPerigo potencial de contaminação de recursos pesqueiros (moluscos, crustáceos)de importância econômica com ficotoxinas e conseqüentes perdas econômicas devi<strong>do</strong> àsuspensão de consumo e comercialização destes produtos (Hallegraeff et al., 2003). Impacto<strong>Ambiente</strong> Marinho 55


ainda não relata<strong>do</strong> no Brasil. Entretanto, existe risco em potencial: as 13 culturas isoladascom material da costa <strong>do</strong> RS apresentaram altas concentrações de ficotoxinas (Persich etal., 2006).Na s a ú d eProduz ficotoxina que pode acumular em certos organismos marinhos como moluscose crustáceos que servem de vetor para demais níveis tróficos; em animais de sangue quente,causa a intoxicação por PSP (Paralythic Shellfish Poisoning), com os seguintes sintomasclínicos: diarréia, náusea, vômito, amortecimento da boca e lábios, fraqueza, dificuldade defala e parada respiratória (Hallegraeff et al., 2003). Impacto ainda não relata<strong>do</strong> no Brasil,mas vide risco em potencial em “impactos econômicos”.Sociais e c u l t u r a i sO impacto social pode ser um reflexo direto ou indireto <strong>do</strong> impacto econômico e <strong>do</strong>impacto na saúde causa<strong>do</strong> pela floração da espécie. Impacto ainda não relata<strong>do</strong> no Brasil,mas vide risco em potencial em “impactos econômicos”.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.56Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Gy m n o d i n i u m c a t e n a t u m Gr a h a m, 1943Foto: Luciano Felício FernandesReino: ProtistaFilo: DinoflagellataClasse: DinophyceaeOrdem: GymnodinialesFamília: GymnodiniaceaeGênero: GymnodiniumEspécie: G. catenatumClassificação segun<strong>do</strong> Fensome et al. (1993)Nome popularDinoflagela<strong>do</strong>DinoflagellateIdiomaPortuguêsInglêsForma biológica: Microalga.Situação populacional: Estabelecida.Histórico d a i n t r o d u ç ã oSeqüência de eventos sintetizada em Hallegraeff & Fraga (1998) e Proença & Fernandes(2004): A espécie foi citada pela primeira vez em 1940 para o Golfo da Califórnia e encontradanovamente em 1962 no Mar <strong>do</strong> Prata na Argentina. A partir da década de 1970, o númerode ocorrências aumentou em freqüência e distribuição geográfica, inclusive no AtlânticoSul Ocidental, no Uruguai em 1992. No Brasil, a primeira citação foi para Santa Catarinaem 1998, mas sua presença também já foi constatada nos litorais de São Paulo, Paranáe Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Há um consenso de que a expansão desta espécie está associadaà eutrofização <strong>do</strong> ambiente costeiro, ao aquecimento global e ao transporte por água delastro, sen<strong>do</strong> que estes fatores podem estar agi<strong>do</strong> individualmente ou de forma conjunta.Os argumentos que favorecem a hipótese de introdução no Brasil são o fato de ser umaespécie conspícua (de grande porte, que forma cadeia de células) e apresentar capacidadede formação de cistos de resistência.<strong>Ambiente</strong> Marinho 57


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sDescrição da célula vegetativa em microscopia ótica segun<strong>do</strong> Taylor et al. (2003):Dinoflagela<strong>do</strong> ateca<strong>do</strong>, forma<strong>do</strong>r de cadeias, normalmente de 4, 8 ou 16 células,ocasionalmente mais longas. Quan<strong>do</strong> solitária, a célula tem 34-65 µm de comprimento e27-43 µm de transdiâmetro; quan<strong>do</strong> em cadeia, as células têm 23-60 µm de comprimentoe 27-43 µm de transdiâmetro, mas as células terminais têm dimensões mais parecidascom as de uma célula solitária. A hipoteca é maior que a epiteca que pode ser truncada,arre<strong>do</strong>ndada ou cônica. O núcleo é localiza<strong>do</strong> na porção central da célula e os cloroplastossão numerosos, com pirenóides conspícuos. O cíngulo encontra-se na região equatorial dacélula, descreven<strong>do</strong> uma espiral descendente com um deslocamento de 1/5 <strong>do</strong> comprimentototal da célula. O sulco se estende da porção antapical até a apical na qual existe umadepressão semi-circular voltada para o senti<strong>do</strong> anti-horário.Descrição <strong>do</strong> cisto em microscopia ótica segun<strong>do</strong> Matsuoka & Fukuyo (2003): Célulaesférica (36-62 µm de diâmetro), de cor marrom escura a avermelhada, sem ornamentações(espinhos), mas com estruturas reticuladas; arqueópilo em forma de fenda.Lu g a r d e o r i g e mIndetermina<strong>do</strong>. A descrição da espécie foi realizada a partir de material coleta<strong>do</strong> naságuas <strong>do</strong> Golfo da Califórnia, México (Graham, 1943).Distribuição g e o g r á f i c aDistribuição mundial segun<strong>do</strong> Taylor et al. (2003); distribuição no Brasil segun<strong>do</strong>Proença & Fernandes (2004) e Odebrecht et al. (2007): região costeira <strong>do</strong> Pacífico Norte(ocidental e oriental), In<strong>do</strong>-Pacífico, Austrália e Nova Zelândia, Caribe (México, Venezuela),Atlântico Norte (Portugal e Espanha) e Atlântico Sul (ocidental) na Argentina e no litoralbrasileiro entre os Esta<strong>do</strong>s de São Paulo e Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Ec o l o g i aHa b i t a t<strong>Ambiente</strong> pelágico, costeiro, tropical e tempera<strong>do</strong>.Ab u n d â n c i aMuito variável; espécie potencialmente forma<strong>do</strong>ra de floração.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEstão destaca<strong>do</strong>s aspectos fisiológicos relevantes, associa<strong>do</strong>s à capacidade da espécieem iniciar e manter florações e/ou para sobrevivência durante o transporte em tanques deágua de lastro e/ou no sistema digestório de organismos importa<strong>do</strong>s para maricultura. Aespécie apresenta faixas de tolerância bastante amplas quanto à variação de temperatura,porém distintas para as populações de regiões temperadas e tropicais, determinan<strong>do</strong> aexistência de diferentes ecotipos (Hallegraeff & Fraga, 1998).58Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada e assexuada. Informações sobre taxa de crescimento são muito variáveise específicas às condições de cultivo em laboratório. Tem capacidade de formar cistos deresistência (Matsuoka & Fukuyo, 2003). Crescimento com formação de cadeia de células.Espécie potencialmente forma<strong>do</strong>ra de floração. Dispersão natural por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófico.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oCosteiro, tropical e tempera<strong>do</strong>.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mO local de origem é indetermina<strong>do</strong>. Descrição da espécie a partir de material coleta<strong>do</strong>em região costeira subtropical (Golfo da Califórnia, México).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Armação <strong>do</strong> Itapocoroy, SC.Da t a: 1998 (Proença et al., 2001).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Transporte marítimo; maricultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; água de maricultura trazida com o organismo a sercultiva<strong>do</strong> e/ou no sistema digestório <strong>do</strong> mesmo.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Litoral de São Paulo.Co n t a t o: Rubens M. lopes.Lo c a l : Litoral <strong>do</strong> Paraná.Co n t a t o: Luciano Felício Fernandes.Lo c a l : Litoral de Santa Catarina.Co n t a t o: Luis Antônio Oliveira Proença.Lo c a l : Litoral <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Co n t a t o: Clarisse Odebrecht e Virgínia Maria Tavano Garcia.Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 59


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sHá inúmeros casos relata<strong>do</strong>s para diferentes regiões costeiras <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sobre floraçãodesta espécie associada ao potencial de afetar a biota marinha devi<strong>do</strong> à depleção de oxigênioe exclusão temporária de outras espécies de fitoplânton (Hallegraeff et al., 2003). Impactoainda não relata<strong>do</strong> no Brasil.Ec o n ô m i c o sPerigo potencial de contaminação de recursos pesqueiros (moluscos, crustáceos)de importância econômica com ficotoxinas e conseqüentes perdas econômicas devi<strong>do</strong> àsuspensão de consumo e comercialização destes produtos (Hallegraeff et al., 2003). Impactoainda não relata<strong>do</strong> no Brasil.Na s a ú d eProduz ficotoxina que pode acumular em certos organismos marinhos como moluscose crustáceos que servem de vetor para demais níveis tróficos; em animais de sangue quente,causa a intoxicação por PSP (Paralythic Shellfish Poisoning), com os seguintes sintomasclínicos: diarréia, náusea, vômito, amortecimento da boca e lábios, fraqueza, dificuldade defala e parada respiratória (Hallegraeff et al., 2003). Impacto ainda não relata<strong>do</strong> no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sO impacto social pode ser um reflexo direto ou indireto <strong>do</strong> impacto econômico e <strong>do</strong>impacto na saúde causa<strong>do</strong> pela floração da espécie. Impacto ainda não relata<strong>do</strong> no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMecânico:Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Biológico: Desconheci<strong>do</strong>.60Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


BRANCHIOPODAPl e o p i s s c h m a c k e r i (Po p p e, 1889)Figura: Onbé, 1999Reino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaOrdem: OnychopodaFamília: Po<strong>do</strong>nidaeGênero: PleopisEspécie: P. schmackeriSinonímia: Po<strong>do</strong>n schmackeri Poppe, 1889.Nome popularCladócero, pulga d’águaIdiomaPortuguêsForma biológica: Microcrustáceo.Situação populacional: Estabelecida.Histórico d a i n t r o d u ç ã oFoi registrada primeiramente por Rocha (1985) em 24 de junho de 1983 no estuário<strong>do</strong> rio Una <strong>do</strong> Prela<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> desde então relatada em diversos estu<strong>do</strong>s sobre zooplânctonda costa sul – sudeste (Lopes et al., 2006).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCorpo hemisférico com pequena depressão cervical, furca caudal delgada e pontiaguda(Fryer, 1987).<strong>Ambiente</strong> Marinho 61


Antena: artículos <strong>do</strong> exópo<strong>do</strong> 4, com fórmula das cerdas: 0,1,2,4. Exópo<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sapêndices torácicos de 1 a 4 com fórmula para cerdas: 4,4,4,2 (Poppe, 1889), caractereutiliza<strong>do</strong> para diferenciar as espécies dentro <strong>do</strong> gênero. Comprimento total: 0,34-0,87 mmnas fêmeas, 0,43-0,46 mm nos machos (basea<strong>do</strong> em apenas 2 exemplares) (Kim & Onbé,1989b).Lu g a r d e o r i g e mDescrição original a partir de material encontra<strong>do</strong> no Oceano Pacífico, em Hong Kong(Poppe, 1889). Distribuição anteriormente restrita ao In<strong>do</strong>-Pacífico (Onbé, 1983).Distribuição g e o g r á f i c aSegun<strong>do</strong> Egloff et al. (1997) a espécie é amplamente distribuída em águas neríticase sistemas oceânicos. Ocorre em águas costeiras <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico como Tolo Harbour, HongKong; baía de Daya na China, ao sul <strong>do</strong> Vietnã até a costa norte <strong>do</strong> Japão e a corrente deKuroshio. Há registros esporádicos no Mar Vermelho e na costa de Madagascar. (Onbé,1983).No Brasil, é encontrada na região sul (Resgalla Jr. & Montú, 1993) e sudeste emáguas costeiras e estuarinas em Cananéia, São Paulo e Baía de Guanabara, Rio de Janeiro(Marazzo, 2002).Ec o l o g i aHa b i t a tÁguas costeiras de regiões tropicais e temperadas e estuarinas. Também encontradaem águas oceânicas (Onbé, 1999).Ab u n d â n c i aEgloff et al. (1997) encontraram abundância de 10-17 indivíduos m-³ na costa <strong>do</strong>Japão, enquanto Kim & Onbé (1989b) descreveram valores entre 0 e 79 indivíduos m-³ entrea costa <strong>do</strong> Japão e China. Wong et al. (2004) observaram 30 indivíduos m-³ na Enseada deTolo em Hong Kong.Há poucos da<strong>do</strong>s para a costa brasileira. A espécie tem si<strong>do</strong> observada na plataformacontinental Sul-Sudeste, atingin<strong>do</strong> densidades de até 44 indivíduos m-³ (Martinelli Filho,2007). É a espécie menos abundante de cladócero marinho nas regiões costeiras estudadas,apesar de amplamente distribuída.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEspécie planctônica encontrada em águas costeiras. Ciclo de vida curto; ovos deresistência são produzi<strong>do</strong>s por outras espécies <strong>do</strong> gênero e provavelmente por esta. Wong etal., (2004) verificaram diferenças significativas na distribuição de fêmeas partenogenéticasem estágio avança<strong>do</strong> de desenvolvimento <strong>do</strong>s embriões (estágio 4) entre o dia e a noite,sen<strong>do</strong> mais abundantes durante a noite e ausentes no início da manhã. Tal comportamentoevitaria a localização visual pelos preda<strong>do</strong>res (peixes), já que fêmeas porta<strong>do</strong>ras de embriõespodem ser mais facilmente notadas <strong>do</strong> que aquelas que não carregam embriões.62Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada e assexuada. As fêmeas são partenogênicas, capazes de gerar até 19embriões por ninhada (Tang et al. 1993), sen<strong>do</strong> os valores mais comuns entre 3 e 7 (Kim& Onbé, 1989b), sem haver fecundação. Também é freqüente o fenômeno da pe<strong>do</strong>gênese,no qual embriões maduros já portam blástulas de novos embriões. As fêmeas podem aindase diferenciar em machos, possibilitan<strong>do</strong> a ocorrência da reprodução sexuada (mais rara), aqual gera fêmeas gametogênicas. Em espécies como P. polyphemoides esse tipo de fêmeapode gerar ovos de resistência, que são deposita<strong>do</strong>s no substrato. O desenvolvimento édireto. O número de embriões gera<strong>do</strong>s pela gametogênese atinge um valor máximo de 8embriões por fêmeas para P. polyphemoides, enquanto que nas fêmeas partenogênicas, 4 a6 embriões são incuba<strong>do</strong>s.Em águas tropicais, o fenômeno da pe<strong>do</strong>gênese não é observa<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> ao metabolismoeleva<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> o desenvolvimento acelera<strong>do</strong> <strong>do</strong>s embriões. A dispersão natural ocorrepor correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oOnívoro. Po<strong>do</strong>nídeos podem se alimentar capturan<strong>do</strong> presas numa classe de tamanhoque varia entre 20 a 170 μm (Onbé, 1983). Foram registra<strong>do</strong>s como itens alimentarespara o gênero Pleopis dinoflagela<strong>do</strong>s como Ceratium sp., diatomáceas como Chaetoceros,Thalassiosira, Cyclotella e Coscinodiscus, além de náuplios e juvenis de copépodes. Estu<strong>do</strong>srealiza<strong>do</strong>s com Pleopis polyphemoides registraram predação sobre cilia<strong>do</strong>s e microflagela<strong>do</strong>sdiversos.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oPlataforma continental e estuários.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mIndivíduos encontra<strong>do</strong>s entre 19 e 37,2 de salinidade e temperaturas de 17° a 30,4°C(Kim & Onbé, 1989a; Tang et al., 1993).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Estuário <strong>do</strong> rio Una <strong>do</strong> Prela<strong>do</strong>, Estação Ecológica de Juréia-Itatins, litoral Sul<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo (Rocha, 1985), porém o ponto inicial de introdução pode ter si<strong>do</strong>outra área adjacente ou mesmo distante <strong>do</strong> local de primeiro registro.Da t a: 1983.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; transporte marítimo;Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.<strong>Ambiente</strong> Marinho 63


Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lNão está devidamente estudada. Existem registros de ocorrência da espécie no litoral<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo na Estação Ecológica Juréia-Itatins, em Cananéia e na plataformacontinental adjacente à Baixada Santista; litoral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, na baía deGuanabara e águas adjacentes.Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEventuais alterações na comunidade planctônica endêmica <strong>do</strong>s ecossistemas costeirose estuarinos.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.64Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


COPEPODAPs e u d o d i a p t o m u s t r i h a m a t u s (Wr i g h t , 1937)Foto: José Eduar<strong>do</strong> Martinelli FilhoReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaOrdem: CalanoidaFamília: Pseu<strong>do</strong>diaptomidaeGênero: Pseu<strong>do</strong>diaptomusEspécie: P. trihamatusSinonímia: Diaptomus trihamatus Wright, 1937.Mazellina galleti Rose, 1957.Nome popularCopépodeIdiomaPortuguêsForma biológica: Microcrustáceo.Situação populacional: Estabelecida.Histórico d a i n t r o d u ç ã oO copépode Pseu<strong>do</strong>diaptomus trihamatus foi registra<strong>do</strong> pela primeira vez na América<strong>do</strong> Sul no ano de 1977 em viveiros de camarão marinho (Medeiros, 2004). É a única espéciede zooplâncton com maior certeza quanto ao vetor de introdução: há grande probabilidadedesse copépo<strong>do</strong> ter vin<strong>do</strong> para o Brasil associa<strong>do</strong> ao transporte <strong>do</strong> camarão comercialPenaeus mono<strong>do</strong>n adquiri<strong>do</strong> nas Filipinas pela empresa de pesquisa agropecuária <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte (EMPARN), que os colocou em viveiros às margens <strong>do</strong> rio Potengí.A dispersão ocorreu na direção nordeste através de correntes marinhas. A expansão para osul ocorreu possivelmente através de uma nova introdução, pela empresa CAMANOR, quecultivou o camarão P. mono<strong>do</strong>n em Canguaretama (RN) em 1985.<strong>Ambiente</strong> Marinho 65


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sDescrição original em Wright (1937). Segun<strong>do</strong> Grindley (1981) e Walter (1987), P.trihamatus faz parte de um complexo de 5 espécies (grupo hialinus) que possuem en<strong>do</strong>poditona perna 5 (P5) direita <strong>do</strong> macho, enquanto que o mesmo é ausente ou extremamentereduzi<strong>do</strong> na perna esquerda. Espécies desse grupo possuem diversos caracteres taxonômicosna P5 <strong>do</strong> macho e são caracterizadas pela presença de uma projeção alongada no primeiroartículo da P5 direita. Para as fêmeas, o primeiro exopodito da P5 é duas vezes mais longo <strong>do</strong>que o segun<strong>do</strong>. Walter (1984) ainda subdivide o grupo hialinus em <strong>do</strong>is subgrupos: o aurivillie o trihamatus, sen<strong>do</strong> que esse segun<strong>do</strong> é defini<strong>do</strong> pela presença de uma membrana hialinaincisiva presente no segun<strong>do</strong> exopodito da P5 esquerda, espinhos externos <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>exopodito da P5 direita são largos e podem possuir espinhos medianos e o endópo<strong>do</strong> deambas as P5 possuem projeções digitiformes maiores e mais alongadas.Lu g a r d e o r i g e mÁguas costeiras, estuários e lagoas salinas <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico.Distribuição g e o g r á f i c aÁguas costeiras, estuários e lagoas salinas <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico, Japão (Oka et al., 1991)e <strong>do</strong> litoral Norte e Nordeste brasileiro, nos esta<strong>do</strong>s da Bahia (Aquino et al., 2007) <strong>do</strong> Cearáe Rio Grande <strong>do</strong> Norte (Medeiros et al., 2002).Ec o l o g i aHa b i t a t<strong>Ambiente</strong>s estuarinos, costeiros e lagoas hipersalinas.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /e c o f i s i o l o g i aPseu<strong>do</strong>diaptomus trihamatus é considerada uma espécie eurihalina, ocorren<strong>do</strong>em salinidades varian<strong>do</strong> de 18 a 70. Alguns espécimes registra<strong>do</strong>s no Brasil continhamectoparasitas como cilia<strong>do</strong>s e isópodes epicarídeos (Medeiros et al., 2006). Os náuplioslevam cerca de 5 dias para atingir a fase de copepodito (Oliveira et al., 2000).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão natural ocorre por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oA espécie é onívora e detritívora.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oÁguas costeiras, estuários e lagoas salinas.66Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mAs temperaturas <strong>do</strong> local de origem variam entre 26 e 30°C e a salinidade é similar àencontrada nos ambientes costeiros e estuarinos no Brasil, especialmente no Norte/Nordeste(Medeiros et al., 2006).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional, associa<strong>do</strong> a outros organismos (camarãoPenaeus mono<strong>do</strong>n importa<strong>do</strong> para fins de cultivo).Lo c a l : Estuário <strong>do</strong> Rio Potengí, Natal, RN (Medeiros, 1983).Da t a: 1977.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura; água de lastro.Atuais: Aquicultura.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura; água de lastro e correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lO limite norte da distribuição está atualmente situa<strong>do</strong> em Barroquinha, Ceará(3°02’12’’S, 41°24’32’’W) e o limite sul na baía de Camamu, Bahia (13°54’29’’S, 39°05’44’’)(Medeiros et al., 2006; Aquino et al., 2007), sen<strong>do</strong> a espécie registrada no estuário <strong>do</strong> RioPotengí (Natal, Rio Grande <strong>do</strong> Norte) (Faustino, 2005; Henriques, 2003; Medeiros et al.,1991), complexo lagunar de Guaraíra, (Georgino Avelino, Natal), estuário <strong>do</strong> rio Curimataú(praia <strong>do</strong> Tibau, limite com o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará) e no estuário de Galinhos ( Norte <strong>do</strong> Potengí,Rio Grande <strong>do</strong> Norte), (Pereira, 2003), nos esta<strong>do</strong>s de PE e PB (Henriques et al., 2004).Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sProvável competição com espécies endêmicas e congenéricas como P. marshi, P. acutuse P. richardi, já que a espécie estabelecida ocorre na mesma faixa de salinidade. Porém, nãohá informações ou estu<strong>do</strong>s sobre os organismos afeta<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 67


Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.68Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Te m o r a t u r b i n a t a Da n a , 1849Foto: José Eduar<strong>do</strong> Martinelli FilhoReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaOrdem: CalanoidaFamília: TemoridaeGênero: TemoraEspécie: T. turbinataNome popularCopépodeIdiomaPortuguêsForma biológica: Microcrustáceo.Situação populacional: Estabelecida.Histórico d a i n t r o d u ç ã oA introdução ocorreu provavelmente por meio de deslastre de navios, porém não háelementos que permitam traçar as características exatas <strong>do</strong> processo de introdução.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sTemora: Região anterior <strong>do</strong> prossomo é a mais larga <strong>do</strong> corpo, 4° e 5° somitos,pedígeros fusiona<strong>do</strong>s, urossomo composto por 3 somitos, segmento genital fortementeprotuberante ventralmente, ramo caudal alonga<strong>do</strong>, perna 5 unirreme e composta por 3segmentos.Temora turbinata: Seta terminal caudal espessada, espinho interno ao segmentoterminal da Perna 5 consideravelmente menor e menos espesso que os outros espinhosterminais. O tamanho das fêmeas varia de 1,05-1,61 mm e o <strong>do</strong> macho 0,93-1,56 mm.(Bradford-Grieve et al., 1999). O padrão de distribuição <strong>do</strong>s órgãos integumentares édiferente nas espécies de Temora, principalmente no cefalossoma (Bradford, 1977).<strong>Ambiente</strong> Marinho 69


Lu g a r d e o r i g e mIndetermina<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c aAmplamente distribuída em águas tropicais, subtropicais e temperadas <strong>do</strong>s OceanosAtlântico, Pacífico e Índico, exceto no nordeste <strong>do</strong> Pacífico (Vervoort, 1965). No Brasil ocorreem toda a extensão da zona costeira.Ec o l o g i aHa b i t a tConsiderada uma espécie costeira (Jillett, 1971 e Bowman, 1971), também ocorren<strong>do</strong>em estuários, regiões externas da plataforma continental e, ocasionalmente, em áreasoceânicas. Sua distribuição é circunglobal em águas quentes (tropicais e subtropicais). Adistribuição vertical é epipelágica. Segun<strong>do</strong> Lopes et al. (1999), T. turbinata pode ocorrertanto em água costeira, como em Água Tropical da Corrente <strong>do</strong> Brasil e na Água Central <strong>do</strong>Atlântico Sul.Ab u n d â n c i aNa plataforma continental interna <strong>do</strong> Paraná, Sartori (2000) encontrou uma abundânciamédia total de 406 indivíduos m -3 , sen<strong>do</strong> os valores mais eleva<strong>do</strong>s durante os meses deverão. O valor máximo encontra<strong>do</strong> pela autora foi de 1.700 indivíduos m -3 no mês defevereiro de 1997. Ainda para o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, no setor euhalino da baía de Paranaguá,Abrahão (2000) registrou valores de até 2.500 indivíduos m -3 . Lopes et al. (1998) tambémapresentaram valores de abundância relativa para a espécie em diferentes setores da baía deParanaguá, sen<strong>do</strong> a abundância máxima 45.000 indivíduos m -3 durante o inverno de 1993.Constituiu cerca de 8,3% da comunidade zooplanctônica no Complexo Estuarino Lagunarde Cananéia-Iguape (São Paulo), com abundância varian<strong>do</strong> de 2.000 a 7.200 indivíduos m -3 .Maiores abundâncias foram encontradas quan<strong>do</strong> a salinidade foi mais alta (Ara, 2002).Já em São Sebastião (São Paulo) Sant´Anna (2000), verificou que a abundânciade T. turbinata, junto com a espécie congenérica T. stylifera, não ultrapassou 5% <strong>do</strong>mesozooplâncton total. Na Praia <strong>do</strong> Segre<strong>do</strong>, São Sebastião (São Paulo) De La Rocha (1998)encontrou abundância média de 20 indivíduos m -3 , sen<strong>do</strong> a máxima 267 no mês de abrilde 1996. Para a região de Ubatuba (São Paulo), foi encontrada uma abundância média de1.200 ± 946,5 indivíduos m -3 , consideran<strong>do</strong> 10 coletas distribuídas nos meses de janeiro efevereiro de 2007 (Mauro de Melo Júnior, comunicação pessoal). Na região compreendidaentre a Ilha de São Sebastião e Peruíbe (São Paulo) foi registrada média para o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>inverno de 45 indivíduos m -3 e para o verão de 280 indvíduos m -3 (Miyashita, 2007). Aindapara o Esta<strong>do</strong> de São Paulo, na plataforma continental adjacente a Santos, foi encontra<strong>do</strong>no inverno de 2005 um mínimo de 4 e um máximo de 445 indivíduos m -3 e para o verão de2006, um mínimo de 33 e um máximo de 1.900 indivíduos m -3 .Entre a região de Cabo Frio e Cabo de São Tomé , Rio de Janeiro, valores de abundânciageralmente abaixo de 100 indivíduos m -3 foram encontra<strong>do</strong>s, embora valores altos como6.900 indivíduos m -3 também tenham si<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s (Lopes et al., 1999). Ainda segun<strong>do</strong>70Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


os autores a abundância de T. turbinata decresce com a distância da costa. Para a mesmaregião, verificou-se um valor máximo de 1.300 indivíduos m -3 na camada de 0-20 m deprofundidade, durante o verão (Cunha, 2008).No esta<strong>do</strong> de Pernambuco (Baía de Suape) foi relata<strong>do</strong> um valor médio de 93 indivíduosm -3 durante a estação seca e chuvosa de 1997/1998 (Silva et al., 2004), valor superior ao deT. stylifera. Para setores mais externos <strong>do</strong>s estuários <strong>do</strong>s rios Piauí e Fun<strong>do</strong>, Araújo (1996)encontrou entre 22 e 59 indivíduos m -3 . Esses da<strong>do</strong>s foram obti<strong>do</strong>s para os anos de 1985e 1986, provável início da introdução de T. turbinata. No esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará (Sistema Caeté),Krumme e Liang (2004) encontraram um máximo de 8 indivíduos m -3 .Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aSegun<strong>do</strong> Ara (2002), T. turbinata ocorre em Cananéia sob uma ampla variaçãoambiental, porém é mais numerosa onde a temperatura é inferior a 24°C, salinidade superiora 20 e concentrações de clorofila menores <strong>do</strong> que 8 µg L - 1 . Não apresentou preferências comrelação à altura da maré. A espécie foi encontrada na Lagoa <strong>do</strong>s Patos (RS) em salinidadesentre 4 a 31 (Muxagata & Gloeden, 1995). Araújo e Montú (1993) encontraram a espécie emáguas mais quentes, alcançan<strong>do</strong> 28°C na superfície e salinidade de 32. Eskinazi-Sant’Anna &Björnberg (1995) encontraram a espécie em salinidades entre 22 e 37 e temperatura médiade 26°C. Cunha (2008) associou alta abundância de T. turbinata com baixas temperaturase alta concentração de clorofila na Plataforma Continental Sudeste <strong>do</strong> Brasil, enquanto quea espécie congenérica T. stylifera ocupou regiões mais oceânicas e sua abundância não foiinfluenciada pelo aumento na concentração de clorofila.Bi o m a s s aEm Cananéia, Ara (2002) determinou a biomassa <strong>do</strong>s diferentes estágios de copepoditos(não inclui os ovos e estágios naupliares). Os valores variaram de 0,0012 a 15,15 mg m -3 depeso seco ou 0,0005 a 6,75 mg C m -3 . A biomassa foi maior de Junho a Outubro de 1995 emenor de Novembro de 1995 a Janeiro de 1996 (Ara, 2002). Para a plataforma interna deSantos, Miyashita (2007) encontrou para a classe de tamanho menor <strong>do</strong> que 700 µm umabiomassa de 0,034 mg C m -3 e para os maiores 0,002 mg C m -3 na primavera de 2005. Parao verão foram registra<strong>do</strong>s valores de biomassa de 0,245 mg C m -3 para a classe menor <strong>do</strong>que 700 µm e 0,052 mg C m -3 para a classe de tamanho maior <strong>do</strong> que 700 µm.A equação de regressão comprimento-peso, descrita por Chisholm & Roff, (1990) é LnW = 3,34 ln L – 19,59 sen<strong>do</strong> W o peso individual e L o comprimento <strong>do</strong> prossomo.Ta x a d e p r o d u ç ã oSegun<strong>do</strong> Ara (2002) T. turbinata constituiu cerca de 7,8% da produção anual <strong>do</strong>zooplâncton na região de Cananéia e a taxa variou de 0,0002 a 1,115 mg C m -3 . A taxamédia de produção diária com relação à biomassa (taxa P/B diária) variou de 0,17 a 0,45por dia.A taxa média de produção secundária encontrada para a região de Ubatuba foi de0,105 ± 0,104 mg Peso Seco m -3 d -1 (Mauro de Melo Junior, comunicação pessoal). Já paraa região de Santos Miyashita (2007) obteve uma produção para a classe de tamanho menor<strong>Ambiente</strong> Marinho 71


<strong>do</strong> que 700 µm de 0,011 mg C m -3 d -1 e para a classe maior, 0,006 mg C m -3 d -1 no perío<strong>do</strong>da primavera de 2005. Para o verão de 2006, os valores foram de 0,074 mg C m -3 d -1 para osindivíduos menores que 700 µm e 0,040 mg C m -3 d -1 para os maiores que 700 µm.A taxa média de produção de ovos encontrada na plataforma interna de Ubatuba foide 5,2 ± 4,7 ovos fêmea -1 dia -1 . As maiores produções médias foram registradas em janeiroe fevereiro de 2006 e em outubro de 2007, corresponden<strong>do</strong> a 16 ± 1; 13,3 ± 4,7 e 13,6± 13,2 ovos fêmea -1 dia -1 , respectivamente (Mauro de Melo Junior, comunicação pessoal).Valores semelhantes foram encontra<strong>do</strong>s por Kaminski & Montú (2005) para a região da Praia<strong>do</strong> Cassino, sen<strong>do</strong> 5 ovos fêmea -1 dia -1 o valor mínimo e 21 ovos fêmea -1 dia -1 o máximo.Gomes (2007) estimou a taxa anual de produção secundária no canal central da Baíada Guanabara em 1,48 ± 1,64 mg C m -3 ano -1 (87,71 a 6,2 mg C m -3 dia -1 ) e para águas maisinternas da mesma baía em 3,5 ±3,85 mg C m -3 ano -1 (206 a 15,6 mg C m -3 dia -1 ).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão natural ocorre por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oÉ uma espécie onívora, Sant´anna (2000) encontrou nas pelotas fecais de T. turbinatacoletadas no canal de São Sebastião (São Paulo) itens alimentares como fragmentos dediatomáceas cêntricas e penadas, o protozoário Sticholonche zanclea, Chaetoceros sp.,Thalassiotrix frauenfeldii, T. nitzschioides e material amorfo.Análise das pelotas fecais de indivíduos de T. turbinata coleta<strong>do</strong>s no Golfo <strong>do</strong> Méxicoperto da desembocadura <strong>do</strong> Rio Mississipi mostraram que sua dieta é composta por umagrande variedade de espécies fitoplanctônicas e uma pequena quantidade de outroscrustáceos. Algumas espécies identificadas foram: Prorocentrum compressum, Coscinodiscusspp., Thalassiosira spp., Coscinodiscus radiatus, Gyrodinium sp. (foi o mais abundante nacoluna de água, porém se foi ingeri<strong>do</strong> não deixou registro nas fezes, pois não possui teca),Chaetoceros sp., Navicula spp., Nitzschia spp., apêndices de crustáceos e diatomáceaspenadas (Turner, 1984).Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong>s costeiros.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mÁguas tropicais (quentes, salinidade variável).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Estuário <strong>do</strong> rio Vasa-Barris (11°10’S e 38°52’W), no Esta<strong>do</strong> de Sergipe (Araújo,& Montú, 1993), porém o ponto inicial de introdução pode ter si<strong>do</strong> outra área adjacente oumesmo distante <strong>do</strong> local de primeiro registro.Da t a: Mea<strong>do</strong>s da década de 1980.72Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lRio Grande <strong>do</strong> Sul: Lagoa <strong>do</strong>s Patos (Muxagata & Gloeden, 1995) e Praia <strong>do</strong> Cassino(Molhes da Barra - desembocadura <strong>do</strong> estuário da Lagoa <strong>do</strong>s Patos, Querência e NavioEncalha<strong>do</strong>) - Rio Grande (Kaminski & Montú, 2005).Santa Catarina: Saco <strong>do</strong>s Limões (Baía Sul da Ilha de Santa Catarina) (ResgallaJúnior, 2001).Paraná: Complexo estuarino de Paranaguá, plataforma continental interna (Sartori,2000 e Sartori & Lopes, 2000) e região costeira (Fernandes & Brandini, 2004).São Paulo: Canal de São Sebastião (Björnberg & Moreira, 1994; Eskinazi-Sant’Anna &Björnberg, 1995 e Sant’Anna, 2000), Praia <strong>do</strong> Segre<strong>do</strong> (São Sebastião) (De La Rocha, 1998),Cananéia (Ara, 1998, 2002 e 2004), Ubatuba (Mauro de Melo Júnior, comunicação pessoal),Santos (Miyashita, 2007) e Plataforma Continental (Cunha, 2008).Rio de Janeiro: Plataforma continental (Lopes et al., 1999 e Cunha, 2008) e Baía deGuanabara (Gomes, 2007).Espírito Santo: Baía de Vitória/Canal da Passagem (Sterza & Fernandes, 2006), Lagoada Universidade Federal <strong>do</strong> Espírito Santo (Pereira & Fernandes, 1999), Aracruz (Eskinazi-Sant’Anna & Björnberg, 1995).Bahia: Litoral sul (Mucuri) (Eskinazi-Sant’Anna & Björnberg, 1995).Sergipe: Estuário <strong>do</strong> Rio Vasa-Barris (Araújo, & Montú, 1993) e estuários <strong>do</strong> rio Piauíe Fun<strong>do</strong> (Araújo, 1996).Pernambuco: Baía de Suape (Silva et al., 2004), Canal de Santa Cruz (Silva et al.,2003 e Galdino et al., 2007) sistema estuarino <strong>do</strong> rio Goiana (Moura, 2000), estuário <strong>do</strong> rioBotafogo e Siriji (Lucas, 2006)Maranhão: Estuário <strong>do</strong> Rio Anil (São Luis) (Gonçalves et al., 2004).Pará: Furo <strong>do</strong> <strong>Meio</strong>, Sistema Caeté (Krumme & Liang, 2004).Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 73


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDiminuição da população da espécie nativa Temora stylifera. Há relatos <strong>do</strong> afastamentoda população dessa espécie para fora da plataforma continental. Os ecossistemas afeta<strong>do</strong>ssão os costeiros e estuarinos.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.74Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ap o c y c l o p s b o r n e o e n s i s Li n d b e r g , 1954Figura: Botelho, 2000Reino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaOrdem: CyclopoidaFamília: CyclopidaeGênero: ApocyclopsEspécie: A. borneoensisNome popularCopépodeIdiomaPortuguêsForma biológica: Microcrustáceo.Situação populacional: Detectada.Histórico d a i n t r o d u ç ã oPrimeiramente registrada em 1983 por Rocha et al. (2004) Segun<strong>do</strong> Botelho (2000),devi<strong>do</strong> à distância da localidade tipo, a ocorrência de A. borneoensis no estuário <strong>do</strong> rio Una<strong>do</strong> Prela<strong>do</strong> sugere sua introdução. A hipótese é reforçada pelo registro concomitante <strong>do</strong>cladócero Pleopis schmackeri, descrito primeiramente apenas em águas costeiras <strong>do</strong> Japão.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sDescrição original: Lindberg, (1954). Redescrição mais atual em Botelho (2000).Comprimento da fêmea varia de 742 a 1120 µm e <strong>do</strong> macho de 700 a 780 µm. Relaçãoprossomo-urossomo = 1,0-1,3 : 1,0. Antênula longa ultrapassan<strong>do</strong> o cefalotórax, poden<strong>do</strong>alcançar a borda posterior <strong>do</strong> pedígero 3 quan<strong>do</strong> rebatida para trás. Par de fileiras simples decerdas na superfície ventral <strong>do</strong> pedígero 5. Ramo caudal longo (6,3 a 8,9 vezes mais longo<strong>do</strong> que largo). Superfície <strong>do</strong> corpo lisa, ramo caudal com fileira transversal de espínulossubterminais ventrais. Foi confundi<strong>do</strong> por Fernan<strong>do</strong> & Ponyi (1981) com Microcyclopsdengizicus em amostras coletadas na Malásia (Lim & Fernan<strong>do</strong>, 1985).<strong>Ambiente</strong> Marinho 75


Lu g a r d e o r i g e mOceano Pacífico.Distribuição g e o g r á f i c aA espécie ocorre na In<strong>do</strong>nésia (Bornéu), China, Malásia (Península da Malásia),Arquipélago de Palau, Filipinas e Japão.No Brasil ocorre no estuário <strong>do</strong> rio Una <strong>do</strong> Prela<strong>do</strong>, São Paulo, na estação ecológicaJuréia-Itatins e no complexo estuarino de Cananéia – Iguape (Carlos Eduar<strong>do</strong> Falavigna daRocha, comunicação pessoal).Ec o l o g i aHa b i t a tLagos, lagoas salinas, estuários e charcos destina<strong>do</strong>s ao plantio de arroz ou existentesem campos de criação de búfalos. Ocorre também nos ambientes estuarinos.Ab u n d â n c i aDa<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em cultivos atingiram valores entre 0,1 a 4,4 indivíduos m -3 (James &Al-Khars, 1984).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aA espécie é eurialina, poden<strong>do</strong> ser adaptada e cultivada em salinidades de 20 a40, sen<strong>do</strong> útil para a aqüicultura. A salinidade ótima para cultivo é de 20. Um declínio napopulação ocorre em salinidades muito baixas (Huang & Huang, 1999).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A população aumentou de 0,14 para 4,4 indivíduos m -3 no 46 odia de observação <strong>do</strong> experimento de crescimento em laboratório (Huang & Huang, 1999).Temperaturas entre 27 e 30 ºC são as mais adequadas para o crescimento de A. borneoensis.Em laboratório, a duração <strong>do</strong> ciclo de vida a 28 ºC e 20 de salinidade foi três dias de náuplioa copepodito I e 4 dias de copepodito I a copepodito VI (adulto) (Huang & Huang, 1999). Adispersão natural ocorre por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oA espécie foi alimentada em culturas com leveduras e também com Chlorella sp.Espécie provavelmente onívora.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong>s estuarinos. Espécies <strong>do</strong> gênero Apocyclops distribuem-se preferencialmenteem áreas tropicais e subtropicais e, com frequência, são os ciclopídeos mais abundantesno plâncton de estuários, lagos e lagoas costeiras (<strong>do</strong>ces salobras ou hipersalinas) desteslocais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mA espécie foi coletada em lagoas salinas (12 a 15), próximas <strong>do</strong> aeroporto de Penang,Malásia.76Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Estuário <strong>do</strong> Rio Una <strong>do</strong> Prela<strong>do</strong>, São Paulo.Da t a: Coletada em 1983 e relatada por Rocha et al. (2004).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lRio Una <strong>do</strong> Prela<strong>do</strong>, Juréia, São Paulo. Possivelmente com ampla distribuição na regiãode Cananéia-Iguape (Rocha et al., 2004).Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sEstu<strong>do</strong>s de alimentação de larvas de peixes têm demonstra<strong>do</strong> que o cultivo e uso de A.borneoensis como alimento na aqüicultura pode ser uma solução mais barata <strong>do</strong> que o usoda Artemia (James & Al-Khars, 1984).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sProvavelmente ocorre competição desta espécie com outros copépodes ecologicamentesemelhantes, apesar de faltarem estu<strong>do</strong>s sobre o assunto. O principal ecossistema afeta<strong>do</strong>é o estuarino.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.<strong>Ambiente</strong> Marinho 77


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMecânico: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Biológico: Desconheci<strong>do</strong>.78Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pa r a c y c l o p i n a l o n g i f u r c a (Se w e l l, 1924)Figura: Martínez Arbizu & Sartori, 2000Reino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaOrdem: CyclopoidaFamília: CyclopettidaeGênero: ParacyclopinaEspécie: P. longifurcaSinonímia: Cyclopina longifurca Sewell, 1924.Nome popularCopépodeIdiomaPortuguêsForma biológica: Microcrustáceo.Situação populacional: Detectada.Histórico d a i n t r o d u ç ã oA espécie foi provavelmente introduzida via água de lastro.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sIdentificada por Sewell (1924), redescrita por Ranga-Reddy & Radhakrishna (1984).Fêmea: Comprimento médio 500 µm, largura máxima de 200 µm na borda posterior<strong>do</strong> cefalossoma; somito genital um pouco menor <strong>do</strong> que a soma <strong>do</strong>s outros somitosposteriores (Ranga-Reddy & Radhakrishna, 1984). Primeiro somito pedígero não fusiona<strong>do</strong>ao cefalossoma, furca cerca de 3,5 vezes mais longa <strong>do</strong> que larga e com 6 cerdas (a primeiraé ausente). Antênula longa composta por 14 artículos. Antena com 4 artículos, com 2 cerdasexopodais, endópo<strong>do</strong> constituí<strong>do</strong> por 3 artículos com 1, 5 e 7 cerdas, respectivamente.Perna 5 localizada lateralmente e sem esclerito intercoxal, coxa mais base fusionadas e<strong>Ambiente</strong> Marinho 79


confluentes com o somito, uma cerda basal advinda de uma protuberância <strong>do</strong>rso-lateralna região terminal <strong>do</strong> somito; exópo<strong>do</strong> com apenas 1 artículo portan<strong>do</strong> 3 espinhos bemdesenvolvi<strong>do</strong>s e uma cerda terminal (Martinez-Arbizu & Sartori, 2000).Macho: Comprimento médio 390 μm, largura máxima de 160 μm na margem posterior<strong>do</strong> cefalossoma (Ranga-Reddy & Radhakrishna, 1984). Corpo mais delga<strong>do</strong> <strong>do</strong> que a fêmea.Cabeça separada <strong>do</strong> primeiro somito pedígero e mais longo <strong>do</strong> que o resto <strong>do</strong> prossoma.Urossoma composto de 5 somitos; somito genital dilata<strong>do</strong>, mais curto <strong>do</strong> que os próximos2 somitos combina<strong>do</strong>s; 3 cerdas em cada la<strong>do</strong>s das margens latero-posteriores. Somitoanal e ramo caudal de tamanhos iguais. Antênula composta de 16 artículos e geniculada, aarticulação principal é formada entre os artículos 14 e 15.Lu g a r d e o r i g e mLagoas costeiras na Índia e Bangladesh (Chilka Lake e lagos afasta<strong>do</strong>s de Calcutta).Distribuição g e o g r á f i c aBaía <strong>do</strong> Perequê, no complexo estuarino de Paranaguá, Pontal <strong>do</strong> Sul, PR.Ec o l o g i aHa b i t a tEcossistemas costeiros naturais e estuarinos.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /e c o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reproução é sexuada. A dispersão natural ocorre por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oEspécie onívora.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong>s costeiros e estuarinos.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Complexo estuarino de Paranaguá, Paraná.Da t a: 2000.80Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lRegistrada no complexo estuarino de Paranaguá (Martinez-Arbizu & Sartori, 2000).Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.<strong>Ambiente</strong> Marinho 81


Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.82Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ph y l l o p o d o p s y l l u s s e t o u c h i e n s i s Kitazima, 1981Foto: Terue C. KiharaReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaOrdem: HarpacticoidaFamília: TetragonicipitidaeGênero: Phyllopo<strong>do</strong>psyllusEspécie: P. setouchiensisNome popularCopépodeIdiomaPortuguêsForma biológica: Microcrustáceo.Situação populacional: Detectada.Histórico d a i n t r o d u ç ã oDesconheci<strong>do</strong>.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sO caractere diagnóstico da<strong>do</strong> pela chave de identificação de Karanovic et al. (2001) é aforma de um processo (forte e afia<strong>do</strong>) no segun<strong>do</strong> segmento da Antênula. Segun<strong>do</strong> Kitazima(1981), a diferença mais notável de P. setouchiensis é parte bulbosa basal da cerda terminalda furca. Comparan<strong>do</strong> com as outras espécies <strong>do</strong> gênero, a P6 é ainda mais rudimentar,portan<strong>do</strong> 3 cerdas, sen<strong>do</strong> plumosas as 2 das extremidades.Phyllopo<strong>do</strong>syllus setouchiensis é notadamente similar a P. briani Petkovski, 1955da costa Adriática na região da antiga Iugoslávia, nas estruturas das cerdas das pernastorácicas, mas é significativamente diferente <strong>do</strong> último em muitas outras estruturas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 83


Lu g a r d e o r i g e mIlha Mukaishima, Japão, Oceano Pacífico.Distribuição g e o g r á f i c aNo Oceano Pacífico a espécie ocorre no Japão e na Costa Rica (praia de Punta Morales),enquanto que no Oceano Atlântico o registro para a Costa Rica é na Praia de Manzanillo. Aespécie ocorre ainda no Havaí.No Brasil ocorre em São Sebastião, São Paulo.É considerada uma espécie anfi-americana, pois ocorre na costa <strong>do</strong> Pacífico e <strong>do</strong>Atlântico (Costa Rica) (Mielke, 1992).Ec o l o g i aHa b i t a tEcossistemas costeiros estuarinos.Ab u n d â n c i aNão há da<strong>do</strong>s sobre abundância.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEspécie associada ao bentos (epibêntico). Realiza pequenas migrações sazonais ediárias no sedimento (Kitazima, 1985).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão natural ocorre por correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDesconheci<strong>do</strong>s.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong>s costeiros e estuarinos.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconheci<strong>do</strong>s.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Litoral Norte de São Paulo.Da t a: 2002/2003 em amostras <strong>do</strong> projeto BIOTA por Rocha et al. (2004).84Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lSão Sebastião, Litoral Norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo.Us o s e c o n ô m i c o s - potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNão há informações sobre os impactos nos ecossistemas e são desconhecidas espéciesafetadas.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional) e seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.<strong>Ambiente</strong> Marinho 85


Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.86Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Es t u d o s d e Ca s oFi t o p l â n c t o ne s p é c i e s c r i p t o g ê n i c a sÉ comum que inventários <strong>do</strong>fitoplâncton, mesmo de uma área já bemestudada, incluam novos registros. Comointerpretar as novas ocorrências sob aperspectiva de um possível transportee introdução media<strong>do</strong> por atividadeshumanas? Por certo há que se estabelecercritérios para subsidiar tal decisão. Mas porque esta é uma tarefa difícil? A dificuldadese deve, em parte, à natureza errante <strong>do</strong>plâncton que exige uma alta frequência deamostragem e séries temporais longas paragerar um retrato fiel da biodiversidade de umlocal. Há também aspectos meto<strong>do</strong>lógicoscomo a utilização ou não de técnicas quepermitam a visualização de todas as formasexistentes, de mo<strong>do</strong> a dirimir dúvidas quantoà presença/ausência de alguns táxons,especialmente os com estruturas maisfrágeis. Mas outro motivo, aplicável a to<strong>do</strong>sos organismos marinhos, reside no fato deque construir uma hipótese de introduçãoexige conhecimento da biogeografia mundialda espécie em questão, se possível com acronologia das ocorrências, informaçãonem sempre disponível.Segun<strong>do</strong> Carlton (1996), uma espéciede origem biogeográfica desconhecidaou incerta deve ser considerada comocriptogênica, ou seja, este termo deve seremprega<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> não existe evidênciaclara de que a espécie seja nativa ouintroduzida. Com o incentivo ao debatesobre bioinvasão no ambiente marinho,é crescente o número de investiga<strong>do</strong>resque consideram toda e qualquer novaocorrência <strong>do</strong> fitoplâncton como “espéciecriptogênica”. Trata-se de um ponto devista conserva<strong>do</strong>r no que tange a proteçãoao meio ambiente, visto que qualquerespécie introduzida tem o potencial de setornar invasora e causar danos ecológicose socio-econômicos. Por outro la<strong>do</strong>, énecessário buscar o entendimento <strong>do</strong> statuspopulacional de novos registros de mo<strong>do</strong> aconferir maior eficiência a programas degestão da bioinvasão no ambiente marinho.Os critérios de classificação propostos para ofitoplâncton podem, portanto, ser utiliza<strong>do</strong>scomo instrumento de análise <strong>do</strong> real statusde novos registros.Após a aplicação <strong>do</strong>s critériosrelaciona<strong>do</strong>s na página 42, a lista de espécies<strong>do</strong> fitoplâncton consideradas na categoriade criptogênica para a costa brasileiraficou reduzida a quatro táxons (Tabela4.9): a rafi<strong>do</strong>fícea Heterosigma akashiwoTabela 4.9: Classificação taxonômica das espécies <strong>do</strong> fitoplâncton consideradas comocriptogênicas para costa brasileira (Fensome et al., 1993; Throndsen, 1997) e respostas aoscritérios de inclusão quanto ao status populacional (página 42).H. akashiwo S. spinifera F. subglobosum P. compressumDivisão Chromophyta Dinoflagellata Dinoflagellata DinoflagellataClasse Raphi<strong>do</strong>phyceae Dinophyceae Dinophyceae DinophyceaeOrdem Chattonellales Peridiniales Gonyaulacales PeridinialesFamília Chattonellaceae Peridiniaceae Gonio<strong>do</strong>maceae CongruentidiaceaeResposta SIM aoscritérios de inclusão1, 2, 4, 5, 6 1, 2, 3, 4, 5, 6 1, 3, 4, 6 1, 3, 4, 6<strong>Ambiente</strong> Marinho 87


e os dinoflagela<strong>do</strong>s Scrippsiella spinifera,Fragilidium subglobosum e Protoperidiniumcompressum.Há registros de que H. akashiwo éforma<strong>do</strong>ra de floração com efeitos deletériosem diferentes partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (Hallegraeff& Hara, 2003), inclusive no Brasil (Proença &Fernandes, 2004). Fragilidium subglobosumé o primeiro registro para toda a região <strong>do</strong>Atlântico Sul Ocidental e, juntamente comos outros <strong>do</strong>is dinoflagela<strong>do</strong>s, foi encontra<strong>do</strong>pela primeira vez no Brasil na forma decistos no sedimento em área portuária.Estes exemplos sinalizam quepesquisas futuras que visem subsidiar acriação de hipóteses sobre a introdução demicroalgas, consideran<strong>do</strong>-se a discussão arespeito <strong>do</strong> status de criptogênica, devemincluir o estu<strong>do</strong> de formas de resistência nosedimento, especialmente em fazendas demaricultura e áreas com atividade portuária(Hallegraeff, 1995). Os critérios cria<strong>do</strong>sestão foca<strong>do</strong>s neste tipo de estratégia desobrevivência e enfatizam a importância deestu<strong>do</strong>s em sítios potencialmente receptoresde espécies exóticas. Somente a aplicaçãodestes critérios em outros casos de novosregistros poderá verificar se as perguntaselaboradas devem ser alteradas, algumaseliminadas, ou ainda, outras adicionadas.Proença & Fernades (2004) consideramH. akashiwo como uma espécie introduzidadevi<strong>do</strong> ao seu primeiro registro ser recente(em 1997 na costa <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul,Persich et al., 1998) e ao fato de ter si<strong>do</strong>encontrada posteriormente (2001) emfloração na Baía de Paranaguá, Paraná,causan<strong>do</strong> prejuízos ecológicos e econômicos.De fato, a floração de H.akashiwo emParanaguá permite o início de construçãode uma hipótese de introdução pelocomportamento “agressivo” da população.Esta é uma tendência freqüentementeobservada em organismos recentementeintroduzi<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong> à ausência <strong>do</strong>s fatorescontrola<strong>do</strong>res das populações característicosde suas regiões de origem. Entretanto, estetrabalho considera que H. akashiwo é umaespécie criptogênica por <strong>do</strong>is motivos: 1)a ausência de registro anterior pode seratribuí<strong>do</strong> ao fato das células serem frágeis(destruídas em amostras fixadas) ten<strong>do</strong>passa<strong>do</strong> despercebidas; e 2) a distribuiçãomundial da espécie é bastante ampla, massem uma cronologia de ocorrências, oque dificulta a interpretação de possíveispadrões de transporte entre biorregiões.Heterosigma akashiwo é comumem regiões costeiras, inclusive em águassalobras. A distribuição atual envolve os<strong>do</strong>is hemisférios, sugerin<strong>do</strong> uma ocorrênciaassociada à temperatura (Smayda, 1998).No hemisfério norte, ocorre em ambosos la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Oceano Atlântico entre 40º e55º N, no Pacífico ocidental entre 30º e55º N (Japão, Coréia <strong>do</strong> Sul e China) e noPacífico oriental nas proximidades de 50º N(Columbia Britânica, Esta<strong>do</strong> de Washington).No hemisfério sul, foi responsável porflorações no Pacífico (Austrália, NovaZelândia e na costa <strong>do</strong> Chile entre 35º e45º S) e no Atlântico Sul oriental (Namíbia eSu<strong>do</strong>este Africano). Também foi registradaem latitudes mais baixas como no Golfo <strong>do</strong>México e na costa pacífica <strong>do</strong> México (Band-Schmidt et al., 2004) e no Pacífico Orientalem Cingapura (Hallegraef & Hara, 2003). Asflorações em áreas de cultivos de peixes naColumbia Britânica, Esta<strong>do</strong> de Washington,Cingapura, Nova Zelândia e Baía deParanaguá causaram mortandade de peixes,fato este associa<strong>do</strong> a sua capacidade deprodução de ictiotoxina (Band-Schimidtet al., 2004). Tem capacidade de formarcistos de resistência (Matsuoka & Fukuyo,2003) que permanecem viáveis por longosperío<strong>do</strong>s (até 30 semanas) no escuro(Gregório & Connell, 2000).88Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


O primeiro registro de S. spiniferapara a costa brasileira se deu em estu<strong>do</strong>da área portuária da Baía de Sepetiba,Rio de Janeiro, em 2001. A espécie foiencontrada em grande abundância nacoluna de água (célula vegetativa), emdiversos pontos (Tenenbaum et al.,2004b). Concomitantemente, a espécie foiencontrada na forma de cisto no sedimento(Juliano & Garcia, 2006), com abundânciamais alta nos pontos de coleta próximos aoterminal portuário (Juliano, 2003). Esta baíaé considerada uma área já bem estudadaquanto à biodiversidade <strong>do</strong> fitoplânctonmarinho (Tenenbaum et al., 2004a), e acélula vegetativa de S. spinifera apresentana sua porção posterior <strong>do</strong>is ou três espinhoscurtos que são particularmente evidentes navista lateral. A decisão de manter S. spiniferana categoria de criptogênica deve-se ao fatoda descrição da espécie ser relativamenterecente (Honsell & Cabrini, 1991) e aindahá necessidade de maior compreensão desua real distribuição mundial. Trata-se deum organismo que requer atenção, poishá registros de que S. spinifera já tenhacausa<strong>do</strong> florações no Mar Adriático (Golfode Trieste), mas sem evidências de efeitosnocivos (Honsell & Cabrini, 1991).Os outros <strong>do</strong>is dinoflagela<strong>do</strong>s, F.subglobosum e P. compressum, tambémforam registra<strong>do</strong>s pela primeira vez emestu<strong>do</strong> da área portuária da Baía deSepetiba em 2001, ambos com abundânciasmais altas nos pontos de coleta próximosao terminal portuário (Juliano, 2003). Nãohá registro de célula vegetativa destas duasespécies na coluna de água para a costabrasileira.Além da formação de cistos, F.subglobosum apresenta estratégia parasobrevivência durante o transporteem tanques de água de lastro: hábitoalimentar mixotrófico, ou seja, pode sertanto fotoautotrófico como fagotrófico(Skovgaard, 1996). Apesar de ser umdinoflagela<strong>do</strong> teca<strong>do</strong>, como seu nome indicaa estrutura da célula vegetativa <strong>do</strong> gêneroFragilidium é bastante delicada e, portanto,de difícil identificação. Provavelmentepor este motivo, sua distribuição mundialainda é pouco conhecida, com ocorrênciaspontuais no hemisfério norte: golfo de Saint-Laurent (Quebec, Atlântico Norte Oriental),Ilhas Britânicas, Mar <strong>do</strong> Norte e Mar Báltico(Atlântico Norte Ocidental) (referências emJuliano, 2003).Já o gênero Protoperidinium, comoum to<strong>do</strong>, é composto por organismosheterotróficos (Steidinger & Tangen, 1997),o que certamente lhes confere vantagemdurante transporte quan<strong>do</strong> há privaçãode luz. Células vegetativas móveis deP. compressum são comuns em áreascosteiras e já foram registradas no Japão,na região de Hainan (Mar <strong>do</strong> Sul da China),no golfo de Aden (Mar Arábico), na Baía deAlgiers (oeste <strong>do</strong> Mediterrâneo), na Baía deThermaikos (Norte <strong>do</strong> Mar Egeu), no MarNegro e na costa da Argentina (referênciasem Evagelopoulos & Nikolaidis, 1996;Turkoglu & Korya, 2004). Desta forma, ébastante surpreendente que esta espécienunca tenha si<strong>do</strong> encontrada antes na costabrasileira e chama a atenção que a grandemaioria das ocorrências seja no hemisférionorte. Os cistos de resistência de P.compressum têm uma aparência bastanteconspícua e possuem mais registros naliteratura <strong>do</strong> que as células móveis, masa maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s é relativamenterecente. Cistos foram encontra<strong>do</strong>s naTasmânia, Nova Zelândia, País de Gales, MarBáltico, Dinamarca, Itália, África <strong>do</strong> Sul, MarArábico e China (Bolch & Hallegraeff, 1990;Ellengaard et al., 1994; Nehring, 1997;Zonneveld et al., 2000; Wang et al., 2004,Joyce et al., 2005; Rubino et al., 2005).A distribuição de cistos pode ser até maisampla se considerarmos que a ocorrência<strong>Ambiente</strong> Marinho 89


de duas outras espécies são, na verdade,atribuídas a P. compressum: Stelladiniumstellatum e S. reidii. Cistos de S. stellatumforam registra<strong>do</strong>s em Woods Hole (costaleste <strong>do</strong>s EUA), na costa da Argentina ena costa da Galícia (Espanha); cistos deS. reidii foram registra<strong>do</strong>s no Mar Arábico,na costa <strong>do</strong> Japão, no Golfo Pérsico, emtorno das Ilhas Britânicas e na costa Sulda Bretanha (França) (Evagelopoulos &Nikolaidis, 1996).Co n t a t o s p a r a a t u a l i z a ç ã o d a si n f o r m a ç õ e sDenise Rivera Tenenbaum, UFRJ; LucianoFelício Fernandes, UFPR; Luis AntônioOliveira Proença, UNIVALI; ClarisseOdebrecht e Virgínia Maria Tavano Garcia,FURG.Co m o identificar a s e s p é c i e sc r i p t o g ê n i c a s d e f i t o p l â n c t o n c o mm i c r o s c o p i a ó p t i c aHe t e r o s i g m a a k a s h i w o Ha d a 1967Descrição: Hallegraeff & Hara (2003)e Matsuoka & Fukuyo (2003).o movimento e um flagelo posteriorquase rígi<strong>do</strong>; ambos os flagelos estãoinseri<strong>do</strong>s em depressão localizada entrea região subapical e mediana da célula;as células exibem movimento em espiral;muitos cloroplastos (10-30), amareloamarronza<strong>do</strong>s,localiza<strong>do</strong>s na periferia dascélulas; pirenóide protrude da superfície <strong>do</strong>cloroplasto em direção ao centro da célula; onúcleo se encontra no centro da célula, emforma de lágrima; mucocistos estão presentesna periferia da célula; não apresenta estigmaou vacúolos contráteis.Cisto: células bentônicas, esféricas epequenas (cerca de 10 µm de diâmetro),usualmente cobertas por mucilagem e semornamentações; cistos vivos têm coloraçãoamarelo-esverdea<strong>do</strong> para amarronza<strong>do</strong>;abertura para germinação é desconhecida.Sc r i p p s i e l l a spinifera Ho n s e l l &Ca b r i n i 1991Descrição: Honsell & Cabrini (1991),Steidinger & Tangen (1997) e Juliano(2003).Foto: Santiago FragaCélula flagelada frágil, solitária, emforma de batata (8-25 µm), ligeiramentecomprimida na orientação <strong>do</strong>rso-ventrale, dependen<strong>do</strong> da idade da célula e dascondições <strong>do</strong> cultivo, sua forma pode variarde esferoidal para oval ou retangular;tem <strong>do</strong>is flagelos <strong>do</strong> mesmo tamanho,um anterior, dinâmico, que direcionaFoto: Denise Rivera Tenenbaum; Clarisse Odebrecht;Virgínia Maria Pavano GárciaDinoflagela<strong>do</strong> teca<strong>do</strong>, 30-52 μm decomprimento e 21-36 μm de transdiâmetro;fraca compressão <strong>do</strong>rso-ventral, maispronunciada em células grandes; diâmetro<strong>do</strong>rso-ventral é usualmente 1-2 μm menor<strong>do</strong> que o transdiâmetro; epiteca é maior <strong>do</strong>90Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


que a hipoteca; em células menores, a vista<strong>do</strong>rsal e ventral da epiteca é cônica e côncavapróximo ao ápice; em células maiores, ola<strong>do</strong> da epiteca tende a ser ligeiramenteconvexo e a concavidade próxima ao ápiceé menos pronunciada; em vista lateral, aepiteca se apresenta assimétrica, sen<strong>do</strong>mais comprimida no la<strong>do</strong> ventral; hipotecapossui forma de trapézio; sulco é profun<strong>do</strong>,dividin<strong>do</strong> a região antapical em <strong>do</strong>is lobosdistintos; cada lobo possui na parte terminal<strong>do</strong>is ou três espinhos curtos, que sãoparticularmente evidentes na vista lateral;cíngulo é posmediano, descendente, comaletas estreitas.Tabulação <strong>do</strong> gênero: Po, X, 4’, 3a,7’’, 6c (5+t), 4 ou 5s, 5’’’ e 2’’’’.Epicone da espécie: 1’ estreita eorto; 2’, 3’ e 4’ hexagonais (2’ e 4’ similaresem tamanho e forma e maiores que a 3’);2a é hexagonal ou raramente pentagonal;2’’ e 6’’ são maiores que as demais placaspré-cingulares; 1’’ é menor que a 7’’ devi<strong>do</strong>à defasagem <strong>do</strong> cíngulo; 7’’ pode ter 4 ou5 la<strong>do</strong>s.Cisto: célula oval (25-55 µm por 22,5-40 µm), às vezes esférica (17,5-40 µm dediâmetro); material de coloração marromavermelha<strong>do</strong>;processos longos e calcáreos(5-22,5 µm).Fragilidium s u b g l o b o s u m (v o n St o s c h )Lo e b l i c h III 1965Descrição: von Stoch (1969),Steidinger & Tangen (1997) e Juliano(2003).66,66 µm de comprimento e 22,4-56 µmde transdiâmetro; cíngulo em posiçãoequatorial, descendente, com deslocamentoaproximadamente de tamanho igual ouinferior à largura <strong>do</strong> mesmo; epiteca ehipoteca hemisféricas sem ornamentações;apesar de realizar fagotrofia, células sãopigmentadas com vários cloroplastos deforma alongada.Tabulação <strong>do</strong> gênero: Po, cp, 4-5’,7-9’’, 9-11c, 6-8s 7-8’’’, 1p, 2’’’’Tabulação da espécie: 4’, 9’’, 10c, 7s+ 1t, 7’’’, 3’’’’; complexo <strong>do</strong> poro apical comcp alonga<strong>do</strong> em forma de vírgula, rodea<strong>do</strong>por 4 placas apicais com tamanho similar;primeira placa pré-cingular similar em formae posição à primeira placa apical.Cisto: célula com forma esférica ouligeiramente ovalada (40-60 µm de diâmetroou 40-50 µm de comprimento por 35-45 µmde largura); coloração geral transparentee material em seu interior com coloraçãomarrom-avermelhada; é comum os cistosestarem envolvi<strong>do</strong>s por mucilagem.Protoperidinium c o m p r e s s u m (Ab é)Ba l e c h 1974Descrição: Bolch & Hallegraeff(1990), Evagelopoulos & Nikolaidis (1996),Steidinger & Tangen (1997) e Juliano(2003).Fotos: Clarisse Odebrecht e Virgínia Maria Pavano GárciaFotos: Clarisse Odebrecht e Virgínia Maria Pavano GárciaDinoflagela<strong>do</strong> teca<strong>do</strong>, porémfrágil, de formato globular ou ovóide,achata<strong>do</strong> <strong>do</strong>rsoventralmente; 22,6-Dinoflagela<strong>do</strong> teca<strong>do</strong>, pentagonal;célula com 54-67 μm de comprimento e 44-55 μm de transdiâmetro, comprimida <strong>do</strong>rsoventralmente;epiteca cônica, com corno<strong>Ambiente</strong> Marinho 91


apical muito pequeno; na região lateral,<strong>do</strong>braduras na altura das suturas entre asplacas apicais e pré-cingulares; hipoteca emforma de trapézio, com margem posteriorlarga e <strong>do</strong>is cornos pequenos, pontu<strong>do</strong>s,divergentes e dispostos de maneirabilateral; não são observadas <strong>do</strong>braduras nahipoteca; cíngulo amplo e bem escava<strong>do</strong>;em vista lateral, cíngulo apresenta inclinaçãoligeiramente ascendente na direção <strong>do</strong>rsal;aletas bem estreitas, quase indistintas.Tabulação <strong>do</strong> gênero: Po, X, 4’,2-3a, 7’’,(3+t)c, 6s, 5’’’, 2 ’’’’.Epicone da espécie: 1’ orto comparte superior mais alongada que suaporção inferior; intercalares no la<strong>do</strong> <strong>do</strong>rsal,sen<strong>do</strong> a segunda maior que a primeira.Cisto: célula pentagonal, achatada<strong>do</strong>rso-ventralmente; paredes lisas decoloração marrom, com epicisto menorque o hipocisto; presença de 5 processosde tamanhos similares, sóli<strong>do</strong>s e em formade agulha (um apical, <strong>do</strong>is antapicais e <strong>do</strong>islaterais, crian<strong>do</strong> um formato de estrela);arqueópilo intercalar, forma<strong>do</strong> por duasparaplacas; as medidas da célula sem osprocessos variam de 34 µm de comprimentono espécime de Bolch & Hallegraeff (1990)a 35-55 µm para os espécimes de Juliano(2003) cujo diâmetro tem 35-50 µm; otamanho <strong>do</strong>s processos também foramdiferentes entre os estu<strong>do</strong>s: até 20 µm parao primeiro e 25-65 µm para o segun<strong>do</strong>.Zo o p l â n c t o ne s p é c i e s c o n t i d a sAnálises de amostras de zooplânctonforam realizadas durante pesquisaexecutada pela ANVISA (Agência Nacionalde Vigilância Sanitária) de outubro de2001 a março de 2002 sobre a qualidademicrobiológica da água de lastro (ANVISA,2002). O objetivo principal <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foi aavaliação <strong>do</strong> risco inerente à veiculação deorganismos patogênicos pela água de lastrode embarcações atracadas ou fundeadasnos portos de Belém (PA), Fortaleza (CE),Suape e Recife (PE), Salva<strong>do</strong>r e Aratu (BA),Ponta Ubu, Praia Mole, Paul e Tubarão (ES),Sepetiba e Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP),Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS).No conjunto de amostra coletadas, 81táxons zooplanctônicos foram observa<strong>do</strong>s.Copepoda foi o grupo mais diversifica<strong>do</strong>,com 56 táxons registra<strong>do</strong>s, segui<strong>do</strong> poroutros crustáceos, com 11 táxons. Osdemais grupos taxonômicos contribuíramcom 16 táxons (ANVISA, 2002).Entre as espécies de copépodesdetectadas nas amostras, quatro eramcomprovadamente exóticas, todaspertencentes à ordem Cyclopoida:• Apocyclops panamensis (Marsh, 1913);• Halicyclops venezuelaensis Lindberg,1954;• Leptocaris gurneyi (Nicholls, 1944);• Leptocaris trisetosus (Kunz, 1935).Tais registros devem ser considera<strong>do</strong>spontuais, pois os organismos ocorreram empoucas amostras e os estu<strong>do</strong>s não foramcontinua<strong>do</strong>s. Além disso, informações sobreo destino final da água de lastro amostrada(se lançada no ambiente ou retida nasembarcações) não foram disponíveis. Destaforma, não há elementos suficientes parauma análise de risco da introdução destasespécies.Ba c t e r i o p l â n c t o ne s p é c i e p o t e n c i a m e n t e i n v a s o r aO ambiente marinho possui umamicrobiota autóctone ou residente e umamicrobiota alóctone ou transitória. NoBrasil, existem poucos trabalhos mostran<strong>do</strong>92Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


a diversidade de microrganismos emecossistemas não poluí<strong>do</strong>s. A bactériaVibrio cholerae não-O1, pertencenteà Família Vibrionaceae e à divisão dasGammaproteobacteria, oferece umexemplo de bactéria nativa <strong>do</strong> ecossistemamarinho, que ocorre pre<strong>do</strong>minantementena coluna de água, também detectada emassociação a diversos substratos marinhos,inclusive em organismos planctônicos(principalmente microcrustáceos) ebentônicos (como moluscos bivalves).Neste tópico apresentamos a bactéria Vibriocholerae O1 toxigênico como exemplo debactéria potencialmente invasora.Vibrio cholerae O1 toxigênico éo agente causa<strong>do</strong>r da cólera, <strong>do</strong>ençadevasta<strong>do</strong>ra em humanos. Após o perío<strong>do</strong>de incubação de 6 a 10 horas ou até 2 a3 dias, produz diarréia, acompanhada de<strong>do</strong>r de cabeça, cãibras musculares, <strong>do</strong>resab<strong>do</strong>minais, vômitos e desidratação. Casoo <strong>do</strong>ente não seja trata<strong>do</strong> com urgência, amorte pode ocorrer em um prazo de 14 a48 horas.Histórico da Introdução: A cóleratem si<strong>do</strong> endêmica na Índia por váriosséculos, mas sua disseminação para outrospaíses em 1817 marcou o início da primeirapandemia. Desde então, foram registradasmais seis pandemias. Durante a terceirapandemia (1852-1859) a cólera chegouao Brasil e a primeira localidade atingidafoi a província de Grão Pará (Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Pará), que recebeu o navio Defensor vin<strong>do</strong>de Portugal, com 12,8% da sua tripulaçãomorta em conseqüência da diarréia severa.Em poucos dias a <strong>do</strong>ença atingiu várias vilase em <strong>do</strong>is meses chegou ao esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio deJaneiro. Entretanto, desapareceu nos anosseguintes até a sétima pandemia. A mesmainiciou-se em 1961, com um foco epidêmicoem Sulawesi, ex-Célebes (In<strong>do</strong>nésia) e seespalhou por países da Ásia, Oriente Médio,África e regiões da Europa, com eventuaisacha<strong>do</strong>s nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s desde a décadade 1970. Essa pandemia atingiu o continentesul-americano pelo litoral <strong>do</strong> Peru, emjaneiro de 1991, se estenden<strong>do</strong>, logo emseguida para o Brasil, atingin<strong>do</strong> finalmente14 países da América <strong>do</strong> Sul. A introduçãoda cólera em nosso país aconteceu pelafloresta amazônica, no Alto Solimões. Apartir dali, alastrou-se progressivamentepela região Norte, seguin<strong>do</strong> o curso <strong>do</strong>srios Solimões e Amazonas e seus afluentes,principal via de deslocamento de pessoasna região, e no ano seguinte para as regiõesNordeste e Sudeste por meio <strong>do</strong>s principaiseixos ro<strong>do</strong>viários. Em março de 1999 houveuma nova introdução de Vibrio choleraeO1 toxigênico na Baía de Paranaguá-PRproduzin<strong>do</strong> 467 casos de cólera e 3 mortes(Passos, 1999). Os últimos casos de cólerano Brasil foram relata<strong>do</strong>s em 2005.Características morfológicas: OVibrio cholerae é um bacilo gram-negativocom flagelo polar, aeróbio ou anaeróbiofacultativo. Dos 200 sorogrupos descritossomente <strong>do</strong>is sorogrupos, O1 e O139,são agentes etiológicos da cólera. OVibrio cholerae O1 biotipo El Tor, isola<strong>do</strong>por Gotschlich, em 1906, de peregrinosprovenientes da Meca, examina<strong>do</strong>s naestação de quarentena de El Tor, no Egito,é o responsável pela atual pandemia dacólera. Durante as epidemias o homem éo reservatório de V. cholerae O1 ou O139toxigênico, que é conheci<strong>do</strong> com o nomepopular de vibrião colérico.Habitat: Vibrio cholerae não-O1/não-O139 é autóctone <strong>do</strong> ambienteaquático em forma livre ou associada aorganismos planctônicos. Devi<strong>do</strong> à suaatividade quitinolítica no ambiente aquático,pode ser encontrada em associação como zooplâncton e fitoplâncton, sen<strong>do</strong> maisfreqüente nos meses de verão. Sorogruposnão-O1 de Vibrio cholerae já foramidentifica<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Estu<strong>do</strong>s<strong>Ambiente</strong> Marinho 93


ealiza<strong>do</strong>s em Sepetiba, RJ (Rodrigues &Hofer, 1986) e na região costeira <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>de São Paulo (Martins, 1988), demonstrarama presença de V. cholerae não-O1 e V.cholerae O1 não toxigênico sem ocasionarsurtos de cólera ou gastroenterites nessasregiões nos perío<strong>do</strong>s estuda<strong>do</strong>s. Saben<strong>do</strong>disso, pode-se afirmar que a bactéria V.cholerae não-O1 é uma bactéria autóctone<strong>do</strong> ecossistema marinho no Brasil. Estu<strong>do</strong>sposteriores, no Esta<strong>do</strong> de São Paulo,mostraram a presença de V. cholerae O1utilizan<strong>do</strong> a técnica de imunofluorescênciadireta e anticorpos monoclonais (Martins etal., 1993, Rubin, 2000, Martinelli, 2007).Em perío<strong>do</strong>s epidêmicos no Brasil, durante1991-1999, isola<strong>do</strong>s clínicos e ambientaisde V. cholerae O1 toxigênico de to<strong>do</strong>s osesta<strong>do</strong>s foram caracteriza<strong>do</strong>s em nívelmolecular (Vital Brazil et al., 2002).Situação populacional: Detectada.Cepas patogênicas de Vibrio choleraeO1 ocorreram em diversas regiões <strong>do</strong> paísem décadas passadas, quan<strong>do</strong> a situaçãopopulacional era característica de umaespécie invasora. Entretanto, a situaçãopopulacional quan<strong>do</strong> da publicação destelivro é mais bem caracterizada comodetectada.<strong>Ambiente</strong>s preferenciais parainvasão: <strong>Ambiente</strong>s com saneamentobásico precário e áreas costeiras e marinhasdegradadas.Condições ambientais no local deorigem: Regiões de clima tropical.Rotas e vetores de dispersão:Correntes marinhas e água de lastro.Distribuição geográfica no Brasil:Atualmente não estão sen<strong>do</strong> relata<strong>do</strong>s casosde cólera nem isolamentos de V. choleraeO1 toxigênico.Ecossistemas afeta<strong>do</strong>s no Brasil:Ecossistemas aquáticos.Organismos afeta<strong>do</strong>s: Não existemrelatos da forma toxigênica associada aorganismos marinhos no Brasil.Impacto Ecológico: Desequilíbrio nonúmero e diversidade de microrganismos.Impacto Econômico: O surgimentode epidemias acarreta maior investimentofinanceiro para o tratamento da <strong>do</strong>ença.Surtos de cólera podem também ocasionarimpactos sobre atividades econômicas dasregiões afetadas (por exemplo, interrupçãode atividade pesqueira, problemas nacaptação de água para abastecimento eimpacto sobre o turismo).Impacto na saúde: O consumo dealimentos marinhos contamina<strong>do</strong>s comVibrio cholerae O1 toxigênico pode ser umadas principais causas da cólera em regiõescosteiras.Impacto Social e Cultural: Osimpactos ambientais e na saúde, cita<strong>do</strong>sacima, têm reflexos sobre a sociedade emgeral, desde as populações pobres quedependem da pesca e <strong>do</strong> extrativismo atésegmentos de maior poder aquisitivo queutilizam a região costeira para lazer, além deafetar o setor produtivo (empresas <strong>do</strong> setorportuário e de aqüicultura) e governamental(maior canalização de recursos financeiros ehumanos para a contenção <strong>do</strong> problema).Análise de risco da introdução:A presença de cepas patogênicas significarisco <strong>do</strong> surgimento da epidemia de cólera.No Brasil, em 2002-2003, foi evidenciada apresença de Vibrio cholerae O1 toxigênicoem 3,8% de 105 amostras de água de lastroe em 7,8% de 90 amostras de água deregiões portuárias brasileiras (Souza, 2007).A análise de risco deve ser empreendida pormeio da análise <strong>do</strong>s vetores potenciais de94Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


introdução, tanto através de abordagensestatísticas como a partir <strong>do</strong> monitoramentocontínuo e da análise microbiológicalaboratorial de rotina.Análise de risco da invasão: A partirda detecção de cepas patogênicas em umadeterminada região deve ser estabeleci<strong>do</strong>um plano de controle, prevenção econtingenciamento, basea<strong>do</strong> em um estu<strong>do</strong>das probabilidades e mecanismos dedispersão.Prevenção e controle: Adisseminação pode ser evitada quan<strong>do</strong>a infra-estrutura de saneamento básicoé adequada. A cólera é uma <strong>do</strong>ença denotificação compulsória no Ministério daSaúde e existe o programa denomina<strong>do</strong>Monitoramento das Doenças DiarréicasAgudas através <strong>do</strong> qual é realiza<strong>do</strong> ummonitoramento ambiental que permitea detecção precoce de V. cholerae O1toxigênico, por técnicas clássicas emoleculares.Controle Mecânico: A troca de águade lastro no mar, conforme recomenda<strong>do</strong>pelas diretrizes da IMO, consiste na melhormedida disponível no momento para reduziro risco de transferência de Vibrio choleraeO1 toxigênico no ambiente marinho, ten<strong>do</strong>em vista que este é o principal vetor deintrodução da espécie.Controle Químico: Cloração da águade lastro; entretanto estu<strong>do</strong>s devem serrealiza<strong>do</strong>s para evitar o impacto ambiental<strong>do</strong> uso <strong>do</strong> cloro.Controle Biológico: Desconheci<strong>do</strong>.Re f e r ê n c i a sABRAHÃO, R.L.B.E. Variabilidade diária<strong>do</strong> zooplâncton e de descritoresambientais no setor euhalino dabaía de Paranaguá no verão einverno de 1996. Paraná, 2000.64 f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> emZoologia) - Departamento de Zoologia,Universidade Federal <strong>do</strong> Paraná.ANVISA. Estu<strong>do</strong> exploratório paraidentificação e caracterização deespécies patogênicas em águade lastro em portos seleciona<strong>do</strong>sno Brasil. Relatório técnico. AgênciaNacional de Vigilância Sanitária.Ministério da Saúde. 2002, Brasília,DF.AQUINO, N.A., LOPES, R.M.; MEDEIROS,G.F. Spatial and temporal variation ofthe exotic copepod Pseu<strong>do</strong>diaptomustrihamatus Wright, 1937 in Bahiacoast, Eastern Brazil. In: PlanktonSymposium, 4., 2007, João Pessoa(Paraíba). BDUA Journal of Biology,v. 2, p. 250.Ara, K. Variabilidade temporal eprodução <strong>do</strong>s copépo<strong>do</strong>s noComplexo Estuarino-Lagunar deCananéia, São Paulo, Brasil. SãoPaulo, 1998. Tese (Doutora<strong>do</strong> emOceanografia Biológica) - Departamentode Oceanografia Biológica, InstitutoOceanográfico, Universidade de SãoPaulo.Ara, K. Temporal variability and productionof Temora turbinata (Copepoda:Calanoida) in the Cananéia Lagoonestuarine system, São Paulo, Brazil.Scientia Marina, vol. 66, n. 4, p. 399-406. 2002.<strong>Ambiente</strong> Marinho 95


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<strong>Ambiente</strong> Marinho 105


Foto: Leila Hayashi106Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 5 - Fi to b e n to s (Mac r oa lg as)Eu r i c o Ca b r a l d e Oliveira 1Be at r i z N. To r r a n o. d a Si lv a 1Ca r l o s Ed u a r d o Am a n c i o 1In t r o d u ç ã oTradicionalmente tem se considera<strong>do</strong>como integrantes <strong>do</strong> fitobentos as algas eas angiospermas aquáticas submersas.As angiospermas marinhas no Brasilapresentam uma baixa biodiversidade,compreenden<strong>do</strong> apenas <strong>do</strong>is gêneros:Halodule e Halophila, com apenas duasespécies cada um. O gênero Ruppia,representa<strong>do</strong> no Brasil por uma espécie,não é incluí<strong>do</strong> neste capítulo por ser restritoa lagoas de água salobra (Oliveira et al.,1983). Embora a biodiversidade destasmonocotiledôneas marinhas seja baixa, elaspodem ter um papel muito importante nosecossistemas onde ocorrem, atuan<strong>do</strong> comoespécies estrutura<strong>do</strong>ras da comunidadee <strong>do</strong>minantes em termos de cobertura ebiomassa (Silva et al., 1987; Oliveira et al.,1997). Nenhuma das espécies presentes éconsiderada como de introdução recente nolitoral brasileiro.Por outro la<strong>do</strong>, as algas marinhasbentônicas apresentam uma diversidaderelativamente elevada no Brasil, exceto nacosta <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, com cerca de650 espécies catalogadas no país (Hortaet al., 2001; Oliveira, 2002). Dentro destacategoria de fitobentos incluímos apenas asalgas macroscópicas, ou macroalgas, umavez que faltam da<strong>do</strong>s sobre as microalgasbentônicas no país. É oportuno lembrarque o termo “alga”, comumente usa<strong>do</strong> paradesignar organismos clorofila<strong>do</strong>s desprovi<strong>do</strong>sde vasos condutores e pre<strong>do</strong>minantementeaquáticos, não tem qualquer significa<strong>do</strong>taxonômico ou evolutivo. Trata-se apenasde um termo coletivo que reúne um grupoextremamente diverso de organismos,a tal ponto que são designa<strong>do</strong>s como“alga” organismos pertencentes a trêsreinos distintos: Moneras, Protistas ePlantas (Oliveira, 2003). As chamadasmacroalgas compreendem tradicionalmenterepresentantes de três grandes gruposbotânicos: Rho<strong>do</strong>phyta (algas vermelhas),Pheophyceae (algas pardas) e Chlorophyta(algas verdes).Como é bem conheci<strong>do</strong>, as macroalgastêm um papel fundamental nos ambientesmarinhos, particularmente nos substratosconsolida<strong>do</strong>s dentro da zona eufótica.Além de atuarem na produção primáriade matéria orgânica via fotossíntese, sãoelementos estrutura<strong>do</strong>res de comunidadesmarinhas, servin<strong>do</strong> de alimento, substratopara fixação e refúgio para uma sériede animais e microorganismos. Sen<strong>do</strong>dependentes de luz, sua distribuição serestringe a profundidades onde chega, pelomenos, 1% da energia luminosa (radiaçãofotossinteticamente ativa) incidente nasuperfície <strong>do</strong> mar. Embora algumas espéciesapresentem adaptações para a vida emsubstratos moles (lo<strong>do</strong>sos), a maioriavive fixa a substratos duros, sobretu<strong>do</strong>rochas e calcário de origem orgânica. Suadistribuição espacial é controlada, além da1Instituto de Biociências/Universidade de São Paulo - IB-USP<strong>Ambiente</strong> Marinho 107


luz, pela temperatura, em escala global, epela salinidade, em escala local. Apesar de oteor de nutrientes também atuar como fatorlimitante, as macroalgas podem ser muitoabundantes mesmo em águas oligotróficas.Sua distribuição natural ocorre atravésde correntes marinhas pelo transporte deespécies com adaptações para flutuação,ou aderidas em objetos flutuantes. Umaspoucas espécies são eurihalinas e sobrevivemnas águas salobras de manguezais eestuários. As macroalgas marinhas podemser consideradas como bem estudadasno Brasil existin<strong>do</strong> numerosos núcleosde estu<strong>do</strong> destes organismos, sobretu<strong>do</strong>na costa sudeste <strong>do</strong> país. Os grupos maisdiversifica<strong>do</strong>s em número de espéciespertencem às Rho<strong>do</strong>phyta, particularmenteà ordem Ceramiales. É com as florasCaribenha e <strong>do</strong> In<strong>do</strong> Pacífico que se dá amaior afinidade com a flora brasileira demacroalgas marinhas (Horta et al., 2001).No caso das macroalgas marinhas,a decisão de incluir uma dada espécie nacategoria de não nativa não é trivial e envolveuma série de análises e consideraçõesnem sempre objetivas. A catalogação dasespécies como não nativa foi norteadapelos seguintes critérios descritos abaixo,inspira<strong>do</strong>s em Chapman & Carlton, 1991:• Aparecimento em região bemestudada e não registrada em estu<strong>do</strong>spretéritos;• Espécie conspícua e de fácilidentificação;• Distribuição em expansão após oprimeiro encontro;• Associada a vetores antropogênicosde dispersão;• Capacidade de sobreviver aos vetoresde transporte (água de lastro: fragmentos,propágulos, esporos; incrustação: espécimesinteiros ou apressórios);• Distribuição restrita em comparaçãocom espécies afins (sugerin<strong>do</strong> introduçãorecente ou em processo de aclimataçãoadaptação);• Distribuição disjunta - capacidadede dispersão incompatível com ocorrência.É importante ter em mente quea invasão de espécies exóticas emqualquer ambiente é regida por processosdinâmicos. Assim, não apenas novasespécies exóticas podem ser reportadascomo podem ocorrer alterações no esta<strong>do</strong>populacional das espécies aqui listadas, oque ressalta a importância das atividadesde monitoramento.Como exemplo, há referênciarecentes à uma suposta nova introduçãode uma ro<strong>do</strong>fícea no litoral brasileiro:Laurencia caduciramulosa, descrita parao Vietnam. Esta espécie foi catalogadapela primeira vez no Brasil na baía de IlhaGrande (RJ), em 2001. Inicialmente poucofrequente, tornou-se mais comum nos anosseguintes em vários pontos da referida baía(Cassano et al., 2006). Posteriromente foiencontrada em Parati e Angra <strong>do</strong>s Reis (RJ),caracterizan<strong>do</strong> um processo de expansão(Cassano et al., 2009). A hipótese dese tratar de uma introdução recente foiregistrada por Cassano et al., (2006). Apesarde devidamente <strong>do</strong>cumentada nos trabalhosmenciona<strong>do</strong>s e de mostrar expanssãopopulacional essa espécie não consta nosresulta<strong>do</strong>s aqui apresenta<strong>do</strong>s por ter si<strong>do</strong>reportada após a última Reunião SobreEspécies Exóticas Invasoras, em 2005, naqual este trabalho se baseia.Sí n t e s e d o s r e s u l t a d o sAs ro<strong>do</strong>fíceas pre<strong>do</strong>minaram entreas macroalgas exóticas, com 4 espécies,seguidas por uma espécie de clorofícea(Tabelas 5.1 e 5.2). Não foram registradasespécies de fanerógamas exóticas. Dentreas macroalgas, 60% foram consideradas108Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 5.1: Situação populacional <strong>do</strong>s táxons de macroalgas marinhas com espécies exóticasreportadas para o Brasil.Detectadas Estabelecidas InvasorasTotal deespéciesRo<strong>do</strong>phytaRo<strong>do</strong>phyceae1 3 - 4ChlorophytaCaulerpaceae- - 1 1TOTAL 1 3 1 5Tabela 5.2: Espécies exóticas de macroalgas marinhas reportadas para o Brasil e sua situaçãopopulacional.ChlorophytaCaulerpaceaeCaulerpascalpelliformis var.denticulataInvasora Estabelecida DetectadaRho<strong>do</strong>phyta Ceramiaceae Anotrichium yagii xDasyaceae Dasya brasiliensis xAreschougiaceaeBangiaceaeKappaphycusalvareziiPorphyrasuborbiculataxxxestabelecidas, 20% detectadas e 20%invasoras (Figura 5.1). Resulta<strong>do</strong>s maisdetalha<strong>do</strong>s quanto às espécies contidasencontradas nos aquários de São Paulo sãoapresenta<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s de casos ao final<strong>do</strong> capítulo.20%20%InvasorasEstabelecidasDetectadasA região de origem de Dasyabrasiliensis é indeterminada, enquanto queas outras espécies são originárias <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico (Tabela 5.3). Os vetores potenciaisde dispersão foram (em ordem decrescentede importância): incrustação (31%),maricultura ou aquicultura e correntesmarinhas (23% cada), água de lastro(15%) e por fim associação com outrosorganismos (8%) (Figura 5.2 e Tabela 5.4).Não há comprovação <strong>do</strong>s vetores atuais dedispersão (Tabela 5.4).60%Figura 5.1: Percentual aproxima<strong>do</strong> deocorrência da situação populacional dasespécies exóticas marinhas de macroalgasreportadas para o Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 109


Tabela 5.3: Região de origem das espécies exóticas marinhas de macroalgas reportadas parao Brasil.ChlorophytaCaulerpaceaeCaulerpascalpelliformis var.denticulataIn<strong>do</strong>-PacíficoRho<strong>do</strong>phyta Ceramiaceae Anotrichium yagii xIndetermina<strong>do</strong>Dasyaceae Dasya brasiliensis xAreschougiaceae Kappaphycus alvarezii xBangiaceaePorphyrasuborbiculataxxTabela 5.4: Vetores potenciais de dispersão das espécies exóticas marinhas de macroalgasreportadas para o brasil. AO: associação com outros arganismos; IN: incrustação; AL: água delastro; M/A: maricultura ou aquicultura; CM: correntes marinhas; SC: sem comprovação.PotenciaisAtuaisAO IN AL M/A CM SCChlorophyta Caulerpaceae Anotrichium yagii x x x xRho<strong>do</strong>phyta Ceramiaceae Caulerpascalpelliformisx x xvar. denticulataDasyaceae Dasya brasiliensis x x x x xAreschougiaceae KappaphycusalvareziixxBangiaceae Porphyrasuborbiculatax x x x23%8%Associação com outrosorganismosIncrustação31%Água de lastro23%15%Maricultura ouaquiculturaCorrentes aquáticasFigura 5.2: Porcentagem de contribuição <strong>do</strong>s vetores potenciais de dispersão das espéciesintroduzidas de fitobentos no Brasil.110Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Fi c h as d a s Es péc i e s - Mac r oa lg asCHLOROPHYTACa u l e r p a s c a l p e l l i f o r m i s (R. Br. e x Tu r n e r ) C. Ag a r d h v a r.De n t i c u l a t a (De c a i s n e ) We b e r-v a n Bo s s e 1898Foto: Beatriz Torrano e Carlos E. AmancioReino: PlantaeFilo: ChlorophytaClasse: Bryopsi<strong>do</strong>phyceaeOrdem: BryopsidalesFamília: CaulerpaceaeGênero: CaulerpaEspécie: C. scalpelliformisSinonímias: Caulerpa denticulata Decaisne 1841.Caulerpa scalpelliformis f. denticulata (Decaisne) Svedelius 1906.Nome popularCaulerpaIdiomaPortuguêsForma biológica: Alga marinha.Situação populacional: Invasora.Histórico d a i n t r o d u ç ã oCaulerpa scalpelliformis var. denticulata, variedade de distribuição reconhecidamentepantropical, tinha como limite sul de distribuição no Brasil a região <strong>do</strong> Espírito Santo, atéser <strong>do</strong>cumentada na Baía de Ilha Grande, RJ, em 2001 (Falcão & Széchy, 2005). Embora<strong>Ambiente</strong> Marinho 111


as autoras citadas não tenham reconheci<strong>do</strong> o táxon como uma variedade, com base nadescrição que fornecem e no exame de duplicata depositada no Herbário SPF (Instituto deBiociências da Universidade de São Paulo) consideramos o material como C. scalpelliformisvar. denticulata. Segun<strong>do</strong> Falcão & Széchy (2005), desde seu aparecimento esta alga vemaumentan<strong>do</strong> rapidamente sua área de distribuição, chegan<strong>do</strong> a deslocar nos costões rochososa espécie que antes era <strong>do</strong>minante na região, Sargassum vulgare, além de influenciar aabundância de outras espécies, inclusive em substrato não consolida<strong>do</strong>. Justamente devi<strong>do</strong> àsua propagação rápida e persistente na região pode se tratar da primeira espécie a merecera classificação de alga invasora no Brasil. O tráfego de embarcações seria um possível vetorda introdução dessa alga na região, dada a presença <strong>do</strong> terminal petroleiro da Baía de IlhaGrande e <strong>do</strong> estaleiro da Verolme. Vetores alternativos seriam a aqüicultura de moluscos ea aquariofilia, neste último caso devi<strong>do</strong> à beleza estética desta alga, que se adapta muitobem em aquários.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sTalo com uma porção rizomatosa com cerca de 1 a 2 mm de diâmetro de onde saemtufos de rizóides no la<strong>do</strong> volta<strong>do</strong> para o substrato. Do la<strong>do</strong> superior <strong>do</strong> rizoma partem ramoseretos que logo se achatam, com 8 a 10 mm de largura e cerca de 7 cm de altura, parcialmentedisseca<strong>do</strong>s por pinas curvadas para cima, que não chegam a formar um eixo central; naporção basal desses ramos eretos ocorre um eixo estreito que simula um estipe e que seprende ao rizoma. As primeiras pinas são menores e aumentam de tamanho em direção àparte superior, manten<strong>do</strong> a mesma largura até o ápice. Dentículos marginais ocorrem naface externa superior das pinas, caracterizan<strong>do</strong> a variedade denticulata.Lu g a r d e o r i g e mComo esta alga tem ampla distribuição em águas tropicais e sub-tropicais em to<strong>do</strong> omun<strong>do</strong> ela poderia ser, inicialmente, oriunda de diversas localidades <strong>do</strong> Índico e <strong>do</strong> Pacífico.No caso da introdução reportada aqui a origem mais provável seria de pontos ao norte <strong>do</strong>Rio de Janeiro onde a espécies está presente.Distribuição g e o g r á f i c aA espécie tem si<strong>do</strong> reportada para vários locais tais como Mar Vermelho, OceanoÍndico, Japão, Austrália e Mar Mediterrâneo (Guiry & Guiry, 2008). No Brasil a espécie temocorrência natural esparsa desde o Piauí até a Bahia (Oliveira, 1977) e Espírito Santo (Mitchellet al., 1990).Ec o l o g i aHa b i t a tInfralitoral, em substrato consolida<strong>do</strong> (costão rochoso ou recifes de arenito ou coral)ou inconsolida<strong>do</strong> (areno-lo<strong>do</strong>so).112Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ab u n d â n c i aNos locais onde C. scalpelliformis var. denticulata é invasora vêem-se densos bancosrecobrin<strong>do</strong> a maior parte <strong>do</strong> substrato – 95,8±4,0% em área estudada em Angra <strong>do</strong>s Reisem 2003 (Falcão & Széchy, 2005) – , diminuin<strong>do</strong> a representatividade de espécies nativas.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDevi<strong>do</strong> à propagação vegetativa através da porção rizomatosa, as espécies de Caulerpatendem a formar vastos tapetes mesmo em suas áreas de ocorrência natural. Nesses casos,entretanto, a propagação é controlada pela interação com outros elementos da biota local.Nas áreas invadidas em Ilha Grande (RJ) não sabemos ainda se as populações desta algacontinuarão a se expandir e conquistar novas áreas ou se entrarão em equilíbrio com outrasespécies. Porém, problemas ecológicos já foram constata<strong>do</strong>s para um local na Austrália ondea espécie foi introduzida (Davis et al., 1997), e é bom lembrar que outras espécies destegênero apresentam comportamento altamente invasivo quan<strong>do</strong> transportadas para locaisonde não ocorrem naturalmente (p.e. Verlaque et al., 2003).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oAlém de se reproduzir sexualmente e por esporos, o gênero Caulerpa caracteriza-se porsua eficiente propagação vegetativa através <strong>do</strong>s rizomas. Novas plântulas também podemser formadas pela fragmentação <strong>do</strong> talo, o que pode ser problemático quan<strong>do</strong> medidas deerradicação mecânica são a<strong>do</strong>tadas de maneira inadequada.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófica.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong>s impacta<strong>do</strong>s antropicamente costumam diminuir a competitividade deespécies nativas, especialmente algas pardas, as quais são sensíveis a hidrocarbonetos diluí<strong>do</strong>sna água; isto pode favorecer o desenvolvimento de espécies de Caulerpa que acumulamvantagens competitivas, tais como crescimento estolonífero, adaptação morfológica efisiológica a temperaturas e a condições nutricionais distintas, explotação <strong>do</strong>s recursos pelatomada de nutrientes também pelos rizóides, produção de aleloquímicos, além de apresentarbaixa palatabilidade para herbívoros.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mCresce em costões rochosos e fun<strong>do</strong>s areno-lo<strong>do</strong>sos de águas tropicais esubtropicais.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Baía de Ilha Grande (RJ).Da t a: Setembro de 2001.Fo n t e : Falcão & Széchy (2005).<strong>Ambiente</strong> Marinho 113


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais o u a t u a i sRo t a d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquarismo; aquicultura e transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação em cascos de navios/objetos flutuantes eCorrentes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lDo Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí até a Bahia (Oliveira, 1977), Espírito Santo (Mitchell et al., 1990) eRio de Janeiro (Falcão & Széchy, 2005).Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sNo mun<strong>do</strong> e no Brasil Caulerpa scalpelliformis var. denticulata é admirada poraquariofilistas para a ornamentação de aquários. Em função disto a espécie é comercializadaentre importa<strong>do</strong>res, comerciantes locais e <strong>do</strong>nos de aquários caseiros.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sA espécie impactou a biota marinha bentônica e, possivelmente, outros compartimentos<strong>do</strong> ecossistema marinho raso, deslocan<strong>do</strong> algumas espécies e favorecen<strong>do</strong> outras (Falcão &Széchy, 2005). Na Baía de Ilha Grande ocorreu aumento na densidade de Caulerpa racemosae de espécies filamentosas da família Ceramiaceae, e diminuição da cobertura da espécie<strong>do</strong>minanteSargassum vulgare, e certamente de outras espécies menos conspícuas. Comoo crescimento rizomatoso permite às algas <strong>do</strong> gênero Caulepa ocuparem áreas de fun<strong>do</strong>arenoso, a variedade invasora se expandiu nesse substrato. Isso levou a uma modificaçãona distribuição natural nas algas que, anteriormente restritas aos costões rochosos, agorase entremeiam aos talos de C. scalpelliformis var. denticulata na areia, como são os casosde Jania adhaerens, Dictyopteris delicatula, Padina gymnospora, Acanthophora spicifera,Solieria filiformis, Wrangelia argus, além de espécies de Dictyota, Champia, Dasya, Hypnea,Ceramiaceae e animais como esponjas (Falcão; Széchy, 2005). Embora não tenham si<strong>do</strong>constatadas alterações nas populações de invertebra<strong>do</strong>s da Baía de Ilha Grande, invasão pelamesma variedade de Caulerpa em Botany Bay, New South Wales, Austrália, deslocou animaissésseis como esponjas, ascídias coloniais e briozoários (Davis et al., 1997). Modificações emestágios superiores da cadeia alimentar nas comunidades naturais invadidas também podemexistir, mas necessitam de estu<strong>do</strong>s específicos para sua constatação.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.114Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oCom o aumento <strong>do</strong> interesse de aquariofilistas por algas com apelo estético como aespécie em questão, certamente haverá um incremento nos riscos de introdução desta algaem locais onde ela não ocorre naturalmente. Mudanças climáticas e a interferência antrópicatambém podem favorecer o estabelecimento de C. scalpelliformis em novas localidades (p.e.Ertan et al., 1998). Sua associação com atividades de navegação marítima ainda é umahipótese válida, ressaltan<strong>do</strong> a necessidade de medidas preventivas junto a navios e portos.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oA espécie tem os atributos para se tornar invasora em ambientes altera<strong>do</strong>s poratividades antrópicas, onde a capacidade competitiva de espécies nativas é diminuída e ondeexistam condições ambientais compatíveis com suas exigências ecológicas.Pr e v e n ç ã oA preservação <strong>do</strong>s ambientes marinhos costeiros naturais certamente mantém opotencial competitivo de espécies nativas frente a eventuais chegadas de espécies exóticas.Além disso, atividades portuárias (troca de água de lastro, raspagem de cascos de navios,etc) devem ser supervisionadas e realizadas longe da costa. O comércio de espécimesmarinhos para atividades de aquariofilia e aquicultura no Brasil e no mun<strong>do</strong> ainda é umaatividade pouco controlada, necessitan<strong>do</strong> de fiscalização efetiva.Co n t r o l eA espécie ainda não passou por tentativas de controle e erradicação; no entanto,outra espécie <strong>do</strong> gênero, C. taxifolia, invasora na porção oeste <strong>do</strong> Mar Mediterrâneo, passoupor diversas tentativas de controle e erradicação, que incluíram sua retirada mecânica e aintrodução de moluscos que exerceriam certa herbivoria sobre a espécie, além da adiçãode algicidas e biocidas como alumínio iônico, sais de cobre, hipoclorito ou ainda grandesquantidades de sal mineral. A associação destes tratamentos com a cobertura de pequenaspopulações com plástico negro chegaram a ser testa<strong>do</strong>s na Califórnia (Miller, 2004).Erradicações mecânicas se mostraram inviáveis, pois liberam acidentalmente inúmerosfragmentos da alga na coluna de água, os quais funcionarão como propágulos. As tentativasde controle biológico se mostraram inviáveis in situ. Ao mesmo tempo, as de erradicaçãoquímica seriam plausíveis apenas em condições de introduções recém-descobertas, quan<strong>do</strong>a população invasora ocupasse pequena área <strong>do</strong> ambiente e deve considerar-se ainda ofato de que não apenas os talos de Caulerpa invasores são mortos, mas to<strong>do</strong>s os outrosorganismos da comunidade. No Mediterrâneo, a introdução de uma outra espécie, C.racemosa, tem mostra<strong>do</strong> uma atividade sinergística com C. taxifolia e, em alguns casos,inibin<strong>do</strong> o crescimento desta espécie e causan<strong>do</strong> igualmente danos ambientais de monta(Piazzi et al., 2003).<strong>Ambiente</strong> Marinho 115


RHODOPHYTAAnotrichium y a g i i (Ok a m u r a ) Ba l d o c k 1976Foto: Beatriz Torrano e Carlos E. AmancioReino: PlantaeFilo: Rho<strong>do</strong>phytaClasse: Rho<strong>do</strong>phyceaeOrdem: CeramialesFamília: CeramiaceaeGênero: AnotrichiumEspécie: A. yagiiSinonímia: Monosporus yagii Okamura.Nome popular: Não há.Forma biológica: Alga marinha.Situação populacional: Estabelecida.Histórico d a i n t r o d u ç ã oAté então não reportada para o Oceano Atlântico, A. yagii foi encontrada em coletasrealizadas entre Julho de 1997 e Julho de 1998 nos esta<strong>do</strong>s de Santa Catarina, São Pauloe Rio de Janeiro. Apesar de não mostrar comportamento invasor, as populações parecemestar em expansão. Não consideramos a possibilidade de que tenham ocorri<strong>do</strong> introduçõesintencionais, já que não são conheci<strong>do</strong>s interesses econômicos, sociais ou medicinais da algaem questão. Além disto, esta alga é conspícua e facilmente identificável, pelo menos no nívelde gênero, de mo<strong>do</strong> que dificilmente teria passa<strong>do</strong> despercebida em estu<strong>do</strong>s extensivos deespecialistas (Oliveira et al., 1999) realiza<strong>do</strong>s em diversas ocasiões prévias ao estu<strong>do</strong> deHorta & Oliveira (2000), o que sugere o aparecimento de A. yagii no Sul e Sudeste brasileiroscomo evento(s) introdutório(s) recente(s). Hipóteses sobre as rotas de introdução da algano país incluem a água de lastro de navios japoneses ou coreanos nos portos de Santos e116Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


São Sebastião, a incrustação em cascos destas embarcações ou sua chegada acidental emassociação a outras espécies não-nativas, trazidas para fins de aquicultura (p.e. Crassostreagigas). É pertinente lembrar que uma espécie assemelhada, A. furcellatum, disseminou-sefacilmente na Europa, apresentan<strong>do</strong> intensa propagação vegetativa e grande habilidade deestabelecer-se em ambientes antropogenicamente impacta<strong>do</strong>s.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAlga de coloração vermelha, ereta, medin<strong>do</strong> de 1,5 a 6,0 cm de altura (femininas0,7 a 1,8 cm; masculinas 1 a 2 cm; tetrasporofíticas até 6 cm), constituída por filamentosunisseria<strong>do</strong>s, ramifica<strong>do</strong>s subdicotomicamente a cada 1-5 segmentos, com células grandes,multinucleadas e conten<strong>do</strong> muitos cloroplastos. Ocorre isolada ou em tufos, sobre rochas,conchas e corais mortos ou fixa sobre ro<strong>do</strong>litos e outras algas, presa por rizóides multicelularesfiliformes. As células basais apresentam 300 a 800 µm de comprimento e 130 a 320 µm dediâmetro. As células apicais são cônicas, medin<strong>do</strong> 34 a 74 µm em comprimento e 12 a 17 µmde diâmetro. As células medianas medem de 600 a 1300 µm de comprimento e 110 a 320µm de diâmetro. Tetrasporângios e espermatângios forma<strong>do</strong>s sobre pedicelos, em númerode 1 a 3 por segmento <strong>do</strong> talo fértil. Carpósporos medin<strong>do</strong> de 34 a 53 µm de diâmetro; ramosespermatangiais de 12 a 75 µm de comprimento e 9 a 34 µm de largura; tetrasporângiosde 37 a 76 µm de diâmetro (Horta & Oliveira, 2000). Bal<strong>do</strong>ck (1976) incluiu a espécie nosubgrupo de A. elongatum, caracteriza<strong>do</strong> por tetrasporângios solitários ou em grupos de<strong>do</strong>is ou três, raramente mais que sete, de posição adaxial nas porções distais das célulasapicais e medianas <strong>do</strong>s filamentos. Ainda neste subgrupo, cada conjunto de espermatângiosse encontra sobre pedicelo solitário. Este conjunto de espécies se distingue das demaisespécies encontradas no Atlântico por não ter os tetrasporângios dispostos em verticilos, oque enfatiza a hipótese da introdução de A. yagii na costa brasileira por via antrópica.Lu g a r d e o r i g e mCoréia e Japão, onde a espécie tem distribuição natural, teriam si<strong>do</strong> a provável origemdas algas encontradas no Brasil.Distribuição g e o g r á f i c aJapão, Coréia e Brasil.Ec o l o g i aHa b i t a tA. yagii, presente no Japão, na Coréia e agora, no Oceano Atlântico, no Brasil, habitafun<strong>do</strong>s rochosos no infralitoral, em profundidades de 12 a 26 metros. No Brasil, até agora, aespécie parece restrita ao infralitoral, crescen<strong>do</strong> especialmente sobre rochas e ro<strong>do</strong>litos.Ab u n d â n c i aAbundante na maioria das vezes em que foi reportada no país (Horta & Oliveira,2000).<strong>Ambiente</strong> Marinho 117


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aApesar de apresentar dimensões reduzidas (de 1,3 a 6,0 cm de altura), esta algamostrou-se eficiente coloniza<strong>do</strong>ra em substratos consolida<strong>do</strong>s (Horta & Oliveira, 2000).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é feita pela liberação de tetrásporos e carpósporos na coluna de água,sen<strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>s por correntes costeiras. A reprodução também acontece de maneiravegetativa por brotamentos da porção basal. Espécimes em estágio reprodutivo foramencontra<strong>do</strong>s durante o verão (Horta & Oliveira, 2000).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófica.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oCostão rochoso, no infralitoral.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mCostões rochosos em águas temperadas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : desconhecida.Lo c a i s : Rio de Janeiro (Ilha Grande e costa de Angra <strong>do</strong>s Reis), São Paulo (Ilha <strong>do</strong>Mar Vira<strong>do</strong>, Ubatuba; Ilha de Queimada Grande, Itanhaém; Laje de Santos) e Santa Catarina(Ilha <strong>do</strong> Arvore<strong>do</strong> e Florianópolis).Da t a: Julho de 1997 e Julho de 1998.Fo n t e : Horta & Oliveira (2000).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais o u a t u a i sRo t a d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquarismo; aquicultura e transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; incrustação em cascos de navios/objetos flutuantese correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lAté julho de 1998 sua distribuição no país abrangia os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Angra<strong>do</strong>s Reis, incluin<strong>do</strong> a Ilha Grande), São Paulo (Ilha <strong>do</strong> Mar Vira<strong>do</strong>, Ubatuba; Ilha de QueimadaGrande, Itanhaém; Laje de Santos) e Santa Catarina (Ilha de Arvore<strong>do</strong>; Florianópolis) (Horta& Oliveira, 2000).Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.118Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEventuais impactos ecológicos, embora possíveis, ainda não foram <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s nopaís. Entretanto, Horta & Oliveira (2000) comentam que devi<strong>do</strong> à sua eficiente propagaçãoA. yagii pode vir a interferir na biota local.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oCaso a alga realmente consiga propagar-se via navegação marítima (em água delastro ou presa a cascos de navios) ou associada à aqüicultura de espécimes japoneses e/ou coreanos, o risco de sua introdução em novas localidades seria real, embora eventuaisimpactos careçam ainda de comprovação.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oA espécie pode tornar-se invasora nos casos em que apresente compatibilidade com onovo ambiente para onde seja transportada, mas não há estu<strong>do</strong>s a respeito.Pr e v e n ç ã oA prevenção de novos eventos introdutórios de A. yagii, dadas as hipóteses citadas derotas e vetores de introdução da alga, é possível através da supervisão <strong>do</strong> lançamento deágua de lastro e da limpeza de cascos de navios para que estas atividades não se realizempróximas à costa. Além disto, perío<strong>do</strong>s de quarentena para organismos introduzi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Japão ou da Coréia podem evitar novas introduções de espécies associadas, como A. yagii.Co n t r o l eVisto que até o momento as populações de A. yagii não demonstraram a tendência dedeslocar espécies nativas, medidas de controle mecânico, químico ou biológico não se fazemnecessárias.<strong>Ambiente</strong> Marinho 119


Da s y a brasiliensis E. C. Oliveira & Y. Br a g a 1971Foto: Beatriz Torrano e Carlos E. AmancioReino: PlantaeFilo: Rho<strong>do</strong>phytaClasse: Rho<strong>do</strong>phyceaeOrdem: CeramialesFamília: DasyaceaeGênero: DasyaEspécie: D. brasiliensisNome popular: Não há.Forma biológica: Alga marinha.Situação populacional: Estabelecida.Histórico d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie foi coletada pela primeira vez por E.C. Oliveira em 1963 nos litorais de SãoPaulo (Ubatuba) e Rio de Janeiro (Parati), sen<strong>do</strong> na época confundida com Heterosiphoniagibbesii (Harvey) Falkenberg. Após esta data outros levantamentos florísticos revelaram aexistência da alga em outros pontos da costa: Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ) em 1981, 1983 e 1984(Y. Yoneshigue-Valentin, 1985); Búzios (RJ) em 1981 e 1982 (Y. Yoneshigue-Valentin, 1985);Cabo Frio (RJ) em 1968 (E.C. Oliveira), 1979 e 1982 (Y. Yoneshigue-Valentin, 1985); SãoSebastião (SP) em 1982 e 1983 (E.C. Oliveira); Ubatuba (RJ) em 1968 e 1972 (E.C. Oliveira).Oliveira-Filho e Braga (1971) chegaram a registrar estes exemplares como espécie endêmicapara a região entre Cabo Frio (RJ) e São Sebastião (SP), ocasião em que a alga recebeu onome de Dasya brasiliensis E.C. Oliveira & Y. Braga. Posteriormente, foi lançada a hipótesede que esta espécie poderia ter si<strong>do</strong> introduzida no país ao fim da década de 1950 ou inícioda de 1960, basean<strong>do</strong>-se no fato de que uma espécie tão conspícua como esta, macroscópicae de colori<strong>do</strong> vermelho intenso, não poderia ter passa<strong>do</strong> despercebida no litoral norte <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> de São Paulo, área tão intensamente coletada previamente por A.B. Joly e sua equipe(Joly, 1965; Oliveira-Filho, 1977). Desta forma, sua chegada teria aconteci<strong>do</strong> de forma não120Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


intencional já que não são conheci<strong>do</strong>s interesses econômicos, sociais ou medicinais na algaem questão. Além disto, a espécie não segue o padrão de distribuição geográfica comumàs demais espécies encontradas no Sudeste brasileiro, as quais normalmente ocorrem demaneira relativamente contínua também no Nordeste brasileiro e na região <strong>do</strong> Caribe. Dasyabrasiliensis só poderá ser confirmada como espécie não-nativa no momento em que sejaidentificada com uma espécie já conhecida em área disjunta de sua atual área de ocorrência.Caso se comprove que se trata de uma espécie introduzida as hipóteses relativas a seu(s)vetor(es) de introdução incluem a troca de água de lastro de navios muito próxima à costa,sua incrustação em cascos de embarcações, bóias ou outras estruturas transportadas nomar (como plataformas de petróleo) ou ainda associada a espécies exóticas utilizadas emaqüicultura.A espécie não apresenta comportamento invasor. Completa seu ciclo biológico nasáreas onde ocorre, o que é comprova<strong>do</strong> pela presença de todas as fases reprodutivas, sen<strong>do</strong>classificada como estabelecida no país.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAlga vermelho-escura, filamentosa, forman<strong>do</strong> tufos de até 15 cm de altura, fixosao substrato por uma base discóide de onde emergem muitos ramos eretos, organiza<strong>do</strong>sradialmente, com até 1 mm de diâmetro e 8 cm de comprimento. A ramificação <strong>do</strong>s ramosocorre de forma irregularmente alternada, sem um ramo principal evidente. A formaçãode córtex em ramos mais velhos inicia-se por rizóides que se originam entre as célulaspericentrais, em número de cinco. A densa cobertura por delica<strong>do</strong>s râmulos monossifônicos,especialmente nas porções apicais dá um aspecto ocela<strong>do</strong> aos ápices; estes râmulos, inclina<strong>do</strong>sem relação ao eixo principal e medin<strong>do</strong> de 450 a 1200 µm de comprimento bifurcam-sealgumas vezes e se dispõem espiraladamente. As células basais <strong>do</strong>s râmulos medem de 38a 57 µm de comprimento por 57 a 70 µm de largura, enquanto que as células medianasmedem de 22 a 31 µm de largura, com comprimento de 2 a 4 vezes esta medida. Célulasterminais bem pequenas, com medidas iguais de largura, varian<strong>do</strong> o comprimento de acor<strong>do</strong>com o comprimento <strong>do</strong> ramo em que ocorrem. Tetrasporângios produzi<strong>do</strong>s em estiquídioslanceola<strong>do</strong>s com 300 a 420 µm de comprimento e 95 a 105 µm de largura, apresentan<strong>do</strong>pequena célula basal. Nos estiquídios observam-se até quatro esporângios por segmento,origina<strong>do</strong>s da divisão anticlinal de célula pericentral fértil, produzin<strong>do</strong> os tetrasporângiosatravés de fissões periclinais, os quais bem expostos quan<strong>do</strong> maduros.Lu g a r d e o r i g e mÉ incerta a origem de Dasya brasiliensis. Quan<strong>do</strong> identificada originalmente (Oliveira& Braga, 1971) esta espécie não pôde ser identifica<strong>do</strong> com nenhuma outra ocorrente noAtlântico americano e no Caribe, o que levou seus autores a descrevê-la como espécie nova.Novos estu<strong>do</strong>s poderão relacioná-la a alguma espécie de outras regiões, o que implicará namudança de nome <strong>do</strong> material encontra<strong>do</strong> no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 121


Distribuição g e o g r á f i c aAté o momento a espécie é conhecida apenas <strong>do</strong> Brasil, ocorren<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Riode Janeiro (Armação de Búzios, Arraial <strong>do</strong> Cabo, Cabo Frio e Parati – Yoneshigue, 1985) eSão Paulo (São Sebastião e Ubatuba – Oliveira-Filho & Braga, 1971).Ec o l o g i aHa b i t a tEncontrada na porção inferior da zona das marés em costões rochosos em locaisinclina<strong>do</strong>s, geralmente pendente sobre pontas rochosas protegidas de ondas fortes e de luzdireta.Ab u n d â n c i aApesar de freqüente, nunca ocorre em grande quantidade.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aApesar de serem encontradas o ano to<strong>do</strong>, estas algas apresentam-se mais conspícuasdurante a primavera.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oPropagação por tetrásporos e carpósporos, libera<strong>do</strong>s na coluna de água e transporta<strong>do</strong>spor correntes marinhas.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófica.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oAo que tu<strong>do</strong> indica não se trata de uma espécie invasora, pois não apresenta a tendênciade expandir sua área de ocorrência ou de deslocar espécies nativas, e vem sen<strong>do</strong> observadahá mais de 40 anos.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mOrigem desconhecida.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Desconhecida.Lo c a l : Litoral de São Paulo (Ubatuba) e <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Parati).Da t a: 1963.Fo n t e : Oliveira-Filho & Braga (1971).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais o u a t u a i sRo t a d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquarismo; aquicultura e transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.122Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ve t o r d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; incrustação em cascos de navios ou objetos flutuantes;correntes marinhas e aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lNo país, desde a época de sua primeira ocorrência, a alga já foi encontrada em diversospontos entre Cabo Frio e São Sebastião, (entre 23 e 24ºS).Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sNão há registros de usos econômicos desta espécie.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sA espécie não apresenta comportamento invasivo e por sua distribuição discreta nãohá qualquer registro de que tenha algum impacto nas comunidades naturais onde ocorre.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oCaso a alga realmente consiga propagar-se via navegação marítima (em água delastro ou presa a cascos de navios) ou ainda associada à aqüicultura de espécimes nãonativoshaveria o risco potencial de sua introdução em novas localidades, embora não sejamconheci<strong>do</strong>s impactos associa<strong>do</strong>s a esta espécie.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oAparentemente não há riscos, já que a espécie parece estar integrada em equilíbriojunto às comunidades nativas.Pr e v e n ç ã oNão parecem necessárias atividades de controle sobre as populações estabelecidascomo contenção ou prevenção de que as populações se espalhem em demasia, já que aespécie parece estar integrada em equilíbrio junto às comunidades nativas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 123


Ka p p a p h y c u s a l v a r e z i i (Do t y ) Do t y e x P. Si l v a 1996Foto: Eurico Cabral de OliveiraReino: PlantaeFilo: Rho<strong>do</strong>phytaClasse: Rho<strong>do</strong>phyceaeOrdem: GigartinalesFamília: AreschougiaceaeGênero: KappaphycusEspécie: K. alvareziiSinonímia: Eucheuma alvarezii Doty, 1985.Nome popularKappaphycus, cotoniIdiomaInglêsForma biológica: Alga marinha.Situação populacional: Contida em cultivos e detectada em ambiente natural, masde vida livre, ainda não estabelecida. A espécie não pode ser considerada invasora até estemomento, apesar de já estar presente em diversos pontos da costa brasileira, sob a formade cultivos.Histórico d a i n t r o d u ç ã oA introdução inicial dessa espécie se deu na região de Ubatuba, de forma legal (comaprovação <strong>do</strong> IBAMA) com o objetivo de testar a viabilidade ambiental, econômica e social damaricultura desta espécie visan<strong>do</strong> tornar o Brasil auto-suficiente na produção de carragenana.Estes trabalhos foram lidera<strong>do</strong>s por Edison J. de Paula (USP) e contaram com a colaboraçãode Ricar<strong>do</strong> Pereira (IP-SP), e estudantes de E.J. de Paula e E.C. de Oliveira (Paula et al., 1998;Paula & Pereira, 1998, 2003). Até o momento, após dez anos de experimentos e introduçãoacompanhada no núcleo de pesquisa <strong>do</strong> Litoral Norte (APTA) na praia de Itaguá, em Ubatuba(SP), a espécie não conseguiu se estabelecer de forma autônoma fora das estruturas decultivo e, portanto, não pode ser considerada como espécie invasora pelo menos neste local.O cultivo vem sen<strong>do</strong> monitora<strong>do</strong> desde a introdução, feita com base na importação de um124Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


amo apical de 2,5 g procedente <strong>do</strong> Japão, mas originário das Filipinas. A introdução nomar foi feita após um perío<strong>do</strong> de quarentena de 10 meses, in vitro, no Laboratório de AlgasMarinhas da USP em São Paulo (Paula et al., 1998). No entanto, outra linhagem, procedenteda Venezuela, foi introduzida por Miguel Sepúlveda. Não há informações publicadas sobre aaplicação de medidas quarentenárias nem de monitoramento ecológico das introduções daslinhagens oriundas da Venezuela e feitas em Santa Catarina, Ilha Grande e posteriormentena Marambaia (RJ). Neste último local existe um cultivo em escala comercial (dezenas detoneladas) com conhecimento <strong>do</strong>s órgãos ambientais embora sem uma aprovação formal<strong>do</strong>s mesmos. Material oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cultivos em Ilha Grande foi introduzi<strong>do</strong> de forma ilegal noCeará, Rio Grande <strong>do</strong> Norte, Paraíba e Pernambuco. Não há registros publica<strong>do</strong>s sobre essasintroduções.Recentemente o IBAMA autorizou uma introdução experimental na Praia <strong>do</strong> Sambaqui,em Florianópolis e liberou o cultivo comercial na região que se estende da Ilha Bela (SP) atéa Restinga da Marambaia (RJ). No entanto, o cultivo da espécie fora da área indicada acimanão foi autoriza<strong>do</strong> pelo IBAMA. Sua introdução em outras regiões <strong>do</strong> país requer estu<strong>do</strong>sespecíficos e medidas de precaução para avaliar seu potencial como espécie invasora.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sApesar de pertencer ao grupo das algas vermelhas (Rho<strong>do</strong>phyta) seu colori<strong>do</strong> variamuito e são comuns espécimes de coloração vermelho-escuro, marrons, amarela<strong>do</strong>s ou emdiferentes tonalidades de verde. Esta espécie pode atingir até um metro de comprimentocom até um centímetro de diâmetro nos ramos mais grossos. O talo é bastante ramifica<strong>do</strong>,com ramos dispostos irregularmente em to<strong>do</strong>s os planos. Os ramos afinam para o ápice,geralmente terminan<strong>do</strong> em ponta. O talo é multiaxial com estrutura pseu<strong>do</strong>parenquimatosa;camada cortical com células pequenas e abundantes cloroplastos, camada subcortical decélulas gradualmente maiores e mais vacuolizadas, e região medular formada por umconjunto de células alongadas com paredes mais espessadas, entremeadas por filamentosrizoidais. A reprodução sexuada não foi ainda bem <strong>do</strong>cumentada e parece não ocorrer nosclones que são usualmente cultiva<strong>do</strong>s em fazendas marinhas. Os tetrasporângios ocorremem baixa freqüência e se dividem de forma transversal e zonada.Lu g a r d e o r i g e mA espécie é nativa <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico, sen<strong>do</strong> que os clones utiliza<strong>do</strong>s nos cultivos(“tambalang”) são oriun<strong>do</strong>s de um mutante que apareceu espontaneamente em uma fazendamarinha das Filipinas. Por ser matéria-prima importante para a extração de carragenana, umficocolóide amplamente utiliza<strong>do</strong> em diversos ramos da indústria como espessante natural,esta alga foi introduzida em diversos pontos <strong>do</strong> globo, inclusive no Brasil.Distribuição g e o g r á f i c aEspécie nativa de algumas regiões <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico; foi introduzida a partir das Filipinascom propósitos comerciais em vários locais: Fiji (1976 e 1984), Japão (1991), Madagascar(1991 e 1998), Havaí (1971 e 1974), In<strong>do</strong>nésia (1984), Zanzibar (1989), Tanzânia (1989),Guadalupe, Antilhas Francesas (1978), Ilhas Salomão (1987), Samoa (antes de 1978),<strong>Ambiente</strong> Marinho 125


Tonga (1982), Kiribati (1977), Cuba (1991), Vietnã (1993), Venezuela (1996) e Brasil (1995)(Ask et al., 2003). Em alguns países onde foi introduzida os cultivos foram aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>se a espécie desapareceu, exceto no Havaí, onde se tornou uma praga. Além <strong>do</strong> Havaí háinformações contraditórias sobre problemas ecológicos em outras regiões.Ec o l o g i aHa b i t a tEm seu ambiente natural ocorre em platôs de recifes coralíneos rasos, fixa a rochas oucorais mortos, desde a linha das marés mais baixas até o infralitoral.Ab u n d â n c i aEm seu ambiente natural a espécie é controlada por interações biológicas, sen<strong>do</strong>predada por organismos varia<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong> peixes e tartarugas. É ainda controlada porcoletores de algas, pois a espécie tem amplo merca<strong>do</strong> como matéria-prima para a produçãode hidrocolóides (carragenanas Kapa e Iota).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aA espécie cresce naturalmente em águas tropicais, com salinidade entre 35 e 36,oligotróficas e de baixa turbidez. Quan<strong>do</strong> introduzida fora de sua área de ocorrência podecompetir com corais por substrato consolida<strong>do</strong> e sombreá-los.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA espécie reproduz-se em seu ambiente natural através da produção de carpósporos(2n) e tetrásporos (n), que são libera<strong>do</strong>s na coluna de água. Seu ciclo de vida é <strong>do</strong> tipo“polysiphonia” (trifásico). Além disso, reproduz-se assexuadamente por fragmentação.Entretanto, o clone cultiva<strong>do</strong> nunca foi visto portan<strong>do</strong> estruturas sexuadas e raramente produztetrasporângios. Nas fazendas marinhas a propagação é feita por mudas que consistem emfragmentos <strong>do</strong> talo, os quais são amarra<strong>do</strong>s a cordas ou cabos monofilamento de náilon.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófica.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oRegiões tropicais com características ambientais que se assemelhem às condições de seulocal de origem: águas claras, com salinidade e temperatura elevadas e fun<strong>do</strong>s coralígenos.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mÁguas oligotróficas tropicais (cerca de 25 o C), com baixa turbidez, hidrodinamismomodera<strong>do</strong>, alta incidência luminosa e salinidade ao re<strong>do</strong>r de 35. Apesar disso, sua introduçãono Brasil mostrou que a espécie pode se aclimatar a temperaturas mais baixas e águaseutrofizadas (Paula et al., 1998).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Intencional tanto em seu primeiro evento de introdução quantonos diversos pontos onde hoje está presente no país. A motivação é econômica, por estaalga ser a mais importante fonte de carragenana kappa, ficocolóide com grande diversidadede aplicações na indústria alimentícia (laticínios, gelatinas, espessantes).126Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Lo c a l : Ubatuba (SP). Da<strong>do</strong>s pretéritos sugerem que esta espécie possa ter si<strong>do</strong>introduzida décadas atrás no litoral <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte com o nome de Eucheuma, masnão há como comprovar esta informação (Oliveira, 1984).Da t a: 1995.Fo n t e : Paula et al. (1998).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais o u a t u a i sRo t a d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lA espécie não ocorre naturalmente no Brasil. Foi introduzida sob a forma de cultivos,inicialmente no litoral de São Paulo, depois no Rio de Janeiro e no Rio Grande <strong>do</strong> Norte,Paraíba e, mais recentemente em Santa Catarina, mas somente as introduções de SãoPaulo e Santa Catarina foram feitas com licença <strong>do</strong>s órgãos ambientais e <strong>do</strong>cumentadas empublicações.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sA alga é conhecida como a principal fonte atual de carragenana kappa, ficocolóide comgrande diversidade de aplicações na indústria alimentícia (laticínios, gelatinas, espessantes).São produzidas em fazendas marinhas, sobretu<strong>do</strong> nas Filipinas, In<strong>do</strong>nésia e Tanzânia maisde 120.000 toneladas secas por ano, corresponden<strong>do</strong> as vendas de carragenana a montantessuperiores a 300 milhões de dólares/ano (Mcugh, 2003). Em países <strong>do</strong> oriente a espéciecostuma ser utilizada também para alimentação humana (saladas). Conhece-se ainda seupotencial para o preparo de rações para animais <strong>do</strong>mésticos e peixes, além de poder serusada no controle de poluição marinha por metais pesa<strong>do</strong>s. No Brasil o uso desta espécie serestringe ao cultivo para a extração de carragenana e não há da<strong>do</strong>s confiáveis sobre quantoé produzi<strong>do</strong> e comercializa<strong>do</strong> atualmente no país, que importa cerca de 3.000 toneladas dealgas secas desta espécie por ano.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEmbora a espécie tenha si<strong>do</strong> introduzida em mais de 30 países, os únicos impactosrelevantes <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s até agora ocorreram no Havaí, Ilhas Fijii e Índia. Na Venezuela,Colômbia e Cuba o cultivo foi proibi<strong>do</strong> pelas agências ambientais locais, embora não haja da<strong>do</strong>sobjetivos sobre impactos ecológicos da espécie. No Havaí, na baía de Kane’ohe, a espécie foireportada afetan<strong>do</strong> bancos de coral, com velocidade de dispersão linear de cerca de 260 mpor ano (Rodgers & Cox, 1999; Russell, 1983). Nas Ilhas Fijii a espécie também afetou recifes<strong>Ambiente</strong> Marinho 127


de coral, sen<strong>do</strong> porém sua expansão controlada tanto por preda<strong>do</strong>res quanto por coletoresde algas locais (Ask et al., 2003). O episódio mais recente de problema ecológico causa<strong>do</strong>pela introdução desta espécie, que foi inclusive relata<strong>do</strong> na grande mídia internacional, foi naÍndia, em cultivos financia<strong>do</strong>s pelo grupo PepsiCo (Bagla, 2008; Chandrasekaran et al., 2008).O assunto é polêmico e tem si<strong>do</strong> motivo de debates apaixona<strong>do</strong>s em congressos científicoslocais e internacionais e na internet, dada a importância econômica desta espécie.No Brasil, decorri<strong>do</strong>s dez anos de sua introdução na região de Ubatuba, a espécie nãoconseguiu se estabelecer na natureza de forma autônoma (Oliveira & Paula, 2003; Paula,2001), o que não significa que medidas de precaução não devam ser tomadas, seja paraintroduções dentro das novas áreas autorizadas pelo IBAMA para cultivo, seja para foradelas.Ec o n ô m i c o sIntroduzida unicamente para cultivo e produção de carragenana kappa, a algamovimenta grandes quantias de dinheiro pelo mun<strong>do</strong>. No Brasil sua produção ainda é baixa,porém com grande potencial.Na s a ú d eA alga é comestível e nenhum efeito sobre a saúde foi detecta<strong>do</strong> até agora, emboraexistam trabalhos indican<strong>do</strong> problemas com o consumo de carragenanas de baixo pesomolecular em alimentos industrializa<strong>do</strong>s (Tobacman, 2005).Sociais e c u l t u r a i sOs impactos sociais <strong>do</strong> cultivo desta alga são muito significativos, proven<strong>do</strong> sustentopara mais de 50.000 famílias nas Filipinas e In<strong>do</strong>nésia e trazen<strong>do</strong> divisas para estes países sejaatravés da exportação da matéria-prima ou <strong>do</strong> seu processamento in loco para produção decarragenana (Ask et al., 2003). Outro impacto econômico e social altamente significativo foisua introdução na Tanzânia continental e na ilha de Unguja (Zanzibar), onde é praticamentea única atividade remunerada à que as mulheres têm acesso, e que resulta na exportaçãode mais de 30.000 toneladas secas. Além <strong>do</strong> benefício econômico direto <strong>do</strong>s cultivos elesdiminuem a pressão das populações locais sobre os ecossistemas marinhos (Oliveira etal., 2005). No Brasil, espera-se que, futuramente, cultivos legaliza<strong>do</strong>s e acompanha<strong>do</strong>stecnicamente forneçam renda alternativa para famílias que habitam áreas costeiras.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oA dispersão antrópica desta alga para várias localidades em várias partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>segue ativa, visto seu grande potencial econômico para extração de carragenana e odeclínio da produção nas Filipinas. No Brasil a alga deve conquistar mais interessa<strong>do</strong>s emseu cultivo, já que há indústrias de processamento de carragenana no país e fazendasmarinhas implantadas. Estes fatos reforçam a necessidade de séria supervisão pelos órgãoscompetentes para certificação de que novos cultivos sejam feitos de forma não-prejudicialaos ecossistemas costeiros (Oliveira, 2005a, 2005b; Oliveira et al., 2002).128Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oEstu<strong>do</strong>s referentes ao risco da espécie tornar-se invasora se restringem à regiãode Ubatuba, no Esta<strong>do</strong> de São Paulo (Paula & Pereira, 1998; Paula et al., 2002), paraonde existem boas evidências de que a espécie não trará impactos negativos. Os cultivoscomerciais em curso na região da Marambaia vêm sen<strong>do</strong> monitora<strong>do</strong>s por pesquisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong>Jardim Botânico <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Renata Perpétuo Reis, comunicação pessoal). Os da<strong>do</strong>satuais indicam que o cultivo, se bem planeja<strong>do</strong>, poderá trazer benefícios sociais, econômicose mesmo ambientais. Para as demais regiões onde se cogita a introdução são necessáriosestu<strong>do</strong>s específicos para avaliar eventuais impactos negativos.Pr e v e n ç ã oOs estu<strong>do</strong>s relativos ao controle <strong>do</strong>s cultivos introduzi<strong>do</strong>s em diferentes regiões<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, inclusive <strong>do</strong> Brasil, devem ser trata<strong>do</strong>s caso a caso, exceto em áreas muitopróximas, ou quan<strong>do</strong> as condições ambientais são praticamente as mesmas das áreas jáestudadas. Dentre as precauções a serem a<strong>do</strong>tadas a quarentena é certamente a primeiradelas, de mo<strong>do</strong> a introduzir cepas sadias e uni-organísmicas. Além disto, é necessário omonitoramento constante <strong>do</strong> cultivo e áreas vizinhas para detectar eventual estabelecimentode talos nas comunidades naturais.Co n t r o l eTentativas de erradicação mecânica foram feitas no Havaí. Não há registro de controlepor meios químicos ou biológicos. A erradicação de organismos marinhos é sempre muitocomplicada e onerosa uma vez que eles se incorporem nos ecossistemas. Em vista disto valesempre priorizar o princípio da precaução. A experiência mostra que controles mecânicos,químicos e biológicos não funcionam e podem mesmo ser contra-producentes.<strong>Ambiente</strong> Marinho 129


Po r p h y r a s u b o r b i c u l a t a Kj e l l m a n 1887Foto: Beatriz Torrano e Carlos E. AmancioReino: PlantaeFilo: Rho<strong>do</strong>phytaClasse: Rho<strong>do</strong>phyceaeOrdem: BangialesFamília: BangiaceaeGênero: PorphyraEspécie: P. suborbiculataSinonímia: Porphyra carolinensis Coll & Cox, 1977;Porphyra lilliputiana W.A. Nelson, G.A. Knight & M.W. Hawkes, 1998;Porphyra pujalsii Coll & Oliveira, 1976 [para o litoral de Cabo Frio, RJ].Nome popular: Não há. Outras espécies <strong>do</strong> gênero usadas para alimentação sãoconhecidas pelo nome japonês de “nori”.Forma biológica: Alga marinha.Situação populacional: Estabelecida. Apesar de estabelecida, a espécie não éconsiderada invasora. Porém, pode <strong>do</strong>minar a cobertura de rochas localizadas na partesuperior <strong>do</strong> mesolitoral nos perío<strong>do</strong>s de inverno.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oAcreditamos que esta espécie tenha si<strong>do</strong> introduzida involuntariamente como epífitasobre conchas da ostra japonesa (Crassostrea gigas), a qual foi inicialmente introduzidana região de Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ). As espécies de Porphyra têm uma alternânciaheteromórfica de gerações, sen<strong>do</strong> uma delas filamentosa e inconspícua (fase Conchocelis)que cresce en<strong>do</strong>liticamente em substrato calcário e em especial em conchas de moluscos.Alternativamente a espécie pode ter chega<strong>do</strong> ao Brasil em conchas calcárias de organismosincrusta<strong>do</strong>s no casco de embarcações. O primeiro registro da ocorrência desta espécie noBrasil foi feito por Milstein e Oliveira (2005) com base em estu<strong>do</strong>s de seqüenciamento daunidade pequena <strong>do</strong> rDNA. As autoras verificaram que uma população de Porphyra sp.130Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


coletada na Praia da Baleia em São Sebastião (SP) apresentava seqüências idênticas amateriais <strong>do</strong> Japão e Nova Zelândia identifica<strong>do</strong>s como P. suborbiculata. Embora o registroseja recente, a espécie pode ter chega<strong>do</strong> ao Brasil em data remota, pois a taxonomia destegrupo é muito difícil, sen<strong>do</strong> plausíveis identificações errôneas no passa<strong>do</strong>. Além disso, P.suborbiculata, por suas dimensões reduzidas, pode ter si<strong>do</strong> confundida com fases jovens deoutras espécies e também porque há grande sobreposição de habitat entre as espécies destegênero no Brasil. Mais recentemente, material coleta<strong>do</strong> em Arraial <strong>do</strong> Cabo e identifica<strong>do</strong> porY. Yoneshigue-Valentin em 1985 como sen<strong>do</strong> P. pujalsii mostrou ter sequência idêntica a deP. suborbiculata (Milstein & Oliveira, 2005), o que corrobora nossa suposição.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sTalo folhoso, muito delica<strong>do</strong>, de cor marrom-avermelhada, brilhante e com texturaescorregadia. Frondes reniformes, arre<strong>do</strong>ndadas, com 1 a 2 cm, isoladas ou em grupospequenos, monostromáticas, com cerca de 20 µm de espessura (lume das células com 12 µmde altura). Apresentam um único cloroplasto estrela<strong>do</strong> por célula. Em vista frontal as célulassão retangulares, medin<strong>do</strong> cerca de 15 por 8 µm. As bordas da fronde são íntegras, semondulações, com células bem ordenadas e dentes marginais freqüentes, forma<strong>do</strong>s por, umasó célula que freqüentemente se decompõe, restan<strong>do</strong> apenas sua parede. Arqueosporangios(monosporângios) localiza<strong>do</strong>s marginalmente, poden<strong>do</strong> germinar in situ. Espermatângiosem geral marginais, em duas camadas de 4, forman<strong>do</strong> grupos com 15 µm de diâmetro,distribuí<strong>do</strong>s em manchas, mistura<strong>do</strong>s a células estéreis e a células grandes e arre<strong>do</strong>ndadasque se assemelham a carpogônios não fecunda<strong>do</strong>s ou a zigotos não dividi<strong>do</strong>s.Lu g a r d e o r i g e mSua área de origem é provavelmente o Japão, embora a espécie hoje seja encontradaem várias partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, muitas vezes registrada com outros nomes.Distribuição g e o g r á f i c aJapão, China, Sri Lanka, Nova Zelândia, Austrália, nordeste <strong>do</strong> México e Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s (Broom et al., 2002). É possível que, à semelhança <strong>do</strong> que ocorreu no Brasil, onde aespécie foi confundida com P. pujalsii, as referências desta espécie para o Uruguai tambémcorrespondam a esta espécie; entretanto, não há da<strong>do</strong>s no momento para colocar P. pujalsiina sinonímia de P. suborbiculata.Ec o l o g i aHa b i t a tCresce sobre rochas <strong>do</strong> mesolitoral em área batidas pelas ondas. A fase gametofítica,que é macroscópica, aparece no inverno e início da primavera em São Paulo. Na região deCabo Frio ocorre no verão, época da ressurgência de águas frias. A fase filamentosa não foiestudada.Ab u n d â n c i aNos locais em que ocorre pode colonizar densamente algumas rochas <strong>do</strong> mesolitoral.<strong>Ambiente</strong> Marinho 131


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aA fase foliácea cresce em costões rochosos, na zona das marés, forman<strong>do</strong> manchaspequenas, mas densas, em épocas de águas frias. Ocupa geralmente uma região habitadatambém por outras espécies de Porphyra. Não cresce em locais com muito sedimento e águasalobra. Não há informações sobre a fase filamentosa.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA fase foliácea é encontrada fértil no final <strong>do</strong> inverno e início da primavera,reproduzin<strong>do</strong>-se pela liberação de arqueósporos e carpósporos, sen<strong>do</strong> que estes últimosnão foram encontra<strong>do</strong>s no material coleta<strong>do</strong> em Cabo Frio. Não há informações sobre a fasefilamentosa.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oFotoautotrófica.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oFaixa <strong>do</strong> mesolitoral em costão rochoso, para a fase foliácea. Não há da<strong>do</strong>s sobre afase filamentosa.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mCostões rochosos em águas temperadas quentes (subtropicais).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : desconheci<strong>do</strong>.Lo c a l : Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ).Da t a: 1985 por Y. Yoneshigue-Valentin, quem identificou a espécie como sen<strong>do</strong>Porphyra pujalsii. A identificação correta só foi feita recentemente por Milstein e Oliveira(2005) com base em seqüenciamento genético. Fonte: Milstein & Oliveira (2005).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais o u a t u a i sRo t a d e d i s p e r s ã oPotenciais: Tráfego de embarcações vindas <strong>do</strong> Japão, China e Nova Zelândia;aqüicultura (p. e. Crassostrea gigas) e transporte marítimo.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação em cascos de navios/objetos flutuantes, sobre organismoscom concha calcária quan<strong>do</strong> em fase filamentosa (Conchocelis) e AqüiculturaAtuais: Sem comprovação.132Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lSão Sebastião (SP) e Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ) (Milstein & Oliveira, 2005). Ten<strong>do</strong> em vista adificuldade de identificação de espécies deste gênero é possível que estu<strong>do</strong>s futuros venhammostrar que a distribuição da espécie no país é muito mais ampla <strong>do</strong> que indicam os da<strong>do</strong>satuais.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sNão há estu<strong>do</strong>s sobre esta espécie, mas outras espécies de Porphyra apresentamgrande potencial econômico como alimento humano (conheci<strong>do</strong> pelo nome japonês de“nori”).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNão existem estu<strong>do</strong>s sobre danos ambientais causa<strong>do</strong>s por esta espécie, mas não hárazões para se supor que outros organismos sejam afeta<strong>do</strong>s pela ocorrência esporádica eefêmera de uma espécie que, mesmo quan<strong>do</strong> abundante, ocorre com baixa biomassa.Ec o n ô m i c oApesar <strong>do</strong> potencial econômico de espécies congenéricas, devi<strong>do</strong> ao pequeno portedesta espécie não acreditamos que ela venha a ter qualquer impacto econômico.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oCaso a alga realmente esteja propagan<strong>do</strong>-se via navegação marítima (presa a cascosde navios ou outras estruturas transportadas via mar) ou ainda associada à aqüicultura deespécimes japoneses e/ou coreanos, existe a possibilidade de mais eventos de introduçãodesta espécie no país, mas não há qualquer indício de que a espécie possa causar danoecológico.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oOs riscos de problemas oriun<strong>do</strong>s da introdução desta espécie nos parecem reduzi<strong>do</strong>s,embora careçam ainda de estu<strong>do</strong>s.Pr e v e n ç ã o e c o n t r o l eNão vemos necessidade de desenvolver mecanismos de prevenção e controle paraesta espécie.<strong>Ambiente</strong> Marinho 133


Es t u d o s d e c a s oEs p é c i e s c r i p t o g ê n i c a sApresentamos na tabela 5.6 quatroespécies de macroalgas que talveztenham si<strong>do</strong> introduzidas, mas que, pornão atenderem a alguns critérios queconsideramos importantes como indica<strong>do</strong>resde introdução recente, seria mais prudenteconsiderá-las, face às evidências atuais,como criptogênicas.Tabela 5.6: Lista de espécies de macroalgas,supostamente exóticas conforme critériosanteriormente defini<strong>do</strong>s no capítulo 4, masconsideradas criptogênicas segun<strong>do</strong> oscritérios de inclusão utiliza<strong>do</strong>s.EspéciesCriptogênicasCritérios1 2 3 4 5 6 7Porphyra rizinii x - x x x xPorphyra leucosticta x - x x x xCla<strong>do</strong>phora corallicola x - ? ? x x xPe<strong>do</strong>besia ryukiensis - ? ? x x xPo r p h y r a l e u c o s t i c t a Th u r e t in Le Jo l i se P. rizinii J. Co l l & E.C. OliveiraReino: PlantaeFilo: Rho<strong>do</strong>phytaClasse: Rho<strong>do</strong>phyceaeSubclasse: BangiophycidaeOrdem: BangialesFamília: BangiaceaeGênero: PorphyraEspécies: P. leucostictaEstas duas espécies de Porphyraforam identificadas na costa brasileira porY. Yoneshigue para a região de Cabo Frio: P.leucosticta em 1979, 1980, 1981 e 1982; P.rizzinii em 1980 (Yoneshigue 1985).Porphyra rizzinii foi descrita para oUruguai como espécie endêmica deste país,enquanto que P. leucosticta é espécie comampla distribuição, descrita para diversasregiões (Europa, Oeste Africano, NordesteAmericano e Mediterrâneo).Da mesma forma que P. suborbiculata,estas espécies poderiam ter vin<strong>do</strong>como fase Conchocelis, sobreviven<strong>do</strong>epizooicamente em conchas de moluscos ecrustáceos (cracas), incrustadas em cascosde embarcações, ou sobre conchas daostra Crassostrea gigas, introduzida paramaricultura na região de Cabo Frio (Milstein& Oliveira 2005). No caso de P. rizinii aespécie poderia ter chega<strong>do</strong> a Cabo Frio deforma natural trazida por correntes frias quepassam pelo Uruguai. Esta última idéia seapóia no fato de que se tratam de espéciesde águas frias, sobreviven<strong>do</strong> no Uruguai eem Cabo Frio (região de ressurgência), masnão em regiões intermediárias da costa.Não foram feitos nestas populaçõesos estu<strong>do</strong>s necessários para avaliar asconseqüências da introdução, mas, como setratam de plantas pequenas, de baixa biomassae cuja forma macroscópica é estacional, nãose espera impacto significativo.Há uma certa cautela ao validarsea introdução destas duas algas no paísporque uma terceira espécie de Porphyra, P.pujalsiae, também descrita para o Uruguai eidentificada como tal também por Yoneshigue(1985), em estu<strong>do</strong>s mais detalha<strong>do</strong>s mostroutratar-se de P. suborbiculata.Risco potencial: a espécie não apresentarisco.Cl a d o p h o r a c o r a l l i c o l a Bø r g e s e nReino: PlantaeFilo: ChlorophytaClasse: UlvophyceaeOrdem: Cla<strong>do</strong>phoralesFamília: Cla<strong>do</strong>phoraceaeGênero: Cla<strong>do</strong>phoraEspécie: C. corallicola134Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Alga descrita para as Ilhas Virgens,Barba<strong>do</strong>s e de St. John (Caribe) (Hoek,1982; Guiry & Guiry, 2008), foi detectadaprimeiramente no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio deJaneiro (Yoneshigue, 1985; Yoneshigue& Figueire<strong>do</strong>, 1987), nos municípios deArmação de Búzios (1981) e de Arraial <strong>do</strong>Cabo (1983). Levantamentos posteriores(Gestinari, 2004), observaram esta algatambém no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, emSaquarema (1986); no Espírito Santo nosmunicípios de Anchieta (1992), Guarapari(2000) e Aracruz (2000); e no Esta<strong>do</strong> deSanta Catarina em Florianópolis (2001).Risco potencial: a espécie não apresentarisco.Pe d o b e s i a ryukiensis (Ya m a d a &Ta n a k a) Ko b a r a & Ch i h a r aReino: PlantaeFilo: ChlorophytaClasse: Bryopsi<strong>do</strong>phyceaeOrdem: BryopsidalesFamília: DerbesiaceaeGênero: Pe<strong>do</strong>besiaEspécie: P. ryukiensisA espécie foi descrita originalmentepara o Japão e depois para as Ilhas Galápagose África <strong>do</strong> Sul (Guiry & Guiry, 2008). NoBrasil foi encontrada nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio deJaneiro e São Paulo: em São Sebastião, SP(1983) por E.J. de Paula & J.A. West (Paula &West, 1986); em Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ, (1987)por Y. Yoneshigue & M.A.O. Figueire<strong>do</strong>(Yoneshigue & Figueire<strong>do</strong>, 1987). Em SãoSebastião a alga mostrava-se integrada àcomunidade, sofren<strong>do</strong> intensa predação porouriços (Echinometra lucunter Linnaeus)e por moluscos (Achmaea subrugosaOrbigny e Astrea olfersii Philippi), que emconjunto controlavam o crescimento algal;crescen<strong>do</strong> sobre conchas de cracas mortase algas calcárias, sen<strong>do</strong> ainda comumenteassociada às algas Derbesia sp. e Bryopsispennata Lamouroux. O primeiro registroda espécie no país foi, no entanto, como“contaminante” de aquários <strong>do</strong> Centro deBiologia Marinha da Universidade de SãoPaulo, em São Sebastião; estes aquáriosutilizavam água e animais retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> marem São Sebastião, e os discos de Pe<strong>do</strong>besiaryukyuensis eram vistos crescen<strong>do</strong> aderi<strong>do</strong>ssobre superfícies de vidro ou de tubos dePVC (Paula & West, 1986).Há dúvidas se a espécie foi introduzidarecentemente ou se ela já se encontrava nopaís há algum tempo. Um fato que apóia asegunda hipótese refere-se à sua aparênciainconspícua, o que pode ter dificulta<strong>do</strong>sua coleta em trabalhos de levantamentoflorístico. Yoneshigue & Figueire<strong>do</strong> (1987)registraram a espécie para Cabo Frio. Ocultivo da ostra japonesa (Crassostreagigas) em Cabo Frio pode ter si<strong>do</strong> o vetor deintrodução da alga, de forma que indivíduosinteiros, propágulos, zigotos ou esporos daalga tenham vin<strong>do</strong> sobre a concha destasostras.Risco potencial: a espécie não apresentarisco.e s p é c i e s c o n t i d a sEste tópico constitui um exemplo parailustrar o papel da aquariofilia como vetorde disseminação de espécies de organismosexóticos utilizan<strong>do</strong> as macroalgas como umestu<strong>do</strong> de caso.Um <strong>do</strong>s vetores responsáveis pelaintrodução de organismos marinhos é aaquariofilia, atividade que ganha adeptos emto<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e que se populariza no Brasil.A aquariofilia comercial se caracteriza porum ativo tráfego de espécies de diferentespartes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, mas oriundas sobretu<strong>do</strong> demares tropicais onde se encontram muitosorganismos de grande apelo estético.<strong>Ambiente</strong> Marinho 135


No que diz respeito às algas, ocaso mais notório de invasão biológicafoi a introdução de Caulerpa taxifolia noMediterrâneo que, ao que tu<strong>do</strong> indica, teriaescapa<strong>do</strong> <strong>do</strong> aquário de Mônaco (Joussonet al., 1998). Trata-se de uma espécie dealga verde comum em mares tropicais quecausou um grande impacto biológico emcurto tempo e tem si<strong>do</strong> causa de grandesprejuízos ambientais e econômicos naFrança, Itália, Espanha, Tunísia e Croácia,no Mediterrâneo, alem de porções ao sul daAustrália e a su<strong>do</strong>este <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s(Guiry; Guiry, 2008; Meinesz et al., 2001).Outras espécies de algas, incluin<strong>do</strong>diferentes espécies de Caulerpa, tambémsão populares em aquários marinhos,haven<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s que comprovam o papeldesta atividade na introdução de organismosaquáticos (p.e. Stam; Olsen, 2006; Verlaqueet al., 2003).Algumas macroalgas são mantidasnos aquários com a finalidade de ajudar aestabilizar o sistema, principalmente atravésda remoção de metabólitos de peixes eoutros animais. Para isso, são cultivadas ecomercializadas algumas espécies de maiorapelo estético, como as <strong>do</strong>s gêneros Caulerpae Halimeda. Entretanto, a maioria das algaspresentes em aquários marinhos surgeminvoluntariamente através de estruturasde dispersão tais como esporos, zigotos,propágulos ou fragmentos que vêm comocontaminantes com a água ou associadaaos animais marinhos. Uma vez no aquárioproliferam quan<strong>do</strong> encontram ambientefavorável ao seu crescimento, com luz enutrientes abundantes. A ocorrência dessasalgas nos aquários é vista como um defeitoestético que precisa ser elimina<strong>do</strong>, atividadeque pode oferecer riscos se as algas, ou aágua de aquários onde elas se encontram,forem descartadas em locais onde possamchegar ao mar ainda vivas.O objetivo desta pesquisa foi avaliaruma eventual presença de algas exóticas emaquários marinhos na cidade de São Paulopara: (i) detectar, a priori, a presença deespécies que poderão vir a ser encontradasna costa brasileira, e (ii) alertar osaquariofilistas sobre os riscos reais de umaintrodução que poderá resultar em impactobiológico significativo.Me t o d o l o g i aForam realizadas oito coletas sen<strong>do</strong>três em duas lojas de aquariofilismoda cidade de São Paulo (02/02/2004,25/02/2004 e 11/05/2004), três coletasem três distribui<strong>do</strong>ras também da cidadede São Paulo (06/08/2004, 24/12/2004 e21/01/2005) e duas coletas em <strong>do</strong>is aquáriosexpositivos <strong>do</strong> litoral paulista (Guarujá,31/08/2004 e Ubatuba, 21/01/2005).Re s u l t a d o s e Di s c u s s ã oA quantidade de algas coletada foibem maior nas distribui<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> que naslojas, não só devi<strong>do</strong> ao volume de materialmovimenta<strong>do</strong> como também pelo tamanho<strong>do</strong>s tanques.O material marinho recebi<strong>do</strong> pelasdistribui<strong>do</strong>ras vinha tanto <strong>do</strong> exterior quantode outros Esta<strong>do</strong>s brasileiros, como EspíritoSanto, Pernambuco e Bahia. Quanto aomaterial procedente <strong>do</strong> exterior as origensmais freqüentes foram: Mar Vermelho,Caribe, Ilhas Maldivas, Sri Lanka, ArábiaSaudita Bali, Jacarta, Ilhas Fiji, Austrália,Havaí e In<strong>do</strong>nésia.Cerca de 80% <strong>do</strong> material coleta<strong>do</strong>pôde ser identifica<strong>do</strong> pelo menos até o nívelde gênero. A maior dificuldade foi identificarcertos grupos de algas vermelhas devi<strong>do</strong> àausência de estruturas reprodutivas. Emalguns casos a identificação só foi possívelapós cultivar o material in vitro em meio136Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


de cultura. O material coleta<strong>do</strong> encontra-seherboriza<strong>do</strong> e deposita<strong>do</strong> no Herbário SPF(Instituto de Biociências da Universidade deSão Paulo)Nesta etapa <strong>do</strong> trabalho foramidentificadas 32 espécies, das quais cinconão têm distribuição natural no Brasilconforme lista<strong>do</strong> na Tabela 5.5.Verifica-se na Tabela 5.5 que as cincoespécies ainda não referidas para o Brasilpertencem ao filo Chlorophyta. Tratam-se deespécies oportunistas pelas suas estratégiasde vida e com larga distribuição, nesteúltimo caso com exceção de Cla<strong>do</strong>phorasubmarina.Cabe lembrar que a extensa costabrasileira sustenta gradual mudança deflora marinha, de norte a sul <strong>do</strong> país, e quemesmo espécies já conhecidas para o Brasilpodem tornar-se invasoras se introduzidasem pontos distintos <strong>do</strong>s de sua ocorrêncianatural.Tanto no caso de espécies vindasde outros países quanto naquelas comdistribuição limitada na costa brasileira asseguintes hipóteses de transporte acidentalpoderiam explicar a ocorrência destas algasnos aquários marinhos <strong>do</strong> país: (i) associadasa organismos vivos ou suas carapaças (p.e. gastrópodes); (ii) associadas a itens <strong>do</strong>substrato, sejam conchas, areia ou “pedrasvivas”(ro<strong>do</strong>litos), estas últimas oriundas emsua grande maioria <strong>do</strong> Nordeste <strong>do</strong> país ou <strong>do</strong>Espírito Santo; (iii) associadas às carapaçasde organismos incrustantes de itens <strong>do</strong>substrato, como poliquetos forma<strong>do</strong>res detúneis ou pequenos gastrópodes; e (iv) soba forma de esporos ou pequenos propágulospresentes na água marinha.var. denticulata) ocorrem naturalmentena costa brasileira e em aquários poiscostumam “brotar” de ro<strong>do</strong>litos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>scomo substrato. Da<strong>do</strong> seu apelo estéticoestas algas são trocadas e comercializadascom freqüência.Observamos que maior atenção deveser dada às distribui<strong>do</strong>ras, pois foi nelas queencontramos a maior riqueza de espéciesde algas e são elas que servem de portade entrada para os organismos que sãocomercializa<strong>do</strong>s nas lojas e expostos emaquários para visitação pública.Este tipo de estu<strong>do</strong> precisa seraprofunda<strong>do</strong> no caso das macroalgas eestendi<strong>do</strong> para outros grupos de organismos,pois representa um risco real para adisseminação de espécies indesejadas emáreas costeiras com to<strong>do</strong>s os riscos a elasassocia<strong>do</strong>s.A partir de estu<strong>do</strong>s como esteserá possível fazer uma campanha deconscientização com os aquariofilistasama<strong>do</strong>res e comerciais visan<strong>do</strong> minimizar osriscos de introduções de espécies exóticasem nossas costas.As espécies selecionadas maiscomumente para enfeite ou como refúgiopara animais <strong>do</strong> aquário (Halimeda tuna,Caulerpa racemosa e Caulerpa scalpelliformis<strong>Ambiente</strong> Marinho 137


Tabela 5.5: Relação <strong>do</strong>s táxons encontra<strong>do</strong>s nos estabelecimentos de aquariofilia visita<strong>do</strong>s. Asque não têm distribuição natural no país estão assinaladas com um asterisco (*). A distribuiçãorefere-se aos locais onde a espécie é conhecida. No caso de espécies já referidas para o Brasil sãodadas apenas as siglas <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s para onde as espécies foram citadas.Filo Espécie DistribuiçãoChlorophyta Anadyomene stellata CE, RN, PB, PE, BA, ES, RJAvrainvillea sp.(há três espécies citadas para o país)Bryopsis pennataMA, CE, RN, PB, PE, BA, ES, RJ, SP, PR, SC, RSBryopsis plumosaMA, CE, PB, BA, RJ, SP, SC, RSCaulerpa nummularia *Mar <strong>do</strong> Caribe, Índia Sri Lanka, Tanzânia, China,Japão, Havaí, Fiji, AustráliaCaulerpa racemosaPI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, RJ, SPCaulerpa scalpelliformis var.denticulataPI, CE, RN, AL, BACaulerpa webbianaBA, ESChaetomorpha spiralis *In<strong>do</strong>nésia, Índia, Paquistão, Somália, Quênia,Tanzânia, Japão, China, Taiwan, EUA, Malásia,Filipinas, Ilha da Paz, Austrália, Papua Nova GuinéCla<strong>do</strong>phora coelothrix PB, BA, RJ, SPCla<strong>do</strong>phora prolifera CE, RN, PB, BA, RJ, SP, PR, SP, RSCla<strong>do</strong>phora submarina * Venezuela, CubaDerbesia marinaBA, RJ, RNDerbesia tenuissima *França, Espanha, Portugal, Córsega, Itália, IlhasCanárias, Madeira, Ilhas de Cabo Verde, Senegal,Grécia, Turquia, Egito, Tunísia, Marrocos, Japão,Filipinas, Havaí, AustráliaDerbesia turbinata * Senegal, Mar <strong>do</strong> Caribe, Panamá, ÍndiaEnteromorpha flexuosa PI, PB, PE, BA, RJ, SP, PR, SC, RSHalimeda tunaPB, PE, AL, BA, ES, RJUlva rigidaRJOchrophyta Valonia aegagropila PI, RN, PE, BA, ES, RJValonia utricularisPI, PB, PEValonia ventricosaPI, RN, PB, PE, BADictyota bartayresiana MA, BA, ES, RJ, SP, SCDictyota cervicornisMA, CE, RN, BA, ES, RJ, SP, SP, RSDictyota mertensiiCE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, RJSargassum vulgare var.foliosissimumSPRho<strong>do</strong>phyta Acanthophora spicifera CE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, RJ, SP, PR, SCAmansia multifidaCE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, RJAmphiroa sp.(Há cinco espécies referidas para o país)Chondrophycus gemmiferus RN, PB, PEDigenea simplexCE, RN, PB, PE, BAFamília Gelidiaceae(há dezessete espécies da família no país)Gracilaria sp.(há treze espécies <strong>do</strong> gênero no país)Gracilaria birdiaeCE, RN, PB, PE, AL, BA, ESHypnea spinellaCE, RN, PB, PE, AL, BA, ES, RJ, SP, SC, RS138Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


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<strong>Ambiente</strong> Marinho 143


Foto: Cristiane Farrapeira144Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 6 - Zo o b e n to sAn d r é a O. R. Ju n q u e i r a 1Ma r c o s D. S. Ta v a r e s 2Ya r a Sc h a e f f e r-Novelli 3Va s i ly I. Ra d a s h e v s k y 1Ja s a r O. Cirelli 2Lu c i a n a M. Ju l i o 1Fe r n a n d a C. Ro m a g n o l i 2Ká t i a C. d o s Sa n t o s 2Ma r i a Au g u s ta G. Fe r r e i r a - Si lv a 1In t r o d u ç ã oO ambiente marinho pode serdividi<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is grandes <strong>do</strong>mínios: opelágico, que corresponde à massa d’águasituada acima <strong>do</strong> leito submarino e obentônico, relaciona<strong>do</strong> a to<strong>do</strong> substratomarinho, consideran<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> oceânicopropriamente dito, os costões rochososou a superfície de um organismo. Além desubstratos naturais, muitos organismosbentônicos vivem associa<strong>do</strong>s a substratosartificiais relaciona<strong>do</strong>s às diversas atividadesou intervenções humanas nos oceanoscomo a navegação, as construções e amaricultura.Ao descrever a distribuição davida nos oceanos em relação a estes <strong>do</strong>is<strong>do</strong>mínios, uma constatação importante é ade que aproximadamente 98% das espéciesanimais está relacionada ao <strong>do</strong>míniobentônico (Thurman, 1994).O zoobentos é constituí<strong>do</strong> porum conjunto extremamente diverso comespécies de uma ampla variedade de filoszoológicos. Tradicionalmente, o zoobentostem si<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong>-seprincipalmente a sua compartimentalizaçãoem tamanhos. O grupo mais estuda<strong>do</strong>corresponde a denominada megafauna, queabrange aqueles organismos conspícuosque apresentam dimensões maiores evivem sobre o fun<strong>do</strong> oceânico, sen<strong>do</strong>captura<strong>do</strong>s por redes de arrasto. Entreeles estão principalmente crustáceos,moluscos, equinodermas e corais. Osanimais reti<strong>do</strong>s nas peneiras de malhasde 0,5 mm compreendem a macrofaunae estão representa<strong>do</strong>s principalmente pororganismos de diferentes filos, que vivementerra<strong>do</strong>s no substrato inconsolida<strong>do</strong> ouque vivem sobre o substrato consolida<strong>do</strong>.Animais que passam nas peneiras de 0,5 mme ficam reti<strong>do</strong>s nas peneiras de 0,062 mm,fazem parte da meiofauna. Esta meiofauna,também composta por diversos filos, vivegeralmente entre os espaços intersticiais <strong>do</strong>sedimento ou associada à macroalgas. Aslarvas e juvenis de organismos da macrofaunapodem fazer parte temporariamente dameiofauna. Finalmente, em relação aotamanho, podemos citar a microfauna queinclui bactérias e protozoários que passampor uma peneira de 0,062 mm.Muitas espécies bentônicas têmimportância econômica direta por serviremcomo recursos vivos na alimentação humanaou na indústria farmacêutica. Outrasespécies, principalmente de crustáceos epoliquetas, constituem itens alimentares1Instituo de Biologia/Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro - IB-UFRJ2Museu de Zoologia/Universidade de São Paulo - MZ-USP3Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo - IO-USP<strong>Ambiente</strong> Marinho 145


de peixes demersais (Amaral & Migotto,1980; Amaral et al., 1994; Costa et al.2005). Além disso, o zoobentos tem papelfundamental na aeração e remobilização <strong>do</strong>sfun<strong>do</strong>s marinhos, aceleran<strong>do</strong> os processosde remineralização de nutrientes econseqüentemente interferin<strong>do</strong> na produçãoprimária e secundária (Lana et al., 1996).As comunidades bentônicas também têmsi<strong>do</strong> utilizadas no monitoramento ambientaldevi<strong>do</strong> à natureza séssil e sedentária damaioria de seus membros que refletemas condições ambientais a que estãosubmetidas (Lana et al., 1996).Uma das principais características<strong>do</strong>s ecossistemas tropicais, entre os quaisse inclui grande parte da costa brasileira,é a elevada diversidade de espéciesassociada a uma baixa biomassa de cadauma (Lana et al., 1996). No Brasil, a maioria<strong>do</strong>s grupos marinhos é pouco conhecidaespecialmente em profundidades superioresa 20 metros (Migotto & Tiago, 1999). OPrograma REVIZEE (Avaliação <strong>do</strong> PotencialSustentável de Recursos Vivos na ZonaEconômica Exclusiva) desenvolvi<strong>do</strong> entre1995 e 2006, teve como objetivo principalo estabelecimento de diretrizes para o usodestes recursos a partir <strong>do</strong> conhecimentobiológico da nossa ZEE. O programapromoveu um <strong>do</strong>s maiores levantamentosda biodiversidade marinha no país, comregistro de diversas novas ocorrênciasprincipalmente em regiões mais profundasda plataforma e <strong>do</strong> talude (Amaral et al.,2004; Lavra<strong>do</strong>, 2006).O conhecimento sobre o zoobentosda costa brasileira apresenta uma grandevariação tanto em relação aos gruposzoológicos quanto às regiões estudadassen<strong>do</strong> o maior número de espéciesregistra<strong>do</strong> nas regiões sul e sudeste <strong>do</strong>país ( Belúcio, 1999). A meiofauna foi ogrupo mais estuda<strong>do</strong> nas regiões nortenordestee sudeste (Lana et al., 1996). Ofilo Mollusca é um <strong>do</strong>s mais inventaria<strong>do</strong>sna costa brasileira com uma extensaliteratura disponível. Entre os crustáceos,destacam-se os decápodes, como o grupomelhor estuda<strong>do</strong> na costa brasileira, sen<strong>do</strong>as regiões NE e SE as mais conhecidas emrelação ao grupo. A maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>sde Polychaeta se concentra nos esta<strong>do</strong>s deSão Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, onde foirealiza<strong>do</strong> um maior esforço de coleta e háum maior número de especialistas. Muitosfilos bentônicos, embora abundantes,dispõem de poucos especialistas no Brasilcom destaque para Porifera, Cnidaria,Bryozoa, Echinodermata e Urochordata.Reconhecidamente necessárias paraa detecção e reconhecimento de espéciesintroduzidas, as análises biogeográficasda fauna atlântica brasileira como umto<strong>do</strong> praticamente inexistem ou são muitoantigas (Lana et al., 1996). A construçãode uma hipótese de introdução estádiretamente relacionada à capacidade dese diferenciar um processo de expansãonatural de um processo de introduçãomediada pela atividade humana. Isto requero conhecimento da biodiversidade da região<strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra e da região receptora, assim comoda biogeografia de espécies alvo e <strong>do</strong>spossíveis vetores de transporte. No Brasil, oescasso conhecimento das biotas regionaistorna difícil o rastreamento das bioinvasões.Nesse senti<strong>do</strong>, a identificação correta dasespécies é fundamental para uma avaliaçãoobjetiva <strong>do</strong> processo de introdução deespécies. Em muitos inventários, algumasespécies não são identificadas por inúmerasrazões e, certamente, muitas espéciesintroduzidas podem estar entre elas.Uma das tarefas mais difíceis é adefinição da origem das espécies, o querequer conhecimento de biogeografia. Muitasespécies introduzidas são re-descritas comonativas na sua área de introdução. Devi<strong>do</strong>ao pequeno número de especialistas em146Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


alguns grupos taxonômicos, um grandenúmero destas espécies “pseu<strong>do</strong>-nativas”permanecem como tal. Um outro casocomum é a descrição de uma espécie emáreas onde ela é introduzida, sen<strong>do</strong> estaespécie, na verdade, proveniente de áreasonde a biota é pobremente conhecida.Algumas espécies introduzidas tambémpodem ser identificadas erroneamentecomo nativas devi<strong>do</strong> a uma resoluçãotaxonômica insuficiente ou porque, apesarde um adequa<strong>do</strong> conhecimento taxonômico,invasões crípticas podem ocorrer,sen<strong>do</strong> somente reveladas por estu<strong>do</strong>sgenéticos. Espécies crípticas são um <strong>do</strong>smaiores desafios no reconhecimento dasbioinvasões.Devi<strong>do</strong> a este desconhecimento,muitas espécies nos inventários das biotastêm si<strong>do</strong> classificadas como criptogênicas.Entre estas espécies encontram-se muitasespécies cosmopolitas que podem ter ti<strong>do</strong>sua dispersão mediada por atividadeshumanas ou naturalmente, assim comotambém podem ser um grupo de espéciesgeneticamente distintas. A construção debancos de da<strong>do</strong>s de espécies introduzidasé uma importante ferramenta para o estu<strong>do</strong><strong>do</strong>s padrões e processos das bioinvasõesmarinhas. Atualmente, estes bancos estãoconcentra<strong>do</strong>s, principalmente, na América<strong>do</strong> Norte, Europa e Austrália.Chapman & Carlton (1994)elaboraram uma série de critérios paraobjetivamente definir se uma espécie énativa, introduzida ou se deve permanecerna categoria de criptogênica. Dois destescritérios são relaciona<strong>do</strong>s ao aparecimentosúbito e a ampliação da distribuição daespécie sen<strong>do</strong> úteis apenas para identificaras introduções recentes, mas não se aplicamàs introduções históricas. Estas necessitam<strong>do</strong> conhecimento de registros fósseis nemsempre disponíveis já que muitas espéciesnão apresentam partes duras preserváveis.Outra condição para a aplicação destescritérios é o conhecimento prévio da biotalocal, o que nem sempre acontece. Umaespécie de molusco bivalve de origemcaribenha, Isognomon bicolor, apresentouum aumento súbito de densidade em váriospontos da costa brasileira a partir da metadeda década de 1990. A inexistência deinventários publica<strong>do</strong>s para várias regiõesda costa e problemas na identificaçãocorreta da espécie (que foi inicialmenteconfundida com outra espécie da mesmafamília já registrada para a nossa costa)fizeram com que esta espécie, atualmenteconsiderada invasora, fosse consideradacriptogênica por algum tempo.Sí n t e s e d o s r e s u l t a d o sForam registradas 40 espécieszoobentônicas introduzidas, sen<strong>do</strong> 21 delasde substrato inconsolida<strong>do</strong> e 19 de substratoconsolida<strong>do</strong>. Quanto à situação populacional,pre<strong>do</strong>minaram as espécies detectadas(52%), seguidas por estabelecidas (33%) einvasoras (15%) (Figura 6.1).52%15%33%InvasorasEstabelecidasDetectadasFigura 6.1: Percentual da situaçãopopulacional das espécies exóticas marinhas<strong>do</strong> zoobentos reportadas para o Brasil.O zoobentos (Tabelas 6.1 e 6.2)contribuiu com mais da metade dasespécies listadas neste trabalho. Doisgrupos taxonômicos se destacaram nestacomunidade biológica, os decápodes(com 12 espécies) e os poliquetas (com 8espécies).<strong>Ambiente</strong> Marinho 147


Tabela 6.1: Situação populacional <strong>do</strong>s táxons <strong>do</strong> zoobentos marinho com espécies exóticasreportadas para o Brasil.Detectadas Estabelecidas Invasoras Total de espéciesPoriferaCalcarea - 1 - 1CnidariaAnthozoa - 1 2 3MolluscaBivalvia - 2 2 4AnnelidaPolychaeta 7 1 - 8ArthropodaCirripedia - 3 - 3ArthropodaDecapoda 9 2 1 12ArthropodaIsopoda - 1 - 1EctoproctaGymnolaemata 3 1 - 4ChordataAscidiacea 2 1 1 4TOTAL 21 13 6 40Em termos gerais, a maioria dasespécies <strong>do</strong> zoobentos foi consideradacomo pertencente à categoria “detectadaem ambiente natural”, ten<strong>do</strong> em vistaseus registros pontuais (Tabela 6.2). Asespécies de substrato consolida<strong>do</strong> foramclassificadas, em ordem decrescente comoestabelecidas (50%) e invasoras (25%)e detectadas (25%) enquanto que as desubstrato inconsolida<strong>do</strong> foram classsificadascomo detectadas (80%), estabelecidas(15%) e invasoras (5%) (Figura 6.2).A maioria das espécies é proveniente<strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico e <strong>do</strong> Pacífico Oriental (amboscom 19%), seguida <strong>do</strong> Pacífico Ocidentale Atlântico Ocidental/Caribe (ambos com54%) (Figura 6.3, Tabela 6.3).Quan<strong>do</strong> consideradas separadamentepor tipo de substrato de ocupação (Figura6.4), a maioria das espécies de substratoconsolida<strong>do</strong> têm como região de origem oIn<strong>do</strong> Pacífico e o Atlântico Ocidental/Caribe(21% cada), segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pacífico Ocidental e<strong>do</strong> Pacífico Oriental (11% cada) e Europa eAtlântico Oriental e Oceano Índico. Grandepercentual das espécies de substratoconsolida<strong>do</strong> possui origem indeterminada(26%). Já para os organismos de substratoinconsolida<strong>do</strong>, a região <strong>do</strong> Pacífico Orientalé responsável por 28% das origens, segui<strong>do</strong><strong>do</strong> In<strong>do</strong> Pacífico e Pacífico Ocidental (19%)e Atlântico Ocidental/Caribe, AtlânticoOriental e Europa (10%).A identificação <strong>do</strong> vetor de transporteé dificultada pela existência de diversosmecanismos através <strong>do</strong>s quais uma espéciepode ser introduzida. Por isso os da<strong>do</strong>smostra<strong>do</strong>s a seguir representam aquelescom maior probabilidade de ocorrência,uma vez que a confirmação <strong>do</strong> vetor deintrodução é muito difícil.148Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 6.2: Espécies exóticas de zoobentos marinho reportadas para o Brasil e sua situação populacional.Porifera Calcarea Paraleucilla magna xInvasora Estabelecida DetectadaCnidaria Anthozoa Chromonephthea braziliensis xTubastraea coccinea xTubastraea tagusensis xMollusca Bivalvia Isognomon bicolor xMytilopsis leucophaeta xPerna perna xMyoforceps aristatus xAnnelida Polychaeta Branchiomma luctuosum xBoccardiella bihamata xPoly<strong>do</strong>ra cornuta xPoly<strong>do</strong>ra nuchalis xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra achaeta xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra antennata xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra diopatra xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra paucibranchiata xArthropoda Cirripedia Amphibalanus reticulatus xChirona (Striatobalanus) amaryllis xMegabalanus coccopoma xDecapoda Bellia picta x<strong>Ambiente</strong> Marinho 149


Tabela 6.2 (Continuação): Espécies exóticas de zoobentos marinho reportadas para o Brasil e sua situação populacional.Invasora Estabelecida DetectadaCancer pagurus xCharybdis hellerii xLitopenaeus vannamei xMetapenaeus monoceros xPenaeus mono<strong>do</strong>n xPilumnoides perlatus xPolybius navigator xPyromaia tuberculata xRhithropanopeus harrisii xScylla serrata xTaliepus dentatus xIsopoda Sphaeroma serratum xEctoprocta Gymnolaemata Scrupocellaria diadema xBugula dentata xHippopodina viriosa xSchizoporella errata xChordata Ascidiacea Ascidia sydneiensis xBostricobranchus digonas xCiona intestinalis xStyela plicata x150Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


181614Número de espécies121086420Invasoras Estabelecidas DetectadasSituação populacionalConsolida<strong>do</strong>Inconsolida<strong>do</strong>Figura 6.2: Situação populacional das espécies exóticas marinhas <strong>do</strong> zoobentos de substratoconsolida<strong>do</strong> e inconsolida<strong>do</strong> reportadas para o Brasil15%8%8%13%3%15%19%19%ÍndicoIn<strong>do</strong>-PacíficoPacífico OrientalPacífico OcidentalAtlântico OrientalAtlântico Ocidental e CaribeEuropaIndetermina<strong>do</strong>Figura 6.3: Percentual de ocorrência das regiões de origem das espécies exóticas marinhas <strong>do</strong>zoobentos reportadas para o Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 151


Tabela 6.3: Região de origem das espécies <strong>do</strong> zoobentos marinho introduzidasIn<strong>do</strong>-PacíficoPacíficoOrientalPacíficoOcidentalAtlânticoOrientalAtlânticoOcidental/ CaribeOceanoÍndicoEuropa Indetermina<strong>do</strong>Porifera Calcarea Paraleucilla magna xChromonephtheaCnidaria Anthozoa braziliensisxTubastraea coccinea xTubastraea tagusensis xMollusca Bivalvia Isognomon bicolor xMytilopsis leucophaeta xPerna perna xMyoforceps aristatus xAnnelida PolychaetaArthropoda CirripediaBranchiommaluctuosumBoccardiella bihamata xPoly<strong>do</strong>ra cornuta xPoly<strong>do</strong>ra nuchalis xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>raachaetaPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>raantennataPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>radiopatraPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>rapaucibranchiataAmphibalanusreticulatusChirona(Striatobalanus)amaryllisMegabalanuscoccopomaxxxxxxxx152Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 6.3 (Continuação): Região de origem das espécies <strong>do</strong> zoobentos marinho introduzidasIn<strong>do</strong>-PacíficoPacíficoOrientalDecapoda Bellia picta xPacíficoOcidentalAtlânticoOrientalCancer pagurus xCharybdis hellerii xLitopenaeus vannamei xMetapenaeusmonocerosxPenaeus mono<strong>do</strong>n xPilumnoides perlatus xPolybius navigator xPyromaia tuberculata xRhithropanopeusharrisiiAtlânticoOcidental/ CaribexOceanoÍndicoScylla serrata xTaliepus dentatus xIsopoda Sphaeroma serratum xEuropa Indetermina<strong>do</strong>ScrupocellariaEctoprocta Gymnolaemata diademaxBugula dentata xHippopodina viriosa xSchizoporella errata xChordata Ascidiacea Ascidia sydneiensis xBostricobranchusdigonasCiona intestinalis xStyela plicata xx<strong>Ambiente</strong> Marinho 153


De uma maneira geral pre<strong>do</strong>minama água de lastro e a incrustação comovetores principais de dispersão antrópicosde espécies de zoobentos destacan<strong>do</strong>sea incrustação para as espécies desubstrato consolida<strong>do</strong> e a água de lastropara as espécies de substrato inconsolida<strong>do</strong>(Figura 6.5 e Tabela 6.4). Isso reflete ofato das larvas de organismos bentônicosde substrato consolida<strong>do</strong> possuírem curtaduração, sen<strong>do</strong> difícil a sobrevivência nostanques de água de lastro.Quan<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>s também osvetores naturais de dispersão, as correntesmarinhas desempenham importante papelpara os organismos zoobentônicos (Tabela6.4).353025Porcentagem20151050ÍndicoIn<strong>do</strong>-PacíficoPacífico OrientalPacífico OcidentalAtlântico OrientalAtlântico Ocidental e CaribeEuropaConsolida<strong>do</strong>Indetermina<strong>do</strong>Inconsolida<strong>do</strong>Figura 6.4: Percentual das regiões de origem das espécies exóticas marinhas <strong>do</strong> zoobentos desubstrato consolida<strong>do</strong> e inconsolida<strong>do</strong> reportadas para o Brasil.2520Número de espécies151050Incrustação Água de lastro Aqüicultura AquariofiliaSubstrato Consolida<strong>do</strong>Substrato Inconsolida<strong>do</strong>Figura 6.5: Vetores de dispersão antrópica das espécies exóticas marinhas <strong>do</strong> zoobentos desubstrato consolida<strong>do</strong> e inconsolida<strong>do</strong> reportadas para o Brasil.154Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 6.4: Vetores de dispersão potenciais e atuais para as espécies de zoobentos marinho introduzidas no Brasil. AL: água de lastro; A:aquariofilia; AV: aves migratórias; CM: correntes marinhas; IN: incrustação; M/A: maricultura ou aquicultura; SC: sem comprovação.Potenciais AtuaisAV IN AL M/A A CM SC IN AL M/A CM SCPorifera Calcarea Paraleucilla magna x x xCnidaria Anthozoa Chromonephthea braziliensis x x x xTubastraea coccinea x x xTubastraea tagusensis x x xMollusca Bivalvia Isognomon bicolor x x x xMytilopsis leucophaeta x x x xPerna perna x x x xMyoforceps aristatus x x x x xAnnelida Polychaeta Branchiomma luctuosum x xBoccardiella bihamata x xPoly<strong>do</strong>ra cornuta x x x xPoly<strong>do</strong>ra nuchalis x xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra achaeta x x xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra antennata x x xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra diopatra x x xPseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra paucibranchiata x x xArthropoda Cirripedia Amphibalanus reticulatus x x xChirona (Striatobalanus) amaryllis x x xMegabalanus coccopoma x x xDecapoda Bellia picta x xCancer pagurus x x<strong>Ambiente</strong> Marinho 155


Tabela 6.4 (Continuação): Vetores de dispersão potenciais e atuais para as espécies de zoobentos marinho introduzidas no Brasil. AL:água de lastro; A: aquariofilia; AV: aves migratórias; CM: correntes marinhas; IN: incrustação; M/A: maricultura ou aquicultura; SC: semcomprovação.Potenciais AtuaisAV IN AL M/A A CM SC IN AL M/A CM SCCharybdis hellerii x x xLitopenaeus vannamei x x x x xMetapenaeus monoceros x xPenaeus mono<strong>do</strong>n x x xPilumnoides perlatus x x xPolybius navigator x xPyromaia tuberculata x xRhithropanopeus harrisii x x xScylla serrata x xTaliepus dentatus x xIsopoda Sphaeroma serratum x xEctoprocta Gymnolaemata Scrupocellaria diadema x x xBugula dentata x x x xHippopodina viriosa x x x xSchizoporella errata x x x xChordata Ascidiacea Ascidia sydneiensis x x xBostricobranchus digonas x x x xCiona intestinalis x x x xStyela plicata x x x x156Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Fi c h as d a s Es péc i e s - Zo o b e n to sPORIFERA – CALCÁREAPa r a l e u c i l l a m a g n a Kl a u t a u, Mo n t e i r o & Bo r o j e v i c , 2004Foto: Emílio LannaReino: AnimaliaFilo: PoriferaClasse: CalcareaOrdem: LeucosolenidaFamília: AmphoriscidaeGênero: ParaleucillaEspécie: P. magnaSinonímia: Não possui. Fonte: Klautau et al., 2004.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Esponja calcárea.Situação Populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie foi observada pela primeira vez no Brasil no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, nadécada de 1990 e rapidamente tornou-se a esponja calcárea mais abundante deste esta<strong>do</strong>.Já foi detectada em São Sebastião (SP) e no Mar Mediterrâneo (Itália), onde pesca<strong>do</strong>res<strong>Ambiente</strong> Marinho 157


disseram que estão presentes em fazendas de cultivo de mexilhão desde a década de 1980.Recentemente foi encontrada na costa atlântica da Espanha (Michelle Klautau, comunicaçãopessoal).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sO corpo <strong>do</strong>s espécimes é maciço, geralmente com coloração branca, superfície irregulare lisa. Possui muitas <strong>do</strong>bras e chaminés que se abrem em ósculos. Esses não possuemqualquer tipo de ornamentação. Abaixo desses ósculos há um átrio onde se abrem poucoscanais circulares. O sistema aqüífero é <strong>do</strong> tipo leuconóide. O esqueleto é inarticula<strong>do</strong> e écomposto por espículas irregulares. Em sua organização encontramos triactinas e tetractinascompon<strong>do</strong> o córtex, a actina apical da tetractina cortical apontan<strong>do</strong> para o átrio e a actinaímpar das tetractina e triactinas subatriais compon<strong>do</strong> o esqueleto coanossomal inarticula<strong>do</strong>,as actinas pares das tetractinas e triactinas subatriais compon<strong>do</strong> o esqueleto subatrial etriactinas no esqueleto atrial (Lanna, 2006).Lu g a r d e o r i g e mDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c aBrasil, Itália e Espanha, sen<strong>do</strong> considerada introduzida nestes três países (Klautau etal., 2004; Longo et al., 2007).Ec o l o g i aHa b i t a tAdere-se em substratos duros, em ambientes ciáfilos ou fotófilos, principalmente emregiões mais eutrofizadas, próximas a portos, poden<strong>do</strong> ser encontrada da linha da água,na maré mais baixa, até 7 m de profundidade, viven<strong>do</strong> ou não associada a algas calcárias(Lanna, 2006).Ab u n d â n c i aEsponja calcárea muito abundante <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, mas não há trabalhosde quantificação (Michelle Klautau, comunicação pessoal).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aApresenta uma sazonalidade bastante definida, sen<strong>do</strong> muito abundante no verão,reduzin<strong>do</strong> em número durante o outono e reaparecen<strong>do</strong> durante o inverno como pequenosindivíduos (Klautau et al., 2004). Esta espécie parece competir com outros organismose apresenta fauna associada, constituída principalmente de poliquetas (Michelle Klautau,comunicação pessoal).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oHermafrodita, reproduz-se o ano to<strong>do</strong>, mas principalmente nos meses de verão, quan<strong>do</strong>torna-se mais abundante. Suas larvas são lecitotróficas (Michelle Klautau, comunicaçãopessoal).158Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais, principalmente emregiões portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio de Janeiro (RJ).Da t a: 2004.Fo n t e : Klautau et al., 2004.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã o:Potenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã o:Potenciais: Incrustação; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : São Paulo (São Sebastião e Ilha de Alcatrazes), Rio de Janeiro (Angra <strong>do</strong>sReis, Arraial <strong>do</strong> Cabo, Itacuruçá, Rio de Janeiro) e Santa Catarina (Florianópolis).Co n t a t o: Emilio Lanna - emiliolanna@gmail.com; Michelle Klautau - mklautau@biologia.ufrj.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 159


Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil. Não há diretrizes internacionais para prevençãoda introdução através de bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.160Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


CNIDARIA - ANTHOZOACh r o m o n e p h t h e a brazilienzis Of w e g e n, 2005Foto: Carlos Eduar<strong>do</strong> Leite FerreiraReino: AnimaliaFilo: CnidariaClasse: AnthozoaOrdem: AlcyonaceaFamília: NephtheidaeGênero: ChromonephtheaEspécie: C. brazilienzisSinonímia: Não disponível.Nome popularCoral moleIdiomaPortuguêsForma biológica: Coral; Colônia.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oAs primeiras colônias foram encontradas em um costão rochoso de aproximadamente20 metros de comprimento e 12 metros de altura no Saco <strong>do</strong>s Cordeiros (23S - 42W), Arraial<strong>do</strong> Cabo (RJ). Esta espécie foi detectada na região no final da década de 80 para inicio dadécada de 90,quan<strong>do</strong> sua distribuição estava restrita a uma área abrigada de 100 m 2 . Noano de 2004 a espécie já se encontrava distribuída numa faixa de 500 m 2 de extensão.Esta espécie foi detectada apenas em Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ) ten<strong>do</strong> se desenvolvi<strong>do</strong> somentenos arre<strong>do</strong>res de onde foi inicialmente localizada. Há suspeita de C. brazilienzis ter si<strong>do</strong>introduzida via incrustações em plataformas de petróleo já que freqüentemente tem si<strong>do</strong>reportada incrustan<strong>do</strong> plataformas da região sudeste e sul <strong>do</strong> pais, bem como em outrasregiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (Lages, 2003; Ferreira et al., 2004a).<strong>Ambiente</strong> Marinho 161


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sNão disponível.Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico (Ferreira et al., 2004a).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico e Brasil. Sen<strong>do</strong> reportada como introduzida no litoral brasileiro (Ferreiraet al., 2004a).Ec o l o g i aHa b i t a tSubstrato não consolida<strong>do</strong> de áreas rasas, adjacente ao costão rochoso onde se fixamsobre cascalho ou qualquer pedaço de material mais rígi<strong>do</strong> desde o infralitoral até 12m deprofundidade. Alguns poucos indivíduos conseguiram se estabelecer no costão, competin<strong>do</strong>com os organismos recifais existentes (Ferreira et al., 2004a).Ab u n d â n c i aEm Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ), inicialmente, foi observada uma pequena colônia de cincoindivíduos (colônia parental) medin<strong>do</strong> entre 20 e 70 cm. Em eventos posteriores, foramobserva<strong>do</strong>s mais de 50 indivíduos jovens de 5 a 10 cm de altura (Ferreira et al., 2004a).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aC. brazilienzis produz metabólitos secundários que atuam como defesa química frentea peixes generalistas e como agente alelopático contra a gorgônia nativa Phyllogorgia dilatata(Ferreira et al., 2004a).Re p r o d u ç ã o e d i p e r s ã oReprodução assexuada e sexuada. A sucessão desta espécie na região de Arraial <strong>do</strong>Cabo (RJ) pode ser descrita em diferentes fases consecutivas, relacionadas com seu processode reprodução assexuada por fragmentação e/ou brotamento. Após o evento de reproduçãofreqüentemente eram detecta<strong>do</strong>s indivíduos jovens espalha<strong>do</strong>s pela areia ao re<strong>do</strong>r da colôniaparental (Ferreira et al., 2004a). Esta espécie apresenta fases larvais planctônicas poden<strong>do</strong>o processo de dispersão se dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro. Substrato não consolida<strong>do</strong> de áreas rasas, preferencialmente.Substrato consolida<strong>do</strong> natural e artificial.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.162Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ).Da t a: Final da década de 80 para início da década de 90.Fo n t e : Lages, 2003.Me i o s d e d i s p e r s ã o potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquariofilia.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação; aquariofilia; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro (Lages, 2003; Ferreira et al., 2004a, Souza et al., 2004).Co n t a t o s : Beatriz Fleury - bgfleury@uol.com.br; Bruno Lages - brunoglages@yahoo.com.br; Carlos Eduar<strong>do</strong> Ferreira - kadu@alternex.com.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sAtividades de aquariofilia no mun<strong>do</strong> e no Brasil, sen<strong>do</strong> observada em lojas de aquárionos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio de Janeiro e São Paulo (Ferreira et al., 2004a).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNo Brasil, foi verifica<strong>do</strong>, em experimentos, lesões em Phyllogorgia dilatata, Mussismiliahispida e Palythoa caribaeorum por contato com C. brazilienzis. A ação alelopática de C.brazilienzis na competição por espaço com P. dilatata, octocoral conspícuo da região, levoua necrose e morte de seus teci<strong>do</strong>s. Ambas as estratégias de perpetuação e/ou expansãoconfirmaram o forte potencial invasor de C. brazilienzis permitin<strong>do</strong> pressupor que este coralconstitui uma ameaça real à integridade biológica da Reserva Extrativista de Arraial <strong>do</strong> Cabo(Lages, 2003; Ferreira et al., 2004a, Ferreira et al., 2004b).Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 163


An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oNão existem diretrizes internacionais para a prevenção da introdução de espéciesatravés de bioincrustação. Prevenção, controle e fiscalização de atividades de aquariofilia.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.164Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tu b a s t r a e a c o c c i n e a Le s s o n, 1829Foto: Joel CreedReino: AnimaliaFilo: CnidariaClasse: AnthozoaOrdem: ScleractiniaFamília: DendrophylliidaeGênero: TubastraeaEspécie: T. coccineaSinonímia: Não disponível.Nome popularCoral laranjaSunflower coralOrange cup coralOrange tube coralDont- coraux- récifauxIdiomaPortuguêsInglêsInglêsInglêsFrancêsForma biológica: Coral; Colônia.Situação populacional: Invasora.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oIntrodução causada, acidentalmente, por incrustação em plataformas de petróleo(também, possivelmente, pelo transporte em cascos de navios). Parece pouco provável quegametas ou plânulas deste gênero possam sobreviver por muito tempo dentro de tanquesde lastro, já que suas plânulas têm cerca da 3-14 dias de viabilidade antes <strong>do</strong> assentamento(Harrison & Wallace, 1990). No Brasil, este gênero é reporta<strong>do</strong> desde o final da década de80, primeiramente observa<strong>do</strong> em plataformas na Bacia de Campos e, mais recentemente,<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> costões da região da Ilha Grande, ao sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Em Arraial<strong>do</strong> Cabo, norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, esta espécie foi detectada desde 1998 tambémem costões rochosos da região (Paula & Creed, 2004; Ferreira et al., 2004a). Esta espécie,<strong>Ambiente</strong> Marinho 165


atualmente, encontra-se bem estabelecida em costões rochosos <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Ferreiraet al., 2004a; Creed et al, 2008). Muito recentemente (agosto de 2008), biólogos <strong>do</strong> Centrode Biologia Marinha da USP e <strong>do</strong> Instituto Terra e Mar registraram a ocorrência <strong>do</strong> gêneroTubastraea em Ilha Bela, litoral norte de São Paulo (Quinto, 2008). Seu rápi<strong>do</strong> crescimentocom ativa reprodução assexuada e potencial químico de competição explicam o alto podercompetitivo da espécie e aumentam a possibilidade de expansão para outras regiões dacosta brasileira (Ferreira et al., 2004a).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sColônias aproximadamente esféricas, com cenossarco laranja avermelha<strong>do</strong>. Coralobranco, plocóide ou cerióide; poroso. Coralo de até 105 mm em diâmetro, firmementefixo ao substrato por uma base larga. Coralitos pequenos, pouco espaça<strong>do</strong>s, com projeçãode 2-13 mm acima <strong>do</strong> cenósteo. Brotamento extra-tentacular, <strong>do</strong> cenósteo entre coralitos,ocorren<strong>do</strong> entre os coralitos velhos e na margem da colônia. Cálices geralmente circulares,algumas vezes elípticos; 7,2-15mm em diâmetro; margens caliculares usualmente dirigidasde maneira adjacente uma para a outra. Columela esponjosa; até 4,6 mm de diâmetro,composta de uma massa de trabéculas delgadas. Fossa rasa a moderadamente profunda.Septos dispostos hexameramente em quatro ciclos, S1>S2> S3> S4. Margens septaisaxiais de S1 e S2 verticais e retas, virtualmente iguais em tamanho, atingin<strong>do</strong> a columelae são mais largas <strong>do</strong> que S3-4. S3 tão largo quanto S4 ou S4 rudimentar. S3 com margensaxiais com pequenos recortes. S3-4 geralmente fusiona<strong>do</strong>s, se estenden<strong>do</strong> em direção àcolumela. Costa granular, pobremente definida, com fendas intercostais igualmente porosas(Paula & Creed, 2004).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> Arquipélago de Fiji (sul <strong>do</strong> Oceano Pacífico) (Paula, 2002;Paula & Creed, 2004).Distribuição g e o g r á f i c aOceano Atlântico, Oceano Pacífico e Oceano Índico (espécie cosmopolita). Atualmente,T. coccinea é o coral com o maior número de populações locais na costa ocidental <strong>do</strong> Méxicoe no Pacífico Oriental (Fenner, 2001; Paula & Creed, 2004 & Ferreira et al., 2004a). Estaespécie tem si<strong>do</strong> caracterizada como invasora em regiões da América Central (Cairns, 2000;Fenner, 2001) e no Brasil (Paula, 2002; Paula & Creed, 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tTubastraea coccinea é um coral ahermatípico e azooxantela<strong>do</strong> que se estabelece e sedesenvolve em substratos consolida<strong>do</strong>s com variadas inclinações na região entre-marés e noinfralitoral em locais de modera<strong>do</strong> hidrodinamismo (Paula, 2002). Na Baía da Ilha Grande,sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, este gênero se encontra bem estabeleci<strong>do</strong> no infra-litoralem costões rochosos de águas rasas, poden<strong>do</strong>, as vezes, ficar exposto a dessecação durantea maré-baixa (encontra<strong>do</strong> de 0,1m a 4,2m com maior frequência, poden<strong>do</strong> ocorrer até 40m166Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


de profundidade). Nesta baía pode ser encontra<strong>do</strong> tanto em áreas protegidas com reduzidaintensidade luminosa quanto em áreas mais expostas a luz e ao hidrodinamismo (Paula,2002). Em Arraial <strong>do</strong> Cabo, norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, esta espécie foi detectadaforman<strong>do</strong> colônias pouco desenvolvidas e habitan<strong>do</strong> áreas negativas de matacões de pedraentre 5 e 10 metros de profundidade. (Ferreira et al., 2004a).Ab u n d â n c i aNa Baía da Ilha Grande, este gênero possui, com maior freqüência, abundância de 4a 20 colônias.m -2 , poden<strong>do</strong> ocasionalmente alcançar até 200 colônias.m -2 (Paula, 2002). Emplacas artificiais, a densidade de T. coccinea varia de 187 a 233 colônias.m -2 (Creed & Paula,2007). Atualmente, T. coccinea já foi encontrada em 33 pontos diferentes na região da Baíada Ilha Grande (Creed et al., 2008).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEsta espécie possui distribuição espacial agregada (Paula, 2002) e em Arraial <strong>do</strong> Cabo(RJ) tem si<strong>do</strong> encontrada habitan<strong>do</strong> áreas negativas (sem luz) embaixo de matacões depedra. Há evidências que indicam que o processo de fixação ocorre primeiramente nesteshabitats com posterior expansão para áreas expostas a luz (Ferreira et al., 2004a). Estaespécie possui hábito generalista em relação a seleção de substratos artificiais para fixação(Creed & Paula, 2007).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada e assexuada. É um coral hermafrodita, incuba<strong>do</strong>r de larvas queproduz grandes plânulas (1 mm de diâmetro) (Paula, 2002). A fecundação é interna e aslarvas permanecem competentes para o assentamento de 3 a 14 dias (Reyes-Bonilla et al.1997), embora Fenner (2001) tenha sugeri<strong>do</strong> viabilidade de mais de 100 dias em campo.Esta espécie apresenta fases larvais planctônicas poden<strong>do</strong> o processo de dispersão naturalse dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro, substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais. Existem registros deinvasão em recifes de coral na Flórida e no Caribe (Joel Christopher Creed, comunicaçãopessoal).Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Ilha Grande, sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro.Da t a: 2004.Fo n t e : Paula & Creed, 2004.<strong>Ambiente</strong> Marinho 167


Me i o s d e d i s p e r s ã o potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquariofilia.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquariofilia; correntes marinhas.Atuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : O gênero Tubastraea foi reporta<strong>do</strong> para os esta<strong>do</strong>s de Rio de Janeiro, SãoPaulo e Santa Catarina (em plataformas) (Clarke et al., 2004; Paula & Creed, 2004; Souzaet al., 2004; Creed & Oliveira, 2005; Paula & Creed, 2005; Quinto, 2008).Co n t a t o s : Alline Figueira de Paula - allinefigueira@hotmail.com; Beatriz GrossoFleury - bgfleury@uol.com.br; Bruno Gualberto Lages - brunoglages@yahoo.com.br; CarlosEduar<strong>do</strong> Ferreira – cadu@vm.uff.br; Joel Christopher Creed - jcreed@uerj.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sAquariofilia. Artesanato. O gênero Tubastraea, por sua intensa coloração e reconhecidaresistência em cultivos, é um <strong>do</strong>s corais mais comercializa<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>sprincipais organismos na prática de aquariofilia, onde o gênero é conheci<strong>do</strong> como “sunflowercoral”, “orange cup coral” e “orange tube coral”. Tubastraea vem sen<strong>do</strong> comercializa<strong>do</strong> vivocomo organismo ornamental em lojas de aquário no Rio de Janeiro e São Paulo e morto como“souvenir” em cidades como Paraty (RJ) e Ubatuba (SP) (Paula, 2002).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sA introdução, relativamente recente de Tubastraea (década de 80) parece ser umperío<strong>do</strong> insuficiente para o coral ter estabeleci<strong>do</strong> fortes ou irreversíveis interações com asespécies nativas (Paula, 2002). Entretanto, evidências sugerem que o poder competi<strong>do</strong>r deTubastraea pode reduzir ou excluir o coral nativo Mussismilia hispida na Baía de Ilha Grande.É importante admitir que esta espécie esteja competin<strong>do</strong> com outros organismos nativosna região. (Fenner, 2001; Ferreira et al., 2004a; Ferreira et al., 2004b ; Lages et al., 2005;Creed, 2006).Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.168Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oNão existem diretrizes internacionais para prevenção da introdução através dabioincrustação. Prevenção, controle e fiscalização de atividades de aquariofilia. No Brasil,a partir <strong>do</strong> ano de 2002, foi cria<strong>do</strong> o Projeto Coral-Sol que propõe o controle <strong>do</strong> gêneroTubastraea, visan<strong>do</strong> erradicá-la em 20 anos, agregan<strong>do</strong> valor a sua extração e contribuin<strong>do</strong>para o desenvolvimento sustentável de comunidades litorâneas.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Utilização de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 169


Tu b a s t r a e a t a g u s e n s i s We l l s, 1982Foto: Joel CreedReino: AnimaliaFilo: CnidariaClasse: AnthozoaOrdem: ScleractiniaFamília: DendrophylliidaeGênero: TubastraeaEspécie: T. tagusensisSinonímia: Não disponível.Nome popularCoral laranjaSunflower coralDont- coraux- récifauxIdiomaPortuguêsInglêsFrancêsForma biológica: Coral; colônia.Situação populacional: Invasora.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oIntrodução causada, acidentalmente, por incrustação em plataformas de petróleo(também, possivelmente, pelo transporte em cascos de navios). Parece pouco provável quegametas ou plânulas deste gênero possam sobreviver por muito tempo dentro de tanquesde lastro, já que suas plânulas têm cerca da 3-14 dias de viabilidade antes <strong>do</strong> assentamento(Harrison & Wallace, 1990). No Brasil, este gênero é reporta<strong>do</strong> desde final da década de80, primeiramente observada em plataformas na Bacia de Campos e, mais recentemente,<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> costões da região da Ilha Grande, ao sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Paula &Creed, 2004; Creed et al., 2008). Atualmente, T. tagusensis encontra-se bem estabelecidana Baía da Ilha Grande ocupan<strong>do</strong> costões rochosos da região, bem como substratos artificiais.Muito recentemente (agosto de 2008), biólogos <strong>do</strong> Centro de Biologia Marinha da USP e <strong>do</strong>170Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Instituto terra e Mar registraram a ocorrência <strong>do</strong> gênero Tubastraea em Ilha Bela, litoralnorte de São Paulo (Quinto, 2008). O rápi<strong>do</strong> crescimento de Tubastraea, a rapidez com queseus pólipos se recuperam e suas elevadas taxas de recrutamento em substratos artificiaisforam observadas por Paula (2002) na Baía de Ilha Grande. Além disso, tem si<strong>do</strong> indica<strong>do</strong> opotencial químico de competição <strong>do</strong> gênero (Kor & Sweatman, 2000). Estas característicasindicam o alto poder competitivo da espécie aumentan<strong>do</strong> sua possibilidade de expansão paraoutras regiões <strong>do</strong> litoral brasileiro.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sColônias aproximadamente esféricas, geralmente globulares, convexas, com cenossarcode cor amarela. Coralo branco; plocóide ou facelóide; poroso (perfura<strong>do</strong>). Coralo de até 150mm de diâmetro. Geralmente fixo ao substrato; base mais estreita que o coralo. Coralitosgrandes, cilíndricos ou levemente comprimi<strong>do</strong>s; pouco espaça<strong>do</strong>s. Coralitos projetam-se emmédia 5-35 mm acima <strong>do</strong> cenósteo. Coralitos novos brotam intra e extra-tentacularmentesobre toda colônia. Cálices elíptícos (algumas vezes comprimi<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong> a maior brotamento);7,5-12,8 mm de diâmetro. Columela esponjosa; até 3,5 mm de diâmetro; composta detrabéculas delgadas. Columela às vezes ausente. Fossa profunda ou moderadamenteprofunda. Septos dispostos hexameramente em quatro ciclos (ou três ciclos), S1-2> S3> S4.Margens axiais de S1-2 verticais; lobos paliformes próximos à columela, S1-3 com margensaxiais com pequenos recortes nos coralitos maiores. S1 mais largo; um pouco grosso; maislargo que outros septos. S4 rudimentar ou ausente. Costa granular, pouco definida, comfendas intercostais igualmente porosas (Paula & Creed, 2004).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> Arquipélago de Galápagos, onde era considerada endêmica(Pacífico Oriental) (Wells, 1982; Cairns, 1991; Paula & Creed, 2004).Distribuição g e o g r á f i c aLeste <strong>do</strong> Oceano Pacífico (Arquipélago de Galápagos) e Sudeste <strong>do</strong> Oceano Atlântico(Brasil). Esta espécie é reportada como introduzida no litoral brasileiro (Paula & Creed,2004).Ec o l o g i aHa b i t a tTubastraea tagusensis é um coral ahermatípico e azooxantela<strong>do</strong> que se estabelece e sedesenvolve em substratos consolida<strong>do</strong>s com variadas inclinações e em locais de modera<strong>do</strong>hidrodinamismo. Na Baía da Ilha Grande (RJ), este gênero se encontra bem estabeleci<strong>do</strong> emcostões rochosos de águas rasas, poden<strong>do</strong>, às vezes, ficar exposto à dessecação durante amaré-baixa, ocorren<strong>do</strong> com maior freqüência de 0,1 a 4,2 m, mas poden<strong>do</strong> ser encontra<strong>do</strong>em até 40 m de profundidade (Paula & Creed, 2004).<strong>Ambiente</strong> Marinho 171


Ab u n d â n c i aNa Baía da Ilha Grande, este gênero possui, com maior freqüência, abundância de4 a 20 colônias.m -2 , poden<strong>do</strong> ocasionalmente alcançar até 200 colônias.m -2 (Paula, 2002).Em placas artificiais, a densidade de T. tagusensis varia de 202 a 512 colônias.m -2 (Creed &Paula, 2007). Atualmente, T. tagusensis já foi encontrada em 37 pontos diferentes na regiãoda Baía da Ilha Grande (Creed et al., 2008).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDistribuição espacial agregada (Paula, 2002). Esta espécie possui hábito generalistaem relação a seleção de substratos artificiais para fixação (Creed & Paula, 2007).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada e assexuada. Plânulas de Tubastraea possuem apenas de 3-14 diasde viabilidade até o assentamento (Harrison & Wallace, 1990). Esta espécie apresenta faseslarvais planctônicas poden<strong>do</strong> o processo de dispersão natural se dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mNo arquipélago de Galápagos, Tubastraea tagusensis cresce preferencialmente emcavernas e em costões rasos, mas pode também ser encontra<strong>do</strong> em grandes profundidades(Cairns, 1991).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Ilha Grande, sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro.Da t a: 2004.Fo n t e : Paula & Creed, 2004.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquariofilia.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquariofilia; correntes marinhas.Atuais: Incrustação.172Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : O gênero Tubastraea foi reporta<strong>do</strong> para os esta<strong>do</strong>s de Rio de Janeiro e SantaCatarina (Clarke et al., 2004; Paula & Creed, 2004). Mais recentemente, esta espécie foiencontrada em Ilha Bela, litoral norte de São Paulo (Quinto, 2008).Co n t a t o: Aline Figueira de Paula - allinefigueira@hotmail.com; Beatriz Grosso Fleury- bgfleury@uol.com.br; Joel Christopher Creed - jcreed@uerj.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sAquariofilia. Artesanato. O gênero Tubastraea, por sua intensa coloração e reconhecidaresistência em cultivos, é um <strong>do</strong>s corais mais comercializa<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>sprincipais organismos na prática de aquariofilia, onde o gênero é conheci<strong>do</strong> como “sunflowercoral”. Tubastraea vem sen<strong>do</strong> comercializa<strong>do</strong> vivo como organismo ornamental em lojas deaquário no Rio de Janeiro e São Paulo e morto como “souvenir” em cidades como Paraty (RJ)e Ubatuba (SP) (Paula, 2002).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sA introdução, relativamente recente (década de oitenta) de Tubastraea parece ser umperío<strong>do</strong> insuficiente para o coral ter estabeleci<strong>do</strong> fortes ou irreversíveis interações com asespécies nativas (Paula, 2002). Entretanto, evidências sugerem que o poder competi<strong>do</strong>r deTubastraea pode reduzir ou exluir o coral nativo Mussismilia hispida na Baía de Ilha Grande.É importante admitir que esta espécie esteja competin<strong>do</strong> com outros organismos nativosna região. (Fenner, 2001; Ferreira et al., 2004a; Ferreira et al., 2004b ; Lages et al., 2005;Creed, 2006).Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 173


Pr e v e n ç ã o e c o n t r o l eNão existem diretrizes internacionais para prevenção da introdução através dabioincrustação. Prevenção, controle e fiscalização de atividades de aquariofilia. No Brasil,a partir <strong>do</strong> ano de 2002, foi cria<strong>do</strong> o Projeto Coral-Sol que propõe o controle <strong>do</strong> gêneroTubastraea, visan<strong>do</strong> erradicá-la em 20 anos, agregan<strong>do</strong> valor a sua extração e contribuin<strong>do</strong>para o desenvolvimento sustentável de comunidades litorâneas.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Utilização de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.174Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


MOLLUSCA - BIVALVIAIs o g n o m o n b i c o l o r (C. B. Ad a m s , 1845)Foto: Flávio FernandesReino: AnimaliaFilo: MolluscaClasse: BivalviaOrdem: PterioidaFamília: IsognomonidaeGênero: IsognomonEspécie: I. bicolorSinonímia: Perna bicolor C.B. Adams, 1845; Clench & Turner, 1950.Perna chemnitziana d’Orbigny, 1846; Schramm, 1867; Schramm, 1869;Dautzenberg, 1900.Isognomon bicolor Abbott, 1954; Olsson & McGinty, 1958; Nowell-Usticke, 1959; Warmke & Abbott, 1962; Rice & Kornicker, 1962;Coomans, 1963; Arnow et al. 1963; Abbott, 1968; Andrews, 1971;Abbott, 1974;Humfrey, 1975; Emerson & Jacobson, 1976; Abbott &Dance, 1983; Merlano & Hegedus, 1994.Melina semiaurita Dall & Simpson, 1901 (non Linné, 1758).Pedation bicolor Webb, 1936.Pedation chemnitziana Webb, 1936.Isognoma chemnitziana Clench & McLean, 1936; Clench & McLean,1937.Pedation semiaurita McLean, 1936 (non Linné, 1758).Isognomon (Melina) semiaurita Aguayo & Jaume, 1948 (non Linné,1758).Isognomon vulsella McLean,1951 (non Lamarck, 1819).Isognomon alatus Tarasconi, 1989 (non Gmelin, 1791).Fonte: Domaneschi & Martins, 2002.<strong>Ambiente</strong> Marinho 175


Nome popularBicolor purse-oysterBicolored purse-oysterIdiomaInglêsInglêsForma biológica: Molusco; Bivalve.Situação populacional: Invasora.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA introdução de I. bicolor ocorreu, provavelmente, entre as décadas de setenta eoitenta nas regiões sudeste e sul <strong>do</strong> Brasil. Esta hipótese se baseia no fato de que o gêneroIsognomon não era referi<strong>do</strong> desde o levantamento malacológico de Ihering (1897) até o maisrecente realiza<strong>do</strong> entre 1982 e 1983 e publica<strong>do</strong> por Migotto et al. (1993) (Domaneschi &Martins, 2002). A expansão populacional da espécie deve ter ocorri<strong>do</strong> durante a transição paraa década de 90 com ampliação da distribuição geográfica da espécie no Brasil e ocupação <strong>do</strong>scostões rochosos, disputan<strong>do</strong> espaço e reduzin<strong>do</strong> drasticamente a presença, antes maciça,de bivalves (Domaneschi & Martins, 2002) e de cirripédios (Rocha, 2002; Breves-Ramos,2004). Entretanto, estu<strong>do</strong>s mais recentes (Ferreira-Silva, 2008; López, 2008) registraramum grande evento de mortalidade de I. bicolor na costa <strong>do</strong> Rio de Janeiro (a partir <strong>do</strong> finalde 2006), que chegou a atingir as densidades mais baixas já registradas para esta espécie noBrasil. As razões que resultaram nesta mortalidade permanecem desconhecidas. Este fatochama a atenção para o contínuo monitoramento da invasão deste bivalve.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sConcha com altura maior que o comprimento; fracamente inflada, e com forteornamentação lamelar. Região <strong>do</strong> corpo, na face interna das valvas, moderadamente côncava,porém conspícua, com borda nitidamente definida por interrupção abrupta <strong>do</strong> nácar, forman<strong>do</strong>elevação fraca, arre<strong>do</strong>ndada e acentua<strong>do</strong> desnível que marca a transição para uma regiãomarginal não nacarada, fracamente côncava e plana. Espécimes com extensão máxima decharneira (aproximadamente 18,0 mm) apresentam, em média, um sulco ligamentar a cada1,35 mm de extensão de charneira (1: 1,35 mm) (Domaneschi & Martins, 2002).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> Caribe (Domaneschi & Martins, 2002).Distribuição g e o g r á f i c aBermudas; EUA, Flórida, Texas; Bahamas; México; Cuba; Jamaica; Porto Rico; IlhasVirgens, Saint Thomas; Martinica; Trindade; Panamá; Colômbia, Santa Marta; Venezuela,Ilha Margarida e Brasil (Martins, 2000). Esta espécie é reportada como introduzida no litoralbrasileiro.176Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ec o l o g i aHa b i t a tOs espécimes de I. bicolor são encontra<strong>do</strong>s fixos pelo bisso em costões rochosos,principalmente onde o impacto direto das ondas é ausente ou minimiza<strong>do</strong> por condiçõeslocais de relevo ou <strong>do</strong> próprio costão. Os espécimes ocorrem desde o supralitoral, onde vivemno interior de poças de maré, até sete metros de profundidade no infralitoral. Entretanto,é na zona entre-marés onde se observa a maior concentração de indivíduos. Em costõesprotegi<strong>do</strong>s da ação direta das ondas, ou na face das rochas opostas à arrebentação deondas, mas onde a água apresenta intenso turbilhonamento, a espécie ocorre em pequenonúmero e freqüentemente abrigada no interior de depressões, de fendas, e em cavidadesaban<strong>do</strong>nadas por ouriços ou outros animais <strong>do</strong> mesolitoral. Em costões amplos, de grandedeclividade banha<strong>do</strong>s por ondas de baixo impacto e corren<strong>do</strong> paralelas à superfície da rocha,é onde ocorrem as maiores densidades de indivíduos disputan<strong>do</strong> espaços com outras espécies(Martins, 2000; Rocha, 2002; Breves-Ramos, 2004; Ferreira-Silva, 2004; Fernandes et. al.,2004; Moysés, 2005; Ferreira-Silva, 2008).Ab u n d â n c i aEspécie encontrada em altas densidades populacionais nas diversas áreas em que estápresente: Rocha, 2002 – 250 indivíduos por 100 cm 2 - Ponta da Fortaleza - Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ; Breves-Ramos, 2004 - 800 indivíduos por 100 cm 2 (Média para Praia Vermelha – Rio deJaneiro, RJ, Ponta da Fortaleza - Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ e Ilha <strong>do</strong> Brandão - Angra <strong>do</strong>s Reis, RJ);Fernandes et al., 2004 - 445 indivíduos por 100 cm 2 - Ponta da Fortaleza - Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ; Teixeira, 2006 – 230 indivíduos por 100 cm 2 - Ponta da Fortaleza - Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ;Ferreira-Silva, 2008 – 13 indivíduos por 100 cm 2 - Praia Vermelha – Rio de JaneiroCo m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aIndivíduos, geralmente, encontra<strong>do</strong>s em grandes adensamentos de organismosco-específicos ou mistos o que permite uma melhor proteção a ondas, predação, etc.(Domaneschi & Martins, 2002) e também no interior de fendas, carapaças e cavidades deoutros organismos (Moysés, 2005). Esta espécie não é uma coloniza<strong>do</strong>ra inicial <strong>do</strong> substrato,ocorren<strong>do</strong> tardiamente durante o processo de sucessão (Rocha, 2002; Ferreira-Silva,2004).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. Esta espécie apresenta fases larvais planctônicas poden<strong>do</strong> oprocesso de dispersão natural se dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho Costeiro. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 177


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Praia de Barequeçaba, São Sebastião, São Paulo (23° 49´S; 46° 26`W).Da t a: 1994.Fo n t e : Domaneschi & Martins, 2002.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; aquicultura; correntes marinhas.Atuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l: Rio Grande <strong>do</strong> Norte a Santa Catarina (Domaneschi & Martins, 2002; Clarke et al., 2004;Souza, 2003; Souza et al., 2004; Creed & Oliveira, 2005).Co n tat o s: André Breves Ramos – abr@biologia.ufrj.br; Andrea Junqueira – ajunq@biologia.ufrj.br; Maria Augusta G. Ferreira da Silva – mariaugusta@gmail.com; Maria Soledad Lopez -msolelopez@yahoo.com.ar; Rafael Marques Teixeira: rafaelmate@yahoo.com.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil, mas é provável que I. bicolor possa vir a serexplora<strong>do</strong> como fonte alimentar nas regiões onde outros bivalves comestíveis estejamescassean<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> ao extrativismo intenso, contu<strong>do</strong>, mais estu<strong>do</strong>s da biologia desta espéciesão necessários (Martins, 2000).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEsta espécie tem, aparentemente, causa<strong>do</strong> alterações na estrutura das comunidadesnativas de costões rochosos <strong>do</strong> litoral brasileiro.Alguns autores destacam uma possível competição por espaço com o bivalve Pernaperna causan<strong>do</strong> a redução da abundância <strong>do</strong> mexilhão nos costões brasileiros (Rocha, 2002,Fernandes et. al., 2004, Breves-Ramos, 2004, Rapagnã, 2004).Ec o n ô m i c o sEm alguns locais <strong>do</strong> Brasil, o aumento da abundância de Isognomon bicolor está,possivelmente, causan<strong>do</strong> a redução da abundância <strong>do</strong> mexilhão comestível Perna perna tantoem costões rochosos, quanto em áreas de cultivo desta espécie (Rocha, 2002, Fernandes et.al., 2004, Rapagnã, 2004).178Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Esta espécie incrusta em substratos consolida<strong>do</strong>s artificiais (por exemplo, plataformasde petróleo), poden<strong>do</strong> causar prejuízos às atividades marítimas aumentan<strong>do</strong> o arrasto nasembarcações e conseqüentemente mais gastos com combustível. Para se ter uma idéia <strong>do</strong>sprejuízos causa<strong>do</strong>s pela bioincrustação, um aumento de apenas 10 mícrons na rugosidademédia <strong>do</strong> casco de um barco resulta em um incremento de 0,3% a 1,0% <strong>do</strong> consumo decombustível (WHOI, 1952, Champ & Lowenstein, 1987).Em instalações fixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão,aumenta a massa da instalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura.Em instalações flutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentan<strong>do</strong> o peso ereduzin<strong>do</strong> a flutuabilidade, entupin<strong>do</strong> orifícios ou tubulações (Champ & Lowenstein, 1987).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; Implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésda bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 179


My o f o r c e p s a r i s t a t u s (Di l l w y n, 1817)Foto: Luis Ricar<strong>do</strong> SimoneReino: AnimaliaFilo: MolluscaClasse: BivalviaOrdem: MytiloidaFamília: MytilidaeGênero: MyoforcepsEspécie: M. aristatusSinonímia:Lithophaga (Myoforceps) aristata Dall, 1898:800; Turner &Boss, 1962:105-108 (pls. 69-72); Abbott, 1974:434 (fig. 5083);Merlano & Hegedus, 1994:52 (fig. 52).Lithophaga aristata Morton, 1993:609-619 (figs. 1-6 + pls.1-2); Redfern, 2001:202; Valentich-Scott & Dinesen, 2004:343-344 (figs. 9-11).Ver informação Turner & Boss (1962:106).Fonte: Simone & Gonçalves, 2006.Nome popularScissor datemusselIdiomaInglêsForma biológica: Molusco; Bivalve.Situação populacional: Invasora.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida.180Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sMyoforceps aristatus é um pequeno bivalve que perfura substratos duros calcários,principalmente conchas de outros moluscos. O carácter distintivo dessa espécie é a regiãoposterior da concha, com extensões que se cruzam. Geralmente, a valva da esquerda possuiuma projeção inferior e a valva da direita uma projeção superior, no entanto, em algunsespécimes ocorre ao contrário. Não possui um sinus palial detectável (Simone & Gonçalves,2006).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> Caribe (Simone & Gonçalves, 2006).Distribuição g e o g r á f i c aEspécie com distribuição cosmopolita, sen<strong>do</strong> encontrada no Oceano Atlântico: dePortugal ao Senegal, da Carolina <strong>do</strong> Norte a Venezuela, incluin<strong>do</strong> o Golfo <strong>do</strong> México e Brasil.Oceano Pacífico: Austrália, Japão; Mar Vermelho. Esta espécie é considerada introduzida nolitoral brasileiro (Simone & Gonçalves, 2006).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie encontrada em substrato natural e artificial desde a zona entre-marés até cincometros de profundidade no infralitoral. Espécie perfurante de conchas de outros moluscos(Simone & Gonçalves, 2006).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEspécie perfurante de conchas de outros moluscos (Simone & Gonçalves, 2006).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com fases larvais planctônicas poden<strong>do</strong> o processo de dispersãonatural se dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 181


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio de Janeiro e São Paulo.Da t a: 2005.Fo n t e : Simone & Gonçalves, 2006.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura; água de lastro; incrustação; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina (Simone & Gonçalves, 2006; Silvaet al., 2007a; Silva et al., 2007b; Ignacio, 2008).Co n t a t o: André Breves Ramos – abr@biologia.ufrj.br; Luiz Ricar<strong>do</strong> L. Simone –lrsimone@usp.br; Julieta Salles Vianna da Silva – julieta@ufrj.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEspécie perfurante de conchas de outros moluscos, causan<strong>do</strong> danos e deformaçõesnas conchas, poden<strong>do</strong> até levar o animal à morte (Simone & Gonçalves, 2006).Ec o n ô m i c o sEspécies perfurantes (bioerosivas) podem causar um grande prejuízo para a indústria<strong>do</strong> cultivo de vieiras, uma vez que vão perfuran<strong>do</strong> e penetran<strong>do</strong> na concha <strong>do</strong> exemplarinfesta<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> deformação e poden<strong>do</strong> o levar a morte (Simone & Gonçalves, 2006). Oindivíduo infesta<strong>do</strong> por sua vez investe grande parte da sua energia (energia esta que podiaser usada para o crescimento) para “fechar o orifício” de maneira a não deixar com que oorganismo alcance o manto (fato que leva à morte da vieira) (Caruso, 2007).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.182Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDescohecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; Implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésda bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 183


Mytilopsis l e u c o p h a e t a (Co n r a d , 1831)Foto: Cristiane FarrapeiraReino: AnimaliaFilo: MolluscaClasse: BivalviaOrdem: VeneroidaFamília: DreissenidaeGênero: MytilopsisEspécie: M. leucophaetaSinonímia: Não disponível.Nome popularDark false musselIdiomaInglêsForma biológica: Molusco; bivalve.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie foi introduzida provavelmente no Brasil via água de lastro, sen<strong>do</strong>encontra<strong>do</strong> pela primeira vez em julho de 2004 na região estuarina adjacente ao Porto <strong>do</strong>Recife (PE), incluin<strong>do</strong> desde a área portuária até os rios Tejipió e Capibaribe (Souza et al.,2005).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sM. leucophaeta possui periostraco marrom-esverdea<strong>do</strong> lamelar. Concha inequivalve,a valva direita sobrepon<strong>do</strong>-se levemente à esquerda postero-ventralmente. Contorno daconcha em forma de machadinha alongada, ligamento marginal com aproximadamente 1/3<strong>do</strong> comprimento. Margem ventral reta ou ligeiramente convexa, nos exemplares maiores. Arazão altura-comprimento foi de 1,25. Internamente, a região extrapalial é opaca, com a linha184Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


palial e a cicatriz <strong>do</strong>s músculos posteriores brilhantes. O septo está presente anteriormente,imediatamente posterior ao umbu. A apófise está presente na parte anterior <strong>do</strong> septo. Acicatriz <strong>do</strong> músculo retrator posterior não se estende anteriormente ao limite posterior daninfa. O músculo adutor anterior adere ao septo. Os músculos retratores anteriores estãoinseri<strong>do</strong>s na apófise, que é relativamente pequena e arre<strong>do</strong>ndada, mas ocasionalmentequase que aguçada postero-<strong>do</strong>rsalmente (Souza et al, 2005).Lu g a r d e o r i g e mAtlântico ocidental. Originária da América <strong>do</strong> Norte (<strong>do</strong> Texas até Nova Iorque) (Souzaet al., 2005).Distribuição g e o g r á f i c aAmérica <strong>do</strong> Norte, México, Norte da França, Bélgica, Holanda, Grã Bretanha (PortosCardiff e Rio Tâmisa) e Brasil. Espécie considerada introduzida na Grã Bretanha e no Brasil(Souza et al., 2005, Verween et al., 2006).Ec o l o g i aHa b i t a tOs espécimes de M. leucophaeta são encontra<strong>do</strong>s restritos a região entre-marés emáguas tropicais ou subtropicais salobras, fixos por bisso a diversos substratos consolida<strong>do</strong>scomo concreto, madeira, lata, plástico e conchas de outros organismos. (Marelli & Gray,1983, 1985; Souza et al., 2005).Ab u n d â n c i aEm áreas estuarinas adjacentes ao Porto <strong>do</strong> Recife (PE) formam agrega<strong>do</strong>s densoscom densidades varian<strong>do</strong> de 3.600 até 73.200 indivíduos m -2 , poden<strong>do</strong> chegar a 176.800indivíduos m -2 em área correspondente a porção mesohalina <strong>do</strong> estuário (Souza et al.,2005).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aIndivíduos desta espécie formam agrega<strong>do</strong>s, agrupan<strong>do</strong>-se uns sobre os outros (Souzaet al., 2005). É uma espécie eurialina que tolera teores de salinidade varian<strong>do</strong> entre 0 e 30(Castagna & Chanley, 1973).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. Possui uma larva véliger livre natante (Pathy & Mackie, 1992).Esta espécie apresenta fases larvais planctônicas poden<strong>do</strong> o processo de dispersão naturalse dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e d i s p e r s ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho Costeiro. Estuarino. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.<strong>Ambiente</strong> Marinho 185


Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Região estuarina adjacente ao Porto <strong>do</strong> Recife (PE).Da t a: Janeiro de 2004.Fo n t e : Souza et al., 2005.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas; incrustação.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Pernambuco (PE) (Souza et al, 2005).Co n t a t o: José Roberto B. Souza – jrbsouza@ufpe.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEsta espécie pode causar alterações na estrutura das comunidades nativas de costõesrochosos <strong>do</strong> litoral brasileiro.Ec o n ô m i c o sEsta espécie incrusta em substratos consolida<strong>do</strong>s artificiais. Cascos de navios,plataformas de petróleos, entre outros substratos consolida<strong>do</strong>s disponíveis no ambientemarinho, podem ficar bastante incrusta<strong>do</strong>s o que causa a corrosão <strong>do</strong>s metais e um aumentonos custos de manutenção.É possível que indivíduos desta espécie causem prejuízos às atividades marítimas,aumentan<strong>do</strong> o arrasto de embarcações e conseqüentemente os gastos com combustível.(WHOI, 1952)Em instalações fixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão,aumenta a massa da instalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura.Em instalações flutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentan<strong>do</strong> o peso ereduzin<strong>do</strong> a flutuabilidade, entupin<strong>do</strong> orifícios ou tubulações (Champ & Lowenstein, 1987).186Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; Implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésda bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 187


Pe r n a p e r n a (Li n n a e u s , 1758)Foto: Maria Augusta G. Ferreira-SilvaReino: AnimaliaFilo: MolluscaClasse: BivalviaOrdem: MytiloidaFamília: MytilidaeGênero: PernaEspécie: P. pernaSinonímia: Chloromya perna, Mya perna, Mytilus afe Gmelin 1791.Mytilus africanus Chemnitz 1785.Mytilus elongatus Lamarck 1817.Mytilus perna, Mytilus pictus Born 1780.Mytilus venezolanus Andreu 1965.Perna indicata Kuriakose and Nair.Perna picta, Perna indica (Born),Fonte: http://www.invasivespecies.net/Nome popularMexilhãoMexilhão marromMariscoBrown musselMusselIdiomaPortuguêsPortuguêsPortuguêsInglêsInglêsForma biológica: Molusco; bivalve.Situação populacional: Estabelecida.188Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oO tráfico negreiro realiza<strong>do</strong> entre os séculos XVIII e XIX pode ter si<strong>do</strong> o vetor deintrodução de Perna perna na costa brasileira, que teria chega<strong>do</strong> incrusta<strong>do</strong> no casco <strong>do</strong>snavios. Muitos navios negreiros que aportaram na Bahia e Rio de Janeiro vinham de locaisda África onde se registra a presença de P. perna (Congo, Angola, Moçambique e Tanzânia).No Brasil não foram encontra<strong>do</strong>s registros fósseis consistentes que atestem a existência deP. perna. (Souza, 2003; Souza, et. al. 2004).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sPerna perna é um <strong>do</strong>s maiores mexilhões chegan<strong>do</strong> a atingir 170 mm de comprimento.Apresenta superfície lisa com linhas de crescimento concêntricas, margem ventral estreitae charneira com 1 ou 2 dentes. Periostraco marrom escuro com bandas verde-amareladaspróximas a margem ventral. Face interna nacarada de cor roxa (Rios, 1994).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária da África (Atlântico Oriental), possivelmente Congo, Angola,Moçambique, Tanzânia (Souza, 2003; Souza, et. al. 2004).Distribuição g e o g r á f i c aRegiões tropicais e subtropicais <strong>do</strong>s Oceanos Atlântico e Índico e Mar Mediterrâneo.Esta espécie é reportada como introduzida no Caribe, Golfo <strong>do</strong> México, Venezuela, MarMediterrâneo e Brasil (Grant et al., 1992; Hicks & Tunnel, 1993; Holland et al., 1999; Hickset al., 2001; Hayes & Sliwa, 2003; Souza, 2003; Souza, et. al. 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tEsta espécie é encontrada em substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais. Pernaperna é um bivalve encontra<strong>do</strong>, habitualmente em substratos consolida<strong>do</strong>s de águas litoraise sublitorais rasas de oceanos subtropicais. Esta espécie forma densas populações ao longo<strong>do</strong>s costões desde as regiões entre-marés até uma profundidade de 10 metros, poden<strong>do</strong>ser encontrada aderida aos cascos de embarcações, plataformas de petróleo, bóias denavegação, ancora<strong>do</strong>uros ou em qualquer outro local que lhe sirva de substrato. (Fernandes,1981; Fernandes, 1985; Souza, 2003; Rapagnã, 2004; http://nis.gsmfc.org/; http://www.serc.si.edu/).Ab u n d â n c i aEsta espécie pode atingir altas densidades em costões rochosos e em substratosartificiais. Na década de oitenta foram encontradas densidades de 769 ind./225 cm² na Baíade Guanabara (RJ) (Torres 1983). Também na década de oitenta, em Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ),a espécie apresentava densidade máxima de 100 ind./900cm² (Fernandes, 1981), enquantoque, no mesmo local, na década atual, apresenta densidade máxima de 862 indivíduos900cm -2 (Rapagnã, 2004).<strong>Ambiente</strong> Marinho 189


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aComo outras espécies da família, este mexilhão também é eurihalino e euritérmico,suportan<strong>do</strong> salinidades que variam numa faixa de 19 a 44 e temperatura de 21 a 28ºC (Velez& Epifânio, 1981; Hicks & McMahon, 2002). Na fase inicial da metamorfose, a temperaturae salinidade ótima variam entre 10-30°C e 30,9-32,1 respectivamente (http://www.invasivespecies.net/).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. Esta espécie possui sexos separa<strong>do</strong>s, mas não há dimorfismosexual. É possível fazer distinção de machos e fêmeas durante a fase reprodutiva pela cordiferenciada das gônadas. A coloração das gônadas masculinas é esbranquiçada ou creme eas gônadas femininas possuem uma tonalidade mais alaranjada-avermelhada. A reproduçãodeste bivalve é por fecundação externa com liberação de óvulos e espermatozóides na colunade água. Após a fertilização, uma larva veliger é formada (esta fase não dura mais que 1mês). O perío<strong>do</strong> crítico de desenvolvimento se dá durante e após a metamorfose. (Fernandes,1981; Fernandes, 1985; http://www.ostras-gigas.com.br/). Esta espécie apresenta faseslarvais planctônicas poden<strong>do</strong> o processo de dispersão natural se dar através de correntes.Di e t a/Mo d o d e d i s p e r s ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro. Estuarino. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Possivelmente Rio de Janeiro.Da t a: Possivelmente entre os séculos XVIII e XIX.Fo n t e : Souza, 2003; Souza et al. 2004.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Desconheci<strong>do</strong>s.Atuais: Navegação; aquicultura.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Aquicultura; correntes marinhas; incrustação.190Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Espécie detectada no Rio Grande <strong>do</strong> Norte (Silveira, 2005) e consideradaestabelecida <strong>do</strong> Espírito Santo ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul (Clarke et al., 2004; Souza et. al.2004).Co n t a t o s : Rosa Cristina Correia Luz de Souza – rcclsouza@yahoo.com.br; Flávio daCosta Fernandes – flavio@ieapm.mar.mil.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sEsta espécie é largamente utilizada na alimentação humana. O mexilhão tem si<strong>do</strong> muitocoleta<strong>do</strong> na África e na América <strong>do</strong> Sul, sen<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> de Santa Catarina o maior produtorde mexilhões <strong>do</strong> Brasil e da América Latina. Nas décadas de oitenta/noventa eram extraí<strong>do</strong>sda Baía de Guanabara (RJ) cerca de 20 toneladas por mês de mexilhão. Este bivalve é umaboa espécie para cultivo, principalmente, por possuir rápida taxa de crescimento, atingin<strong>do</strong> otamanho comercial de 60-80 mm em 6-7 meses. (FEEMA, 1990; Pezzato & Filho, 2000; Poliet al., 2000; http://nis.gsmfc.org/; http://www.ostras-gigas.com.br/).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEsta espécie pode ter causa<strong>do</strong> alterações na estrutura das comunidades nativasbrasileiras de costões rochosos no passa<strong>do</strong>.Ec o n ô m i c o sEsta espécie incrusta em substratos consolida<strong>do</strong>s artificiais sen<strong>do</strong> um componenteimportante das bioincrustações. Cascos de navios, plataformas de petróleos, entre outrossubstratos consolida<strong>do</strong>s disponíveis no ambiente marinho, podem ficar totalmente cobertos pormexilhões o que causa a corrosão <strong>do</strong>s metais e um aumento nos custos de manutenção.Podem acarretar prejuízos às atividades marítimas, aumentan<strong>do</strong> o arrasto deembarcações e conseqüentemente os gastos com combustível. (Whoi, 1952). Em instalaçõesfixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão, aumenta a massa dainstalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura. Em instalaçõesflutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentan<strong>do</strong> o peso e reduzin<strong>do</strong> aflutuabilidade, entupin<strong>do</strong> orifícios ou tubulações (Champ & Lowenstein, 1987, Hicks andTunnel, 1995).Na s a ú d eHá a possibilidade de uma toxinfecção humana através da ingestão de mexilhõescontamina<strong>do</strong>s por microorganismos patógenos (Archer & Moretto, 1994) e metais pesa<strong>do</strong>s(Rezende & Lacerda, 1986).Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 191


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); Seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; Implantar programas de monitoramento ambiental.Prevenção, controle e fiscalização de atividades de maricultura.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésde bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Temperatura: exposição de mexilhões de 9 mm de tamanho a temperaturasde 38°C causou 100% de mortalidade em 120 minutos. A mortalidade é dependente <strong>do</strong>tamanho/idade, com os mais jovens sen<strong>do</strong> mais susceptiveis. O aumento da temperatura(até 30°C) afeta diversas atividades físiológicas como taxa de filtração, atividade <strong>do</strong> pé eprodução <strong>do</strong> bisso. Esses resulta<strong>do</strong>s sugerem que tratamento com calor é uma boa alternativapara a cloração (Rajagopal et al., 1995).Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Mexilhões de 9 mm expostos a uma concentração de cloro residual levaram 384 horas(16 dias) para atingir 100% de mortalidade. Quan<strong>do</strong> expostos a 5 mg/L levaram 84 horas (4dias). Mexilhões maiores apresentaram maior resistência que os menores (em concentraçõesde 2 mg/L). Os grupos de tamanhos entre 9 e 34 mm levaram 228 horas (10 dias) e 304 horas(13 dias) respectivamente para atingir 100% de mortalidade (Rajagopal et al., 2003).Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.192Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


ANNELIDA – POLYCHAETABr a n c h i o m m a l u c t u o s u m (Gr u b e, 1969)Fotos: Orlemir CarreretteReino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: CanalipalpataFamília: SabellidaeGênero: BranchiommaEspécie: B. luctuosumSinonímia: Sabella (Dasychone) luctuosa Grube, 1869: 517.Dasychone luctuosa Gravier, 1906a: 41; Gravier, 1906b: pl. 7; Gravier,1908: 98.Branchiomma luctuosa Hartman, 1959: 538; Hartman, 1974: 631;Wehe & Fiege, 2002: 117.Branchiomma luctuosum Giangrande, 1989: 166; Knight-Jones et al.,1991: 854 figure 6; Arvanitidis, 2000: 82; Simboura & Nicolai<strong>do</strong>u,2001:36; Castelli et al., 1995: 31; Çinar et al., 2006: 86.Fonte: Haddad et al, 2007.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie foi primeiramente registrada em São Paulo (coletada em 2002). Nogueiraet al. (2006) encontraram B. luctuosum apenas na Baía de Santos, apesar de quase todaa costa <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo ter si<strong>do</strong> amostrada. Isto pode estar relaciona<strong>do</strong> ao fato<strong>Ambiente</strong> Marinho 193


<strong>do</strong> Porto de Santos, o maior porto da América Latina, se encontrar inseri<strong>do</strong> nesta baía.Posteriormente, esta espécie foi registrada no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Costa-Paiva, 2006).Esta espécie está, geralmente, associada a substratos artificiais, sen<strong>do</strong> um importantecomponente da bioincrustação.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCorpo longo, com 6-120 mm no comprimento total. A coroa possui cerca de 60 mm decomprimento, com 7-8 setígeros torácicos e cerca de 60-100 setígeros ab<strong>do</strong>minais. Possuiaproximadamente 26 pares de radíolos espirala<strong>do</strong>s, cada um com 21-26 pares de pequenosestíolos digitiformes não recobrin<strong>do</strong> o pequeno olho radiolar. B. luctuosum possui radíolosdividi<strong>do</strong>s em unidades articuladas. Essas articulações são profundas incisões superficiais aore<strong>do</strong>r da margem externa <strong>do</strong>s radíolos que não se estendem para a parte interna <strong>do</strong>s radíolosou <strong>do</strong> esqueleto radiolar. A cor varia desde laranja avermelha<strong>do</strong> até marrom. (Modifica<strong>do</strong> deNogueira et al., 2006; Licciano & Giangrande, 2008).Lu g a r d e o r i g e mMar Vermelho (Haddad et al, 2007; Licciano & Giangrande, 2008).Distribuição g e o g r á f i c aMar Vermelho, Mar Mediterrâneo, Brasil. Espécie considerada introduzida no MarMediterrâneo e no Brasil (Çinar et al., 2006; Haddad et al, 2007; Licciano & Giangrande,2008).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie encontrada em substratos consolida<strong>do</strong>s e inconsolida<strong>do</strong>s, poden<strong>do</strong> formarpequenos agrega<strong>do</strong>s (Haddad et al, 2007).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oEspécie hermafrodita que produz uma larva lecitotrófica que permanece um curtoperío<strong>do</strong> no plâncton (cerca de três dias apenas) (Licciano et al., 2002)Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho oceânico. Estuarino. Substrato consolida<strong>do</strong> natural ou artificial e substratoinconsolida<strong>do</strong>, principalmente em regiões portuárias.194Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mEncontrada em locais abriga<strong>do</strong>s, próxima a recifes de corais, portos ou locais comampla atividade antropogênica (Haddad et al, 2007).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : São Paulo (SP).Da t a: 2006.Fo n t e : Nogueira et al, 2006.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas.Atuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : São Paulo e Rio de Janeiro (Nogueira et al, 2006; Costa-Paiva, 2006).Co n t a t o: João Miguel de Matos Nogueira - nogueira@ib.usp.br; lapol@ib.usp.br; ElisaMaria Costa e Silva de Paiva – elisapolychaeta@hotmail.com; Orlemir Carrerette – orlemir@yahoo.com.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sA alta densidade e <strong>do</strong>minância de B. luctuosum tornam-na uma potencial competi<strong>do</strong>racom espécies nativas brasileiras, como, por exemplo, Branchiomma patriota, recentementedescrita no litoral de São Paulo. B. patriota é considerada não apenas uma espécie nativa,mas um espécie endêmica da costa brasileira, onde vive em simpatria e no mesmo habitatque B. luctuosum (Costa-Paiva, 2006).Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 195


Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Desconhecidas. Não há diretrizes internacionais para prevençãoda introdução através de bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.196Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Bo c c a r d i e l l a b i h a m a t a Bl a k e & Ku d e n o v , 1978Ilustração: Radashevsky, V.I. (2005)”Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: BoccardiellaEspécies: B. bihamataSinonímia: Boccardiella bihamata Blake & Kudenov,1978: 265-266, fig. 48.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oRegistro de ocorrência recente em Florianópolis (SC) em 1998 e em Paranaguá (PR) em2001, estan<strong>do</strong> restrita ao litoral sul <strong>do</strong> Brasil. Sua introdução provavelmente está associadaao cultivo de ostras, as quais têm suas conchas perfuradas (Radashevsky, 2004; obs.: nesseresumo essa espécie foi identificada como Boccardiella hamata).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 40 mm de comprimento e 1 mm de largura, com 150 setígeros. Pigmentação larvalpreta usualmente presente nos la<strong>do</strong>s <strong>do</strong>rsal e ventral <strong>do</strong>s 10 a 15 setígeros anteriores emindivíduos com menos de 100 setígeros. Prostômio anteriormente em forma de T, com <strong>do</strong>islóbulos fronto-laterais separa<strong>do</strong>s por uma incisão mediana; posteriormente estreito e baixo,estenden<strong>do</strong>-se como carúncula até a metade <strong>do</strong> setígero 4. Antena occipital ausente. Semolhos ou com até três pares de olhos pretos. Setígero 1 com cerdas capilares nos neuropódiose lamelas pós-setais bem desenvolvidas nos <strong>do</strong>is ramos; sem cerdas notopodiais. Setígero5 maior que os setígeros 4 e 6, com até 6 cerdas capilares <strong>do</strong>rsais superiores, uma fileira de<strong>Ambiente</strong> Marinho 197


15 espinhos grandes alterna<strong>do</strong>s com cerdas acompanhantes bilimbadas e um feixe de até 15cerdas capilares ventrais; lamelas pós-setais ausentes. Espinhos simples, falciformes, semestruturas adicionais. Notopódios posteriores com só uma cerda robusta recurvada, até 10cerdas robustas estreitas ou recurvadas pouco, e 1-3 cerdas capilares delicadas. Ganchos nosneuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 7, até 11 numa série vertical acompanha<strong>do</strong>s por 1-6 cerdascapilares agrupadas num tufo inferior na parte anterior <strong>do</strong> corpo, e alterna<strong>do</strong>s com 1-3 cerdascapilares muito finas na parte posterior <strong>do</strong> corpo. Ganchos bidenta<strong>do</strong>s, com capuz; hasteligeiramente curva sem constrição. Brânquias nos setígeros 2, 3, 6 e seguintes, ausentes apartir da metade ou terça-parte posterior <strong>do</strong> corpo. Pigídio com <strong>do</strong>is lóbulos ventrais largos,cada um com processos terminais curtos. Bolsas glandulares nos neuropódios a partir <strong>do</strong>setígero 7. (Blake & Kudenov, 1978; Radashevsky, comunicação pessoal).Lu g a r d e o r i g e mAustrália (Blake & Kudenov,1978).Distribuição g e o g r á f i c aAustrália (Blake & Kudenov,1978) e Brasil (Radashevsky, 2004, como Boccardiellahamata).Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas. Estuarino, marinho costeiro. Perfura<strong>do</strong>r de conchas de ostras.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aPerfura nas conchas de ostras Crassostrea gigas, C. rhizophorae e C. brasiliana.(Radashevsky, 2004, como Boccardiella hamata).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. Fêmeas depositam ovos dentro de cápsulas ligadas ao la<strong>do</strong> interno <strong>do</strong> tubo.As larvas se desenvolvem inicialmente nas cápsulas e a seguir no plâncton até o estágio decerca de 20 setígeros. (Radashevsky, comunicação pessoal).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro; suspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho, estuarino, substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.198Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Florianópolis (SC).Da t a: 1998.Fo n t e : Radashevsky, (2004, como Boccardiella hamata).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotencial: Aquicultura.Atual: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotencial: Aquicultura.Atual: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Florianópolis (SC) e Paranaguá (PR) (Radashevsky, 2004, como Boccardiellahamata).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c oDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 199


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Seguir regulamentação que rege a importação de organismospara maricultura (quarentena).Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.200Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Po l y d o r a c o r n u t a Bo s c , 1802Ilustração: Radashevsky, V.I. (2005)”Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: Poly<strong>do</strong>raEspécie: P. cornutaSinonímia: Poly<strong>do</strong>ra ligni Webster,1879: 119.Poly<strong>do</strong>ra amarincola Hartman,1936: 49, figs. 6-10.Poly<strong>do</strong>ra littorea Verrill,1881: 301.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEncontra<strong>do</strong> na Baía de Paranaguá (PR) e no Rio de Janeiro (RJ) em 1998, emCaraguatatuba (SP) em 2001 e em Vitória (ES) em 2004, provavelmente introduzi<strong>do</strong> viaágua de lastro ou cascos de barcos/navios (Radashevsky, 2004, 2005, 2008).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 32 mm de comprimento e 1,5 mm de largura para 90 setígeros. Indivíduos comaté 60 setígeros com manchas pretas nas laterais <strong>do</strong>s setígeros 7-10 até 10-19. Indivíduosmenores translúci<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> vivos, reten<strong>do</strong> a pigmentação larval preta e amarela comopequenos melanóforos isola<strong>do</strong>s nas laterais a partir <strong>do</strong>s setígeros 2-7 até 10-19, e pigmentoamarelo claro difuso no parte anterior <strong>do</strong> prostômio e bordas laterais <strong>do</strong> peristômio.Prostômio anteriormente bifurca<strong>do</strong> e posteriormente estreito e baixo, estenden<strong>do</strong>-se como<strong>Ambiente</strong> Marinho 201


carúncula até o fim <strong>do</strong> setígero 3. Antena occipital presente sobre a carúncula. Possui <strong>do</strong>ispares de olhos pretos. Setígero 1 com cerdas capilares nos neuropódios e lamelas póssetaiscirriformes bem desenvolvidas nos <strong>do</strong>is ramos; sem cerdas notopodiais. Setígero 5maior que os setígeros 4 e 6 sobrepon<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>rsalmente ao setígero 6, com até 8 espinhosgrandes alterna<strong>do</strong>s com cerdas acompanhantes delicadas, sem cerdas capilares <strong>do</strong>rsaissuperiores e ventrais, sem lamelas pós-setais. Espinhos falciformes, com dente lateral euma flange longitudinal estreita e delgada na extremidade distal. Cerdas acompanhantesgeralmente bifurcadas, justapostas <strong>do</strong> la<strong>do</strong> convexo <strong>do</strong>s espinhos. Notopódios posteriorescom apenas cerdas capilares. Ganchos nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 7, até o 15 numasérie vertical, não acompanhadas por capilares. Ganchos bidenta<strong>do</strong>s, com capuz; hasteligeiramente curva, com uma constrição na parte superior. Brânquias a partir <strong>do</strong> setígero7, diminuin<strong>do</strong> de tamanho gradualmente na parte posterior <strong>do</strong> corpo e ausentes nos 4-10últimos setígeros. Pigídio em forma de taça aberta com uma fenda <strong>do</strong>rsal; numerosascélulas glandulares dan<strong>do</strong> ao pigídio uma aparência esbranquiçada. Bolsas glandulares nosneuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 7 (Radashevsky, 2005).Lu g a r d e o r i g e mAtlântico Ocidental e Caribe (Blake & Maciolek, 1987).Distribuição g e o g r á f i c aMundial, principalmente nas áreas portuárias de regiões subtropicais e temperadas.Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas. Estuarino, praia, substrato inconsolida<strong>do</strong>.Ab u n d â n c i a1-10 indivíduos m -2 (Radashevsky, 2005).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aFreqüentemente constrói seus tubos lo<strong>do</strong>sos na superfície de outros organismosincluin<strong>do</strong> tubos de outros poliquetas (serpulídeos e onufídeos) e moluscos cultiva<strong>do</strong>s(Radashevsky, 2005).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. Fêmeas planctotróficas produzem larvas com 3 setígeros. Fêmeas adelfofágicasproduzem ninhadas na qual 95% <strong>do</strong>s ovos não se desenvolvem, sen<strong>do</strong> reabsorvi<strong>do</strong>s (MacKay& Gibson, 1999). A biologia de P. cornuta foi descrita por vários autores e é importantepara entender a distribuição da espécie. Vermes com 25-50 setígeros se tornam madurosem 1-6 semanas depois <strong>do</strong> assentamento. Ainda que algum hermafrodistismo tenha si<strong>do</strong>nota<strong>do</strong> em P. cornuta, a espécie é primariamente gonocórica, com a relação entre fêmeas emachos variável desde igual até 2,42:1. Fêmeas crescem até tamanhos significativamentemaiores <strong>do</strong> que os machos. Machos produzem espermatóforos que são transferi<strong>do</strong>s paraas fêmeas com os palpos. Fêmeas acumulam o esperma em receptáculos seminais no la<strong>do</strong><strong>do</strong>rsal <strong>do</strong>s segmentos gametogênicos e são capazes de fazer várias ovoposições férteis na202Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


ausência <strong>do</strong>s machos. Duas ou três gerações de ovócitos se desenvolvem simultaneamentenos ovários. Fêmeas depositam regularmente cápsulas de ovos dispostas em fileiras presasna parede interna <strong>do</strong> tubo. Fêmeas grandes depositam até 170 ovos por cápsula e 3.500ovos em 26 cápsulas a cada prole. Dependen<strong>do</strong> da quantidade de vitelo consumi<strong>do</strong> as larvasdesenvolvem 3-15 setígeros antes da eclosão. Após a eclosão passam de 2 a 15 dias noplâncton e são capazes de se fixar quan<strong>do</strong> atingem o comprimento de 15 setígeros. O tempode vida estima<strong>do</strong> é de 13 meses durante os quais as fêmeas podem produzir no mínimo 15proles. A reprodução de P. cornuta é provavelmente limitada pela temperatura e por issoa espécie é distribuída principalmente em águas subtropicais e temperadas (Radashevsky,2005).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro; suspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oEstuários; áreas portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Baia de Paranaguá (PR).Da t a: 1998.Fo n t e : Radashevsky (2004).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura; navegação; comércio de alimentos vivos.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação; água de lastro; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Baía de Paranaguá (PR), Rio de Janeiro (RJ), Caraguatatuba (SP) e Vitória(ES).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 203


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sCultivo de ostras são dizima<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> ocorre grande abundância de P. cornuta.(Nelson & Stauber, 1940; Galtsoff, 1964; Lauckner, 1983).Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eInformação não disponibilizada.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésde bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c oDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.QuímicoDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c oDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.204Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Po l y d o r a n u c h a l i s Wo o d w i c k , 1953Ilustração: Woodwick, K.H. (1953)”Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: Poly<strong>do</strong>raEspécie: p. nuchalisSinonímia: Não disponível.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA ocorrência vem sen<strong>do</strong> registrada desde 1995 já ocupan<strong>do</strong> o litoral sul, sudeste enordeste. Provavelmente sua introdução foi associada ao cultivo de ostras, nas quais constróitubos.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 13 mm de comprimento e 1,5 mm de largura para 65 setígeros. Geralmente sempigmentação no corpo e palpos; alguns indivíduos com pigmento preto difuso no la<strong>do</strong> <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong>peristômio. Prostômio anteriormente rombu<strong>do</strong> ou incisa<strong>do</strong> e posteriormente estreito e baixo,estenden<strong>do</strong>-se como carúncula até o meio <strong>do</strong> setígero 3. Antena occipital presente sobre acarúncula. Passui de 2 a 4 olhos pretos. Setígero 1 com cerdas capilares nos neuropódios elamelas pós-setais cirriformes bem desenvolvidas nos <strong>do</strong>is ramos; sem cerdas notopodiais.<strong>Ambiente</strong> Marinho 205


Setígero 5 maior que os setígeros 4 e 6, com até 7 cerdas capilares <strong>do</strong>rsais superiores,uma fileira de 10 espinhos grandes alterna<strong>do</strong>s com cerdas acompanhantes bilimbadas eum feixe de até 8 cerdas capilares ventrais; lamelas pós-setais ausentes. Espinhos simples,falciformes, sem estruturas adicionais. Notopódios posteriores apenas com cerdas capilares.Ganchos nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 7 até 8 numa série vertical, não acompanhadapor capilares. Ganchos bidenta<strong>do</strong>s, com capuz; haste ligeiramente curva, com uma constriçãofraca na parte superior. Brânquias a partir <strong>do</strong> setígero 7, plenamente desenvolvidas no início,diminuin<strong>do</strong> de tamanho gradualmente ao longo da metade posterior <strong>do</strong> corpo e ausentes emcerca de um quarto até um terço <strong>do</strong> corpo. Pigídio em forma de placa, com incisão <strong>do</strong>rsaldistinta; numerosas células glandulares dan<strong>do</strong> ao pigídio uma aparência esbranquiçada.Bolsas glandulares nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 6 (Radashevsky, em preparação).Lu g a r d e o r i g e mCalifórnia, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (Woodwick, 1953).Distribuição g e o g r á f i c aAtlântico ocidental, Caribe e Brasil; Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (Califórnia, Hawaii) (Bailey-Brock,1990).Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas. Estuarino, marinho costeiro. Sedimentos não consolida<strong>do</strong>s comsalinidade reduzida.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aConstrói tubos lo<strong>do</strong>sos nos sedimentos não consolida<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. As fêmeas depositam os ovos dentro de cápsulas. As cápsulas de ovos sãodispostas em fileiras em forma de rosário e presas individualmente à parede <strong>do</strong> tubo por <strong>do</strong>isligamentos. Cada cápsula tem até 100 ovos. Somente de 1 a 8 <strong>do</strong>s ovos em cada cápsulase desenvolvem até larvas; os ovos remanescentes servirão como alimento para as larvasencapsuladas. Estas últimas habitualmente chegam ao estágio de 9 – 12 setígeros antes dese liberarem da cápsula. Um curto perío<strong>do</strong> de tempo no plâncton precede o assentamento ea construção <strong>do</strong> tubo (Woodwick, 1960).Di e t a/m o d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro. Suspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho; áreas portuárias e degradadas.206Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Salva<strong>do</strong>r (BA).Da t a: 1995.Fo n t e : Radashevsky (2004).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura; comércio de alimentos vivos.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Salva<strong>do</strong>r (BA), Rio de Janeiro (RJ), Baía de Paranaguá (PR), Recife (PE) e SãoSebastião (SP).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 207


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : seguir a regulamentação que rege a importação de organismospara maricultura (quarentena).Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.208Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ps e u d o p o l y d o r a a c h a e t a Ra d a s h e v s k y & Hs i e h, 2000Ilustração: Radashevsky & Hsieh (2000)”Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>raEspécie: P. achaetaSinonímia: Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra achaeta Radashevsky & Hsieh, 2000: 223-226, figs. 4,5, 11A.Nome popular : Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oO registro da ocorrência no Brasil ainda não foi publica<strong>do</strong> na literatura científica, masfoi encontra<strong>do</strong> pela primeira vez em São Sebastião (SP) em 2004 (Vasily I. Radashevsky,comunicação pessoal).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 13 mm de comprimento e 1,5 mm de largura para 80 setígeros. Usualmente comfaixas transversais de pigmento preto difuso na parte <strong>do</strong>rsal, ventral e lateral <strong>do</strong>s setígerosanteriores. Prostômio anteriormente incisa<strong>do</strong> até rombu<strong>do</strong>, posteriormente estreito e baixo,estenden<strong>do</strong>-se como carúncula até o fim <strong>do</strong> setígero 2. Antena occipital presente sobre acarúncula ao nível <strong>do</strong>s palpos. Com <strong>do</strong>is pares de olhos pretos. Palpos tão longos quanto15-25 setígeros. Setígero 1 com cerdas capilares bem curtas nos neuropódios, lamelas pós-<strong>Ambiente</strong> Marinho 209


setais notopodiais pequenas e neuropodiais bem desenvolvidas; sem cerdas notopodiais.Setígero 5 semelhante em tamanho aos setígeros 4 e 6, com cerdas capilares <strong>do</strong>rsaissuperiores e ventrais semelhantes em forma e número <strong>do</strong> que aquelas <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6;lamelas pós-setais presentes nos <strong>do</strong>is ramos. Dois tipos de espinhos notopodiais <strong>do</strong> setígero5 dispostos em fileira vertical dupla quase reta; espinhos da fileira anterior lanceola<strong>do</strong>scom extremidade distal curva, até 15 numa série; espinhos da fileira posterior simples,falciformes, sem estruturas adicionais, até 11 numa série. Notopódios posteriores com poucascerdas capilares longas não-limbadas. Ganchos nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 8, até16 numa série vertical, não acompanhadas por capilares. Ganchos com capuz, bidenta<strong>do</strong>scom o dente superior intimamente justaposto ao dente principal; haste com uma constriçãona parte superior e <strong>do</strong>brada em ângulo reto na parte inferior. Brânquias a partir <strong>do</strong> setígero7 até o 21, separadas das lamelas pós-setais notopodiais. Pigídio em forma de disco, comum par de processos <strong>do</strong>rso-laterais; numerosas células glandulares dan<strong>do</strong> ao pigídio umaaparência esbranquiçada. Bolsas glandulares nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 1, maiorese em par nos setígeros 6 e 7 (Radashevsky, Hsieh, 2000).Lu g a r d e o r i g e mPacífico Ocidental (Radashevsky, Hsieh, 2000).Distribuição g e o g r á f i c aTaiwan e Brasil (Radashevsky, Hsieh, 2000; Radashevsky, 2008).Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas. Estuarino, marinho costeiro. Sedimentos não consolida<strong>do</strong>s comsalinidade reduzida.Ab u n d â n c i aConstrói tubos lo<strong>do</strong>sos nos sedimentos não consolida<strong>do</strong>s.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. As fêmeas depositam os ovos dentro de cápsulas ligadas ao la<strong>do</strong> interno<strong>do</strong> tubo. As larvas se desenvolvem inicialmente nas cápsulas e a seguir no plâncton até oestágio de cerca de 15 setígeros (Radashevsky, em preparação).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro; suspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho; áreas portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.210Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : São Sebastião (SP).Data: 2004.Fo n t e : Radashevsky (2008).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : São Sebastião (SP).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 211


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos; seguir regulamentação que rege a importação de organismos paramaricultura (quarentena).Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.212Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ps e u d o p o l y d o r a a n t e n n a t a (Cl a p a r è d e, 1868)Ilustração: Hartmann-Schröder, G. (1996)Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>raEspécie: P. antennataSinonímia: Poly<strong>do</strong>ra antennata Claparède, 1868: 60–61, pl. 21, fig. 3.Carazzia antennata Mesnil,1896: 227, pl. XIV, figs. 22-25.Poly<strong>do</strong>ra (Carazzia) antennata Fauvel, 1927: 56-57, fig. 19i-m.Poly<strong>do</strong>ra (Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra) antennata Hartmann-Schröder, 1996:322-324, fig. 146.Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra antennata Czerniavsky, 1881: 362.Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra floridensis Delga<strong>do</strong>-Blas, 2008: 14-16, fig. 5.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA introdução é recente (1994), provavelmente via água de lastro.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 15 mm de comprimento e 1 mm de largura para 75 setígeros. Corpo e palposdesprovi<strong>do</strong>s de pigmentação. Prostômio anteriormente bifurca<strong>do</strong> e posteriormente estreitoe baixo, estenden<strong>do</strong>-se como carúncula até o meio <strong>do</strong> setígero 7. Antena occipital presentesobre a carúncula ao nível <strong>do</strong>s palpos. Possui <strong>do</strong>is pares de olhos pretos. Palpos tão longos<strong>Ambiente</strong> Marinho 213


quanto 15-20 setígeros. Setígero 1 com cerdas capilares curtas nos neuropódios, lamelaspós-setais notopodiais pequenas e neuropodiais bem desenvolvidas; sem cerdas notopodiais.Setígero 4 com uma fileira anterior de cerdas notopodiais de formato intermediário entreos capilares limba<strong>do</strong>s <strong>do</strong> setígero e os espinhos lanceola<strong>do</strong>s <strong>do</strong> setígero 5; fileira posteriorde cerdas notopodiais capilares, como as <strong>do</strong> setígero 3. Setígero 5 semelhante em tamanhoaos setígeros 4 e 6, com capilares <strong>do</strong>rsais superiores ligeiramente modifica<strong>do</strong>s, mais curtose em menor número <strong>do</strong> que aquelas <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6; capilares ventrais semelhantes emforma e número <strong>do</strong> que aqueles <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6; lamelas pós-setais presentes nos <strong>do</strong>isramos. Dois tipos de espinhos <strong>do</strong>rsais <strong>do</strong> setígero 5 dispostos em fileira dupla em forma de“U”; espinhos da fileira anterior com extremidade curva aguçada e cerdas características naparte de cima, até 12 numa série; espinhos da fileira posterior recurva<strong>do</strong>s com extremidadeinclinada, até 11 numa série. Notopódios posteriores com umas poucas cerdas capilareslongas não-limbadas. Ganchos nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 8, até 30 numa sérievertical, não acompanhadas por capilares. Ganchos com capuz, bidenta<strong>do</strong>s com o dentesuperior intimamente justaposto ao dente principal; haste com uma constrição na partesuperior e <strong>do</strong>brada em ângulo reto na parte inferior. Brânquias a partir <strong>do</strong> setígero 7 até o44, separadas das lamelas pós-setais notopodiais. Pigídio com <strong>do</strong>is lobos laterais brancosdevi<strong>do</strong> às numerosas células glandulares. Bolsas glandulares nos neuropódios a partir <strong>do</strong>setígero 1, maiores e em par nos setígeros 6 e 7 (Radashevsky, em preparação).Lu g a r d e o r i g e mEuropa.Distribuição g e o g r á f i c aGolfo de Nápoli, Mar Mediterrâneo (Itália), Atlântico Oriental (Europa) e AtlânticoOcidental (Brasil) (Hartmann-Schröder, 1996; Radashevsky, 2004, 2008).Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas. Estuarino, marinho costeiro. Sedimentos não consolida<strong>do</strong>s comsalinidade reduzida.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aConstrói tubos lo<strong>do</strong>sos nos sedimentos não consolida<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. As fêmeas depositam os ovos dentro de cápsulas ligadas ao la<strong>do</strong>interno <strong>do</strong> tubo. As larvas se desenvolvem inicialmente nas cápsulas e a seguir no plânctonaté o estágio de cerca de 14 setígeros (Radashevsky, em preparação).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro; suspensívoro.214Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho; áreas portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Salva<strong>do</strong>r (BA).Da t a: 1994.Fo n t e : Radashevsky (2004).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Salva<strong>do</strong>r (BA), Rio de Janeiro (RJ) e São Sebastião (SP).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 215


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.216Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ps e u d o p o l y d o r a d i o p a t r a Hs i e h, 1992Ilustração: Radashevsky, V.I.Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>raEspécie: P. diopatraSinonímia: Não disponível.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oO registro da ocorrência no Brasil ainda não foi publica<strong>do</strong> na literatura científica,mas foi encontra<strong>do</strong> pela primeira vez em Guaratuba (PR) em 2002 (Vasily I. Radashevsky,comunicação pessoal).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 5 mm de comprimento e 0,5 mm de largura para 34 setígeros. Melanóforospequenos em pares no la<strong>do</strong> ventral a partir <strong>do</strong>s setígeros 3-6 até 10-13. Quan<strong>do</strong> vivo, até 21cromatóforos amarelos brilhantes dispostos regularmente ao longo <strong>do</strong>s palpos; cromatóforosinvisíveis após fixação. Prostômio anteriormente incisa<strong>do</strong> ou bifurca<strong>do</strong>, raramente inteiroposteriormente estreito e baixo estenden<strong>do</strong>-se como carúncula até o fim <strong>do</strong> setígero2. Antena occipital ausente sobre a carúncula. Possui até 4 olhos pretos. Palpos longosalcançan<strong>do</strong> a metade <strong>do</strong> corpo. Setígero 1 com cerdas capilares curtas nos neuropódios,lamelas pós-setais notopodiais pequenas e neuropodiais bem desenvolvidas; sem cerdas<strong>Ambiente</strong> Marinho 217


notopodiais. Cerdas notopodiais <strong>do</strong>s setígeros 2-4 e 6 capilares lanceoladas delgadas comhaste gradualmente afilada e limbo estreito. Fileira anterior de cerdas notopodiais <strong>do</strong>ssetígeros de 7 até 9-10 com cerdas capilares modificadas lanceoladas com haste aguçada eum limbo semicircular afilan<strong>do</strong> para uma extremidade longa; cerdas notopodiais das fileirassuperior e posterior desses setígeros capilares delgadas com limbo estreito. Até 5 capilaresmodifica<strong>do</strong>s lanceola<strong>do</strong>s em cada notopódio, com menor número de cerdas nos setígerosposteriores. Setígero 5 maior que os setígeros 4 e 6 sobrepon<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>rsalmente ao setígero6, com 2-3 cerdas capilares superiores, <strong>do</strong>is tipos de espinhos notopodiais dispostos em fileiradupla curva e oblíqua, e um feixe de 8-10 capilares ventrais; lamelas pós-setais notopodiaisreduzidas mas neuropodiais bem desenvolvidas. Capilares <strong>do</strong>rsais superiores <strong>do</strong> setígero 5mais curtos e em menor número <strong>do</strong> que aqueles <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6; capilares ventrais com amesma forma e número <strong>do</strong> que aquelas <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6. Espinhos notopodiais inferiores(fileira anterior) lanceola<strong>do</strong>s, com extremidade aguçada e uma constricção sub-distal, até10 espinhos numa série; extremidade distal freqüentemente quebrada nos espinhos maisvelhos. Espinhos notopodiais superiores (fileira posterior) falciformes com extremidadealongada e curva, até 7 numa série. Notopódios posteriores com umas poucas capilareslongas não-limbadas. Ganchos nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 8, até 10 numa sérievertical. Ganchos com capuz, bidenta<strong>do</strong>s com o dente superior intimamente justaposto aodente principal; haste com uma constricção na parte superior e <strong>do</strong>brada em ângulo reto naparte inferior. Brânquias a partir <strong>do</strong> setígero 7 até o 14, separadas das lamelas pós-setaisnotopodiais. Pigídio pequeno, discoidal, com uma incisão <strong>do</strong>rsal distinta, branco devi<strong>do</strong> àsnumerosas células glandulares. Bolsas glandulares nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 1,maiores nos setígeros 6 e 7, singulares em to<strong>do</strong>s setígeros (Radashevsky & Hsieh, 2000).Lu g a r d e o r i g e mPacífico Ocidental (Radashevsky & Hsieh, 2000).Distribuição g e o g r á f i c aPacífico Ocidental (Taiwan) e Atlântico Ocidental (Brasil) (Radashevsky & Hsieh, 2000;Radashevsky, 2008).Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas e praias; estuarino, marinho costeiro; sedimentos não consolida<strong>do</strong>scom salinidade reduzida.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aConstrói tubos lo<strong>do</strong>sos nos sedimentos não consolida<strong>do</strong>s e também na superfície deoutros organismos incluin<strong>do</strong> tubos de outros poliquetas (onufídeos) e ostras Crassostrearhizophorae.218Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. As fêmeas depositam até 300 ovos dentro de 10-18 cápsulas dispostasem fileira na parte interna <strong>do</strong> tubo. Cada cápsula é presa à parede <strong>do</strong> tubo por um únicoligamento delga<strong>do</strong> e contém 5-20 ovos de cerca de 0,1 mm de diâmetro. To<strong>do</strong>s os ovos sedesenvolvem em larvas que permanecem nas cápsulas até o estágio de 3 setígeros e entãointegram o plâncton. As larvas com 13 setígeros já são capazes de se assentar. Os vermesse tornam maduros depois de atingir 23-24 setígeros e um comprimento de cerca de 3,5mm (Hsieh, 1994).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro; suspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho; áreas portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Guaratuba (PR).Da t a: 2002.Fo n t e : Radashevsky, 2008.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRotas de dispersãoPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Vetores de dispersãoPotenciais: Água de lastro; aquicultura .Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Guaratuba (PR).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s, supostamente nenhum.<strong>Ambiente</strong> Marinho 219


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.220Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ps e u d o p o l y d o r a p a u c i b r a n c h i a t a (Ok u d a, 1937)Ilustração: Radashevsky, V.I. (1993)Reino: AnimaliaFilo: AnnelidaClasse: PolychaetaOrdem: SpionidaFamília: SpionidaeGênero: Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>raEspécie: P. paucibranchiataSinonímia: Poly<strong>do</strong>ra (Carazzia) paucibranchiata Okuda, 1937: 231-233, figs 11-12.Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra vexillosa Radashevsky & Hsieh, 2000: 231-233, figs. 10,11D.Nome popular : Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Poliqueta.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEncontra<strong>do</strong> pela primeira vez no Rio de Janeiro (RJ) em 1999 (Radashevsky, 2004,como Pseu<strong>do</strong>poly<strong>do</strong>ra vexillosa).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAté 18 mm de comprimento e 0,5 mm de largura para 70 setígeros. Remanescentes demelanóforos larvais quase sempre presentes no la<strong>do</strong> <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong>s 13-15 setígeros anterioresem espécimes com menos de 40 setígeros; indivíduos maiores usualmente sem pigmentação.Quan<strong>do</strong> vivo, até 30 cromatóforos amarelos ramifica<strong>do</strong>s dispostos regularmente ao longo <strong>do</strong>spalpos; cromatóforos invisíveis após fixação. Prostômio anteriormente inteiro, arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>ou cônico, posteriormente estreito e baixo, estenden<strong>do</strong>-se como carúncula até o fim <strong>do</strong>setígero 4. Antena occipital curta presente sobre a carúncula ao nível <strong>do</strong>s palpos. Até trêspares de olhos pretos. Setígero 1 fundi<strong>do</strong> ventralmente ao prostômio e dele fracamente<strong>Ambiente</strong> Marinho 221


separa<strong>do</strong> <strong>do</strong>rsalmente, com cerdas capilares curtas nos neuropódios, lamelas pós-setaisnotopodiais pequenas e neuropodiais bem desenvolvidas; sem cerdas notopodiais. Cerdasnotopodiais <strong>do</strong>s setígeros 2-4 e 6 capilares lanceoladas delgadas com haste gradualmenteafilada e limbo estreito. Fileira anterior de cerdas notopodiais <strong>do</strong>s setígeros de 7 até 16-18com capilares modifica<strong>do</strong>s lanceola<strong>do</strong>s com haste aguçada e um limbo semicircular afilan<strong>do</strong>para uma extremidade longa; cerdas notopodiais das fileiras superior e posterior dessessetígeros capilares delgadas com limbo estreito. Até 7 capilares modifica<strong>do</strong>s lanceola<strong>do</strong>sem cada notopódio, com menor número de cerdas nos setígeros posteriores. Setígero 5semelhante em tamanho aos setígeros 4 e 6, com até 10 cerdas capilares <strong>do</strong>rsais superiores,<strong>do</strong>is tipos de espinhos notopodiais dispostos em fileira dupla em forma de “J” e um feixede até 15 capilares ventrais; lamelas pós-setais notopodiais reduzidas mas neuropodiaisbem desenvolvidas. Capilares <strong>do</strong>rsais superiores <strong>do</strong> setígero 5 ligeiramente mais curtos eem menor número <strong>do</strong> que aqueles <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6; capilares ventrais com a mesmaforma e número <strong>do</strong> que aquelas <strong>do</strong>s setígeros 4 e 6. Espinhos notopodiais da fileira anteriorlanceola<strong>do</strong>s com extremidade distal curva e constrição entre a ponta e a haste, até 13 numasérie; espinhos notopodiais da fileira posterior simples e falciformes, com escamas finas naparte distal, até 10 numa série. Notopódios posteriores com poucas cerdas capilares longasnão-limbadas. Ganchos nos neuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 8, até 15 numa série vertical,acompanha<strong>do</strong>s por capilares alterna<strong>do</strong>s nos neuropódios anteriores. Ganchos com capuz,bidenta<strong>do</strong>s com o dente superior intimamente justaposto ao dente principal; haste com umaconstrição na parte superior e <strong>do</strong>brada em ângulo reto na parte inferior. Brânquias a partir<strong>do</strong> setígero 7 até o 28, separadas das lamelas pós-setais notopodiais. Pigídio em forma detaça ou discoidal, de tamanho muito variável, com fenda <strong>do</strong>rsal larga. Bolsas glandulares nosneuropódios a partir <strong>do</strong> setígero 1, singulares em to<strong>do</strong>s setígeros (Radashevsky, 1993).Lu g a r d e o r i g e mPacífico Ocidental (Radashevsky, 1993).Distribuição g e o g r á f i c aPacífico Ocidental e Oriental, Japão, Rússia, China, Korea, Taiwan, EUA e AtlânticoOcidental (Brasil) (Radashevsky, 1993, 2008).Ec o l o g i aHa b i t a tÁreas degradadas; estuarino, marinho costeiro; sedimentos não consolida<strong>do</strong>s comsalinidade reduzida.Ab u n d â n c i aDesconhecida.222Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aConstrói tubos lo<strong>do</strong>sos nos sedimentos não consolida<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. As fêmeas depositam os ovos dentro de cápsulas ligadas ao la<strong>do</strong> interno<strong>do</strong> tubo. As larvas se desenvolvem nas cápsulas até o estágio de 3 setígeros e depois noplâncton até o estágio de cerca de 15 setígeros (Blake & Woodwick, 1975; Myohara, 1980;Wu & Chen, 1980; Radashevsky, 1983).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro; suspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho; estuarino; áreas portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio de Janeiro (RJ).Da t a: 1999.Fo n t e : Vasily I. Radashevsky (comunicação pessoal).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquicultura; navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro (RJ).Co n t a t o: Vasily I. Radashevsky – radashevsky@mail.ruUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 223


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.224Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


ARTHROPODA - CIRRIPEDIAAm p h i b a l a n u s r e t i c u l a t u s (Ut i n o m i , 1967)Foto: Cristiane FarrapeiraReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaSubclasse: ThecostracaInfraclasse: CirripediaSuperordem: ThoracicaOrdem: SessiliaFamília: BalanidaeGênero: AmphibalanusEspécie: A. reticulatusSinonímia:Balanus amphitrite var. communis Darwin, 1854: 240, Stubbings,1963b : 14.Balanus amphitrite communis Nilsson-Cantell, 1921: 311, Nilsson-Cantell, 1932a:110, 122.Balanus amphitrite forma communis Broch, 1922: 314.Balanus amphitrite forma hawaiiensis Broch, 1922: 314.Balanus amphitrite communis Hiro, 1938 : 301, Utinomi, 1956: 52,Utinomi, 1960 : 44, Stubbings, 1961 : 22.Balanus amphitrite cirratus Zevina & Tarasov, 1963: 89.Balanus amphitrite var. variegatus Stubbings, 1963a: 329.Balanus amphitrite variety Southward & Crisp, 1963: 43.Balanus amphitrite tesselatus Utinomi, 1964: 52.Balanus amphitrite var. communis Karande & Palekar, 1966: 143.Balanus amphitrite var. denticulata Karande & Palekar, 1966: 145.<strong>Ambiente</strong> Marinho 225


Balanus variegatus tesselatus Utinomi & Kikuchi, 1966: 5.Balanus amphitrite amphitrite Stubbings, 1967: 271.Balanus reticulatus Utinomi, 1967 : 216, Utinomi, 1970 : 356.Fonte: Henry & Maclaughlin, 1975.Nome popularCraca japonesaCracaBarnacleReticulate barnacleIdiomaPortuguêsPortuguêsInglêsInglêsForma biológica: Crustáceo; craca.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oIntroduzida por incrustação (cascos de navios ou plataformas de petróleo) e/ouágua de lastro. Registrada, primeiramente, em Pernambuco (1990), sen<strong>do</strong> encoontradaposteriormente na Bahia em 1992 e no Rio de Janeiro em 1996. (Young, 1998; Mayer-Pinto& Junqueira, 2003; Mayer-Pinto, 2004). Recentemente foi registrada na Baía de Paranaguá(PR) (Neves et al., 2007; Rocha & Neves, 2008).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sTesta cônica, às vezes cilíndrica, branca com faixas longitudinais arroxeadas por todaa sua extensão e interrompidas dan<strong>do</strong> uma aparência reticulada. Ápice curva<strong>do</strong>. Epicutículapouco persistente. Rádio desenvolvi<strong>do</strong>, completo, com estrias horizontais e ápice obliquo,poden<strong>do</strong> ser menos desenvolvi<strong>do</strong> na região carenal. Bainha sólida com linhas de crescimentohorizontais, margem basal saliente. Escu<strong>do</strong> tão alto quanto largo, com o ápice recurva<strong>do</strong>para o exterior; superfície externa com linhas de crescimento conspícuas e crenuladas;crista articular com 2/3 <strong>do</strong> comprimento da margem tergal.;crista adutora geralmente curtabem separa<strong>do</strong> da crista articular/ margem tergal levemente denteada, margem basal retae margem ocludente denteada. Tergo tão alto quanto largo, com o ápice reto; esporãoaberto com margem carinal pouco convexa; superfície externa com linhas de crescimentomarcantes e ligeiramente crenuladas; comprimento <strong>do</strong> esporão geralmente maior que alargura; largura <strong>do</strong> esporão igual a sua distância ao ângulo base-escudal (Modifica<strong>do</strong> deHenry & McLaughlin, 1975).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> Japão (Pacífico Ocidental) (Young, 1998).226Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Distribuição g e o g r á f i c aEspécie com distribuição circumtropical (Young, 1998).Ec o l o g i aHa b i t a tEncontrada, principalmente, na faixa <strong>do</strong> infralitoral de costões rochosos, sen<strong>do</strong> tambémobservada na zona entre-marés. Esta espécie se estabeleceu muito bem na costa brasileirasen<strong>do</strong> uma das principais espécies em substratos portuários artificiais e em outros substratosconsolida<strong>do</strong>s artificiais. (Apolinário, 2002; Silveira, 2002).Ab u n d â n c i aNo Porto de Sepetiba (RJ) foram encontradas altas densidades desta espécie (até 4410ind.m -2 ) nos substratos artificiais portuários (Silveira, 2002). Na Baía de Ilha Grande (RJ),A. reticulatus é uma das espécies <strong>do</strong>minantes em substratos consolida<strong>do</strong>s artificiais (Mayer-Pinto & Junqueira, 2003; Mayer-Pinto, 2004).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aPossuem a capacidade de recrutar de forma agregada, sen<strong>do</strong> esta, uma característicaque aumenta sua densidade e, consequentemente, a sobrevivência destes organismos noscostões rochosos (Apolinário, 2002).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com indivíduos hermafroditas que fazem fecundação cruzada. Aslarvas de cirripédios apresentam seis estágios larvais planctônicos, convergin<strong>do</strong> para umafase final de cypris que antecede a metamorfose. Os adultos são sésseis e necessitam de umsubstrato para a fixação.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro. Substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e, principalmente, substratosconsolida<strong>do</strong>s artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Pernambuco.Da t a: 1990.Fo n t e : (Farrapeira-Assunção, 1990; Young, 1998).<strong>Ambiente</strong> Marinho 227


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná (Farrapeira-Assunção, 1990; Young, 1995; Migotto, 2000; Mayer-Pinto & Junqueira, 2003; Clarke et al.,2004; Mayer-Pinto, 2004; Neves et al. , 2007; Rocha & Neves, 2008).Co n t a t o s : Andréa Junqueira – ajunq@biologia.ufrj.br; Cristiane M. R. Farrapeira -c.farrapeira@db.ufrpe.br; Bárbara Ignácio – barbara@biologia.ufrj.br; Fábio B. Pitombo –pitombo@vm.uff.br; Mariana Mayer Pinto – marianam@biologia.ufrj.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sEsta espécie pode potencialmente causar alterações na estrutura das comunidadesnativas de infralitoral. Apesar de não existirem estu<strong>do</strong>s experimentais, esta espécie podeafetar a densidade de outras espécies de balanídeos criptogênicos como Amphibalanusamphitrite (Darwin, 1854); Amphibalanus improvisus (Darwin, 1854) e Balanus trigonusDarwin, 1854.Ec o n ô m i c o sApesar de não existirem ainda relatos sobre prejuízos econômicos causa<strong>do</strong>s por estaespécie no Brasil e no mun<strong>do</strong>, sabe-se que cascos de navios, plataformas de petróleo,tubulações de usina entre outros substratos artificiais disponíveis no ambiente marinho,podem ficar totalmente cobertos por cracas o que causa a corrosão <strong>do</strong>s metais e um aumentonos custos de manutenção.A bioincrustação acarreta prejuízos às atividades marítimas, poden<strong>do</strong> tornar a superfíciede cascos de embarcações irregular e rugosa, aumentan<strong>do</strong> o arrasto e consequentemente osgastos com combustível. Ao mesmo tempo, dificulta a realização de manobras, reduzin<strong>do</strong> avelocidade.Em instalações fixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão,aumenta a massa da instalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura.Em instalações flutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentan<strong>do</strong> o peso ereduzin<strong>do</strong> a flutuabilidade, entupin<strong>do</strong> orifícios ou tubulações (Whoi, 1952; Champ, 1987).228Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Em tubulações marítimas, como as de resfriamento de usinas nucleares de Angra I eII no Rio de Janeiro, a incrustação provoca entupimento e alteração <strong>do</strong> hidrodinamismo detubulações, provocan<strong>do</strong> assim uma maximização <strong>do</strong> desgaste pela erosão (Sergio HenriqueGonçalves da Silva, comunicação pessoal, www.comciencia.br).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésde bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Velocidades acima de 1m/s inibem o assentamento da larva. Temperaturasmuito elevadas também prejudicam o assentamento das larvas.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes. Registros de méto<strong>do</strong> de controle por cloro.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 229


Ch i r o n a (St r i a t o b a l a n u s) a m a r y l l i s (Da r w i n , 1854)Foto: Cristiane FarrapeiraReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaSubclasse: ThecostracaInfraclasse: CirripediaSuperordem: ThoracicaOrdem: SessiliaFamília: ArchaeobalanidaeGênero: ChironaEspécie: C. amaryllisSinonímia: Balanus amaryllis Darwin, 1854: 279. Fonte: Hoek, 1913.Nome popularCracaBarnacleIdiomaPortuguêsInglêsForma biológica: Crustáceo; craca.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEspécie possivelmente introduzida no Brasil via incrustação e/ou água de lastro.Indivíduos desta espécie foram coleta<strong>do</strong>s no Piauí (Pedra <strong>do</strong> Sal - Ilha de Santa Isabel ePraia <strong>do</strong> Coqueiro - Luis Correa) em agosto de 1982. Este também é considera<strong>do</strong> o primeiroregistro desta espécie no Oceano Atlântico (Young, 1989). Após esta primeira ocorrência,esta espécie foi encontrada também no Rio Grande <strong>do</strong> Norte, Pernambuco, Bahia (Farrapeira-Assunção, 1990; Mariana Mayer Pinto, comunicação pessoal) e recentemente (2005) no230Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Paraná (Neves et al., 2007; Rocha e Neves, 2008). Encontrada recentemente (setembro de2007) em amostras de plataforma de petróleo (SS47) da Bacia de Campos que estavam emArraial <strong>do</strong> Cabo, RJ (Fábio Pitombo, comunicação pessoal).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sTesta cilíndrica de coloração clara na parte rostral e rosada escura na parte carenal.Placas parietais com linhas de crescimento finas; ápice pouco curva<strong>do</strong>. Abertura grande ecom forma losangular. Rádio bem desenvolvi<strong>do</strong>, com ápice muito oblíquo, quase incompleto.Ala bem desenvolvida crenulada próxima a parede. Epicutícula pouco persistente, fina eamarelada. Bainha sólida com linhas de crescimento horizontais, margem basal saliente.Escu<strong>do</strong> mais alto <strong>do</strong> que largo; superfície externa com linhas de crescimento marcantese cortadas longitudinalmente; margem ocludente denteada, margem basal reta com ângulobase-tergal corta<strong>do</strong>. Na parte interna, crista articular bem desenvolvida, proeminente; Cristaadutora proeminente separada da crista articular por uma fenda; cicatrizes <strong>do</strong>s músculosadutor e depressor presentes. Tergo mais alto que largo com o ápice volta<strong>do</strong> para o escuto;esporão com a fenda fechada, mais longo <strong>do</strong> que largo, largura <strong>do</strong> esporão igual a suadistância ao ângulo base-escutal; superfície externa com linhas de crescimento marcantese crenuladas..; cristas <strong>do</strong> músculo depressor <strong>do</strong> tergo salientes (3 cristas); crista articularpouco proeminente. (Modifica<strong>do</strong> de Hoek, 1913).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico Ocidental (Young, 1989).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico Ocidental: Nordeste da Austrália; Filipinas a África Oriental e AtlânticoSul Ocidental: Brasil, sen<strong>do</strong> reportada como introduzida neste último (Jones et al., 1990;Young, 1998).Ec o l o g i aHa b i t a tEsta espécie ocorre de 3 a 500 m de profundidade fixa ao substrato consolida<strong>do</strong>. NoPiauí, foi encontrada no limite inferior da zona entre-marés, juntamente com a espéciecriptogênica Megabalanus tintinnabulum (Linnaeus, 1758) (Young, 1989; Young, 1994).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com indivíduos hermafroditas que fazem fecundação cruzada. Aslarvas de cirripédios apresentam seis estágios larvais planctônicos, convergin<strong>do</strong> para umafase final de cypris que antecede a metamorfose. Os adultos são sésseis e necessitam de umsubstrato para a fixação.<strong>Ambiente</strong> Marinho 231


Di e t a/Mo d o d e Nu t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; estuarino; substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mNo In<strong>do</strong>-Pacífico esta espécie ocorre, principalmente, no sublitoral enquanto que noBrasil também foi encontrada na zona entre-marés.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Piauí (primeiro registro para o Oceano Atlântico).Da t a: Agosto de 1982.Fo n t e : Young, 1989.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Piauí, Rio Grande <strong>do</strong> Norte, Pernambuco, Bahia (Mariana Mayer Pinto,comunicação pessoal, Farrapeira-Assunção, 1990; Young, 1995; Migotto, 2000; Clarke et al,2004) e recentemente no Paraná (Neves et al, 2007; Rocha & Neves, 2008).Co n t a t o s : Fábio B. Pitombo – pitombo@vm.uff.br; Mariana Mayer Pinto -marianam@biologia.ufrj.br; Cristiane M. R. Farrapeira - c.farrapeira@db.ufrpe.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sImpacto ecológico ainda não estuda<strong>do</strong>, mas provavelmente esta espécie compete comoutros organismos por espaço.232Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ec o n ô m i c o sApesar de não existirem ainda relatos sobre prejuízos econômicos causa<strong>do</strong>s por estaespécie no Brasil e no mun<strong>do</strong>, sabe-se que cascos de navios, plataformas de petróleo,tubulações de usina entre outros substratos artificiais disponíveis no ambiente marinho,podem ficar totalmente cobertos por cracas o que causa a corrosão <strong>do</strong>s metais e um aumentonos custos de manutenção.A bioincrustação acarreta prejuízos às atividades marítimas, poden<strong>do</strong> tornar a superfíciede cascos de embarcações irregular e rugosa, aumentan<strong>do</strong> o arrasto e conseqüentemente osgastos com combustível. Ao mesmo tempo, dificulta a realização de manobras, reduzin<strong>do</strong> avelocidade.Em instalações fixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão,aumenta a massa da instalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura.Em instalações flutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentan<strong>do</strong> o peso ereduzin<strong>do</strong> a flutuabilidade, entupin<strong>do</strong> orifícios ou tubulações (WHOI, 1952; Champ, 1987).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésde bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>. Velocidades acima de 1m/s inibem o assentamento da larva.Temperaturas muito elevadas também prejudicam o assentamento das larvas.Químico: Registros de méto<strong>do</strong> de controle por cloro. Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 233


Me g a b a l a n u s c o c c o p o m a (Da r w i n , 1854)Foto: Cristiane FarrapeiraReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MaxillopodaSubclasse: ThecostracaInfraclasse: CirripediaSuperordem: ThoracicaOrdem: SessiliaFamília: BalanidaeGênero: MegabalanusEspécie: M. coccopomaSinonímia:Balanus tintinnabulum var. coccopoma Darwin, 1854: (em parte).Balanus tintinnabulum coccopoma Pilsbry, 1916; Henry, 1942; Davadie, 1963;Lacombe & Monteiro, 1974.Megabalanus coccopoma Newman & Ross, 1976.Fonte: Henry & McLaughlin, 1986.Nome popularCracaBarnacleTitan barnacleIdiomaPortuguêsInglêsInglêsForma biológica: Crustáceo; craca.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie teve seu primeiro registro no litoral brasileiro na Baía de Guanabara (RJ),na década de 70, entretanto de Young (1994) sugeriu que a colonização de M. coccopomano litoral <strong>do</strong> Brasil tenha se da<strong>do</strong> nos últimos 50 anos (década de 40), já que Oliveira234Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


(1940; 1941) e Luderwaldt (1929) não registraram a presença desta espécie para a Baíade Guanabara (RJ) e São Sebastião (SP), respectivamente. Esta espécie foi introduzida,possivelmente, por incrustação e/ou água de lastro por plataformas de petróleo, cascos denavios. Incrustações <strong>do</strong> gênero Megabalanus são comumente observadas em plataformas<strong>do</strong>cadas em Niterói (RJ) (Apolinário, 2002).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sEsta espécie foi descrita originalmente por Darwin (1854) e, posteriormente por Pilsbry(1916). Foram fornecidas diagnoses por Henry (1942) e Henry & McLaughlin (1975, 1986).Dois padrões de crescimento são observa<strong>do</strong>s para a espécie. O padrão típico com atesta cônica-globosa e abertura pequena e o padrão com a testa cilíndrica com aberturalarga. O padrão típico apresenta testa com a coloração de rosa claro a rosa forte e rádiosbrancos e rosa<strong>do</strong>s, enquanto que, o outro padrão apresenta testa rosada escura e rádiosazula<strong>do</strong>s. Estes padrões estão relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente e substratos onde os espécimesse encontram. Ressalta-se também que a fenda <strong>do</strong> esporão pode estar algumas vezestotalmente fechada e a sua distância <strong>do</strong> ângulo basi-escutal mede geralmente o <strong>do</strong>bro desua própria largura (Young, 1987b).Lu g a r d e o r i g e mEstá espécie é originária da costa Pacífica da América Central (<strong>do</strong> México até o Peru)(Celis et al., 2007).Distribuição g e o g r á f i c aOceano Pacífico: EUA (Califórnia) até o Peru, Ilhas Galápagos, Nova Caledônia, Japão;Oceano Índico: Ilhas Maurício e Oceano Atlântico: Bélgica, Golfo <strong>do</strong> México (EUA e México) eBrasil (Young, 1987; Newman & McConnaughey, 1987; Young, 1994; Young, 1998; Kerckhof& Cattrijsse, 2001; Celis et al., 2007; Kerckhof et al., 2007; Yamaguchi, 2008; http://www.sms.si.edu/irlspec).Ec o l o g i aHa b i t a tA espécie Megabalanus coccopoma pode ser encontrada desde a faixa inferior da zonaentre-marés até o infralitoral em substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais. É uma espécieoportunista, adaptada para recrutar e sobreviver facilmente em ambientes estressantes(inclusive em áreas com grande batimento de ondas) e em estruturas artificiais (Young,1987; Young, 1994; Apolinário, 2003; Silveira, 2002).Ab u n d â n c i aEstu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s na Baía de Guanabara (RJ) constataram <strong>do</strong>minância desta espéciena região em relação à outra espécie <strong>do</strong> mesmo gênero (densidades de 10 indivíduos 100cm -2 ) principalmente em ambientes estuarinos ou poluí<strong>do</strong>s (Apolinário, 2003). Na Baía deSepetiba, sua maior abundância registrada foi de 4420 indivíduos m -2 (Silveira, 2002).<strong>Ambiente</strong> Marinho 235


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aPossui capacidade de recrutar de forma agregada, sen<strong>do</strong> esta, uma característica queaumenta sua densidade e consequentemente a sobrevivência destes organismos nos costõesrochosos (Apolinário, 2003).Re p r o d u ç ã o e d i p e r s ã oReprodução sexuada com indivíduos hermafroditas que fazem fecundação cruzada. Aslarvas de cirripédios apresentam seis estágios larvais planctônicos, convergin<strong>do</strong> para umafase final de cypris que antecede a metamorfose. Os adultos são sésseis e necessitam de umsubstrato para a fixação. Em trabalhos de desenvolvimento larval de M. coccopoma em áreade cultivo, não foi constata<strong>do</strong> um padrão de variação no desenvolvimento de larvas ao longoo ano, indican<strong>do</strong> uma produção larval contínua (Severino & Resgalla-Junior 2005)Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; estuarino; substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Baía da Guanabara, Rio de Janeiro.Da t a: 1974.Fo n t e : Lacombe & Monteiro, 1974.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; correntes marinhas.Atuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Espécie detectada no Rio Grande <strong>do</strong> Norte (Silveira, 2005, Silveira et al, 2006)e considerada estabelecida <strong>do</strong> Espírito Santo ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul (Silva-Brum & Absalão,1989; Young, 1995; Young, 1998, Migotto, 2000; Clarke et al., 2004).Co n t a t o: Bárbara Lage Ignácio – barbara@biologia.ufrj.br; Fábio Pitombo –pitombo@vm.uff.br236Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no Brasil e no mun<strong>do</strong>.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sOcupa, nos costões rochosos, a mesma faixa de Megabalanus vesiculosus (Darwin,1854), espécie nativa, (Lacombe & Monteiro, 1974; Young, 1994) e M. tintinnabulum(Linnaeus, 1758), espécie criptogênica com citações de ocorrência no litoral <strong>do</strong> RJ desde oinício <strong>do</strong> século XX (Apolinário, 2003), mas não foi observada exclusão competitiva entreelas. Apesar de ainda não ter si<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong> o impacto ecológico acarreta<strong>do</strong> pela introdução,provavelmente há competição com outros organismos por espaço.Ec o n ô m i c o sExistem registros de cria<strong>do</strong>res de mexilhão <strong>do</strong> litoral norte de São Paulo que tiveramsua produção prejudicada pelo epizoísmo de M. coccopoma, provocan<strong>do</strong> a morte de parte deseus mexilhões (Fábio Pitomo, comunicação pessoal).Esta espécie incrusta em substratos consolida<strong>do</strong>s artificiais. Cascos de navios,plataformas de petróleo, tubulações de usina entre outros substratos consolida<strong>do</strong>s disponíveisno ambiente marinho, podem ficar totalmente cobertos por cracas o que causa a corrosão<strong>do</strong>s metais e um aumento nos custos de manutenção, aumento <strong>do</strong> arrasto de embarcaçõese, consequentemente, mais gastos com combustíveis.Em instalações fixas, tais como plataformas, a incrustação estimula a corrosão,aumenta a massa da instalação e confere uma distorção da configuração inicial da estrutura.Em instalações flutuantes e bóias de navegação, a bioincrustação atua aumentan<strong>do</strong> o pesoe reduzin<strong>do</strong> a flutuabilidade, entupin<strong>do</strong> orifícios ou tubulações (Champ & Lowenstein, 1987,WHOI, 1952).Em tubulações marítimas, como as de resfriamento de usinas nucleares de Angra I eII no Rio de Janeiro, a incrustação provoca entupimento e alteração <strong>do</strong> hidrodinamismo detubulações, provocan<strong>do</strong> assim uma maximização <strong>do</strong> desgaste pela erosão (Sérgio HenriqueGonçalves da Silva, comunicação pessoal; www.comciencia.br).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 237


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésde bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>. Velocidades acima de 1,5m/s inibem o assentamento dalarva. Temperaturas muito elevadas também prejudicam o assentamento das larvas.Químico: Registros de méto<strong>do</strong> de controle por cloro. Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.238Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


ARTHROPODA - DECAPODABe l l i a p i c t a H. Mi l n e Ed w a r d s , 1848Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: BelliidaeGênero: BelliaEspécie: B. pictaSinonímia:Bellia picta H.Milne Edwards, 1848:192; Cunningham, 1871: 494; Rathbun,1898: 599; 1910: 576; 1930: 175, pl. 79; Porter, 1918: 52; 1931: 74-75, fig. 11;1936a: 252, pl. 17; 1936b: 152; 1936c: 338; 1940a: 145; 1940b: 311; 1941:459; A. Milne Edwards & Bouvier, 1923:308; Bouvier, 1942: 33-37, fig. 16;Garth, 1957: 47; Del Solar, Blancas & Mayta, 1970: 26; Chirichingno, 1970:45, fig. 105 a; Guinot, 1976: 20, figs. 2 A, 5 A -B, 6 A -D, 7B, 8 A, 9B, 10B, 11A, 12 A-C, 13 A-C, pl.1, fig.3. Retamal, 1994:183; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr.,2004: 66.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Caranguejo; crustáceo.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie possui apenas um único registro no Brasil (Melo, 1989; Tavares &Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).<strong>Ambiente</strong> Marinho 239


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça sub-retangular, margens laterais retas, paralelas, superfície densa, finamentegranulada, principalmente nas regiões anterior e marginais anteriores. Margem ânterolateralcom 6 dentes obtusos, primeiro e segun<strong>do</strong> bem distancia<strong>do</strong>s, terceiro e sexto, extremamentereduzi<strong>do</strong>s. Uma linha granulada após o último dente lateral. Fronte tridentada, dente medianoultrapassan<strong>do</strong> ligeiramente os dentes laterais. Olhos pequenos, bem protegi<strong>do</strong>s pelas órbitas,dentes orbitais externos bem desenvolvi<strong>do</strong>s e recurva<strong>do</strong>s para dentro. Antênulas longas, nãoretráteis,bastante cer<strong>do</strong>sas. Antenas rudimentares, reduzidas ao artículo basal fundi<strong>do</strong> aoepístoma. Região pterigostomial com forte carena granulada, ultrapassan<strong>do</strong> a fronte, visível<strong>do</strong>rsalmente. Último par de pereópodes com dátilos achata<strong>do</strong>, lanceola<strong>do</strong>s (Melo, 1989;Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Lu g a r d e o r i g e mPacífico Oriental (Melo, 1989; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004 ).Distribuição g e o g r á f i c aPacífico Oriental, Peru e Chile (nativa) e Brasil.Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie encontrada em substrato inconsolida<strong>do</strong>. Típica de águas rasas, porém, no RioGrande <strong>do</strong> Sul, B. picta foi coletada a 116 metros de profundidade (Garth, 1957; Tavares& Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004). A espécie é adaptada a águas frias e naturalmente procura águasmais profundas quan<strong>do</strong> fora de seu ambiente natural (Melo, 1989; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr.,2004).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimentoindireto).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro. Espécie provavelmente cava<strong>do</strong>ra e filtra<strong>do</strong>ra (Melo, 1996; Tavares &Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro e Substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.240Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Da t a: 1989.Fo n t e : Melo (1989).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio Grande <strong>do</strong> Sul (RS) (Melo, 1989).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br ; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 241


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.242Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca n c e r p a g u r u s Li n n a e u s , 1758Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: CancridaeGênero: CancerEspécie: C. pagurusSinonímia:Cancer pagurus Linnaeus, 1758:627; Pennant, 1777:4, Pl.III, fig.7;Leach, 1820.Cancer incisocrenatus Couch, 1838: 68.Cancer luederwaldti Rathbun,1930.Cancer pagurus - Bell, 1844:59, fig; Dalyell, 1851: 167, Pls XXXVIII, XXXIV,XL, XLI (colorida); Gosse, 1855: 1962, fig.312; Cunningham, 1898: Pl XXI, figs1-2; Williamson, 1900: Pl.I, fig.4; 1904: Pl. IV, figs 71-81; Pearson, 1908: 460,Pl XIII, figs. 83-87; Lagerberg, *1908:95, Taf. V, fig.1; Nordgaard, *1911:figs1,2; Williamson, 1911:17, Pl. IV, figs 50-67; 1915:485, figs 307-310; Lebour,1928a: 522, figs 2 (11-15), Pl.I, fig. 10 (colorida), Pl.V, fig.5, Pl. X, figs 3-5;Bouvier, 1940: 223; Anon, * 1959, fig.59 (colorida); Muus & Dahlstrom, 1966,fig. 169 (colorida; Allen, 1967: 68, 103 (fig.); Sankarankutty, *1968: 46, figs2c, D; Christiansen, * 1969: 42, fig. 15; Rice, 1975: 237, fig.1; Holthius &Heerebout, 1976: 14, fig. 48; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004: 64.Nome popularCommon crabEdible crabGuernsey crabGreat crabChancreBrown crabStool crabIdiomaInglêsInglêsInglêsInglêsInglêsInglêsInglês<strong>Ambiente</strong> Marinho 243


Forma biológica: Caranguejo; crustáceo.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie possui apenas um único registro no Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).É possível que C. pagurus represente o caso mais antigo no Brasil de veiculação de espécieexótica através da água de lastro de navios. (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr., 2004).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça bem mais larga <strong>do</strong> que longa, transversalmente oval, superfície <strong>do</strong>rsal comminúsculos tubérculos achata<strong>do</strong>s. Região frontal com par de lobo submediano proeminente.Margem anterolateral com 7 lobos, arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s a trunca<strong>do</strong>s; margens posterolateraisbastante convergentes. Quelípodes iguais (algumas vezes ligeiramente desiguais em machosgrandes), lisos; superfície externa <strong>do</strong> própo<strong>do</strong> com 4 ou 5 carinas fracas, sen<strong>do</strong> a maisventral confinada ao prolongamento <strong>do</strong> própo<strong>do</strong>. Coloração: superfície <strong>do</strong>rsal da carapaçamarrom avermelhada (púrpura em jovens), pereópodes mais claros.Lu g a r d e o r i g e mAtlântico oriental e Mediterrâneo ocidental (Udekem d´Acoz, 1999).Distribuição g e o g r á f i c aAtlântico oriental e Mediterrâneo ocidental (nativa), Shetland, Orkney, Firth of Forth,Northumberland, Yorkshire, Wash, Thames, East Channel, Wight, Portland, Channel isles,Plymouth, Scilly Isles, North Cornwall, Bristol Channel, Cardigan Bay, Anglesey, LiverpoolBay, Solway Isle of Man, Dublin, Belfast, Clyde & Argyll, Lewis, Donegal Bay, Mayo, GalwayBay, Cork, Fastnet, Texel, Rhine, Seine e Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie encontrada em substrato inconsolida<strong>do</strong>.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aMigração relacionada a alterações de temperatura, caracterizan<strong>do</strong> a sazonalidadeda mesma (Williamson, 1900 e Mason, 1965 in Wolff & Sander, 1971), associa<strong>do</strong> a ciclosreprodutivos (Thompson & Ayers, 1987; Waind, 1973). Fêmeas ovígeras migram para águasmais fundas para incubar seus ovos (Woll, 2003).244Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimento indireto).Indivíduos jovens (até 11mm de comprimento de carapaça) podem ser infecta<strong>do</strong>s porFecampia erythrocephala, sen<strong>do</strong> um importante fator de mortalidade (Kuris et al., 2002).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oCarnívoro.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho e substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Santos – SP.Da t a: 1930.Fo n t e : Rathbun (1930).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e Di s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Santos (SP).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNo mun<strong>do</strong>: Pode ocasionar instabilidade da comunidade bêntica (infauna) devi<strong>do</strong> abioturbação pelo comportamento típico de revolver o sedimento, ressuspenden<strong>do</strong> materialda coluna de água e desalojan<strong>do</strong> animais tubícolas ou construtores de galerias (Hall etal., 1991). São infecta<strong>do</strong>s por Fecampia erythrocephala quan<strong>do</strong> jovens (inferior a 11mm),sen<strong>do</strong> um importante fator da mortalidade da espécie (Kuris et al., 2002). Podem afetaroutras espécies quan<strong>do</strong> infecta<strong>do</strong>s por: dinoflagela<strong>do</strong> Hematodinium sp, responsável pela<strong>Ambiente</strong> Marinho 245


séria patologia PCD (pink crab disease), quan<strong>do</strong> ficam moribun<strong>do</strong>s e de coloração rósea,geralmente morrem durante o transporte para o viveiro. O dinoflagela<strong>do</strong> parasita causamortalidade sazonal em massa <strong>do</strong> lagostim Nephrops norvegicus (Stentiford et al., 2003).No Brasil: desconheci<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sAs <strong>do</strong>enças associadas a Cancer pagurus baixam o custo de merca<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> a máaparência (hiperpigmentação da carapaça e apêndices) (Stentiford et al., 2003), o que podeocorrer com espécies nativas infectadas, inviabilizan<strong>do</strong> o consumo. As toxinas se acumulamnos órgãos digestivos (hepatopâncreas) <strong>do</strong> caranguejo, poden<strong>do</strong> acumular até 30% da toxinaquan<strong>do</strong> ingere mexilhão infecta<strong>do</strong> (Castberg et al., 2004).Na s a ú d eJá foram registra<strong>do</strong>s vários casos de intoxicação humana após consumo de Cancerpagurus; o agente tóxico foi uma ficotoxina, geralmente encontrada em Mytilus edulis(Castberg et al., 2004).Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.246Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ch a r y b d i s h e l l e r i i (A. Mi l n e -Ed w a r d s , 1867)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo; ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: PortunidaeGênero: CharybdisEspécie: C. helleriiSinonímia: Goniosoma helleri A. Milne Edwards, 1867: 282; 1873: 167;Miers, 1886: 190.Charybdis (Charybdis) hellerii Leene, 1938: 44; Stephenson &Ress, 1967a: 10; Dai & Yang, 1991: 233; Wee & Ng, 1995: 32;Crosnier, 1962: 77; Stephenson, Hudson & Campbell, 1957;Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 1996: 151; 2004: 60.Nome popularSiri BiduSiri de EspinhoSiri-CapetaIdiomaPortuguêsPortuguêsPortuguêsForma biológica: Crustáceo; siri.Situação populacional: Invasora.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oÉ sugeri<strong>do</strong> que a entrada de Charybdis hellerii no Brasil foi facilitada graças ao aumento<strong>do</strong> tráfego naval, sen<strong>do</strong> transporta<strong>do</strong> via água de lastro. Pequenos espécimes podem ter si<strong>do</strong>transporta<strong>do</strong>s por água de lastro. Esta hipótese é corroborada pelo fato desta espécie tersi<strong>do</strong> encontrada em áreas onde há grande fluxo de navios petroleiros que partem ou chegam<strong>do</strong> Oriente Médio. No sudeste <strong>do</strong> Brasil, a introdução ocorreu, provavelmente, recentemente<strong>Ambiente</strong> Marinho 247


(1993-1994), e muito provável como um estágio larval. É sugeri<strong>do</strong> que esta espécie foiintroduzida em um ou mais locais e subsequentemente dispersada via estágio larval paravárias outras áreas da costa. Outra hipótese é que tenha si<strong>do</strong> introduzi<strong>do</strong> via água de lastrono Caribe e a partir daí as larvas foram introduzidas no Brasil através das correntes marinhas(Carqueija & Gouvêa, 1996; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 1996; Mantelatto & Garcia, 2001). C.hellerii foi considerada como estabelecida no Atlântico Leste, após verificação da presença daespécie ao longo da costa brasileira. Atualmente é encontra<strong>do</strong> em vários esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sSuperfície <strong>do</strong>rsal da carapaça nua, margem anterolateral com 6 dentes agu<strong>do</strong>s (incluin<strong>do</strong>o orbital externo). Região frontal com 6 dentes proeminentes. Chela robusta; palma com 5espinhos fortes na margem posterior distal; própo<strong>do</strong> com uma fileira de espinhos na margemposterior. Coloração: verde escuro exceto por uma área púrpura clara na superfície internasuperior da palma e púrpura escura na face <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong>s 4 segmentos distais <strong>do</strong> pereópodese pata natatória. Carapaça verde clara, regiões frontal, hepática e epibranquial. De<strong>do</strong>s <strong>do</strong>quelípo<strong>do</strong> púrpura escuro.Lu g a r d e o r i g e mOriginária <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico (Lemaitre, 1995; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 1996; MantelattoGarcia, 2001; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr, 2004).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacifico: Japão, Filipinas, Nova Caledônia, Austrália, Havaí e em to<strong>do</strong> o OceanoÍndico, incluin<strong>do</strong> Mar Vermelho. Leste <strong>do</strong> Mar Mediterrâneo: Israel e Egito. Oeste <strong>do</strong>Atlântico: leste da Florida, Cuba, Colômbia e Venezuela, Golfo <strong>do</strong> México e Brasil Esta espécieé reportada como introduzida no leste e oeste <strong>do</strong> Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo (Galilet al., 2002; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tPode explorar habitats diversos. Nas áreas onde ocorre naturalmente tem si<strong>do</strong> assinaladadesde a zona entre marés até profundidades além <strong>do</strong>s 30 metros. No In<strong>do</strong>-Pacífico ocorreem habitats tão diversos quanto recifes de coral, manguezais e costões rochosos. No Brasiltem si<strong>do</strong> mencionada em baías e estuários, em substratos não-consolida<strong>do</strong>s, embaixo depedras, associa<strong>do</strong>s a colônias de briozoários e a algas (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr, 2004).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aEsta espécie possui comportamento criptico o que proporciona proteção visual contrapossíveis preda<strong>do</strong>res.Re p r o d u ç ã oReprodução sexuada. Esta espécie possui uma fase larval de 44 dias, que érelativamente longa propician<strong>do</strong> a dispersão. O crescimento e a maturação são rápi<strong>do</strong>s,ocorren<strong>do</strong> em pouco menos de um ano, contribuin<strong>do</strong> para gerações mais curtas e promoven<strong>do</strong>248Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


o crescimento populacional mais rápi<strong>do</strong>. Possui a habilidade de estocar esperma e produzirdesovas múltiplas e de alta fecundidade em sucessões rápidas, favorecen<strong>do</strong> a expansão depopulações funda<strong>do</strong>ras. A fecundidade desta espécie é expressa em números de ovos, sen<strong>do</strong>observada variação de 22 a 292 ovos por fêmea (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr, 2004).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oOnívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; estuarino; substratos consolida<strong>do</strong>s e inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mNo In<strong>do</strong>-Pacífico, C. hellerii ocorre em habitats tão diversos quanto recifes de corais,manguezais e costões rochosos (Udekem d`Acoz, 1999).Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Baia de Guanabara, Rio de Janeiro.Da t a: 1995.Fo n t e : Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 1996.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas; água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Maranhão, Ceará, Rio Grande <strong>do</strong> Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, EspíritoSanto, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr, 2004).Co n t a t o: Marcos Tavares - mdst@usp.br; Gustavo Melo - gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sEspécie comercial no sudeste da Ásia, entretanto no Brasil não possui nenhum usoeconômico. No Brasil, C. hellerii não é encontrada nos merca<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> também desprezadapelas populações ribeirinhas. É comenta<strong>do</strong> a rejeição de C. hellerii como alimento coloca apressão <strong>do</strong> esforço de pesca unicamente sobre as espécies nativas (Carqueija, 2002, Tavares& Men<strong>do</strong>nça Jr, 2004).<strong>Ambiente</strong> Marinho 249


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDiminuição da biodiversidade. Embora pouco se saiba sobre o impacto de C. helleriisobre as comunidades nativas, as conseqüências ecológicas de sua introdução em habitatssensíveis como os recifes coralinos brasileiros podem ser graves (Tavares & Amouroux, noprelo). Estima-se que na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos (BA) C. hellerii já seja mais abundante<strong>do</strong> que o portunídeo nativo Callinectes larvatus (Carqueija, 2000). Charybdis hellerii podecompetir com as espécies nativas por habitat e alimento.Ec o n ô m i c o sPossível competição com espécies comercialmente importantes <strong>do</strong> gênero Callinectes,causan<strong>do</strong> uma possível diminuição na abundância dessas espécies (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr,2004).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sPode afetar a produção pesqueira de espécies comercialmente importantes <strong>do</strong> gêneroCallinectes.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.250Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Li t o p e n a e u s v a n n a m e i (Bo o n e , 1931)Foto: Edison BarbieriReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: PenaeidaeGênero: LitopenaeusEspécie: L. vannameiSinonímia: Penaeus vannamei Boone, 1931.Nome popularCamarão-brancoCamarão-branco <strong>do</strong> PacíficoCamarão-vanameiCamarão-cinzaAmerican-white shrimpPacific white shrimpCamarón-blancoLangostino-blancoCamarón-platiblancoCamarón-caféLangostinoIdiomaPortuguêsPortuguêsPortuguêsPortuguêsInglêsInglêsEspanholEspanholEspanholEspanholEspanholForma biológica: Crustáceo; camarão.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oSíntese relativa à atividade de cultivo <strong>do</strong> camarão exótico que podem ter influencia<strong>do</strong> econtinuar influencian<strong>do</strong> na dispersão da espécie e seus patógenos em direção aos ecossistemasmarinhos naturais no Brasil: (1) Brasil, 1971/72 – Introduzida a espécie Litopenaeusvannamei para cultivo (experimental) em cativeiro em viveiros na Ilha de Itamaracá, Esta<strong>do</strong><strong>Ambiente</strong> Marinho 251


de Pernambuco; (2) Brasil, 1981 – Inicia-se processo de <strong>do</strong>mesticação de L. vannamei nafazenda “Maricultura da Bahia”, atualmente denominada “Valença Maricultura”, municípiode Valença, Bahia; e (3) Litopenaeus vannamei responde por mais de 95% da produçãonacional de camarão marinho.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sRostro provi<strong>do</strong>, geralmente de 2 a 4 dentes <strong>do</strong>rsais, excepcionalmente com 5 a 8dentes ventrais (J.S.A., 1997). Sulco e carena adrostrais curtos, terminan<strong>do</strong> na altura <strong>do</strong>dente epigástrico. Ausência de carena gastrofrontal entre a órbita e o espinho hepático.Petasma com o bor<strong>do</strong> livre <strong>do</strong> lóbulo lateral elipsoidal e ultrapassan<strong>do</strong> bastante o lóbulomesial em vista lateral. Télico com duas proeminências oblíquas dirigidas para o interior emforma de pequenos lóbulos.Lu g a r d e o r i g e mLitoral das Américas <strong>do</strong> Pacífico Oriental.Distribuição g e o g r á f i c aEncontrada no Oceano Pacífico Leste, ao longo das costas Norte, Central e Sul dasAméricas, desde Sonora (Mar de Cortês, México) até Tumbes, ao Norte <strong>do</strong> Peru (Pérez-Farfante,1988). Introduzida voluntariamente no Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 1996; 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tSubstrato inconsolida<strong>do</strong>. Pós-larvas e juvenis vivem nas águas rasas de estuáriose manguezais, com os adultos sen<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s na plataforma continental onde sãocaptura<strong>do</strong>s, em profundidades de até 70 metros, em sedimentos areno-lo<strong>do</strong>sos. Litopenaeusvannamei vive em salinidades de 5 a 55 e temperaturas variadas, ou seja, trata-se de umaespécie eurihalina e euritérmica.Ab u n d â n c i aDesconhecemos da<strong>do</strong>s sobre a abundância desta espécie, em seu ambiente natural.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aNão tivemos acesso às referências sobre comportamento/ecofisiologia desta espécieem seu ambiente natural.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oSexuada. Peneídeos adultos que podem atingir cerca de 230 mm (9 polegadas decomprimento) maturam e reproduzem sexuadamente em alto mar (ambientes costeirose oceânicos), com desovas varian<strong>do</strong> entre 100.000 e 350.000 ovos. Das desovas (dasfêmeas) eclodem larvas livre-natantes planctônicas, passan<strong>do</strong> por uma série de estágios(náuplios, protozoés, misis e decapoditos) na coluna de água, enquanto são transporta<strong>do</strong>spassivamente pelas correntes marinhas (estuarinas e costeiras), até a fase de pós-larva(megalopa), quan<strong>do</strong> adquirem o hábito demersal em que passarão o restante <strong>do</strong> ciclo devida. Na prática, em cada um destes estágios (ovos, larvas e pós-larvas), os indivíduos252Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


encontram-se expostos a altas taxas de mortalidade, induzidas por fatores que variam desdeas condições ambientais impostas pelas correntes marinhas até a atividade de preda<strong>do</strong>resnaturais (UNCTAD/GATT, 1983).No litoral oriental <strong>do</strong> México (lugar de origem) a postura ocorre entre março e junho noambiente natural. Exemplares com comprimento médio de 40 mm e 1 a 2 meses de idade,têm si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s nos estuários daquela região no mês de julho. Entre novembro edezembro exemplares maiores são coleta<strong>do</strong>s em águas mais profundas de baías. Indivíduosmaiores migram para águas litorais e espécimes maduros são encontra<strong>do</strong>s em mar aberto àpartir de fevereiro (Figueroa, 1951).Desenvolvimento indireto, estágios larvais, com larvas livre-natantes planctônicas. Adispersão ocorre tanto ativamente (migrações horizontais e verticais) quanto por meio dascorrentes marinhas (estuarinas e costeiras).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoros.Distribuição e c o l ó g i c aOcorre naturalmente em substratos inconsolida<strong>do</strong>s das zonas costeiras e estuarinas depaíses tropicais das Américas Central e <strong>do</strong> Sul (Oceano Pacífico Oriental). No Brasil, a espécietem si<strong>do</strong> capturada associada a áreas estuarinas e costeiras, próximas <strong>do</strong>s locais onde háempreendimentos de cultivo.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oPróximo aos locais onde se encontram instala<strong>do</strong>s empreendimentos de cultivo destaespécie (Bioma “Zonas Costeira e Marinha”) e, mais recentemente, ao longo da zonamarinha e costeira brasileira, por meio de dispersão natural ou introduções secundárias(por exemplo, como isca viva ou transporte de larvas via água de lastro). Ressalta-se queas áreas costeiras onde tem expandi<strong>do</strong> a atividade de cultivo desta espécie exótica (emcativeiro), de acor<strong>do</strong> com Brasil (2004; Tabela 5, p. 216), das 164 áreas prioritárias <strong>do</strong>bioma em questão, 90 (55%) são de extrema importância biológica (E); 44 (27%) como demuito alta importância biológica (M); 13 (8%) na categoria de alta importância biológica (A);e 17 (10%) enquadradas na categoria de insuficientemente conhecidas (I), mas de provávelalta importância biológica.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mEspécie eurihalina e euritérmica. Vive associada a fun<strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>sos, viven<strong>do</strong> emprofundidades que variam da zona entremarés de estuários e manguezais até cerca de 70metros (plataforma continental).Pr i m e i r o s r e g i s t r o s n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Intencional; voluntária, em associação com a atividade deaquicultura.Lo c a i s : Ilha de Itamaracá, Pernambuco; Rio Grande <strong>do</strong> Norte e Bahia.Da t a s: 1971-1972; 1981.Fo n t e : Tavares & Men<strong>do</strong>nça (1996; 2004).<strong>Ambiente</strong> Marinho 253


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sOs sistemas marinhos são qualitativamente diferentes daqueles <strong>do</strong>s ambientesterrestres, afetan<strong>do</strong> a aplicação de modelos e de técnicas de manejo desenvolvidas para ossistemas terrestres. No ambiente marinho, os organismos apresentam diferentes ciclos devida e, provavelmente, diferentes estratégias de transmissão que muitos de seus homólogosterrestres. Populações marinhas são tipicamente mais “abertas” que as terrestres, compotencial de dispersão <strong>do</strong>s estágios larvais pelágicos por grandes distâncias (McCallum etal., no prelo). Entretanto, quan<strong>do</strong> as condições hidrológicas (hidrográficas) resultam emum maior tempo de residência desses estágios larvais, as condições de salubridade <strong>do</strong>sprogenitores serão ainda mais importantes no que tange à formação de novas populações(McCallum et al., no prelo). No caso de espécies que apresentem longos perío<strong>do</strong>s de estágioslarvais na coluna de água (estuarinas, costeiras, oceânicas), encontram-se mais vulneráveisa apresentar ciclos epidêmicos (McCallum et al., no prelo).Ro t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Por meio de correntes costeiras e estuarinas; rotas de aves migratórias;rotas comerciais para o transla<strong>do</strong> de larvas e pós-larvas entre empreendimentos; rotas danavegação marítima de cabotagem (transporte de larvas e pós-larvas por água de lastro).Atuais: Atividades relacionadas à aquicultura marinha (carcinocultura) empregan<strong>do</strong>esta espécie.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oNo ambiente marinho, <strong>do</strong>enças transmitidas por vetores têm aumentadas suaseficiências de transmissão, poden<strong>do</strong> tornar-se especialmente virulentos (McCallum et al., inpress).Potenciais: Correntes marinhas: Animais adultos, juvenis e seus ovos e larvas podemse dispersar naturalmente, por meio das correntes estuarinas e costeiras, após escape <strong>do</strong>scultivos; e aves migratórias.Processamento de frutos-<strong>do</strong>-mar frescos: Vírus e outros patógenos podem estarassocia<strong>do</strong>s ao camarão (vide abaixo). Mesmo no produto congela<strong>do</strong>, os vírus não sãodesativa<strong>do</strong>s e as cascas são capazes de carreá-los para onde o produto exporta<strong>do</strong> forconsumi<strong>do</strong> (propagan<strong>do</strong> os patógenos para outras áreas geográficas).Atuais: Efluentes <strong>do</strong>s empreendimentos de carcinocultura - ocorrem escapes(acidentais) <strong>do</strong>s cultivos e estes têm aumenta<strong>do</strong> em freqüencia, devi<strong>do</strong> ao aumento <strong>do</strong>número de empreendimentos e das quantidades cultivadas em escalas comerciais e aos riscosinerentes à atividade. Estes escapes são, muitas vezes, agrava<strong>do</strong>s por eventos meteorológicose oceanográficos (por exemplo, “ondas de leste” responsáveis por fortes chuvas no litoralnordestino) que levam ao rompimento <strong>do</strong>s diques <strong>do</strong>s tanques de cultivo localiza<strong>do</strong>s próximosa cursos de água que naturalmente se comunicam com rios e estuários.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lCapturadas no ambiente natural (águas costeiras e marinhas) <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Pará àSanta Catarina.254Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sÉ uma das mais importantes espécies de camarão marinho cultivadas nas Américas,para consumo direto e também associa<strong>do</strong> à produção de isca viva (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr.,1996).Im p a c t o sEc o l ó g i c o sOs produtos químicos utiliza<strong>do</strong>s, na maioria <strong>do</strong>s empreendimentos, nas atividadesde produção de camarão em cativeiro são, principalmente, cloro, calcário, uréia, silicato,superfosfato, como implementos para o controle das propriedades químicas da água e <strong>do</strong>solo (pH, alcalinidade, material em suspensão, salinidade). Há utilização de metabissulfitode sódio (Na 2S 2O 5) durante a etapa de despesca (para conservação <strong>do</strong> camarão). Após serlança<strong>do</strong> na água também promove liberação <strong>do</strong> gás dióxi<strong>do</strong> de enxofre. Este gás (SO 2) éconsidera<strong>do</strong> de insalubridade máxima pelo quadro N o 01 da Norma Regulamenta<strong>do</strong>ra N o 15<strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego, quan<strong>do</strong> atinge 4 ppm.A troca (reposição) de água nos tanques de cultivo por meio <strong>do</strong> fluxo das marés, empequenos corpos de água (canais e gamboas), é incompleta e os efluentes podem não dissiparcompletamente ao serem elimina<strong>do</strong>s. Esse fato promove a distribuição de enfermidadesentre as fazendas. Caranguejos e outros animais, possíveis porta<strong>do</strong>res de enfermidades decamarões, abundam na zona entremarés tropicais poden<strong>do</strong> contaminar novos tanques decultivo (Boyd, 1998).A presença da espécie exótica L. vannamei no litoral brasileiro é preocupante pelonúmero de exemplares captura<strong>do</strong>s em ambiente estuarino e marinho, coincidin<strong>do</strong> como fato da espécie ser a mais utilizada pelos carcinocultores nordestinos. Entretanto, nãohá estu<strong>do</strong>s científicos específicos quanto aos impactos atuais e potenciais <strong>do</strong> Litopenaeusvannamei sobre outros organismos, muito embora se encontre disponível <strong>do</strong>cumento sobreo “Diagnóstico Global <strong>do</strong>s Impactos Socioambientais Decorrentes da Carcinocultura”. Nocaso de organismos afeta<strong>do</strong>s, é possível divisar duas modalidades de impactos sobre osmesmos, deven<strong>do</strong> ser adequadamente estudadas e avaliadas:• Impactos diretos - sobre espécies nativas de camarão e demais organismos aquáticosque possam competir pelo mesmo tipo de alimento e hábitat; impactos causa<strong>do</strong>s pelapoluição orgânica e contaminação de ambientes aquáticos devi<strong>do</strong> aos aportes <strong>do</strong>s tanquesde cultivo.• Impactos indiretos - dispersão de vírus e outros patógenos por meio de vetoresvaria<strong>do</strong>s, como pela água, pelo escape de camarões e outros crustáceos <strong>do</strong>s cultivos (porexemplo, microcrustáceos planctônicos); pela transmissão vertical na teia trófica (ban<strong>do</strong>sde aves migratórias ou residentes podem pousar em áreas de carcinocultura, consumin<strong>do</strong>grande quantidade de camarões, eventualmente dispersan<strong>do</strong> o vírus para outras regiões).Os ecossistemas afeta<strong>do</strong>s são planícies costeiras, áreas estuarinas, manguezais emarismas; e áreas costeiras, incluin<strong>do</strong> a plataforma continental.<strong>Ambiente</strong> Marinho 255


Ec o n ô m i c o sA elevada concentração de detritos (algas, restos de alimentos, fezes e outras matériasorgânicas) constitui situação ideal para proliferação de patógenos e de toxinas. À medidaque a qualidade das águas deteriorava, os camarões estressa<strong>do</strong>s (em cativeiro) tornavam-secada vez mais suscetíveis aos patógenos, especialmente vírus.Na s a ú d eVerifica-se utilização de metabissulfito de sódio (Na 2S 2O 5) durante a etapa de despesca,para conservação <strong>do</strong> camarão (Cassola & Carvalho, 2005). e para prevenir a formação demanchas negras nos camarões (Araújo & Araújo, 2004). O gás forma<strong>do</strong>, dióxi<strong>do</strong> de enxofre(SO 2) é considera<strong>do</strong> de insalubridade máxima pelo quadro No 01 da Norma Regulamenta<strong>do</strong>raN o 15 <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego, quan<strong>do</strong> atinge 4 ppm. Os trabalha<strong>do</strong>res nocultivo de camarão são expostos a concentrações de SO 2que chegam a 8 ppm.Em julho de 2003, a Delegacia Regional <strong>do</strong> trabalho no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará tomou ciênciade <strong>do</strong>is acidentes (1 óbito e 1 sobrevivente com quadro de hipertensão arterial pulmonar,com risco de necessitar de transplante), envolven<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>res que realizavam despescade camarão cria<strong>do</strong> em cativeiro manipulan<strong>do</strong> o metabissulfito de sódio (Araújo & Araújo,2004); eO uso <strong>do</strong> antibiótico clorofenicol, emprega<strong>do</strong> por em alguns empresários, pode provocardiminuição de glóbulos vermelhos e até anemia em seres humanos.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oCom os níveis de produção a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s no Brasil, o risco de escape de animais é alto,mesmo com a tomada de medidas de contenção <strong>do</strong>s viveiros.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oAo longo das últimas décadas, quan<strong>do</strong> se viu incrementada a carcinocultura marinhapara satisfazer o merca<strong>do</strong> global, principalmente o cultivo de espécies exóticas (e <strong>do</strong>spatógenos a elas associa<strong>do</strong>s), têm si<strong>do</strong> vários os estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s com intuito deavaliar a sustentabilidade, ademais <strong>do</strong>s impactos da atividade, no Brasil e no exterior, sejameles de ordem ecológica, social, cultural ou econômica (Schaeffer-Novelli, 1985; 2002;Schaeffer-Novelli et al., 2002; s.d.; Coelho-Jr., 1999; 2000; Barreto et al., 2000; Coelho-Jr.& Schaeffer-Novelli, 2000; Wainberg, 2000a; 2000b; Santos & Coelho, 2002; FAO, 2003;PEDEAG, 2003; Araujo & Araujo, 2004; Melo, 2004; Men<strong>do</strong>nça, 2004; Barbieri et al., 2005;Carvalho et al., 2005; Cassola et al., 2005; MMA-IBAMA, 2005; Barbieri & Melo, 2006).Pr e v e n ç ã oPrevenção, controle, impactos ambientais e impactos econômicos podem superpor-seno caso <strong>do</strong> agronegócio da carcinocultura. Qualquer forma de introdução e disseminação<strong>do</strong> camarão exótico e/ou de seus patógenos que venha a ameaçar as espécies nativas deveser cuida<strong>do</strong>samente avaliada e analisada. A importação de camarões vivos infecta<strong>do</strong>s é o256Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


principal mecanismo pelo qual viroses exóticas podem ser introduzidas em novas regiõesgeográficas. Outro mecanismo provável é via importação de camarão infecta<strong>do</strong> para consumoonde o patógeno ocorre na forma “enzoótica” (Durand et al., 2000).Medidas de biossegurança podem mitigar possíveis transmissões horizontais dessapatologia (outros crustáceos, água, fezes de aves) para regiões ainda não contaminadas,embora esse tipo de transmissão seja considera<strong>do</strong> relativamente ineficaz, com exceção<strong>do</strong> canibalismo, ingestão de teci<strong>do</strong>s contamina<strong>do</strong>s. Nos casos de transmissão vertical, háfator de risco de contaminação de náuplios e pós-larvas, gera<strong>do</strong>s a partir de progenitorescontamina<strong>do</strong>s.No Brasil: Muitas vezes a importação de matrizes e pós-larvas para cultivo em cativeiroocorre antes mesmo da implantação de infra-estruturas necessárias à inspeção sanitária.A maioria <strong>do</strong>s empreendimentos não possui instala<strong>do</strong>s sistemas de proteção eficientes(lagoas de estabilização), para reduzir riscos de perdas ou fugas <strong>do</strong> camarão cultiva<strong>do</strong> parao ambiente natural durante a despesca, quan<strong>do</strong> é feito o esvaziamento <strong>do</strong>s viveiros, o quepode ocorrer em até três vezes ao ano. Consideran<strong>do</strong> a tecnologia <strong>do</strong> melhoramento genético<strong>do</strong> camarão de cultivo, a falta de um sistema contínuo de detecção de patógenos conheci<strong>do</strong>sou recentemente identifica<strong>do</strong>s constitui a maior ameaça ao sucesso <strong>do</strong>s programas de<strong>do</strong>mesticação e de reprodução.O problema de escape de indivíduos de L. vannamei para as águas costeiras exigea<strong>do</strong>ção de medidas estritas ao longo de toda a linha de produção. Entretanto, espécimes <strong>do</strong>camarão-branco-<strong>do</strong>-Pacífico (machos e fêmeas, jovens e adultos sexualmente maduros),têm sua presença confirmada em estuários e águas da zona costeira (Santos & Coelho,2002). Provavelmente são “fugitivos” de empreendimentos de carcinocultura e, comfortes indícios de que estejam sobreviven<strong>do</strong> fora <strong>do</strong> cativeiro. Recomenda-se, portanto, omonitoramento contínuo (prevenção e controles mecânico, químico e biológico) para evitarpossíveis introduções de espécies exóticas de camarão marinho nos ecossistemas costeiros<strong>do</strong> Brasil.Medidas estritas de prevenção e de controle (mecânico, químico e biológico) deveriamser especialmente a<strong>do</strong>tadas no caso <strong>do</strong> agronegócio <strong>do</strong> cultivo de camarão marinho emcativeiro. Este implica altos investimentos e custos, não apenas monetários, uma vez quegrande parte da produção acaba sen<strong>do</strong> subsidiada pelos próprios recursos naturais (“pegadaecológica”), pelo menos para aqueles que a<strong>do</strong>tam o modelo semi-intensivo.Co n t r o l eMe c â n i c o: Negligencia<strong>do</strong>; quan<strong>do</strong> existente (contenção de tanques), é de iniciativa dasempresas e não há acompanhamento e fiscalização por parte <strong>do</strong>s órgãos públicos.Químico: Inexistente.Bi o l ó g i c o : Inexistente.<strong>Ambiente</strong> Marinho 257


Me t a p e n a e u s m o n o c e r o s (Fabricius, 1798)Foto: Allysson PinheiroReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: PenaeidaeGênero: MetapenaeusEspécie: M. monocerosSinonímia: Penaeopsis monoceros (Fabricius, 1798).Penaeus monoceros (Fabricius, 1798).Nome popularCamarãoCamarón motea<strong>do</strong>Crevette mouchetéeGinger prawnSpeckled prawnSpeckled shrimpIdiomaPortuguêsEspanholFrancêsInglêsInglêsInglêsForma biológica: Crustáceo; camarão.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie possui apenas um único registro no Brasil (D´Incao, 1995), captura<strong>do</strong>no convés <strong>do</strong> navio, no interior da boca <strong>do</strong> peixe Polyprion americanus. O espécime foicaptura<strong>do</strong> pelo peixe no momento exato em que a rede os apanhou ou foi captura<strong>do</strong> já nointerior da rede, pois estava intacto.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sTegumento pubescente. Rostro arma<strong>do</strong> com 9-12 dentes <strong>do</strong>rsais; atingin<strong>do</strong> ouultrapassan<strong>do</strong> o bor<strong>do</strong> distal <strong>do</strong> pedúnculo antenular. Carena pós-rostral atingin<strong>do</strong> ou próxima<strong>do</strong> bor<strong>do</strong> posterior da carapaça; carena adrostral terminan<strong>do</strong> atrás <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> dente rostral,sulco adrostral estenden<strong>do</strong>-se atrás <strong>do</strong> dente epigástrico. Sulco hepático largo, profun<strong>do</strong>.258Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Carena brânquiocardíaca prolongan<strong>do</strong>-se posteriormente ao espinho hepático. Telso arma<strong>do</strong><strong>do</strong>rsolateralmente com três a cinco fileiras de espinhos pequenos (Miquel, 1982; D’Incao,1995a in D’Incao, 1995b).Lu g a r d e o r i g e mIn<strong>do</strong> pacífico (D´Incao, 1995b).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico – África <strong>do</strong> sul de East Lon<strong>do</strong>n para o norte; Moçambique, Madagascar,Ilhas Mauritius e reunião, Tanzânia, Kenya, mar vermelho, Índia, Paquistão, Sri Lanka,Malásia até o estreito de Málaga (nativa). Introduzida no Mediterrâneo oriental – Líbano,Egito, Síria e Turquia. In<strong>do</strong>-west pacific, Mar Vermelho a Malásia. Mediterrâneo: Egito, Israel,Turquia, Cyprus, Líbano, Síria; Tunísia) e Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie eurialina. Jovens são encontra<strong>do</strong>s nos estuários, manguezais, lagunas e áreascosteiras e os adultos em mar aberto (Galil et al., 2002); ocorrem nos manguezais emsubstrato inconsolida<strong>do</strong> (arenosos, siltosos e lo<strong>do</strong>sos), bem como densas coberturas dealgas. Espécie ocorre em profundidades de 1 até 127m, mas mais freqüentemente entre1 e 70m, com citações para profundidades de 170m; em fun<strong>do</strong>s de areia e lama (Miquel,1982).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimento indireto).Inclui uma fase juvenil estuarina ou costeira, o que certamente teria leva<strong>do</strong> a capturas daespécie em conjunto com a pesca de camarões <strong>do</strong> gênero Penaeus (D´Incao, 1995).Ta x a d e n a t a l i d a d e e m o r t a l i d a d eEm estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> no Kenya, a mortalidade natural para fêmeas foi M = 1,49 e paramachos 1,46. A mortalidade por pesca foi de M = 8,14 para fêmeas e 6,46 para machos(Wakwabi, 1987).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oOnívoro.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho; substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 259


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Da t a: 1995.Fo n t e : D’Incao (1995).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio Grande <strong>do</strong> Sul (RS).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sHá um risco potencial de que M. Monoceros possa tornar-se um competi<strong>do</strong>r de espéciescomercialmente importantes de peneídeos ocorrentes no Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr.,2004).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.260Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oNo mun<strong>do</strong>: competição com espécies com valor comercial.No Brasil: A exemplo <strong>do</strong> que ocorreu no Mediterrâneo oriental, há um risco potencial deque M. monoceros possa tornar-se um competi<strong>do</strong>r de espécies comercialmente importantesde peneídeos ocorrentes no Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr., 2004).Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 261


Pe n a e u s m o n o d o n Fabricius, 1798Reino:AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: PenaeidaeGênero: PenaeusEspécie: P. mono<strong>do</strong>nSinonímia: Não registrada.Nome popularcamarão-tigre giganteblack-tiger shrimpgiant tiger prawnIdiomaPortuguêsInglêsInglêsForma biológica: Crustáceo; camarão.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie foi utilizada em cultivos na década de 70, porém foi substituída por Litopenaeusvannamei no início <strong>do</strong>s anos 80 (Rodrigues et al., 2000). Fausto-Filho (1987) supõe que oespécime encontra<strong>do</strong> no Maranhão em ambiente natural tenha escapa<strong>do</strong> de algum viveiro decultivo de peneídeos, porém, Rodrigues et al. (2000) consideram improvável que a presençadeste camarão no estuário de Santos seja remanescente de qualquer cultivo, pois a espécienão é cultivada no Brasil há vários anos. Por isso estes autores defendem que esta espécietenha si<strong>do</strong> transportada por algum navio lastrea<strong>do</strong> com água marinha.Já foram feitas capturas de indivíduos adultos em ambiente marinho e de jovensem ambiente estuarino o que constitui uma evidencia indireta de que P. mono<strong>do</strong>n está sereproduzin<strong>do</strong> e completan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o seu ciclo biológico no litoral brasileiro (Coelho et al.,2001).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sRostro sigmóide, ultrapassan<strong>do</strong> o pedúnculo da antênula, sete a oito dentes <strong>do</strong>rsais, <strong>do</strong>isa três ventrais. Carena adrostral quase alcançan<strong>do</strong> o dente epigástrico. Carena pós-rostral comsulco mediano pouco profun<strong>do</strong>, quase atingin<strong>do</strong> a margem posterior da carapaça. Antênula262Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


com flagelo pouco mais longo que o pedúnculo; prosartema ultrapassan<strong>do</strong> a extremidade<strong>do</strong> segmento basal da antênula. Abdômen com carena <strong>do</strong>rsal no quarto, quinto e sextosegmentos, última carena terminan<strong>do</strong> em espinho; quarto e quinto segmentos ab<strong>do</strong>minaiscom cicatrizes pequenas, sexto com três cicatrizes. Telson sem espinhos. Coloração: cinzaazuladaem indivíduos conserva<strong>do</strong>s no gelo; carapaça e abdômen com faixas transversaismarrons; abdômen com faixas localizadas junto à margem posterior <strong>do</strong>s segmentos, sen<strong>do</strong>precedidas por faixas creme-amareladas e cinza-avermelhadas; pleópo<strong>do</strong>s com franjas decerdas vermelhas (Coelho et al., 2001).Lu g a r d e o r i g e mIn<strong>do</strong>-Pacífico.Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico (nativa). Introduzi<strong>do</strong>: Mediterrâneo, Atlântico ocidental, Vietnam,Austrália, Tailândia, Sri Lanka, Filipinas, Moçambique, Bangladesh, Taiwan, Bangladesh,Malásia e Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tPós-larvas e juvenis vivem em águas rasas de estuários e manguezais, enquanto que osadultos são encontra<strong>do</strong>s na plataforma continental, onde são captura<strong>do</strong>s em profundidades deaté 110 metros (Coelho et al., 2001), em substrato inconsolida<strong>do</strong> finos (Grey et al., 1983) oulamoso-siltoso, em áreas de manguezais e com densa cobertura de algas (Wakwabi, 1987).Alguns estu<strong>do</strong>s sobre tipo de substrato indicam a preferência de P. mono<strong>do</strong>n por sedimentofino, sem correlação com conteú<strong>do</strong> de carbono orgânico (Branford, 1981), enquanto outrosautores não observaram qualquer preferência (Mohan et al., 1995).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimentoindireto).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritívoro.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 263


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Maranhão.Da t a: 1987.Fo n t e : Fausto-Filho (1987).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Maranhão, Pernambuco, Alagoas e São Paulo.Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sPotenciais: Aquicultura. O cultivo de camarão proporciona consideráveis benefícioseconômicos. Já foi cultiva<strong>do</strong> no Brasil (Natal em 1981 e Bahia em 1985) (Tavares & Men<strong>do</strong>nça,Jr., 1996), mas está desativa<strong>do</strong> há anos.Atuais: Desconheci<strong>do</strong>s.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sPossivelmente competição com espécie nativas.Ec o n ô m i c o sNo mun<strong>do</strong>: Penaeus mono<strong>do</strong>n hospeda diversos vírus que poderiam vir a sertransmiti<strong>do</strong>s às espécies brasileiras de peneídeos, inclusive aos de importância comercial.Alguns deles:(YHV): “Yellow head virus”; (MBV) “Mono<strong>do</strong>n baculovirus”; (LOV) “Lymphoi<strong>do</strong>rgan virus”; (HPV) “Hepatopancreatic parvovirus”; (IHHNV) “Infectious hypodermal andhematopoietic necrosis virus” (GAV) “Gill-associated virus”, que ocasiona grandes perdas naprodução australiana periodicamente (de la Vega, 2004).No Brasil: Desconheci<strong>do</strong>s.264Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Na s a ú d eNo mun<strong>do</strong>: Os vírus WSSV, YHV e Escherichia coli já foram encontra<strong>do</strong>s em diferenteslotes de camarão congela<strong>do</strong> importa<strong>do</strong> (Durand et al., 2000; Suwansonthicai & Rengpipat,2003). A infecção por Salmonella também já foi reportada (Fonseka et al., 1993).No Brasil: Desconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oNo mun<strong>do</strong>: A importação de camarão vivo infecta<strong>do</strong> é o principal mecanismo na qualviroses exóticas podem ser introduzidas em novas regiões geográficas (Durand et al., 2000).P. mono<strong>do</strong>n hospeda diversos vírus, incluin<strong>do</strong>: o YHV (Yellow-Head Vírus), o IHHNV (InfectiousHypodermal and Hematopoietic Necrosis Vírus), o HPV (Hepatopancreatic Parvo-like Virus),o BMNV (Baculo Midgut gland Necrosis Vírus), o MBV (P.mono<strong>do</strong>n – type Baculovirus), o LPV(Lynphoidal Parvo-like virus) e o RLV (Reo-like virus). A infecção por Salmonella tambémjá foi reportada. O fungo Haliphthoros milfordensis também já foi isola<strong>do</strong> de P. mono<strong>do</strong>n(Chukanhom et al., 2003).No Brasil: Estes vírus poderiam vir a ser transmiti<strong>do</strong>s às espécies brasileiras depeneídeos, inclusive aos de importância comercial.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 265


Pilumnoides p e r l a t u s (Po e p i g , 1836)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: XanthidaeGênero: PilumnoidesEspécie: P. perlatusSinonímia:Hepatus perlatus Poeppig,1836:135, pl.4,fig.2.Pilumnoides danai Kinahan, 1858:337,pl.14,fig.2.Pilumoides perlatus Rathbun, 1910: 544, pl.50, fig. 2; 1930: 535, pl. 216,217, fig. 3, pl .218, fig. 3; Garth,1957:65; Melo, Bertini & Fransozo, 2000:89;Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004: 67.Nome popularCaranguejoIdiomaPortuguêsForma biológica: Caranguejo; crustáceo.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie possui apenas um único registro no Brasil, de uma fêmea ovígera, oque sugere que a espécie está se reproduzin<strong>do</strong> no litoral brasileiro. Todavia, quaisquercomentários sobre o êxito ou não da colonização de P. perlatus depende da aquisição deda<strong>do</strong>s adicionais.266Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça ligeiramente mais larga <strong>do</strong> que longa, 2/3 anteriores cobertos com tubérculosarranja<strong>do</strong>s em estrias, terço posterior quase liso, regiões bem definidas. Margem anterolateralda carapaça com 5 ou 6 dentes irregulares, grânulos entre eles. Fronte bilobada com entalheprofun<strong>do</strong> em forma de U. Região subhepatica coberta por tubérculos pequenos. Ísquio <strong>do</strong>en<strong>do</strong>podito <strong>do</strong> terceiro maxilípede com um tubérculo na base. Quelípodes com fileiras detubérculos na metade inferior da palma; margem superior da palma trilobada ou tridentada.Ab<strong>do</strong>men com segmentos livres, telson longo.Lu g a r d e o r i g e mPacífico Oriental (Garth, 1957; Retamal, 1994).Distribuição g e o g r á f i c aPacífico Oriental, <strong>do</strong> Peru ao Chile e apresenta um único registro para Tobogá (Panamá)e Brasil (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Ec o l o g i aHa b i t a tOcorre da zona entremarés até profundidades de 54 metros (Garth, 1957; Retamal,1994. Garth (1957) menciona a presença de jovens de Pilumnoides perlatus viven<strong>do</strong> entreascidias. É possível que indivíduos jovens sejam transporta<strong>do</strong>s junto à bioincrustaçõesno casco de navios. Ocorre desde regiões de águas frias até regiões subtropicais; jovensassocia<strong>do</strong>s a algas e mexilhões (Melo et al., 2000).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimento indireto).Fêmeas ovígeras são encontradas em março, junho, setembro e outubro no litoral sulbrasileiro (Melo et al., 2000).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oOnívoro.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 267


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Ubatuba (SP).Da t a: 2000.Fo n t e : Melo et al. (2000).Me i o s d e d i s p e r s ã o -p otenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; incrustraçãoAtuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Ubatuba (SP).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.268Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional); seguirregulamentação que rege a importação de organismos para maricultura (quarentena).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 269


Po l y b i u s n a v i g a t o r (He r b s t, 1794)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: PortunidaeGênero: PolybiusEspécie: P. navigatorSinonímia:Cancer navigator Herbst, 1794: 155, pl. 37, fig.7.Portunus arcuatus Leach, 1814: 390; 1816: pl. VII, fig. 5-6;Bell, 1845:97;1853: 97; Heller, 1863: 884, fig. 4; Gourret, 1888: 13; Osório,1889:56;Lagerberg, 1908:91, pl.V, fig. 2; Pesta,1918:400, fig.129;Palmer,1927:877,fig.4;Lebour,1928:510,pl.I,fig.3,pl.VII,fig.2;Schellenberg,1928:118,fig.119;Nobre,1931:64,fig.30;1936:36,pl.13,fig.25;Bouvier,1940:239,pl.9,fig.3;Zariquiey-Alvarez, 1946:153,155,pl.13,fig.A;Capart, 1951:115;Bauchau,1966:60, fig.55.Portunus emarginatus Leach, 1816, pl.VII, fig.3-4.Portunus rondeletti Risso, 1816:26, pl.1, fig.3; 1827:2.Portunus guttatus Risso, 1816:29; 1827:4.Portunus rondelett [sic]; Roux, 1828:pl.4, figs 3-4; H. Milne Edwards,1834:444;Costa,1838:2.Macropipus arcuatus Holthuis, 1952; Monod, 1956:172, 173; Allen,1967:102; Bacescu, 1967:281, pl.2B, figs 121, 122; Sankarankutty,1968:39, figs 3D-H; Zaraquiey-Alvarez, 1968: 367, 369, figs116d- h,120a, 122c, 123a; Christiansen, 1969:57, fig.2; Kocats, 1971:23,pl.III, fig.4; Neves, 1975:27; Holthuis&Heerebout,1976:14, fig.42;Holthuis, 1977:56; Shiber, 1981:886.270Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Liocarcinus arcuatus Ingle,1980:93,pl.8b,fig.34;1983:92,fig.22;1996:124,fig.30; Manning & Holthuis,1981:84; Ingle & Rice,1984, pag.355,figs1a,3a,4a; Gonzalez-Gurrian & Méndez,1986 83, fig.12 e 23;Holthuis et al., 1986: 46, fig.56; Lewinsohn & Holthuis, 1986: 39; Janke& Kremer,1988: 232; Adema, 1991: 144, fig.58; Falciai & Minervini,1992: 206, fig.a; Balkis,1994: 81, fig.3.Polybius arcuatus Udekem d´Acoz, 1999:122.Liocarcinus navigator Sakai, 1999:30, pl.15, fig.F; Debelius, 1999:100.Polybius navigator Melo&Crivelaro, 2002, fig.1; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr.,2004: 64.Nome popularCaranguejoIdiomaPortuguêsForma biológica: Caranguejo; crustáceo.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã o Esta espécie possui apenas um único registro no Brasil (Melo & Crivelaro, 2002), sen<strong>do</strong>mais um caso de introdução sem êxito (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça suboval, mais larga <strong>do</strong> que longa, finamente pubescente, granulosa, comrugas transversais recobertas por cerda curta; margem da região frontal encurvada, semdentes. Órbitas grandes, sem dente interno, margem suborbital externa com incisãoestreita. Margem ânterolateral com cinco dentes, incluin<strong>do</strong> o orbital externo; quarto dentemenor e muito próximo ao terceiro, geralmente obsoleto. Quelípo<strong>do</strong>s robustos, sub-iguais,relativeamente lisos; própo<strong>do</strong> com carena longitudinal (usualmente obtusa). Pereópodesmoderadamente robustos, relativamente curtos, segun<strong>do</strong> par mais longo <strong>do</strong> que o primeiroe mais curto <strong>do</strong> que o terceiro; dátilo estiliforme, o <strong>do</strong> último par lanceola<strong>do</strong>, com carenamediana indistinta; carpo e dátilo <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ao quarto pares com carena longitudinal ventral,uma segunda carena mais curta distalmente, com cerdas por to<strong>do</strong> o seu comprimento.Somitos ab<strong>do</strong>minais 3-5 <strong>do</strong> macho fusiona<strong>do</strong>s.Lu g a r d e o r i g e mAtlântico oriental. Mediterrâneo, Mar Negro e Mar Adriático (Melo & Crivelaro, 2002).Distribuição g e o g r á f i c aAtlântico oriental, Mediterrâneo, Mar Negro e Mar Adriático e Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 271


Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie encontrada em substrato inconsolida<strong>do</strong>.Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.indireto).Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimentoDi e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oCarnívoro.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Ilha Grande (RJ).Da t a: 2002.Fo n t e : Melo & Crivelaro (2002).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Vetores de dispersãoPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro (RJ).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.272Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional);No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos navios ea inspeção nos portos; implantar programas de monitoramento ambiental.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 273


Py r o m a i a t u b e r c u l a t a (Lo c k i n g t o n , 1877)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: MajidaeGênero: PyromaiaEspécie: P. tuberculataSinonímia: Inachus tuberculatus Lockington, 1876:30.Microrhyncus (Inachus) tuberculatus Lockington, 1876:64.Inachoides brevirostrum Lockington, 1876 (1877):75.Inachoides brevirostrum Lockington, 1876 (1877):75.Inachoides brevirostrum streets and Kingsley, 1877:105.Inachoides magdalenensis Rathbun, 1893:228.Neorhynchus mexicanus Rathbun, 1893:223.Dasygynius tuberculatus Rathbun, 1898: 570.Inachoides tuberculatus Schmitt, 1921:199.Pyromaia tuberculata Melo, 1996: 356; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr.,1996: 572; 2004: 66.Nome popularCaranguejoIdiomaPortuguêsForma biológica: Caranguejo; crustáceo.Situação populacional: Estabelecida.274Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oSeu registro no Brasil é o primeiro para o Atlântico Oeste, atualmente está bemestabelecida nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande <strong>do</strong> Sul (Tavares& Men<strong>do</strong>nça, Jr., 1996).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça piriforme, flancos granula<strong>do</strong>s e tubercula<strong>do</strong>s. Um grande tubérculo, às vezesespiniforme, nas regiões mesogástrica, cardíaca e intestinal. Primeiro somito ab<strong>do</strong>minal comtubérculo curto e espiniforme. Rostro simples. Um tubérculo sobre a a face supra-orbital dacarapaça. Esterno torácico granula<strong>do</strong>. Quelípo<strong>do</strong>s fortes com a palma inflada, esparsamentegranulada. Fêmea menor <strong>do</strong> que o macho, mais granulada, tubérculos medianos menores,rostro mais curto, ab<strong>do</strong>me irregularmente granula<strong>do</strong>, quelípo<strong>do</strong>s mais delga<strong>do</strong>s, palma <strong>do</strong>quelípo<strong>do</strong> apenas ligeiramente inflada, com de<strong>do</strong>s sem hiato (Melo, 1996).Lu g a r d e o r i g e mPacífico Oriental (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 1996).Distribuição g e o g r á f i c aOriginário <strong>do</strong> Pacífico Oriental, Califórnia até Panamá. Introduzida no Japão, Austrália,Nova Zelândia e Brasil.Ec o l o g i aHa b i t a tFun<strong>do</strong>s rochosos recobertos por algas, também sob pedras. Do entre marés (inclusiveem pilares de atraca<strong>do</strong>uros) até 130 m, principalmente em substrato inconsolida<strong>do</strong> lamoso(Melo, 1996). É encontrada, inclusive, em baias organicamente poluídas, sen<strong>do</strong> consideradasoportunistas (Furota, 1996).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimento indireto).Estu<strong>do</strong>s no Japão (Furota, 1996) revelaram que fêmeas alcançam a maturidade dentro de6 (seis) meses após o estabelecimento; o tamanho da fêmea decresce quan<strong>do</strong> madurasem temperaturas elevadas; se reproduz através <strong>do</strong> ano e completa ao menos <strong>do</strong>is ciclos(gerações) ao ano. P. tuberculata tem <strong>do</strong>is estágios larvais zoea e um megalopa (Fransozo& Negreiros- Fransozo, 1997).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDesconheci<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 275


Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho; substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTipo de introdução: Não intencional.Local: Paraná.Data: 1989.Fonte: Melo et al. (1989).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e Di s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.276Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 277


Rh i t h r o p a n o p e u s h a r r i s i i (Go u l d , 1841)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: XanthidaeGênero: RhithropanopeusEspécie: R. harrisiiSinonímia: Rhithropanaopeus harrisii Hay and Shore, 1918:441, pl. 35, fig. 5;Rathbun 1930a:456, pl. 183, figs. 7-8; Williams, 1965: 187, figs. 169,183c; Christiansen, 1969: 81, fig. 23; Felder, 1973: 67, pl.9, fig. 14;Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004: 65.Nome popularBrackish water crabIdiomaInglêsForma biológica: Caranguejo, crustáceo.Situação Populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oÉ possível que a chegada desta espécie à Lagoa <strong>do</strong>s Patos tenha si<strong>do</strong> através de águade lastro de navios. Todavia, convém não perder de vista que R. harrisi está quase sempreassocia<strong>do</strong> a algum tipo de abrigo, como ostras, vegetação e refúgios artificiais (Ryan, 1956).Não seria difícil, portanto, que exemplares de pequeno porte possam ser transporta<strong>do</strong>sjuntamente com a bioincrustação encontrada no casco de navios (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr.,2004).278Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça subquadrada, aproximadamente tão larga quanto longa, convexidademenor longitudinalmente, pubescência esparsa em direção aos ângulos anterolaterias; regiãoprotogástrica com 2 linhas transversais de grânulos. Fronte quase reto, levemente cindi<strong>do</strong>,margem tranversalmente sulcada, como que dupla em vista frontal. Ângulo pós-orbital eprimeiro dente anterolateral completamente fusiona<strong>do</strong>s. Quelípodes desiguais e dissimilares.Quela maior com de<strong>do</strong> fixo curto, dátilo fortemente recurva<strong>do</strong>; de<strong>do</strong>s fixo e móvel da quelamenor proporcionalmente mais longos. Pereópodes longos, delga<strong>do</strong>s, pilosos. Coloração:marrom <strong>do</strong>rsalmente, partes ventrais mais claras (Williams, 1984).Lu g a r d e o r i g e mAtlântico Ocidental (Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s).Distribuição g e o g r á f i c aIntroduzida em diversas partes <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Atlântico oriental (Europa,Mediterrâneo ocidental e oriental), Atlântico sul ocidental e Brasil.Ec o l o g i aHa b i t a tVive quase sempre associa<strong>do</strong> a algum tipo de abrigo, como ostras, vegetação erefúgios artificiais (Ryan, 1956). Tolera salinidades bastante variadas, da água <strong>do</strong>ce à salobra(Williams, 1984), o que certamente favorece a colonização de novas áreas. Em um estu<strong>do</strong>no estuário da Lagoa <strong>do</strong>s Patos (RS), houve maior ocorrência nas zonas mais internas <strong>do</strong>estuário, sugerin<strong>do</strong> uma preferência por área com salinidades menos variáveis. (Rodrigues &D´Incao, 2002). A larva de R. harrisii fica retida em estuários próximos ao habitat <strong>do</strong> adultodurante o seu desenvolvimento (Fitzgerald et al., 1998).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimento indireto).O desenvolvimento larval é fortemente influencia<strong>do</strong> por fatores ambientais alem de relaciona<strong>do</strong>a aspectos genéticos (Williams, 1984). A larva de R. harrisii fica retida em estuários próximosao habitat <strong>do</strong> adulto durante o seu desenvolvimento (Fitzgerald et al., 1998).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oOnívoro. Principal item alimentar: detritos de manguezal; pequenos crustáceos comoanfípo<strong>do</strong>s e copépodes harpacticóides também são consumi<strong>do</strong>s (Williams, 1984).Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho costeiro; substratos inconsolida<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 279


Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Lagoa <strong>do</strong>s Patos (RS).Da t a: 1998.Fo n t e : D’Incao & Martins (1998).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro; incrustação.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Lagoa <strong>do</strong>s Patos (RS).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNo mun<strong>do</strong>: Odum & Heald (1972) encontraram densidades bastante elevadas de R.harrisii, superiores a 40 indivíduos m -2 .No Brasil: Densidades similares em mangues e estuários poderiam colocar ascomunidades de invertebra<strong>do</strong>s nativos sob forte pressão (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr., 2004).Ec o n ô m i c o sNo mun<strong>do</strong>: Rhithropanopeus harrisii se abriga em locais inusita<strong>do</strong>s (Ryan, 1956).Existem relatos no Texas de indivíduos coleta<strong>do</strong>s dentro de bombas de água e canos de PVC,dificultan<strong>do</strong> a tomada de água (Keith, 2002).No Brasil: Desconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.280Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos.Não existem, entretanto, diretrizes internacionais para prevenção da introdução atravésde bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Co n t r o l e Químico: Tolera grande variacao de salinidade, o que explica o transportepara áreas distantes. Cerca de 16 UPS de salinidade são o limite máximo para oestabelecimento bem sucedi<strong>do</strong> de uma nova prole (Nehring, 2000).Bi o l ó g i c o : O desenvolvimento da pós-larva é acelera<strong>do</strong> pela exposição ao o<strong>do</strong>r <strong>do</strong>adulto (Fitzgerald et al., 1998).<strong>Ambiente</strong> Marinho 281


Sc y l l a s e r r a t a (Fo r s k a l , 1775)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: PortunidaeGênero: ScyllaEspécie: S. serrataSinonímia: Cancer serratus Forskal, 1775: 90.Scylla serrata (Froskal); De Haan, 1833: 44; Estampa<strong>do</strong>r, 1949: 99;Serene, 1952: 134; Stephenson & Campbell, 1960: 111; Holthius,1978: 15; Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004: 63.Sylla oceanica Dana; Estampa<strong>do</strong>r, 1949: 101; Serene, 1952: 134.Sylla tranquebarica (Fabricius); Estampa<strong>do</strong>r, 1949: 103; Serene,1952: 134.Sylla serrata var. paramamosain Estampa<strong>do</strong>r, 1949: 104; Serene,1952: 134.Obs. Sinonímia completa em Serene (1952).Nome popularMud cracIdiomaInglêsForma biológica: Crustáceo; siri.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie possui apenas um único registro no Brasil (Melo & Crivelaro, 2002), sen<strong>do</strong>mais um caso de introdução sem êxito (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004).282Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça convexa longitudinalmente, regiões gástrica e cardíaca elevadas, superfíciecom granulação dispersa. No centro da região branquial, na altura <strong>do</strong> último denteanterolateral, mancha arre<strong>do</strong>ndada com colori<strong>do</strong> mais claro que o restante da carapaça.Margem anterolateral com 9 dentes, incluí<strong>do</strong>s o orbital externo e o <strong>do</strong> ângulo lateral dacarapaça. Dentes anterolaterais recurva<strong>do</strong>s para a frente e espiniformes. Dente <strong>do</strong> ângulolateral igual a to<strong>do</strong>s os demais. Região frontal com quatro lóbulos bem desenvolvi<strong>do</strong>s,medianos mais longos <strong>do</strong> que os laterais. Órbitas largas, olhos pequenos e grossos. Margeminfraorbital reta com forte espinho externo. Quelípo<strong>do</strong> extremamente robusto e liso, semgranulação, com exceção <strong>do</strong> carpo, finamente granula<strong>do</strong>. Própo<strong>do</strong> volumoso, com forteespinho recurva<strong>do</strong> na margem superior proximal, junto à articulação com o carpo, <strong>do</strong>isespinhos menores e paralelos na margem superior distal, junto à articulação com o dátilo,além de outros menos desenvolvi<strong>do</strong>s na face interna, na altura da bifurcação <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s fixoe móvel (Melo, 1983).Lu g a r d e o r i g e mIn<strong>do</strong>-Pacífico.Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico e Brasil.Ec o l o g i aHa b i t a tSubstrato inconsolida<strong>do</strong>. Vive em regiões estuarinas e em manguezais (Motoh, 1979).Prefere salinidades inferiores a 20 ppt e é considera<strong>do</strong> adequa<strong>do</strong> para a aquicultura (Babu,1998).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimento indireto).A temperatura ideal para o desenvolvimento da larva é entre 25 e 30 graus, aumentan<strong>do</strong>a velocidade de desenvolvimento com a temperatura (Wu, 2002), salinidade 30 ppt esedimento fino, como areia e lo<strong>do</strong>, facilitan<strong>do</strong> os animais se enterrarem (Wu, 1998). Emestu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s em uma planície de maré australiana verificou-se que os jovens (20a 99mm de comprimento da carapaça) ocorreram na zona de manguezal, sobreviven<strong>do</strong>durante a maré baixa. A maioria <strong>do</strong>s caranguejos sub-adultos (100 a 149mm) migrarampara a zona entre-marés para se alimentar na maré alta e retornaram na maré baixa.Adultos (a partir de 15mm) permaneceram no infralitoral raramente sen<strong>do</strong> captura<strong>do</strong>s naregião entre-marés durante a maré alta (Hill et al., 1982).<strong>Ambiente</strong> Marinho 283


Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oEsta espécie é bastante agressiva e essencialmente carnívora, poden<strong>do</strong> atingir maisde 2kg (Motoh, 1979).Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho costeiro e substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Peruíbe (SP).Da t a: 1983.Fo n t e : Melo (1983).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Peruíbe (SP).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNo mun<strong>do</strong>: Pode ocorrer competição com caranguejos nativos, bem como seus nichos.(Overton & Macintosh, 1997). A fase larval planctônica prolongada, sugere alto potencialde dispersão e a possibilidade de um alto fluxo gênico entre populações ao menos em umamesoescala geográfica (dezenas de centenas de quilômetros) (Fratini & Vannini, 2002).Scylla serrata possui cirripédios simbiontes – Octolasmis cor – viven<strong>do</strong> em suas brânquias,aumentan<strong>do</strong> o potencial de importação de espécies exóticas (Jeffries et al., 1995).No Brasil: Desconheci<strong>do</strong>s.284Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oNo m u n d o : S. serrata é comumente afetada por WSSV “White Spot Syndrome Virus”em cultivo (Shi et al., 2000).No Br a s i l: Desconhecida.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 285


Ta l i e p u s d e n t a t u s (H. Mi l n e Ed w a r d s , 1834)Foto: Paola Lupianhes Dall’Occo / Jasar CirelliReino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: DecapodaFamília: MajidaeGênero: TaliepusEspécies: T. dentatusSinonímia: Cancer xaiva Molina, 1782:206.Epialtus dentatus Milne-Edwards, 1834:345; Bell, 1836:62; Nicolet,1849:131; Cunningham, 1871:491; Targioni Tozzetti, 1877:18;Miers, 1881:66; Aurivillius, 1889, 42; lenz, 11902:756.Inachus mitis Poeppig, 1836: 141; Nicolet, 1849:125.Epialtus (Taliepus) dentatus Milne Edwards, 1878:138.Epialthus (Antilibinia) dentatus Milne Edwards, 1879: 650; Rathbun,1894:69.Nome popularCaranguejoIdiomaPortuguêsForma biológica:Caranguejo; crustáceo.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEsta espécie possui apenas um único registro no Brasil, sen<strong>do</strong> mais um caso deintrodução sem êxito (Tavares & Men<strong>do</strong>nça Jr., 2004). É provável que tenha si<strong>do</strong> veiculadaatravés de navios lastrea<strong>do</strong>s (Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr., 2004) com água captada em portos<strong>do</strong> Pacífico leste.286Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCarapaça sub-orbicular, bastante convexa em ambas as direções, densamentepontuada;4 dentes anterolaterais, os três primeiros agu<strong>do</strong>s, último tuberculiforme. Regiãogástrica com 2 tubérculos na parte anterior. Rostro bífi<strong>do</strong> na extremidade, margens fortementeconvergentes. Antenas não ultrapassan<strong>do</strong> o rostro. Quelípo<strong>do</strong>s mais curtos <strong>do</strong> que o primeiropereópode. Mero com tubérculos ou fortes espinhos na face superior proximal, 1 ou 2tubérculos menores na face inferior. Carpo com forte espinho interno. Patas ambulatóriascom dátilo espinula<strong>do</strong> na face inferior. Macho com quinto somito ab<strong>do</strong>minal mais longo queo sexto (Melo, 1996).Lu g a r d e o r i g e mPacífico oriental.Distribuição g e o g r á f i c aPacífico oriental. Chile e Peru (nativa) e Brasil.Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie que vive em buracos nas rochas e também em fun<strong>do</strong>s de algas. Em profundidadesde até 15m, excepcionalmente até 60m (Melo, 1996). Já foi encontra<strong>do</strong> em fendas de rochasem mar profun<strong>do</strong> (Rathbun, 1925).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada com formação de larvas planctônicas (desenvolvimentoindireto).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDesconheci<strong>do</strong>s.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho costeiro e substratos inconsolida<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 287


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Angra <strong>do</strong>s Reis - RJ.Da t a: 1996.Fo n t e : Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr. (2004).Me i o s s e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro (RJ).Co n t a t o s : Marcos Tavares – mdst@usp.br; Gustavo Melo – gasmelo@usp.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sNo mun<strong>do</strong>: A predação de T. dentatus pode afetar o tamanho da colônia e a abundânciade Membranipora (Bryozoa) (Mariquez & Cancino, 1991).No Brasil: desconheci<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.288Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 289


ARTHROPODA - ISOPODASp h a e r o m a s e r r a t u m (Fabricius, 1787)Reino: AnimaliaFilo: ArthropodaClasse: MalacostracaOrdem: IsopodaFamília: SphaeromatidaeGênro: SphaeromaEspécie: S. serratumSinonímia: Oniscus serratum Fabricius, 1787:242.Cymothoa serratum.Sphaeroma serrata Fabricius, 1787.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Crustáceo; isopoda.Situação Populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oPrimeiro registro de ocorrência em 2001, no Rio de Janeiro (RJ).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCorpo oval, extremidade frontal com pequena projeção mediana entre os olhos.Pereonitos similares, exceto o primeiro, mais compri<strong>do</strong> <strong>do</strong> que os demais; epímeros visíveis<strong>do</strong>rsalmente. Própo<strong>do</strong> <strong>do</strong> pereópo<strong>do</strong> 1 com espinho ínfero-distal robusto, franjea<strong>do</strong>; espinhorostro-distal serrilha<strong>do</strong>, próximo a este uma fileira transversa de 6-10 cerdas longas eplumosas. Pênis constituí<strong>do</strong> de <strong>do</strong>is ramos pequenos, sub-triangulares, projeta<strong>do</strong>s para trás.Ramos uropodais robustos, ultrapassan<strong>do</strong> a margem posterior <strong>do</strong> pleotelso; quatro a setedentes mais ou menos salientes na margem externa <strong>do</strong> exopodito. Margem <strong>do</strong> exopodito<strong>do</strong> urópo<strong>do</strong> da fêmea mais irregularmente serrilhada que a <strong>do</strong> macho. Ápice da margemposterior <strong>do</strong> pleotelso arre<strong>do</strong>ndada no macho. Flagelo da antena da fêmea com cerdasmenos abundantes e menores que nos machos. Fêmeas menores que os machos (Pereira etal., 2001).290Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Lu g a r d e o r i g e mPrimeiro registro para a costa atlântica da Europa.Distribuição g e o g r á f i c aCosmopolita.Ec o l o g i aHa b i t a tEncontra<strong>do</strong>s nos costões rochosos na maré baixa, sob pedras, em fendas das rochas, ou nofital. Na maré alta, nadam na água que circunda o costão ou se protegem dentro da carapaça vazia decirrípedes (Pereira et al., 2001). Possuem distribuição bem definida na franja médio-litoral. Ocorrem emcostões rochosos de áreas impactadas por esgoto <strong>do</strong>méstico e industrial, suportan<strong>do</strong> baixíssimo teor deoxigênio (Neto et al., 2000).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. Em estu<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong> no Rio de Janeiro verificou-se que fêmeasovígeras são encontradas em todas as estações <strong>do</strong> ano com maior freqüência no verão einverno. As maiores freqüências de fêmeas ovadas foram encontradas nos comprimentos5mm e 6mm. (Pereira et al., 2002). Fêmeas são capazes de produzir duas ninhadas (Kittlein,1991), a primeira quan<strong>do</strong> tem cerca de um ano de vida e uma outra no ano seguinte (Raimond& Juchault, 1983). Não possui estágios planctônicos larvais, são libera<strong>do</strong>s diretamente napopulação parental (Kittlein, 1991). Desenvolvimento direto; desenvolvimento embrionáriopossui 8 estágios (Pereira et al., 2002).Ta x a d e n a t a l i d a d e e m o r t a l i d a d ePereira et al., (2000) em estu<strong>do</strong>s na Baía da Guanabara estimou a expectativa devida de Sphaeroma serratum em 7,1 meses (machos) e 8,3 meses (fêmeas) e a taxade mortalidade total (Z), foi de 12,81 (machos) e 7,18 (fêmeas), o que representa umamortalidade de machos e fêmeas, respectivamente de 99,99% e 99,92%.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oOnívoro.Am b i e n t e p r e f e r e n c i a l p a r a i n v a s ã oMarinho. Em incrustações naturais (fouling) ou entre algas (fital).Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 291


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Baia de Guanabara (RJ).Da t a: 2001.Fo n t e : Pereira et al., 2001.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação.Atuais: Sem comprovacão.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Baia de Guanabara (RJ).Co n t a t o: Pereira, V.F.G.C.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.292Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oNão existem diretrizes internacionais para prevenção da introdução através debioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 293


ECTOPROCTA – GYMNOLAEMATABu g u l a d e n t a t a (La m o u r o u x , 1816)Foto: Laís RamalhoReino: AnimaliaFilo: EctoproctaClasse: GymnolaemataOrdem: CheilostomatidaFamília: BugulidaeGênero: BugulaEspécies: B. dentataSinonímia: Acamarchis dentata Lamouroux, 1816:135.Bugula dentata Busk, 1952:46; Busk, 1854: 189; Calvet, 1931: 63;Ryland, 1974:343; Ryland & Hayward, 1992: 232.Fonte: Ramalho, 2006.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Zooide; colônia arborescente.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEssa espécie foi encontrada pela primeira vez em 2000, em Arraial <strong>do</strong> Cabo (Rio deJaneiro e foi classificada como introduzida por Ramalho (2006) de acor<strong>do</strong> com os critérioselabora<strong>do</strong>s por Chapman e Carlton (1991). Pode ser encontrada em substratos artificiais,principalmente em ambientes portuários, possui distribuição restrita quan<strong>do</strong> comparada àsnativas e uma distribuição mundial ampla, porém disjunta em regiões temperadas e tropicais(Ramalho, 2006).294Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sColônias espiraladas, bisseriais, verdes ou verde-azuladas, zoóides com espinhosverdadeiros, <strong>do</strong>is ou três externos e um interno (2-3:1); ovicélulas levemente mais amplasque longas, alcançan<strong>do</strong> ponto de inserção da aviculária <strong>do</strong> autozoóide distal, fechadas poruma membrana quitinizada; aviculárias inseridas na região proximal <strong>do</strong> autozoóide, nomesmo nível, levemente abaixo da base da membrana frontal; ancéstrula com <strong>do</strong>is a trêsespinhos externos e <strong>do</strong>is internos distalmente e um externo e um interno na borda proximalda opésia (Ramalho, 2006).Lu g a r d e o r i g e mDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c aOceano Atlântico (Ilha da Madeira, Cabo Verde, África <strong>do</strong> Sul e Brasil), Mediterrâneo(Baía de Cadiz), Pacífico Oeste (Mar de Celébes), In<strong>do</strong>-Pacífico Oeste (Nova Zelândia,Austrália, Nova Guiné e Japão). Espécie considerada introduzida no Brasil (Ramalho, 2006).Ec o l o g i aHa b i t a tEsta espécie se fixa diretamente sobre rochas, pilares de concreto e cascos de navios(Ramalho, 2006).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oOs briozoários apresentam reprodução sexuada, são animais hermafroditas, comfecundação interna ou externa, mas que geralmente ocorre entre indivíduos de colôniasdiferentes. Há formação de uma larva planctônica que, após algumas horas ou dias, se fixaao suporte, forman<strong>do</strong> um novo indivíduo, que por brotamento (reprodução assexuada),originará uma nova colônia (Ramalho, 2006).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho oceânico, estuarino e substrato consolida<strong>do</strong> natural (costõesrochosos) ou artificial.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 295


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Arraial <strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro.Da t a: 2000.Fo n t e : Ramalho, 2006.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas; incrustação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro (Vieira et al., 2008), Arraial <strong>do</strong>Cabo (RJ) (Ramalho et al., 2005; Ramalho, 2006).Co n t a t o: Laís V. Ramalho - laiscanabarro@yahoo.com.br; Leandro M. Vieira -leandromanzoni@hotmail.comUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.296Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Desconheci<strong>do</strong>s. Não há diretrizes internacionais para prevençãoda introdução através de bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 297


Hi p p o p o d i n a viriosa Ti l b r o o k , 1999Foto: Laís RamalhoReino: AnimaliaFilo: EctoproctaClasse: GymnolaemataOrdem: CheilostomatidaFamília: HippopodinnidaeGênero: HippopodinaEspécie: H. viriosaSinonímia: Hippopodina viriosa Tilbrook, 1999: 455; Tilbrook et al, 2001: 90Fonte: Ramalho, 2006.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Zooide; colônia incrustante.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEssa espécie foi encontrada pela primeira vez em 2003, em Arraial <strong>do</strong> Cabo (Rio deJaneiro e foi classificada como introduzida por Ramalho (2006) de acor<strong>do</strong> com os critérioselabora<strong>do</strong>s por Chapman e Carlton (1991). Pode ser encontrada em substratos artificiais,principalmente em ambientes portuários, possui distribuição restrita quan<strong>do</strong> comparada àsnativas e uma distribuição mundial ampla, sen<strong>do</strong> conhecida <strong>do</strong> Pacífico (Ramalho, 2006).298Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sParede frontal com numerosos poros de tamanho médio; borda proximal <strong>do</strong> orifício retaou levemente côncava; uma ou duas aviculárias distais ao orifício, rostro curto e levanta<strong>do</strong>distalmente, mandíbula triangular, curta, com a ponta em forma de gancho voltada paracima e para dentro (ou podem estar ausentes); aviculária dirigida para cima em autozoóidesovicela<strong>do</strong>s. Ovicélulas grandes, perfuradas, fechadas pelo opérculo zooidal (Ramalho,2006).Lu g a r d e o r i g e mDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c aOceano Pacífico (Austrália; de Vanuatu a Singapura; e Colômbia), Índico (Índia).Espécie considerada introduzida no Brasil (Ramalho, 2006).Ec o l o g i aHa b i t a tEsta espécie se fixa diretamente sobre rochas, pilares de concreto e cascos de navios(Ramalho, 2006).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /s c o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oOs briozoários apresentam reprodução sexuada, são animais hermafroditas, comfecundação interna ou externa, mas que geralmente ocorre entre indivíduos de colôniasdiferentes. Há formação de uma larva planctônica que, após algumas horas ou dias, se fixaao suporte, forman<strong>do</strong> um novo indivíduo, que por brotamento (reprodução assexuada),originará uma nova colônia (Ramalho, 2006).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho oceânico. Estuarino. Substrato consolida<strong>do</strong> natural (costões rochosos) ouartificial.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconheci<strong>do</strong>.<strong>Ambiente</strong> Marinho 299


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Arraial <strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro.Da t a: 2003.Fo n t e : Ramalho, 2006.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas; incrustação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ) (Ramalho, 2006).Co n t a t o: Laís V. Ramalho - laiscanabarro@yahoo.com.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.300Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Desconheci<strong>do</strong>s. Não há diretrizes internacionais para prevençãoda introdução através de bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 301


Sc h i z o p o r e l l a e r r a t a (Wa t e r s, 1878)Foto: Laís RamalhoReino: AnimaliaFilo: EctoproctaClasse: GymnolaemataOrdem: CheilostomatidaFamília: SchizoporellidaeGênero: SchizoporellaEspécie: S. errataSinonímia: Lepralia errata Waters, 1878: 11.Schizoporella violacea (Canu & Bassler, 1930), Pouyet, 1971: 185.Schizoporella unicornis Marcus, 1940: 237 e Marcus, 1937, 1941.non: S. unicornis Johnson, 1847.Schizoporella errata Gautier, 1962: 149; Ryland, 1965: 64; Cook,1968: 191; Hayward & Ryland, 1979: 170; Zabala, 1986: 488; Gor<strong>do</strong>n& Mawatari, 1992: 31; Tilbrook et al., 2001: 80; Hayward & McKinney,2002: 67.Fonte: Ramalho, 2006.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Zooide; colônia incrustante.Situação Populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEssa espécie foi reportada pela primeira vez em 1937 no Rio de Janeiro e recentementefoi classificada como introduzida de acor<strong>do</strong> com os critérios elabora<strong>do</strong>s por Chapman eCarlton (1991). Pode ser encontrada em substratos artificiais, principalmente em ambientesportuários, e aparece em associação com outras espécies introduzidas (Ramalho, 2006).302Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sColônias incrustantes, às vezes eretas, marrom no centro e alaranja<strong>do</strong> nas bordas decrescimento; orifício com sinus em forma de U, aviculária ausente ou simples e localizadaao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> orifício; escu<strong>do</strong> frontal com grandes poros; ovicélulas com pequenos poros;ancéstrula com quatro pares de espinhos orais, parede sem poros e com opérculo maior <strong>do</strong>que os autozoóides subsequentes (Ramalho, 2006).Lu g a r d e o r i g e mMar Mediterrâneo (Hewitt et al. 2004; Bishop Museum 2002).Distribuição g e o g r á f i c aEspécie cosmopolita encontrada no Atlântico Leste e Oeste, Pacífico Oeste, MarMediterrâneo e Mar Vermelho (Hayward & Ryland, 1979; Tilbrook et al., 2001; Ramalho,2006).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie normalmente encontrada nos portos e nas águas rasas de baías sobresubstratos duros (píeres, cascos), fios de nylon ou sobre outros oganismos (Bishop Museum,2002; Ramalho, 2006). No Brasil, ocorre até 6m de profundidade incrusta<strong>do</strong>s em rochas epíeres (Ramalho, 2006).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oOs briozoários apresentam reprodução sexuada, são animais hermafroditas, comfecundação interna ou externa, mas que geralmente ocorre entre indivíduos de colôniasdiferentes. Há formação de uma larva planctônica que, após algumas horas ou dias, se fixaao suporte, forman<strong>do</strong> um novo indivíduo, que por brotamento (reprodução assexuada),originará uma nova colônia (Ramalho, 2006).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho oceânico, estuarino e substrato consolida<strong>do</strong> natural (costõesrochosos) ou artificial.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 303


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio de Janeiro.Da t a: 1937.Fo n t e : Marcus, 1937.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas; incrustação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : São Paulo (Vieira et al., 2008); Baía de Sepetiba, Arraial <strong>do</strong> Cabo e Macaé (RJ)(Ramalho, 2006).Co n t a t o s : Laís V. Ramalho - laiscanabarro@yahoo.com.br; Leandro M. Vieira -leandromanzoni@hotmail.comUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.304Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Desconheci<strong>do</strong>s. Não há diretrizes internacionais para prevençãoda introdução através de bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 305


Sc r u p o c e l l a r i a d i a d e m a Bu s k, 1852Foto: Laís RamalhoReino: AnimaliaFilo: EctoproctaClasse: GymnolaemataOrdem: CheilostomataFamília: ScrupocellariidaeGênero: ScrupocellariaEspécie: S. diademaSinonímia:Scrupocellaria diadema Busk, 1852: 24; Harmer, 1926:375; Canu &Bassler, 1929: 211; Hasting, 1932: 410; Prenant & Bobin, 1966: 419;Ryland & Hayward, 1992: 236; Liu et al., 2001: 492. Fonte: Ramalho,2006.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Zoóide; colônia arborescente.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oColônias desta espécie foram, inicialmente, encontradas aderidas ao cascode um navio localiza<strong>do</strong> na Bacia de Campos (Macaé-RJ) no dia 05 de maio de 2002 e,posteriormente, foram coletadas no Porto <strong>do</strong> Forno, em Arraial <strong>do</strong> Cabo (RJ) no dia 07 deagosto de 2003. As colônias, que foram coletadas sobre o substrato artificial em Arraial,foram encontradas em um único ponto e estavam se reproduzin<strong>do</strong>. Coletas realizadas em20 de agosto de 2004 detectaram novas colônias de S. diadema no cais da pesca, no Porto<strong>do</strong> Forno em profundidades de zero a três metros. Elas podem estar sen<strong>do</strong> transportadaspor meio de correntes dentro da enseada <strong>do</strong>s Anjos e/ou pelos cascos das embarcações quetransitam dentro da enseada. Outros locais onde esta espécie foi encontrada: restauranteflutuante (30/09/2003) e sobre rochas (14/11/2002) próximo <strong>do</strong> restaurante na Praia <strong>do</strong>306Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Forno. No cais da pesca as quantidades não foram grandes, contu<strong>do</strong> no restaurante flutuanteas colônias estavam férteis, eram bem desenvolvidas e em grandes quantidades (Laís V.Ramalho, comunicação pessoal).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sColônias de 0,5 a 2 cm de altura, arborescentes, forman<strong>do</strong> pequenos e robustos tufosbrancos a beges. Presença de 3 espinhos externos e <strong>do</strong>is internos, longos, sen<strong>do</strong> o maisproximal bifurca<strong>do</strong>. Forma <strong>do</strong> escu<strong>do</strong> variada, de um simples espinho linear a um espinhoespatula<strong>do</strong> na região final, não furca<strong>do</strong> e nem tão loba<strong>do</strong> que cubra a opésia. Ovicélulashiperestomiais, com poros tubulares de diferentes tamanhos. Aviculárias frontais pequenase gigantes. Uma vibrácula axial. Câmara vibracular alongada com fenda aproximadamenteoblíqua e cerdas longas (Ramalho, 2006).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária da In<strong>do</strong>-Pacífico (Ramalho & Muricy, 2004).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico (Madras, Ceylon), Pacífico (Sul <strong>do</strong> Japão, Malásia até Quesland) e Brasil.Esta espécie é reportada como introduzida no litoral brasileiro (Ramalho & Muricy, 2004,Ramalho, 2006).Ec o l o g i aHa b i t a tOrganismo séssil encontra<strong>do</strong> em substrato consolida<strong>do</strong>, viven<strong>do</strong> fixo a rochas, estacas,conchas, algas e mesmo outros animais (Ramalho, 2006; http://nephi.unice.fr/Medifaune/HTM/mf.htm).Ab u n d â n c i aEncontrada no Porto de Arraial <strong>do</strong> Cabo e na Praia <strong>do</strong> Forno, em altas densidades e emperío<strong>do</strong> de reprodução (Laís V. Ramalho, comunicação pessoal).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oOs briozoários apresentam reprodução sexuada, são animais hermafroditas, comfecundação interna ou externa, mas que geralmente ocorre entre indivíduos de colôniasdiferentes. Há formação de uma larva planctônica que, após algumas horas ou dias, se fixaao suporte, forman<strong>do</strong> um novo indivíduo, que por brotamento (reprodução assexuada),originará uma nova colônia. Esta espécie apresenta fases larvais planctônicas poden<strong>do</strong> oprocesso de dispersão natural se dar através de correntes (Ramalho, 2006).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.<strong>Ambiente</strong> Marinho 307


Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho oceânico, estuarino e substrato consolida<strong>do</strong> natural ou artificial.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Bacia de Campos – RJ.Da t a: 2002.Fo n t e : Ramalho, 2006.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Sem comprovação.Atuais: Navegação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas; aquiculturaAtuais: Incrustação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Arraial <strong>do</strong> Cabo, Atafona, Macaé (RJ) (Ramalho, 2006), Baía de Sepetiba(Luciana Muguet Julio, comunicação pessoal) e Baía da Ilha Grande (RJ) (Ignácio, 2008).Co n t a t o: Laís V. Ramalho - laiscanabarro@yahoo.com.br; Luciana Muguet Juliolucianamuguet@gmail.comUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.308Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oNão há diretrizes internacionais para prevenção da introdução através debioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 309


CHORDATA - ASCIDIACEAAscidia s y d n e i e n s i s St i m p s o n , 1855Foto: Rosana RochaReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AscidiaceaOrdem: EnterogonaFamília: AscidiidaeGênero: AscidiaEspécie: A. sydneiensisSinonímia: Phallusia sydneiensis Hartmeyer, 1909: 1405.Ascidia canaliculata Heller, 1878: 2. Sluiter, 1885: 196; 1898a: 41.Herdman, 1891: 593. Hartmeyer, 1911: 576. Michaelsen,1918: 59.Phallusia canaliculata Hartmeyer, 1909: 1401.Ascidia rudis Schmeltz: 1879: 89.Ascidia pyriformis Herdman, 1882: 219; 1899: 15.Phallusia pyriformis Traustedt, 1885: 15. Hartmeyer, 1909: 1403.Phallusia longitubis Trausted, 1882: 277,283; 1885: 16.Traustedt andWeltner, 1894: 10. Sluiter, 1898b: 8. Herdman,1899: 594. Hartmeyer,1909: 1402.Ascidia limosa Sluiter, 1887: 257. Hastings, 1931: 81.Ascidia diplozoon Sluiter, 1887: 249.Ascidia divisa Sluiter, 1898a: 43; 1904: 30. Hartmeyer, 1906: 21.Tokioka, 1951b: 171.Ascidia bisulca Sluiter, 1904: 43. ( NOT : Millar, 1975: 269 ?). Fonte:Kott, 1985.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.310Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Forma biológica: Ascídia solitária.Situação populacional: Estabelecida.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEspécie introduzida, possivelmente, via incrustação em cascos de navios. Rocha &Kremer (2005) foram as primeiras a citarem esta espécie como introduzida no litoral brasileiro.Contu<strong>do</strong>, outros trabalhos, anteriores a este, já registravam esta espécie para o Brasil:Bjornberg, (1956), Millar (1958) e Rodrigues (1962) para o litoral de São Paulo; Rodrigues(1962) para Santa Catarina e Rocha & Nasser (1998) para o Paraná. Recentemente, foiregistrada para o Rio de Janeiro (Rocha & Costa, 2005).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCorpo alonga<strong>do</strong>, achata<strong>do</strong> lateralmente, adultos com 3 a 7 cm de comprimento, sifõescomumente longos, o branquial terminal e o atrial situa<strong>do</strong> na porção mediana <strong>do</strong> corpo.Túnica transparente esbranquiçada ou amarelada, às vezes com incrustações. Parede <strong>do</strong>corpo incolor. Musculatura forman<strong>do</strong> anéis níti<strong>do</strong>s ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s sifões, quase ausente nola<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo e, no la<strong>do</strong> direito, constituída de faixas horizontais curtas, paralelas,localizadas junto às margens, deixan<strong>do</strong> a porção central nua. Tentáculos orais filiformes,numerosos e de diversos tamanhos. Intestino forman<strong>do</strong> uma bolsa na região subterminal,frequentemente muito dilatada. Gônadas no la<strong>do</strong> interno da alça intestinal (Rodrigues et al.,1998).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico.Distribuição g e o g r á f i c aEsta espécie possui distribuição pantropical, sen<strong>do</strong> encontrada em áreas temperadasquentes (Rodrigues et al., 1998).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie geralmente encontrada em fendas de costões rochosos expostos e em paredesrochosas. Esta espécie vive em águas rasas e quentes em profundidades de aproximadamente0,5 metro sobre qualquer substrato consolida<strong>do</strong> disponível como corais mortos, piers, cascosde navios ou flutua<strong>do</strong>res, sen<strong>do</strong> facilmente encontrada em regiões portuárias e baías.Ab u n d â n c i aEspécie rara.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 311


Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. Espécie hermafrodita com fertilização externa. A espécieapresenta fases larvais planctônicas, poden<strong>do</strong> o processo de dispersão natural se dar atravésde correntes.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho costeiro e substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais, principalmenteem regiões portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : São Paulo.Da t a: 1956.Fo n t e : Bjornberg, 1956.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro à Santa Catarina (Rosana M. Rocha, comunicação pessoal).Co n t a t o: Rosana Rocha – rmrocha@ufpr.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sImpacto ecológico ainda não estuda<strong>do</strong>, mas possivelmente esta espécie compete comoutras por espaço.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no Brasil e no mun<strong>do</strong>.312Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no Brasil e no mun<strong>do</strong>.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no Brasil e no mun<strong>do</strong>.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oNão existem diretrizes internacionais para prevenção da introdução através debioincrustação.Em â m b i t o m u n d i a l : Deve-se seguir regulamentação que rege a importação deorganismos para maricultura (quarentena).Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 313


Bo s t r i c o b r a n c h u s d i g o n a s Ab b o t t, 1951Foto: Rosana RochaReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AscidiaceaOrdem: PleurogonaFamília: MolgulidaeGênero: BostricobranchusEspécie: B. digonasSinonímia: Não disponível.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Ascídia solitária.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oEm agosto <strong>do</strong> ano 2000, indivíduos desta espécie foram coleta<strong>do</strong>s na Ilha Cotinga, Baíade Paranaguá, Paraná. Nesta baía se localiza um importante porto para navios petroleiroso que sugere uma recente introdução desta espécie via sedimentos que estão localiza<strong>do</strong>sno fun<strong>do</strong> de tanques de água de lastro. Contu<strong>do</strong>, estu<strong>do</strong>s posteriores (novembro de 2000 efevereiro de 2001) feitos nesta mesma região e em outras regiões da baía, não encontrarammais indivíduos desta espécie (Rocha, 2002).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAnimais circulares com diâmetro máximo <strong>do</strong> corpo de 22 mm excluin<strong>do</strong> os sifões.Túnica fina, completamente transparente e gelatinosa com uma fina camada de sedimento nasuperfície, exceto nos sifões e na parte superior <strong>do</strong> corpo. Sifões são longos e muito próximos,não existin<strong>do</strong> depressões ou ranhuras na base. A parede <strong>do</strong> corpo é transparente. Músculoscirculares se apresentam desde o início até a base <strong>do</strong>s sifões e os músculos longitudinais314Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


se estendem ligeiramente além <strong>do</strong>s últimos circulares. Tentáculos orais possuem uma baselarga forman<strong>do</strong> uma membrana de onde outros ramos aparecem em cada la<strong>do</strong>. Existemde 14 a 23 tentáculos de 4 tamanhos diferentes, não correlaciona<strong>do</strong>s com o tamanho <strong>do</strong>animal. Os sacos branquiais não possuem <strong>do</strong>bras, mas contém oito vasos longitudinais nola<strong>do</strong> direito e sete no la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> (pequenos animais possuem sete vasos em ambos osla<strong>do</strong>s). Cinco vasos transversais estão presentes em cada la<strong>do</strong>.A descrição <strong>do</strong>s espécimes encontra<strong>do</strong>s na Baía de Paranaguá é muito semelhante adescrição feita por Abbott (1951), exceto por nenhum <strong>do</strong>s exemplares apresentarem sifõescontraí<strong>do</strong>s e os maiores animais possuírem oito, em vez de sete, vasos longitudinais no la<strong>do</strong>direito <strong>do</strong> saco branquial (Rocha, 2002).Lu g a r d e o r i g e mEsta espécie é originária da Flórida, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (Rocha, 2002).Distribuição g e o g r á f i c aEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (Flórida) e Brasil. Esta espécie é reportada como introduzida no litoralbrasileiro (Rocha, 2002).Ec o l o g i aHa b i t a tEspécie encontrada em ambiente estuarinos (Rocha, 2002).Ab u n d â n c i aNa Baía de Paranaguá pequenos indivíduos de 3-4 mm foram encontra<strong>do</strong>s juntos arestos de filamentos orgânicos, indican<strong>do</strong> que ocorreu reprodução. As amostras possuíamalta densidade de organismos com grande variedade de tamanhos (Rocha, 2002). No localde origem forma uma faixa na praia de 20cm por 100m com milhares de indivíduos (Abbott,1951).Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aDesconheci<strong>do</strong>s.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada e desenvolvimento indireto (larvas bentônicas). Esta espécieincuba suas larvas, sen<strong>do</strong> uma estratégia interessante já que juvenis podem chegar ao novoambiente dentro de indivíduos adultos (Rocha, 2002).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho costeiro, estuarino, substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais,principalmente regiões portuárias e substrato inconsolida<strong>do</strong>.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 315


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Ilha Cotinga, Baía de Paranaguá.Da t a: 2002.Fo n t e : Rocha, 2002.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro (sedimento no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> navio); incrustação;correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Paraná (Rocha, 2002).Co n t a t o: Rosana Rocha - rmrocha@ufpr.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.316Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Pr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l: Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos.Não existem diretrizes internacionais para prevenção da introdução através debioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 317


Ci o n a intestinalis (Li n n a e u s , 1767)Foto: Rosana RochaReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AscidiaceaOrdem: EnterogonaFamília: CionidaeGênero: CionaEspécie: C.intestinalisSinonímia: Tethyum sociabile Gunnerus, 1765: 99.Ciona sociabilis Hartmeyer, 1915a: 321; 1915: 254.Ascidia intestinalis Linnaeus, 1767: 1080. Cuvier, 1815:32. Couthou,1838: 111. Dekay, 1843: 259. Sars, 1851: 156; 1859: 64.Phallusia intestinalis Savigny, 1816: 107.Ascidia canina Mueller, 1776: 225.Ciona canin Kuppfer, 18775: 206. Traustedt,1880: 24.Dall, 1870: 225.Ciona ocellata Verrill, 1880: 251. McDonald, 1889: 858.Hartmeyer, 1903:301.Ascidia tenella Stimpson, 1852: 228; 1854: 20; 1860: 2.Binney: 24. ?Dall, 1870: 255.Ciona tenella Verrill, 1870: 99; 1872a: 6; 1872b: 214; 1873,vol.6:435,440; 1874, vol.7: 413,504; 1880, 25. Verrill and Smith, 1783: 698.Kingsley, 1901: 183. Whiteaves, 1901: 267. Hartmeyer, 1903: 301.Ascidia pulchella Alder, 1863: 157.Ciona indica Sluiter, 1904: 24 (part, specimen from station312).Ciona pulchella Alder and Hancock, 1907: 14. Hartmeyer, 1915a: 321.Ciona diaphanea Kestewen, 1909: 282. 285.Ciona robusta Hoshino and Tokioka, 1967: 275.Ciona gelatinosa Monniot, C., 1969b: 1133. Fonte: Kott, 1990.318Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Ascídia solitária.Situação Populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oExistem registros relativamente antigos da espécie para São Paulo (Millar, 1958) eRio de Janeiro (Costa, 1969), além <strong>do</strong> material deposita<strong>do</strong> na coleção de Ascidicea da UFPRproveniente <strong>do</strong> Paraná (Millar, 1958). No entanto, tanto em São Paulo como no Paraná estaespécie não foi mais encontrada. No Rio de Janeiro existe um registro mais recente (Simões,1981) para Urca e Ilha <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCorpo alonga<strong>do</strong> (6-8 cm), comprimi<strong>do</strong> lateralmente, geralmente aderi<strong>do</strong> ao substratopela parte posterior. Sifões curtos e apicais. Túnica incolor e gelatinosa. Parede <strong>do</strong> corpoamarelada em animais vivos com 5 a 7 faixas musculares longitudinais largas. Tentáculosorais simples e numerosos, tubérculo <strong>do</strong>rsal com abertura em C, lâmina <strong>do</strong>rsal transformadaem linguetas. Faringe sem pregas, com numerosos vasos transversais e longitudinais, compapilas longas e curvas no cruzamento entre eles. Ab<strong>do</strong>men situa<strong>do</strong> posteriormente à faringe,com estômago pequeno e plica<strong>do</strong>, alça intestinal pequena e reto longo. Ovário piriforme ouloba<strong>do</strong> dentro da alça intestinal, enquanto que o testículo é forma<strong>do</strong> por numerosos lobosglandulares espalha<strong>do</strong>s sobre o intestino (Van Name, 1945).Lu g a r d e o r i g e mHemisfério Norte (Rosana Rocha, comunicação pessoal).Distribuição g e o g r á f i c aAmplamente distribuida nos mares tempera<strong>do</strong>s <strong>do</strong> hemisfério norte, sen<strong>do</strong> introduzidano Chile, Africa <strong>do</strong> Sul, Nova Zelândia e Brasil (http://www.marlin.ac.uk/).Ec o l o g i aHa b i t a tAscídias simples encontradas em áreas muito rasas até 500m de profundidade sobrerochas, mas também em substratos artificiais como concreto e metal. Prefere ambientes debaixo hidrodinamismo, mas com algum fluxo de água. (http://www.marlin.ac.uk/).Ab u n d â n c i aEm substrato artificial pode ser encontrada em agrega<strong>do</strong>s muito densos (RosanaRocha, comunicação pessoal).<strong>Ambiente</strong> Marinho 319


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aCapaz de excretar apenas amônia (Markus & Lambert, 1983) o que impossibilitao animal a fechar-se durante muitas horas em condições de baixa salinidade, causan<strong>do</strong>morte.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada. Espécie hermafrodita. Fecundação externa. Ciclo reprodutivoanual prolonga<strong>do</strong>. Em águas rasas (0 - 8 m) e com salinidade reduzida (20) a espécie tendea ser semélpara. Óvulos possuem aproximadamente 160µm de diâmetro, possuem vitelo epodem ser liberadas individualmente ou em fitas mucosas (http://www.marlin.ac.uk/). Aslarvas lecitotróficas podem escapar das fitas e se dispersarem no plâncton (40 – 60% daslarvas) ou podem permanecer nas fitas até o assentamento. A dispersão é limitada (100 –1000 m) (http://www.marlin.ac.uk; Bolton & Havenhand, 1996).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívoro.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho costeiro e substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais,principalmente em regiões portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Santos (SP).Da t a: 1958.Fo n t e : Millar, 1958.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação; aquicultura; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Rio de Janeiro ao Paraná (Rosana Rocha, comunicação pessoal).Co n t a t o: Rosana Rocha - rmrocha@ufpr.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.320Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sImpactos ecológicos ainda não estuda<strong>do</strong>s, mas provavelmente esta espécie competecom outros organismos por espaço.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no BrasilPr e v e n ç ã oEm â m b i t o m u n d i a l : deve-se seguir regulamentação que rege a importação deorganismos para maricultura (quarentena). Não existem diretrizes internacionais paraprevenção da introdução através de bioincrustação.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 321


St y e l a p l i c a t a (Le s u e u r, 1823)Foto: Rosana RochaReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AscidiaceaOrdem: PleurogonaFamília: StyelidaeGênero: StyelaEspécie: S. plicataSinonímia: Ascidia plicata Lessueur, 1823: 5. De Kay, 1843: 259.Styela plicata Traustedt, 1883a: 123; 1883b: 478; 1885: 44. Huntsman,1912a: 149; 1913: 489, 497. Redicorzev, 1916: 197. Van Name, 1921:435; 1930: 492; 1945: 295. Michaelsen, 1918:36.Harant, 1927: 243;1927b: 7. Harant and Vernieres, 1933: 31. Kott, 1952: 216 and synonymy;1972b: 185; 1972c: 239; 1972d: 254; 1975: 13. Millar, 1966: 370.Tokioka, 1960: 213. Tokioka aed Nishikawa, 1975 338.Tethyum plicatum Hartmeyer, 1909-11: 1359,1630. Van Name, 1912:569.Styela gyrosa Heller, 1877: 255. Herdman, 1882: 155.Styela pinguis Herdman, 1899: 40. Fonte: Kott, 1985.Nome popular: Desconheci<strong>do</strong>.Forma biológica: Ascídia solitária.Situação Populacional: Invasora.322Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie foi introduzida há muito tempo (séc. XIX) e até hoje não é muito encontradaem substratos naturais, entretanto, é bastante comum em regiões portuárias, sobre estruturasartificiais, em cultivos de mexilhões e ostras poden<strong>do</strong> atingir altas densidades, competin<strong>do</strong>com os moluscos e aumentan<strong>do</strong> os gastos com limpeza. (Rosana Rocha, comunicaçãopessoal).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sAscídia simples com contorno geral <strong>do</strong> corpo muito variável, principalmente quan<strong>do</strong>vários indivíduos crescem agrupa<strong>do</strong>s. Os maiores exemplares podem alcançar 8 cm decomprimento. As aberturas <strong>do</strong>s sifoes são apicais e rodeadas por 4 protuberâncias. A túnicaé enrugada de coloração pálida, rosada ou esbranquiçada. A parede <strong>do</strong> corpo é semitransparente,com musculatura pouco visível. Apresenta tentáculos orais filiformes, cercade 35 - 40, de vários tamanhos. A faringe apresenta 4 pregas de cada la<strong>do</strong>. O estômagoapresenta 30-40 <strong>do</strong>bras longitudinais pouco nítidas. Varias gônadas hermafroditas assimdistribuidas: 2 - 3 <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, uma delas dentro da alça intestinal e 3 -7 <strong>do</strong> la<strong>do</strong>direito, com ovário alonga<strong>do</strong> e envolto pelas glândulas masculinas bastante ramificadas(Rodrigues et al. 1998).Lu g a r d e o r i g e mSua origem é desconhecida, mas talvez possa ter surgi<strong>do</strong> no Hemisfério Norte (Lambert2005).Distribuição g e o g r á f i c aAmplamente distribuída nos mares tropicais (Rodrigues et al., 1998) e registrada emáguas temperadas <strong>do</strong> Oceano Atlântico e <strong>do</strong> Mediterrâneo (Harant 1927; Harant e Vernières1933). Esta espécie é considerada introduzida nas Bermudas (Monniot & Monniot, 1983),Austrália (Kott 1985; Berents e Hutchings 2002, Wyatt et al. 2005), no sul da Califórnia(Lambert & Lambert 2003) e no Brasil (Rocha e Kremer, 2005).Ec o l o g i aHa b i t a tAscídias simples encontradas em áreas muito rasas até 30 m de profundidade sobrerochas. Nas localidades onde é registrada no Brasil é muito abundante sobre substratosartificiais como redes, cordas, boias de sinalização, pilares e paredes de concreto (RosanaRocha, comunicação pessoal).Ab u n d â n c i aEm substrato artificial pode ser encontrada em agrega<strong>do</strong>s muito densos (RosanaRocha, comunicação pessoal).<strong>Ambiente</strong> Marinho 323


Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aS. plicata é capaz de tolerar condições de hiper e hiposalinidade, indican<strong>do</strong> capacidadede tolerar condições sazonais de baixa salinidade em estuários (Sims, 1984). Esta espécieé capaz de produzir uréia em uma taxa de 40-50% <strong>do</strong> nitrogenio excreta<strong>do</strong> (Markus &Lambert, 1983) o que possibilita ao animal fechar-se durante muitas horas em condições debaixa salinidade.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oReprodução sexuada, com formação de larvas planctônicas lecitotróficas(desenvolvimento indireto).Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oSuspensívora.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã o<strong>Ambiente</strong> marinho costeiro, estuarino, substratos consolida<strong>do</strong>s naturais e artificiais,principalmente regiões portuárias.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mDesconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Não intencional.Lo c a l : Rio de Janeiro (RJ).Da t a: 1883.Fo n t e : Traustedt, 1883.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Navegação; aquicultura.Atuais: Sem comprovação.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Incrustação; aquicultura; correntes marinhas.Atuais: Sem comprovação.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLo c a l : Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina (Rosana Rocha,comunicação pessoal).Co n t a t o: Rosana Rocha - rmrocha@ufpr.brUs o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.324Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Im p a c t o sEc o l ó g i c o sImpactos ecológicos ainda não estuda<strong>do</strong>s, mas provavelmente esta espécie competecom outros organismos por espaço e alimento.Ec o n ô m i c o sNo Brasil, em cultivos de mexilhões e ostras esta espécie causa aumento de peso e deforça de arrasto das estuturas, crian<strong>do</strong> a necessidade de limpeza periódica das estruturas.Esta limpeza é realizada manualmente geran<strong>do</strong> altos custos. O tempo de emersão <strong>do</strong>scultivos necessário à limpeza também pode reduzir o crescimento <strong>do</strong>s moluscos (RosanaRocha, comunicação pessoal).Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oDesconhecida no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Pr e v e n ç ã oNão existem diretrizes internacionais para a prevenção da introdução de espéciesatravés de bioincrustação.Prevenção, controle e fiscalização de atividades de aquicultura.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Químico: Uso de tintas anti-incrustantes.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.<strong>Ambiente</strong> Marinho 325


Es t u d o s d e c a s o p o r s i t u a ç ã op o p u l a c i o n a lEs p é c i e i n v a s o r aCharybdis hellerii (A. Milne-Edwards, 1867)Histórico da introduçãoCharybdis hellerii é um siri nativo<strong>do</strong> oceano In<strong>do</strong>-Pacífico que, como outrosmigrantes lessepsianos, colonizou a parteleste <strong>do</strong> Mar Mediterrâneo através <strong>do</strong> Canalde Suez (Steinitz, 1929; Crosnier, 1962;Por, 1971). C. hellerii chegou ao Atlânticoocidental provavelmente a partir <strong>do</strong>Mediterrâneo oriental onde, na década de 80,a espécie já encontrava-se bem estabelecida(Campos & Türkay, 1989). Nesta época ocomércio marítimo entre Israel e a região <strong>do</strong>Caribe havia si<strong>do</strong> intensifica<strong>do</strong>. No Atlânticoos primeiros espécimens de C. hellerii foramencontra<strong>do</strong>s entre 1987 e 1988 em Cuba,Venezuela e Caribe Colombiano (Campos &Türkay, 1989; Gómez & Matínez-Iglesias,1990; Hernández & Bolaños, 1995; Bolañoset al., 1997). Alguns anos mais tarde C.hellerii já se encontrava na Flórida (1995) eno litoral brasileiro (1995) (Lemaitre, 1995;Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr., 1996; Cala<strong>do</strong>,1996; Carqueija & Gouvêa, 1996; Negreiros-Fransozo, 1996; Ferreira et al., 2001).Características biológicasDiversas características da biologiade C. hellerii favorecem a invasão de novasáreas (Dineen et alii, 2001): (1) a faselarval de 44 dias é relativamente longapropician<strong>do</strong> a dispersão; (2) o crescimentoe a maturação são rápi<strong>do</strong>s, ocorren<strong>do</strong> empouco menos de um ano, contribuin<strong>do</strong>para gerações mais curtas e promoven<strong>do</strong>o crescimento populacional mais rápi<strong>do</strong>;(3) a habilidade de estocar espermae produzir desovas múltiplas e de altafecundidade em sucessões rápidas favorecea expansão de populações funda<strong>do</strong>ras;(4) a dieta carnívora generalizada permitea exploração oportunística de recursosalimentares varia<strong>do</strong>s; (5) a capacidade deexplorar habitats diversos aumenta a chancede colonização; (6) o comportamentocríptico proporciona proteção visual contrapreda<strong>do</strong>res. Há evidências de que as fêmeasde C. hellerii alcançam a maturidade sexualprecocemente, com apenas 35 mm delargura da carapaça (Mantelatto & Garcia,2001). A maturidade sexual precoce pareceser uma outra característica da biologia deC. hellerii que favorece a invasão rápida denovas áreas. Em laboratório nós estimamosa fecundidade realizada de uma fêmea deC. hellerii com 59 mm de largura máximada carapaça em 47.000 larvas (zoé I).EstabelecimentoNo Brasil C. hellerii encontrasebem estabelecida, com populaçõesreprodutivamente ativas em diversos pontosao longo <strong>do</strong> litoral brasileiro (Rio Grande <strong>do</strong>Norte, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Riode Janeiro, São Paulo e Santa Catarina).Nas áreas em que ocorre naturalmente C.hellerii tem si<strong>do</strong> assinala<strong>do</strong> desde o entremarés até profundidades além <strong>do</strong>s 30metros. No In<strong>do</strong>-Pacífico C. hellerii ocorreem habitats tão diversos quanto recifesde coral, manguezais e costões rochosos(Udekem d’Acoz, 1999). Na costa brasileira apresença de C. hellerii tem si<strong>do</strong> mencionadaem baías e estuários. Estu<strong>do</strong>s recentesmostraram que na região de Ubatuba, SP,os portunídeos nativos ainda são maisabundantes <strong>do</strong> que C. hellerii (Fransozo etal., 1992; Mantelatto & Fransozo, 2000).Entretanto, a situação pode não ser a mesmaem outras regiões <strong>do</strong> Brasil. Carqueija(2000) estima que na Baía de To<strong>do</strong>s osSantos, BA, C. hellerii já é mais abundante<strong>do</strong> que Callinectes larvatus (Ordway, 1863).Na Península Malaia e em Cingapura C.hellerii ocorre com outras dezoito espéciesde siris <strong>do</strong> gênero Charybdis. Das dezenove326Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


espécies encontradas apenas Charybdisferiatus (Linnaeus, 1758) é comercializadapara consumo (Wee & Ng, 1995). No BrasilC. hellerii não é encontrada nos merca<strong>do</strong>s,sen<strong>do</strong> também desprezada pelas populaçõesribeirinhas. Carqueija (2002) comenta que arejeição de C. hellerii como alimento colocaa pressão <strong>do</strong> esforço de pesca unicamentesobre as espécies nativas.Risco potencialExiste um risco potencial de que C.hellerii torne-se um competi<strong>do</strong>r de espéciescomercialmente importantes de Callinectes.Embora pouco se saiba sobre o impacto deC. hellerii sobre as comunidades nativas, asconsequências ecológicas de sua introduçãoem habitats sensíveis como os recifescoralinos brasileiros poderiam ser graves(Tavares & Amouroux, 2003). Além <strong>do</strong> mais,C. hellerii é um hospedeiro potencial <strong>do</strong>vírus WSSV (White Spot Syndrome Virus),que ocorre naturalmente em Charybdisferiatus e Charybdis natator (Herbst, 1789),assim como em diversas outras espécies decaranguejos e em camarões (Royo et al.,1999).Es p é c i e e s t a b e l e c i d aMegabalanus coccopoma (Darwin,1854)Pelo fato de serem importantescomponentes da bioincrustação, oscirripédios estão amplamente distribuí<strong>do</strong>sno mun<strong>do</strong>. Na costa brasileira, os limites dedistribuição <strong>do</strong>s cirripédios são determina<strong>do</strong>sprincipalmente pela temperatura. Sãoencontradas espécies tropicais confinadasàs baixas latitudes, por serem maisestenotérmicas <strong>do</strong> que um menor númerode espécies, mais tolerantes ao resfriamentodas águas em direção ao sul. Na costanorte <strong>do</strong> Brasil, o empobrecimento dafauna de cirripédios deve-se provavelmenteà extinção de ecossistemas propícios aoestabelecimento desses crustáceos comoa alta sedimentação e baixas salinidades(Rocha, 1999).Na costa brasileira, a riqueza deespécies de cirripédios de águas rasas émaior em latitudes varian<strong>do</strong> entre 10° e24°S. Ainda em águas rasas, sabe-se que onúmero de espécies (17) classificadas comotropicais é bem superior àquele da zonasubtropical (5). Contu<strong>do</strong>, não há endemismodentre as espécies tropicais, enquantoque duas das cinco espécies subtropicaisArcoscalpellum boubalocerus Young, 1992e Litoscalpellum henriquecostai (Weber,1960) são endêmicas. Consideran<strong>do</strong>-seambas as zonas, tropical e subtropical,podem ser apontadas mais três espéciesendêmicas: Chthamalus bisinuatus Pilsbry,1916, Fistulobalanus citerosum (Henry,1974) e Megabalanus vesiculosus Darwin,1854 (Rocha, 1999). Entre as espéciesdistribuídas na costa brasileira muitas sãocosmopolitas e consideradas criptogênicascomo é o caso de Amphibalanus amphitriteDarwin, 1854, Amphibalanus improvisusDarwin, 1854, Balanus trigonus Darwin,1854, e Megabalanus tintinnabulum (L.1758). Dentre as espécies de Cirripediacomprovadamente introduzidas na costabrasileira (Apolinário, 2002), algumas sãointroduções recentes como Amphibalanusreticulatus (Utinomi, 1967) e Chironaamaryllis (Darwin, 1854) enquantoMegabalanus coccopoma (Darwin, 1854) éuma introdução mais antiga (provavelmenteda década de 1940).Distribuição da espécie nos locaisde origem e de introduçãoBalanídeos <strong>do</strong> gênero MegabalanusHoek, 1913 são amplamente distribuí<strong>do</strong>s nomun<strong>do</strong>. Megabalanus coccopoma (Darwin,1854) é uma espécie nativa da costa leste<strong>do</strong> Pacífico tropical da América Central e Sul(<strong>do</strong> Golfo de Guayaquil (Equa<strong>do</strong>r – Peru)ao Mazatlaú (México)) (Celis et al., 2007).<strong>Ambiente</strong> Marinho 327


Foi registrada também em San Diego,Califórnia, após um perío<strong>do</strong> de “El Niño”(1982-1983) quan<strong>do</strong> as águas apresentaramum marca<strong>do</strong> aumento de temperatura(Newman & McConnaughey, 1987). Estaespécie é considerada introduzida emvárias regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, como nas IlhasMaurício, Nova Caledônia, Bélgica, Brasil,México e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Foi introduzidano Brasil, provavelmente, entre os anos de1940 e 1970. Sua distribuição no Atlânticotem se expandi<strong>do</strong> nos últimos anos, sen<strong>do</strong>observa<strong>do</strong>s registros no Golfo <strong>do</strong> México em2002 (Celis, 2004) e mais recentemente aolongo da costa sudeste <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,da Flórida a Carolina <strong>do</strong> Norte (www.sms.si.edu).Existem estu<strong>do</strong>s em andamento paradeterminar se M. coccopoma e a espécieMegabalanus rosa (Pilsbry, 1916) são amesma espécie (Powers et al., 2006). Casoisto se comprove, tanto a distribuição nativaquanto a distribuição introduzida da espéciedeverão ser revisadas.Distribuição no Brasil e relaçõescom outras espécies <strong>do</strong> gêneroNo Brasil, ocorrem quatro espécies<strong>do</strong> gênero Megabalanus (Young, 1998;Apolinário, 2003). Megabalanus stultus(Darwin, 1854) e Megabalanus vesiculosus(Darwin, 1854) são espécies relativamenteraras e de distribuição restrita aoAtlântico Ocidental (Young, 1994, 1998).M. vesiculosus é considerada endêmicada nossa costa (Rocha, 1999), sen<strong>do</strong>encontrada, principalmente, nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sul e sudeste (Fábio Pitombo, comunicaçãopessoal). Farrapeira et al. (2007) citam,entretanto, a ocorrência desta espécie emcascos de navios no Porto de Recife, PE.Megabalanus tintinnabulum (Linnaeus,1758) é abundante e amplamente distribuídana costa tropical brasileira. Devi<strong>do</strong> a suadistribuição cosmopolita e origem incerta,esta espécie é considerada criptogênica nanossa costa. No Brasil, sua ocorrência foiregistrada pela primeira vez no início <strong>do</strong>século XX (Pilsbry, 1916).Finalmente, M. coccopoma éconsiderada uma espécie introduzida noBrasil, onde ocorre <strong>do</strong> Espírito Santo aoRio Grande <strong>do</strong> Sul (Young, 1994). Apesarde na costa brasileira apresentar comolimite norte de distribuição o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Espírito Santo, esta espécie foi encontradatambém nos pilares <strong>do</strong> terminal salineirode Areia Branca, Rio Grande <strong>do</strong> Nortee em embarcações no Porto de Recife,Pernambuco ( Silveira, 2005; Silveiraet al., 2006; Farrapeira et al, 2007). M.coccopoma teve seu primeiro registro paraa costa brasileira na Baía de Guanabara (Riode Janeiro), por volta de 1970 (Lacombe &Monteiro, 1974). Entretanto, Young (1994)sugeriu que a colonização tenha se da<strong>do</strong>por volta <strong>do</strong> ano de 1940, visto que Oliveira(1940, 1941) e Luderwaldt (1929) nãoregistraram a presença desta espécie paraa Baía de Guanabara (RJ) e São Sebastião(SP).Características biológicasM. coccopoma é um grande balanídeode cor rosa alcançan<strong>do</strong> até 5 centímetrosem altura e largura. É uma espécie tropicale as temperaturas mais baixas parecemlimitar a sua distribuição. Também pareceter preferência por salinidades mais altas(Kerckhof, 2002), embora possa ocorrer emáguas pouco salobras (Apolinário, 2003).Ocorre desde a faixa inferior da zona entremarésaté o infralitoral.Na maioria <strong>do</strong>s cirripédios ocorrefecundação cruzada entre hermafroditassimultâneos. A fecundação é interna.Severino & Resgalla-Junior (2005)descreveram o desenvolvimento larval de M.coccopoma e sua variação temporal em umaárea de cultivo no litoral de Santa Catarina.O desenvolvimento foi caracteriza<strong>do</strong> por328Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


seis estágios de nauplius finaliza<strong>do</strong> poruma fase de cypris. Neste trabalho foiapresentada uma descrição detalhada e aduração de cada fase larval. Apesar de umamarcante variação sazonal na temperatura(entre 29,6ºC na primavera e verão e 16ºCno outono e inverno) não foi constata<strong>do</strong>um padrão de variação no desenvolvimentode larvas ao longo o ano, indican<strong>do</strong> umaprodução contínua de larvas. Foi constata<strong>do</strong>,entretanto, um maior recrutamento nosmeses de primavera e verão, apesar dapresença de picos de larvas no inverno.Contu<strong>do</strong>, pelo fato <strong>do</strong> desenvolvimentoem temperaturas mais baixas ser maislento, as larvas passam mais tempo nacoluna d´água estan<strong>do</strong> mais susceptíveis àpredação e dispersão, o que determina umrecrutamento menor (Severino & Resgalla-Junior, 2005).M. coccopoma é uma espécieoportunista de comportamento gregário comgrande capacidade de incrustar substratosartificiais principalmente bóias, embarcaçõese crustáceos de grande tamanho (Newman& Ross, 1976). Kerckhof & Cattrijsse (2001)demonstraram que balanídeos encontra<strong>do</strong>sem bóias <strong>do</strong> Mar <strong>do</strong> Norte, ao longo da costada Holanda, identifica<strong>do</strong>s como Balanusperforatus Bruguiére, 1789, e mais tardecomo Megabalanus tintinnabulum, eram, narealidade, espécimes de M. coccopoma. NaBaía de Sepetiba, durante o levantamentoda biota portuária implementa<strong>do</strong> peloPrograma GloBallast (Leal-Neto & Jablonski,2004) foi constatada a presença destaespécie em quase todas as bóias <strong>do</strong> canalde navegação (Silveira, 2002).VetoresO principal vetor de introduçãode M. coccopoma provavelmente é abioincrustação. Darwin (1854) já citavaa grande capacidade desta espécie emincrustar cascos de navios. Incrustações<strong>do</strong> gênero Megabalanus são tambémcomumente observadas em plataformas depetróleo <strong>do</strong>cadas em Niterói, RJ (Apolinário,2003). A literatura cita também a presençaconspícua desta espécie em bóias denavegação (Kerckhof & Cattrijsse, 2001;Kerckhof et al., 2007).Um outro provável vetor é a água delastro, visto que larvas de cirripédios sãofreqüentemente encontradas em amostrasde água de lastro (Gollasch et al., 2000;Olenin et al., 2000). Silveira et al. (2006)identificaram juvenis de M. coccopoma empilares <strong>do</strong> Terminal Salineiro de Areia Branca(RN) em baixas densidades, relacionan<strong>do</strong>a água de lastro como possível vetor deintrodução. Estes autores afirmaram que oscascos de navios que fazem a rota Arraial <strong>do</strong>Cabo-Areia Branca estavam relativamentelimpos de incrustação e que a freqüênciade água de lastro neste terminal era alta.Por sua vez, Souza (2000) e Silva (2001)identificaram larvas de cirripédios nostanques de lastro desta mesma rota.Entretanto, Newman e McConnaughey(1987) argumentaram que o transportede larvas de M. coccopoma seria poucoprovável, uma vez que estas, pelo fato denão serem muito estuarinas, não tolerariamas condições adversas <strong>do</strong>s tanques delastro.Outro vetor que não deve serdespreza<strong>do</strong> é a maricultura, já que éfreqüente a presença desta espécie noscultivos, principalmente no sul <strong>do</strong> país(Severino & Resgalla-Júnior, 2005).Ri s c o s potenciais e a t u a i sCompetiçãoNo Brasil, esta espécie ocupa noscostões a mesma faixa de M. vesiculosuse M. tintinnabulum. Na Baía de Guanabara,adultos de M. coccopoma apresentaram umaabundância sempre superior a de adultosde M. tintinnabulum em to<strong>do</strong>s os meses de<strong>Ambiente</strong> Marinho 329


estu<strong>do</strong> (Junho de 1999 a Agosto de 2000).O recrutamento de M. coccopoma tambémfoi sempre superior ao de M. tintinnabulum(Apolinário, 2003). Foi observa<strong>do</strong> ainda queM. coccopoma recruta e sobrevive melhorque M. tintinnabulum sobre o mexilhãoPerna perna (Linnaeus, 1758), muitocomum nesta região. A abundância destemitilídeo associada à grande epibiose <strong>do</strong>scirripédios são fatores muito importantesno sucesso <strong>do</strong> estabelecimento da espécie.Na Baía de Sepetiba, no TEBIG (TerminalMarítimo da Baía da Ilha Grande), M.coccopoma apresentou uma densidade de4420 indivíduos m -2 bem superior a de M.tintinnabulum que apresentou apenas 200indivíduos m -2 no mesmo local.Questiona<strong>do</strong> sobre possíveis impactosde M. coccopoma na costa leste <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, Newman, um grande especialistaem cirripédios <strong>do</strong> Scripps Institute ofOceanography, na Califórnia, afirmou queesta espécie, apesar de oportunista, nunca<strong>do</strong>mina completamente os ambientes ondeocorre e que a presença de preda<strong>do</strong>resnaturais geralmente controla a suadensidade.Impactos na mariculturaA fixação de cirripédios nas estruturasde cultivos marinhos pode comprometera durabilidade <strong>do</strong>s mesmos ocasionan<strong>do</strong>o aumento <strong>do</strong> peso e dificultan<strong>do</strong> amanutenção e despesca, além de reduzira qualidade <strong>do</strong> produto. Os cirripédiostambém podem competir por espaço comas espécies cultivadas (Severino & Resgalla-Júnior, 2005).No litoral de Santa Catarina (Enseadade Armação <strong>do</strong> Itapocoroy), M. coccopomafoi a espécie mais abundante, entre as oitoespécies de Cirripedia presentes.Recentemente (em 2007), cria<strong>do</strong>resde mexilhão <strong>do</strong> litoral norte de São Paulotiveram sua produção prejudicada peloepizoísmo de M. coccopoma, que causou amorte de grande parte da produção (FábioPitombo, comunicação pessoal).Impactos em tubulaçõesUma grande incrustação porcirripédios da espécie M. coccopoma foiconstatada quan<strong>do</strong> a Usina Nuclear deAngra I começou a funcionar. Para evitara incrustação, a usina começou a tratar aágua <strong>do</strong> mar que resfriava as tubulaçõescom cloro, uma prática que foi importada<strong>do</strong>s EUA. Esse méto<strong>do</strong> não funcionava muitobem no Brasil, já que, apesar <strong>do</strong> cloro, osespécimes cresciam dentro das tubulações,aumentan<strong>do</strong> custos com manutenção.A partir de mergulhos no interiordas tubulações, os técnicos perceberamque, nas curvas <strong>do</strong> túnel de admissão,não havia crescimento de cirripédios. Apósalgum tempo de estu<strong>do</strong> foi verifica<strong>do</strong> que oscirripédios não conseguiam se fixar quan<strong>do</strong>a velocidade da água era superior a 1,5 m/s.Após essa constatação foi ajusta<strong>do</strong> um fluxode água acima de 1,5 m/s com duas bombasoperan<strong>do</strong> conjuntamente, que diminuiudrasticamente a incrustação. Atualmente,o cloro continua sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>, mas emmenor concentração (www.comciencia.br).Recomendações e conclusõesApesar de M. coccopoma estarclassificada no contexto deste trabalhocomo uma espécie estabelecida no litoralbrasileiro, não atingin<strong>do</strong> o status de invasora,é uma espécie que merece bastante atençãotanto por parte <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res quanto<strong>do</strong>s gestores <strong>do</strong> meio ambiente. Estu<strong>do</strong>sdescritivos e ecológicos acerca da distribuiçãoe dinâmica desta espécie na costa brasileirasão de grande importância para ampliação<strong>do</strong> conhecimento e certamente fornecerão330Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


subsídios para a avaliação <strong>do</strong> grau deimpacto que os organismos nativos vêmsofren<strong>do</strong>.Es p é c i e d e t e c t a d aLitopenaeus vannamei(Boone, 1931)Histórico da introduçãoO Brasil levou algum tempo paraa<strong>do</strong>tar L. vannamei, porque tinha intençãode ter espécies nativas (indígenas) comobase da sua carcinocultura. Na Fazenda“Maricultura da Bahia”, a guinada foi dadapela TMT (Tropical Mariculture Technology)ao cultivar sete espécies de camarãopeneídeos em circuito fecha<strong>do</strong> de cativeiro:L. vannamei, P. stylirostris, P. mono<strong>do</strong>n, P.penicillatus, P. schmitti, P. paulensis e P.aztecus.Síntese de da<strong>do</strong>s pretéritos sobrea introdução de L. vannamei no Brasil,referente ao perío<strong>do</strong> 1971 – 1991 (More,2001):Em 1971, chega ao Brasil Bill More(Empresa Ralston Purina), para cultivarcamarão marinho em cativeiro. À época,não havia fazendas de cultivo na AméricaCentral. Equa<strong>do</strong>r e Brasil possuíam algunstanques de cultivo extensivo, mas nenhumgrande cultivo semi-intensivo. Após <strong>do</strong>isanos de pesquisas desenvolvidas no Brasil,a empresa Purina decidiu comercializar onegócio, solicitan<strong>do</strong> autorização ao GovernoBrasileiro para importar <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s(Crystal River, Florida) a espécie exótica (L.vannamei). O pedi<strong>do</strong> foi nega<strong>do</strong>.Em 1981, Harvey Persyn deixa aAgromarina <strong>do</strong> Panamá e vem para o Brasilcom a TMT, quan<strong>do</strong> foi construída a primeirafazenda para cultivo de Litopenaeusvannamei e P. stylirostris. Empregan<strong>do</strong> atecnologia da TMT lograram industrializaro cultivo de camarão marinho no Brasil,quan<strong>do</strong> foram introduzidas, em escalacomercial, as espécies L. vannamei e L.stylirostris, inician<strong>do</strong>-se o processo de“<strong>do</strong>mesticação”, onde foram incluídas asespécies P. mono<strong>do</strong>n e P. penicillatusimportadas de Taiwan (Tungkang MarineScience Center).Usos econômicos potenciais eatuaisÉ uma das mais importantes espéciesde camarão cultivadas nas Américas, paraconsumo direto e, também, associa<strong>do</strong> àprodução de isca viva (Tavares & Men<strong>do</strong>nça,Jr., 1996). No Brasil, Litopenaeus vannameiresponde por mais de 95% da produçãonacional de camarão marinho.Presença de L. vannamei na zonacosteira brasileiraA partir de 2000 têm si<strong>do</strong> captura<strong>do</strong>s(detecta<strong>do</strong>s) machos e fêmeos da espécieem diferentes estágios de maturação, tantoem estuários como em diversos trechos<strong>do</strong> litoral brasileiro: Rio Grande <strong>do</strong> Norte,Pernambuco, Alagoas e São Paulo (Santos& Coelho, 2002; Men<strong>do</strong>nça, 2003; Nanni,2004; Barbieri et al., 2005; Barbieri & Melo,2006).No Rio Grande <strong>do</strong> Norte, ao largo daBaía Formosa (06º 15’S e 034º 48’W a 06º25’S e 034º 53’W), to<strong>do</strong>s os indivíduos de L.vannamei captura<strong>do</strong>s em águas estuarinas ecosteiras (ambiente natural) eram adultos,com fêmeas em estágio reprodutivo; eno complexo lagunar Papari-Guaraíras(municípios de Nísia Floresta, Sena<strong>do</strong>rGeorgino Avelino e Arêz) os espécimesencontravam-se na fase pré-adulta. Aocorrência de L. vannamei no ambienteestuarino de Papari-Guaraíras foi constanteem to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> de execução de ProjetoCEPENE/IBAMA, chegan<strong>do</strong> a representar70% (junho/2002) em número de indivíduoscaptura<strong>do</strong>s. A presença da espécie foi maisacentuada entre maio e agosto (30 a 70%<strong>Ambiente</strong> Marinho 331


<strong>do</strong> total de peneídeos captura<strong>do</strong>s). Estaabundância estaria relacionada ao perío<strong>do</strong>chuvoso, quan<strong>do</strong> aumenta a probabilidadede rompimento <strong>do</strong>s diques <strong>do</strong>s viveiros. Ofato de haver si<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> no litoral <strong>do</strong>Rio Grande <strong>do</strong> Norte indivíduos em fasespré-adultas e no estádio adulto (inclusivefêmeas em reprodução), indicaria que oanimal poderia estar completan<strong>do</strong> seu ciclobiológico em águas brasileiras. Porém, estefato não está comprova<strong>do</strong> (Santos & Coelho,2002).Impactos ecológicos, econômicos,à saúde humana e, sociais e culturaisDe acor<strong>do</strong> com o tipo de alteração, osimpactos ambientais podem ser:• Ecológicos: (1) A captação de água<strong>do</strong> ambiente natural para abastecer o canalde adução, aumenta o risco da introduçãode <strong>do</strong>enças nos tanques (cativeiro),enquanto que o volume de efluentes (canalde descarga) <strong>do</strong>s tanques contribui coma eutrofização <strong>do</strong>s corpos de água maispróximos (Calderon et al., 1998). A troca(reposição) de água nos tanques de cultivopor meio <strong>do</strong> fluxo das marés, em pequenoscorpos de água (canais e gamboas), éincompleta e os efluentes podem não dissiparcompletamente ao serem elimina<strong>do</strong>s. Comoresulta<strong>do</strong>, é difícil prevenir a contaminação,tanto da água de entrada (bombeada peloscanais de adução) quanto da água dedescarga das áreas de cultivo instaladasna zona entremarés. Esse fato promovea distribuição de enfermidades entre asfazendas. Caranguejos e outros animais,possíveis porta<strong>do</strong>res de enfermidades decamarões, abundam na zona entremaréstropicais poden<strong>do</strong> contaminar novostanques de cultivo (Boyd, 1998); e (2) Naeventualidade da contaminação de espéciesnativas, são os camarões cultiva<strong>do</strong>s quepoderão, em seguida, vir a ser contamina<strong>do</strong>s(passivamente) por meio de outros animaisque freqüentam os viveiros, como aves ecrustáceos. Levantamento ornitológicorealiza<strong>do</strong> pela AQUASIS, em 2003, registrou47 espécies de aves, em um pequenoestuário no litoral ocidental <strong>do</strong> Ceará (BarraGrande, Município de Icapuí), destacan<strong>do</strong> apresença de aves migratórias provenientes<strong>do</strong> Hemisfério Norte.• Econômicos: No Brasil, o crescimentoexponencial <strong>do</strong> cultivo de camarão marinhoem cativeiro não constitui fenômenoespontâneo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> fomenta<strong>do</strong> pelaspolíticas de desenvolvimento, de incentivoe de fomento, pautadas na lógica <strong>do</strong>agronegócio, implementadas pelo Esta<strong>do</strong>brasileiro.• À saúde humana: (1) Os produtosquímicos, utiliza<strong>do</strong>s na maioria <strong>do</strong>sempreendimentos nas atividades deprodução de camarão em cativeiro são,principalmente, cloro, calcário, uréia,silicato, superfosfato, como implementospara o controle das propriedades químicasda água e <strong>do</strong> solo - pH, alcalinidade,material em suspensão, salinidade (Cassola& Carvalho, 2005); (2) Verifica-se, ainda,utilização de metabissulfito de sódio(Na 2S 2O 5) durante a etapa de despesca,para conservação <strong>do</strong> camarão (Cassola &Carvalho, 2005). É importante salientar queo metabissulfito é um composto oxidanteque ao ser lança<strong>do</strong> no ambiente diminuia concentração de oxigênio dissolvi<strong>do</strong>,poden<strong>do</strong> provocar a morte de organismosaquáticos. Após ser lança<strong>do</strong> na águatambém promove liberação <strong>do</strong> gás dióxi<strong>do</strong>de enxofre. Este gás (SO 2) é considera<strong>do</strong>de insalubridade máxima pelo quadro N o01 da Norma Regulamenta<strong>do</strong>ra N o 15 <strong>do</strong>Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego, quan<strong>do</strong>atinge 4 ppm. Os trabalha<strong>do</strong>res no cultivode camarão são expostos a concentraçõesde SO 2que chegam a 8 ppm. Em julho de2003, a Delegacia Regional <strong>do</strong> trabalhono Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará tomou ciência de <strong>do</strong>isacidentes (1 óbito e 1 sobrevivente com332Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


quadro de hipertensão arterial pulmonar,com risco de necessitar de transplante),envolven<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>res que realizavamdespesca de camarão cria<strong>do</strong> em cativeiromanipulan<strong>do</strong> o metabissulfito de sódio,usa<strong>do</strong> para prevenir a formação de manchasnegras nos camarões (Araújo & Araújo,2004); e (3) O uso <strong>do</strong> antibiótico clorofenicoltambém emprega<strong>do</strong> por em algunsempresários, pode provocar diminuição deglóbulos vermelhos e até anemia em sereshumanos. Outros antibióticos, produtosquímicos (desinfetantes) e algicidas podemser utiliza<strong>do</strong>s no processo (G.A.A., 2002).• Sociais e culturais – A geraçãode empregos permanentes pelacarcinocultura como sen<strong>do</strong> de 1 homem/ha de cultivos semi-intensivos, com médiacorresponden<strong>do</strong> a 1 trabalha<strong>do</strong>r para cada1,2 hectares cultiva<strong>do</strong>s. Entretanto, ocultivo de camarões é bem mais intensivoem capital que em trabalho. Nas grandesfazendas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará esse valorpassa a 0,2 emprego/ha cultiva<strong>do</strong>, o quecorresponderia a 20 emprega<strong>do</strong>s (relaçõesformais), numa fazenda de 100 ha. Essenúmero aumenta, apenas, por ocasião <strong>do</strong>perío<strong>do</strong> da despesca, tarefa que faz uso demão-de-obra temporária, sem qualificaçãoespecial, verdadeiros “bóias-frias”.Saúde <strong>do</strong> camarão marinho L.vannamei em cativeiroA partir de 1995 viroses e bactériasdesaceleraram o crescimento <strong>do</strong>s cultivosde camarão em cativeiro nos hemisfériosOriental e Ocidental, devi<strong>do</strong> ao aumento<strong>do</strong>s custos de produção, enquanto asindústrias se ajustavam aos padrõesinternacionais de qualidade <strong>do</strong> produto ecom relação ao meio ambiente. São váriosos vírus associa<strong>do</strong>s: (1) IHHNV “InfectiousHypordemal” e “Hematopoietic NecrosisVirus” (induz anomalias no crescimento e nodesenvolvimento); (2) TSV “Taura SyndromeVirus”; WSSV “White Spot Syndrome Virus”;(3) YHV “Yellow-Head Virus”; RDS “RuntDeformity Vírus”; IMNV (responsável pelaMionecrose Infecciosa, ex-NIM); (4) O vírusda mancha branca (WSSV), geralmente semanifesta em animais que tenham esta<strong>do</strong>nos tanques de cultivo por mais de 60 dias,perío<strong>do</strong> crítico para os carcinocultores (emtermos econômicos), uma vez que nesseperío<strong>do</strong> os camarões consomem grandesquantidades de ração, porém ainda sãopequenos demais para serem despesca<strong>do</strong>s ecomercializa<strong>do</strong>s; e (5) Com relação ao IHHNV(“Infectious Hypodermal” e “HaematopoeiticNecrosis Virus”) os membros sobreviventesde população infectada podem manterseinfecta<strong>do</strong>s pelo vírus e passá-los paraseus descendentes e outras populações portransmissões horizontal e vertical (Bower,1996). Os teci<strong>do</strong>s de camarões infecta<strong>do</strong>spelo vírus IHHNV, também conheci<strong>do</strong>por IHHN ou por RDS, são resistentesao éter, permanecen<strong>do</strong> na qualidade dereservatórios naturais de patógenos apósarmazenagem (glicerol 50%) por até 14dias, sob temperaturas de 25-28ºC; pormais de 5 anos sob temperaturas de -20ºC;e, por mais de 10 anos a -80ºC (Lightner &Chen, 2000; in: O.I.E., 2000).No início de 2003, a NecroseIdiopática Muscular (IHHNV, ex-NIM) foiresponsabilizada por causar grandes perdaseconômicas por mortandade nas fazendasde camarão nos esta<strong>do</strong>s de Santa Catarina,Piauí, Ceará e Rio Grande <strong>do</strong> Norte. Medidasde biossegurança podem mitigar possíveistransmissões horizontais dessa patologia(outros crustáceos, água, fezes de aves)para regiões ainda não contaminadas,embora esse tipo de transmissão sejaconsidera<strong>do</strong> relativamente ineficaz, comexceção <strong>do</strong> canibalismo, ingestão de teci<strong>do</strong>scontamina<strong>do</strong>s. Nos casos de transmissãovertical, há fator de risco de contaminaçãode náuplios e pós-larvas, gera<strong>do</strong>s a partirde progenitores contamina<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 333


Análise de risco da introdução deL. vannameiOs níveis de produção a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelosempresários brasileiros, o risco de escapede animais é alto, mesmo com a tomadade medidas de contenção <strong>do</strong>s viveiros.Fertilizantes e adubos são aplica<strong>do</strong>s paraaumentar o suprimento de alimento(oferta<strong>do</strong> em bandejas de arraçoamento,instaladas dentro <strong>do</strong>s tanques), o que implicano aumento <strong>do</strong> aporte de nutrientes sobreos ecossistemas adjacentes, outro riscoambiental inerente à atividade. (UNCTAD/GATT, 1983).Análise de risco da invasão de L.vannameiTrata-se de uma questão totalmentenegligenciada pelos toma<strong>do</strong>res de decisãono Brasil. Ao longo das últimas décadas,quan<strong>do</strong> se viu incrementada a carcinoculturamarinha para satisfazer o merca<strong>do</strong> global,principalmente o cultivo de espécies exóticas(e <strong>do</strong>s patógenos a elas associa<strong>do</strong>s), têmsi<strong>do</strong> vários os estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>scom intuito de avaliar a sustentabilidade,ademais <strong>do</strong>s impactos da atividade, noBrasil e no exterior, sejam eles de ordemecológica, social, cultural ou econômica(Hempel & Winther, s.d.; Molyneaux, s.d.;Hanson & Goodwin, 1977; UNCTAD/GATT,1983; Siddall et al., 1985; Schaeffer-Novelli,1985; 2002; Schaeffer-Novelli et al., 2002;Sindermann, 1993; Bower, 1996a; 1996b;Tobey et al., 1998; CEI, 1999; Coelho-Jr.,1999; 2000; EPA-U.S., 1999; 2001; Jimenezet al., 1999; Jory, 1999; Stevenson et al.,1999; Vanderberghe et al., 1999; Aguire-G.& Ascencio-V., 2000; Barreto et al., 2000;Coelho-Jr. & Schaeffer-Novelli, 2000; O.I.E.,2000; Sáenz, 2000; Wainberg, 2000a;2000b; Haws et al., 2001; Martinez-A.,2001; Rönnbäck, 2001; W.R.M., 2001;2004; G.A.A., 2002; Hagler, 2002; Moles& Bunge, 2002; Santos & Coelho, 2002;Schwab et al., 2002; E.J.F., 2003; 2004;FAO, 2003; PEDEAG, 2003; Araujo & Araujo,2004; Clay, 2004; Harvell et al., 2004; Melo,2004; Men<strong>do</strong>nça, 2004;, 2004a; 2004b;Barbieri et al., 2005; Carvalho et al., 2005;Cassola et al., 2005; Castro & Barreiro-C.,2005; MMA-IBAMA, 2005; Barbieri & Melo,2006; McCallum et al., in press).Prevenção e controleLitopenaeus vannamei é vulnerávela diversas <strong>do</strong>enças de origem viral eoutros patógenos, que podem contaminarespécies nativas pelo contato com efluentescontamina<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s viveiros de cultivo,inundação <strong>do</strong>s tanques, escapes, iscas vivasou por meio de indivíduos contamina<strong>do</strong>s(adultos ou larvas), transporta<strong>do</strong>s pelaágua de lastro de navios. Consideran<strong>do</strong>que matrizes são importadas peloscultivos instala<strong>do</strong>s no Brasil, é inevitávela necessidade de a<strong>do</strong>ção de medidasrelativas à prevenção, ao controle e aosimpactos ambientais e econômicos no caso<strong>do</strong> agronegócio da carcinocultura. Qualquerforma de introdução e disseminação <strong>do</strong>camarão exótico e/ou de seus patógenos quevenha a ameaçar as espécies nativas deveser cuida<strong>do</strong>samente avaliada e analisada.A importação de camarões vivos infecta<strong>do</strong>sé o principal mecanismo pelo qual virosesexóticas podem ser introduzidas em novasregiões geográficas. Outro mecanismoprovável é via importação de camarãoinfecta<strong>do</strong> para consumo onde o patógenoocorre na forma “enzoótica” (Durand et al.,2000). Sindermann (1993) discutia os riscosde importar espécies exóticas marinhas eseus patógenos, tanto para a aqüiculturacomo para liberação no ambiente, vin<strong>do</strong> aconstituir novas populações. A disseminaçãoincidental de patógenos associada àtransferência intencional de espécies exóticaspara novas áreas de cultivo é preocupante.Os patógenos podem vir a se tornar sériaameaça às espécies nativas cultivadas epara camarões e outros crustáceos nativos334Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


<strong>do</strong>s corpos de água adjacentes. Conformecomenta<strong>do</strong>, algumas espécies de camarãocultiva<strong>do</strong> carreiam patógenos causa<strong>do</strong>res de<strong>do</strong>enças, além de várias bactérias, fungos eagentes de infecções virais. Essas <strong>do</strong>ençastêm se dispersa<strong>do</strong> além da área geográficanativa, instituin<strong>do</strong>-se em risco para cultivose corpos de água onde as espécies tenhamacesso ou que venham a ser atingidas pelosefluentes contamina<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s tanques decultivo.No Brasil, medidas estritas deprevenção e de controle (mecânico, químicoe biológico) deveriam ser especialmentea<strong>do</strong>tadas no caso <strong>do</strong> agronegócio <strong>do</strong>cultivo de camarão marinho em cativeiro.Este tipo de empreendimento implica emaltos investimentos e custos, não apenasmonetários, uma vez que grande parteda produção acaba sen<strong>do</strong> subsidiadapelos próprios recursos naturais (“pegadaecológica”), pelo menos para aqueles quea<strong>do</strong>tam o modelo semi-intensivo, quan<strong>do</strong>os montantes monetários se correlacionam,de forma escalar, diretamente com a área(em hectares) de tanques de cultivo. Muitasvezes a importação de matrizes e póslarvaspara cultivo em cativeiro ocorre antesmesmo da implantação de infra-estruturasnecessárias à inspeção sanitária. A maioria<strong>do</strong>s empreendimentos não possui instala<strong>do</strong>ssistemas de proteção eficientes (lagoasde estabilização), para reduzir riscos deperdas ou fugas <strong>do</strong> camarão cultiva<strong>do</strong> parao ambiente natural durante a despesca,quan<strong>do</strong> é feito o esvaziamento <strong>do</strong>s viveiros,o que pode ocorrer em até três vezes aoano.Consideran<strong>do</strong> a tecnologia <strong>do</strong>melhoramento genético <strong>do</strong> camarão decultivo, a falta de um sistema contínuode detecção de patógenos conheci<strong>do</strong>s ourecentemente identifica<strong>do</strong>s constitui amaior ameaça ao sucesso <strong>do</strong>s programas de<strong>do</strong>mesticação e de reprodução. O problemade escape de indivíduos de L. vannameipara as águas costeiras exige a<strong>do</strong>ção demedidas estritas ao longo de toda a linhade produção. Entretanto, espécimes <strong>do</strong>camarão-branco-<strong>do</strong>-Pacífico (machos efêmeas, jovens e adultos sexualmentemaduros), têm sua presença confirmadaem estuários e águas da zona costeira(Santos & Coelho, 2002). Provavelmentesão “fugitivos” de empreendimentos decarcinocultura e, com fortes indícios de queestejam sobreviven<strong>do</strong> fora <strong>do</strong> cativeiro.Recomenda-se, portanto, o monitoramentocontínuo (controle) para evitar possíveisintroduções de espécies exóticas de camarãomarinho nos ecossistemas costeiros <strong>do</strong>Brasil.Sob o ponto de vista <strong>do</strong> ordenamentojurídico no Brasil, não existem programas deprevenção e controle da invasão (potencial)desta espécie. Embora exista um ComitêVeterinário Permanente <strong>do</strong> Cone Sul, nãofoi possível encontrar qualquer menção àsinfestações virais que acometem grande parte<strong>do</strong>s camarões marinhos cultiva<strong>do</strong>s no Brasilpara exportação. A eventual elaboração deum programa dessa natureza, para o Brasil,deveria levar em consideração os seguintesfatos: (1) A importação intencional de umaespécie exótica, sem a mínima observânciadas normas legais incidentes (nacionais einternacionais) sobre prevenção e controlede espécies exóticas marinhas no Brasil;(2) A instalação de empreendimentos decarcinocultura ocorre na zona <strong>do</strong> estirâncio(entremarés) <strong>do</strong> Bioma “Zonas Costeira eMarinha” <strong>do</strong> litoral brasileiro (manguezal,em toda a sua extensão, marismas, áreasde restinga), cuja ocupação e uso sãoregula<strong>do</strong>s por legislação específica; (3) Asnormas legais incidentes aplicáveis, casoa-caso;(4) Descumprimento <strong>do</strong>s princípiose das diretrizes para implementação dasPolíticas Nacionais de <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>/1981,da Biodiversidade/1992, bem como da “Lei<strong>Ambiente</strong> Marinho 335


<strong>do</strong>s Crimes Ambientais”/1998; (5) Nãoobservância, atendimento e cumprimentode exigências mínimas, como: “Certifica<strong>do</strong>Zoosanitário Internacional”, expedi<strong>do</strong>pelo serviço veterinário oficial <strong>do</strong> país deorigem, atenden<strong>do</strong> às exigências sanitárias,e Certificação Zootécnica <strong>do</strong>s Animais,homologada pela área técnica <strong>do</strong> Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento<strong>do</strong> Brasil; (6) A responsabilidade dasautoridades constituídas pelo licenciamento<strong>do</strong> cultivo comercial de espécie exótica (“Leida Vida” ou “Lei <strong>do</strong>s Crimes Ambientais”),em Áreas de Preservação Permanente eTerras Indígenas; e (7) Explicitar de formaclara a responsabilidade pela recuperação<strong>do</strong>s danos ambientais, diretos ou indiretos,em decorrência de quaisquer estágios <strong>do</strong>empreendimento de carcinocultura e/ou aêles associa<strong>do</strong>s.Políticas públicas de gestão ambiental- Uma das causas <strong>do</strong>s problemas associa<strong>do</strong>sao cultivo de espécies exóticas, em basessustentáveis, deve-se às deficiências decomunicação sobre elementos fundamentaisà uma efetiva política de gestão e controleambiental da atividade. Esse tipo deinventário, com a necessária sensibilização<strong>do</strong>s gestores das políticas públicas, trariapossibilidades de garantir o controleambiental necessário ao desenvolvimentoda atividade.Es p é c i e s c o n t i d a sEspécies bentônicas de substratoinconsolida<strong>do</strong>Marsupenaeus japonicusMarsupenaeus japonicus é umaespécie nativa <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico. Estaespécie encontra-se bem estabelecida noMediterrâneo oriental (Holthuis, 1980;Halim, 1990; Tavares & Men<strong>do</strong>nça, Jr.,1996), onde chegou através <strong>do</strong> Canal deSuéz. M. japonicus é cultivada para consumohumano em diversas regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Em 1978 M. japonicus foi trazida para oBrasil para fins de aqüicultura (Natal, RN),juntamente com outras quatro espéciesexóticas de camarões marinhos. No Brasilo cultivo de M. japonicus foi encerra<strong>do</strong> noinício da década de 80. Embora não hajaregistros de indivíduos encontra<strong>do</strong>s livresno litoral brasileiro, esta espécie ocorre emregiões <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras de águas de lastro para oAtlântico ocidental, entre elas o Mediterâneooriental (e.g. Garibaldi, 1996; Lumare et al.,1999; Udekem d’Acoz, 1999; Lumare et al.,2000). Seria portanto plausível considerarque M. japonicus possa chegar ao Brasilatravés <strong>do</strong>s mesmos corre<strong>do</strong>res dispersivosque veicularam C. hellerii e M. monoceros.Risco potencialNos anos 50 os estoques deMelicertus kerathurus (Forskal, 1775),peneídeo nativo <strong>do</strong> Mediterrâneo oriental,sustentavam uma importante pescariacomercial. A introdução de peneídeosIn<strong>do</strong>-Pacíficos, entre eles M. japonicus,resultou no quase desaparecimento daespécie nativa (Galil, 2001). A colonizaçãobem-sucedida de M. japonicus em águastropicais brasileiras poderia resultar numacompetição indesejável com algumasespécies de peneídeos nativos. M. japonicuscontamina<strong>do</strong>s com vírus exóticos constituemum segun<strong>do</strong> fator de risco para decápodesnativos economicamente importantes noBrasil (Wang et al., 1997).Litopenaeus stylirostrisOriginário <strong>do</strong> Pacífico leste, L.stylirostris foi trazida para o Brasil (Bahia)em 1983, para fins de cultivo (Tavares &Men<strong>do</strong>nça, Jr., 1996). No Brasil, o cultivode L. stylirostris para fins comerciais foiaban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> nos anos seguintes. Ainda hojesubiste um plantel de reprodução no RioGrande <strong>do</strong> Norte, sem fins comerciais.336Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Risco potencialL. stylirostris hospeda alguns vírusque podem infectar espécies nativas, entreeles o IHHNV (Infectious Hypodermal andHematopoietic Necrosis Vírus) e o TSV(Taura Syndrome Vírus). A introdução deespécies exóticas sempre implicará o riscode introdução das espécies nativas porpatógenos exóticos. A contaminação dasespécies nativas pode advir diretamente <strong>do</strong>sviveiros de cultivo (efluentes contamina<strong>do</strong>s,inundação <strong>do</strong>s tanques, escapes, iscasvivas) ou de indivíduos adultos ou larvascontaminadas transporta<strong>do</strong>s pela águade lastro de navios. Na eventualidade dacontaminação de espécies nativas via águade lastro, são os camarões cultiva<strong>do</strong>s quepoderão em seguida vir a ser contamina<strong>do</strong>satravés de animais que freqüentamos viveiros (e.g., aves, crustáceos,thalassinídeos).Espécies bentônicas de substratoconsolida<strong>do</strong>Crassostrea gigasEsta espécie, nativa <strong>do</strong> nordesteda Ásia (incluin<strong>do</strong> Japão), foi introduzidaem muitos países com a finalidade deaqüicultura: Inglaterra, França, Espanha,Portugal, Marrocos, Mar Mediterrâneo,Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Canadá, Coréia, China,Nova Zelândia, San Blas (Panamá) e Baia deAnegada (Caribe) (http://www.ciesm.org/,Orensanz, et al., 2002; http://invasions.si.edu/nemesis/; http://www.marine.csiro.au/crimp/nimpis/; Reise et al., 1999;Escapa et al., 2004).No Brasil, também foi introduzidacom a mesma finalidade, inicialmente emArraial <strong>do</strong> Cabo, esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro,no início da década de 70 (Costa, 1985).Atualmente, o cultivo de Crassostrea gigaspossui um papel de destaque na indústriade aqüicultura brasileira, nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Rio Grande <strong>do</strong> Sul, Santa Catarina, SãoPaulo e Rio de Janeiro, litoral sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>(Poli et al., 2000; http://www.ostras-gigas.com.br). Os esta<strong>do</strong>s de Santa Catarinae São Paulo são os que mais investemno cultivo de Crassostrea gigas tanto emnível de pesquisa, quanto em nível deestímulos à produção. Em Santa Catarina,maior produtor nacional de ostras, o cultivoevoluiu a partir da sua reprodução artificiale de uma difusão tecnológica adequada,numa iniciativa <strong>do</strong>s governos estadual efederal. Recentemente, também vem sen<strong>do</strong>estimulada a participação das comunidadestradicionais da região nos processos demanejo e cultivo de ostras. Esta espécienão se reproduz naturalmente na costabrasileira, não ten<strong>do</strong> se estabeleci<strong>do</strong> emcostões rochosos. O cultivo depende deconstante importação de sementes ou dareprodução em laboratório.Risco potencialUma vez introduzida em uma área,esta espécie é geralmente impossível de seconter, caso as condições ambientais foremapropriadas. Suas larvas planctônicasfacilitam a dispersão natural, permitin<strong>do</strong>grande expansão. Estes organismos têmhabilidade de desenvolver populações comdensidades elevadas, levan<strong>do</strong> à competiçãocom as espécies nativas. Em muitas áreas,passam a ser as espécies <strong>do</strong>minantes,causan<strong>do</strong> alterações na comunidadenativa.Outro possível impacto seria apossível introdução de espécies que estãoassociadas às ostras introduzidas. Paraevitar a introdução desta espécie, assimcomo de organismos associa<strong>do</strong>s, noambiente natural recomenda-se o controlee fiscalização constante das atividades deostreicultura no país assim como a aplicaçãode legislação de quarentena nas atividadesde ostreicultura.<strong>Ambiente</strong> Marinho 337


Es p é c i e s c r i p t o g ê n i c a sO termo espécie criptogênica foicunha<strong>do</strong> para ser emprega<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> nãoexiste uma evidência clara de que a espécieseja nativa ou introduzida (Carlton, 1996).Existem muitas espécies criptogênicas entreas espécies bentônicas, já que nem sempreé possível definir a origem da espécie. Istoocorre porque muitas vezes a introdução deuma espécie não é <strong>do</strong>cumentada. As espéciesque foram introduzidas há muitos anos (asintroduções históricas) já se encontram emcompleto equilíbrio com as biotas nativas.No passa<strong>do</strong>, muitas introduções podem terocorri<strong>do</strong> em nossa costa, sem terem si<strong>do</strong>reconhecidas como tal. Este parece sero caso <strong>do</strong> mexilhão Perna perna, muitocomum na costa sudeste e sul <strong>do</strong> Brasil ecita<strong>do</strong> no presente trabalho.Muitas espécies cosmopolitas seenquadram na categoria de criptogênicasjá que muitas vezes não se pode afirmarse sua ampla distribuição foi mediada pordispersão natural ou pelo homem. Chapman& Carlton (1994) elaboraram uma série decritérios, modifica<strong>do</strong>s neste trabalho, paraobjetivamente definir se uma espécie énativa, introduzida ou se deve permanecerna categoria de criptogênica. Uma condiçãopara a aplicação destes critérios é oconhecimento prévio da biota local, o quenem sempre acontece. A inexistência deinventários publica<strong>do</strong>s para várias regiõesda nossa costa e problemas na identificaçãocorreta das espécies dificultam a definiçãoda origem das espécies.& Jablonski, 2004) foram identificadas 19espécies criptogênicas <strong>do</strong> bentos na área deinfluência <strong>do</strong> porto.Para a presente publicação não foirealiza<strong>do</strong> um levantamento minucioso dasespécies criptogênicas já que o númerode espécies invasoras ou potencialmenteinvasoras de zoobentos era relativamenteeleva<strong>do</strong> e maiores esforços foramconcentra<strong>do</strong>s sobre estas espéciesprioritárias para o levantamento de da<strong>do</strong>s.Ag r a d e c i m e n t o sRegistramos aqui o nossoagradecimento a Michelle Klautau, ÁlvaroMigotto, Joel Creed, Alinne F. de Paula,Luis Ricar<strong>do</strong> Simone, André Breves Ramos,Fábio Pitombo, Laís Vieira Ramalho eRosana Rocha pelas informações cedidas evaliosas revisões das fichas das espécies.Também agradecemos aos autores das fotosgentilmente cedidas: Emílio Lanna, CristianeFarrapeira, Joel Creed, Rosana Rocha, LaísVieira Ramalho, Orlemir Carrerette, FlávioFernandes, Carlos Eduar<strong>do</strong> Leite Ferreirae Luís Ricar<strong>do</strong> Simone. Agradecemosespecialmente a Maria Isabel Sarvat deFigueire<strong>do</strong> pelo tratamento de algumasfotos para esta edição.A distribuição de algumas espéciesbentônicas confinadas a áreas portuárias,marinas e ancora<strong>do</strong>uros revelam aimportância <strong>do</strong>s mecanismos humanosde introdução. Este é o caso de váriasespécies componentes das incrustaçõesbiológicas (“fouling”). No levantamentoda biota <strong>do</strong> Porto de Sepetiba (Leal-Neto338Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


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<strong>Ambiente</strong> Marinho 373


Foto: Cedida pelo IBAMA374Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 7 - Pe i x e sPatricia T. M. Cu n n i n g h a m 1Gu i l h e r m e F. Go n d o l o 1In t r o d u ç ã oOs peixes são o grupo de vertebra<strong>do</strong>smais números, estan<strong>do</strong> representa<strong>do</strong>spor, no mínimo, 30.000 espécies, sen<strong>do</strong>que destas cerca de 60% ocorrem nosambientes costeiros e marinhos de to<strong>do</strong> omun<strong>do</strong>. Há uma estimativa que 160 espéciessejam descritas ao ano, consideran<strong>do</strong>-seágua <strong>do</strong>ce e salgada. No Brasil, segun<strong>do</strong>Menezes, et al. (2003) há pelo menos 1.297espécies. Os peixes são um grupo antigoe muito bem adapta<strong>do</strong> aos mais varia<strong>do</strong>sambientes. Encontram-se peixes desdeas zonas mais rasas, as de arrebentação,que são supersaturadas de oxigênio, empoças de maré, nas águas poluídas ou não<strong>do</strong>s estuários, nos ambientes recifais, comcondições físicas bastante constantes, nosentornos <strong>do</strong>s costões, sob as plataformascontinentais, ao longo <strong>do</strong>s taludes, nasplanícies abissais até as fossas abissais com8.372 m. Ocorrem em ambientes tropicaisaté os polares, em sistemas de alta ebaixa energia. Para os peixes serem tãobem sucedi<strong>do</strong>s é preciso que apresentemadaptações morfológicas, fisiológicas ecomportamentais tais que praticamenteinexiste ambiente aquático no mun<strong>do</strong> quesejam incapazes de ocupar. A variaçãode tamanho <strong>do</strong>s peixes é ímpar, haven<strong>do</strong>organismos adultos de gobídeos de 8 mmde comprimento total e tubarões-baleiachegan<strong>do</strong> a atingir 15 m. Muitas espéciesde peixes são exclusivamente marinhas,mas algumas podem fazer incursões nosambientes dulcícolas ocasionalmente eoutras espécies são diádromas, alémdaquelas dulcícolas.Os peixes podem também serclassifica<strong>do</strong>s quanto à região onde vivemem pelágicos e demersais, estes viven<strong>do</strong>em grande dependência com o substratoconsolida<strong>do</strong> ou não, onde procuramalimento e abrigo. Muitos pelágicos, emfunção da inexistência de abrigo na colunad água, formam cardumes bastantecoesos, principalmente como estratégia deproteção.Quanto ao hábito alimentar, podem serplanctófagos, como sardinhas, preda<strong>do</strong>rescomo tubarões, herbívoras como raias,detritívoras como tainhas e comensais comorêmoras. Por sua vez os peixes são preda<strong>do</strong>spor inúmeros animais desde invertebra<strong>do</strong>saos vertebra<strong>do</strong>s.A grande maioria <strong>do</strong>s peixes é dióica,i. e., possui sexos separa<strong>do</strong>s, mas há algunshermafroditas como as garoupas e os peixespalhaços.Muitos peixes são ovíparos e nãopossuem cuida<strong>do</strong>s parentais. Grande parte<strong>do</strong>s peixes passa por metamorfose durantesua ontogenia, sen<strong>do</strong> que, geralmente osovos são diminutos, mas podem atingirvários centímetros de diâmetro (ovos decelacantos atingem 9 cm), assim como aslarvas. Os peixes crescem ininterruptamenteaté a morte e há registro de animais com até205 anos como os peixes-pedra no Alasca.1Instituto Oceanográfico/Universidade de São Paulo - IO-USP<strong>Ambiente</strong> Marinho 375


Se por um la<strong>do</strong> os peixes são osvertebra<strong>do</strong>s com maior número de espécies,há quase 1.319 espécies incluídas na ListaVermelha da IUCN (2008), sen<strong>do</strong> queaté mesmo as carismáticas como cavalomarinhoe tubarão-baleia estão citadasnessa lista.Em verdade não existe um grupodenomina<strong>do</strong> “Peixes”, mas sim um conjuntode quatro categorias de animais queassim são chama<strong>do</strong>s. Aqui no Brasil foramregistradas quatro espécies de Myxini,139 de Chondrichthyes, os cartilaginosos- tubarões, raias e quimeras- e 1.155 deActinopterygii, os ósseos nos ambientescosteiros e marinhos <strong>do</strong> Brasil.A importância <strong>do</strong>s peixes desdeépocas pré-históricas deve-se ao fatoprincipalmente por serem utiliza<strong>do</strong>s comoalimento. Atualmente, mesmo sen<strong>do</strong>bastante preza<strong>do</strong>s como fonte de proteínaanimal verifica-se que muitos estoques seencontram explota<strong>do</strong>s ao nível máximo ousuperexplota<strong>do</strong>s e essa é uma atividadeque vem ameaçan<strong>do</strong>, juntamente coma poluição <strong>do</strong>s ecossistemas, destruição<strong>do</strong>s habitats e a introdução de espéciesexóticas a biodiversidade íctica em escalamundial, sem falar também das mudançasclimáticas globais. Os peixes figuram desdeos primórdios da civilização, presentesnas pinturas das cavernas e sumamenteimportantes nas principais religiões <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> simbólicamente e em rituais. Ospeixes são um recurso importante tanto parapesca tradicional, quer seja comercial querde subsistência, bem como para recreativageran<strong>do</strong> divisas consideráveis. Estimaseque haja 38 milhões de pesca<strong>do</strong>res nomun<strong>do</strong> e 200 milhões de pessoas ligadas aoprocesso de pesca, sen<strong>do</strong> que essa atividadeproduz valores da ordem de 144 milhões detoneladas/ano das quais progressivamenteos montantes gera<strong>do</strong>s pela aquicultura jáultrapassam <strong>do</strong>s 36%. Somente a Chinaé responsável pela captura de cerca de 52milhões de toneladas/ano das quais 34 sãooriundas da aquicultura. Os peixes marinhosornamentais correspondem a menos de10% daqueles cria<strong>do</strong>s em cativeiro e das8.000 comercializadas, sen<strong>do</strong> que, menosde 25 advém de piscicultura.Um exemplo da erradicação daictiofauna nativa pode ser verificada noLago Vitória na África, onde a perca-<strong>do</strong>-Niloao ser introduzida exterminou 500 espéciesde ciclídeos endêmicos.A introdução, intencional ou não, deespécies exóticas de peixes no mun<strong>do</strong> e naságuas <strong>do</strong> Brasil deve ser avaliada com muitaatenção e precaução, pois há hipóteses <strong>do</strong>simpactos poderem ser irreversíveis.Sí n t e s e d o s r e s u l t a d o sO número de espécies exóticas depeixes marinhos foi baixo, com apenasquatro espécies (Tabelas 7.1 e 7.2), todascom registros relativamente pontuais,porém apontan<strong>do</strong> para uma dispersão maisacentuada da família Bleniidae.Destas quatro espécies da ictiofauna,três foram caracterizadas como detectadas euma estabelecida (Tabelas 7.1 e 7.2). Destas,três são originárias <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico e uma <strong>do</strong>Atlântico Oriental. Os vetores comprova<strong>do</strong>sde dispersão são desconheci<strong>do</strong>s para todasas espécies. Quanto aos vetores potenciais,a água de lastro aparece somente para umaespécie, enquanto que para as demais sãodesconheci<strong>do</strong>s (Tabela 7.3).Dentre os supostos locais de origem,4 espécies são <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico e somenteuma <strong>do</strong> Atlântico Oriental (Tabela 7.4).A espécie Butis koilomato<strong>do</strong>n tem comosuposto local de origem, além <strong>do</strong> In<strong>do</strong>-Pacífico, o Leste da África (Tabela 7.4).376Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 7.1: Situação populacional <strong>do</strong>s táxons de peixes marinhos com espécies exóticasreportadas para o Brasil.Detectadas Estabelecidas Invasoras Total de espéciesActinopterygiiPerciformesAcanthuridae 1 - - 1ActinopterygiiPerciformesEleotridae 1 - - 1ActinopterygiiPerciformesChaeto<strong>do</strong>ntidae 1 - - 1ActinopterygiiPerciformesBleniidae - 1 - 1TOTAL 3 1 - 4Tabela 7.2: Espécies exóticas de peixes marinhos reportadas para o Brasil e sua situaçãopopulacional.Invasora Estabelecida DetectadaPerciformes Acanthuridae Acanthurus monroviae xBlenniidaeOmobranchuspunctatusxChaeto<strong>do</strong>ntidae Heniochus acuminatus xEleotridae Butis koilomato<strong>do</strong>n xTabela 7.3: Vetores potenciais de dispersão das espécies exóticas marinhas de peixes reportadaspara o Brasil.Água de lastroDesconheci<strong>do</strong>Perciformes Acanthuridae Acanthurus monroviae xBlenniidaeOmobranchuspunctatusxChaeto<strong>do</strong>ntidae Heniochus acuminatus xEleotridae Butis koilomato<strong>do</strong>n xTabela 7.4: Supostos locais de origem das espécies exóticas marinhas de peixes reportadaspara o Brasil.In<strong>do</strong>-PacíficoAtlânticoOrientalLeste daÁfricaPerciformes Acanthuridae Acanthurus monroviae xOmobranchusBlenniidae punctatusxChaeto<strong>do</strong>ntidae Heniochus acuminatus xEleotridae Butis koilomato<strong>do</strong>n x x<strong>Ambiente</strong> Marinho 377


Fi c h as d a s Es péc i e s - Pe i x e sPERCIFORMESAc a n t h u r u s m o n r o v i a e St e i n d a c h n e r i ,1876Foto: R. FreitasReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: ActinopterygiiOrdem: PerciformesFamília: AcanthuridaeGênero: AcanthurusEspécie: A. monroviaeSinonímia: Hepatus hepatus (non Linnaeus, 1766).Acanthurus chirurgus (non Bloch, 1787).Acanthurus phelebotomus (non Valenciennes, 1835).Theuthis munroviae (Steindachner,1876).Nome popularAfrican surgeonfishMonrovia <strong>do</strong>ctorfishCirurgiãoIdiomaInglêsInglêsPortuguêsForma biológica: Peixe.Situação populacional: Detectada.378Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie não é considerada invasora (Luiz-Junior et al., 2004).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sCorpo elipsóide e comprimi<strong>do</strong>. Nadadeira caudal em forma de meia lua. Perfil <strong>do</strong>rsal dacabeça curva<strong>do</strong> delicadamente. A boca terminal pequena com uma única fileira de dentes.Os olhos pequenos situa<strong>do</strong>s na elevação na cabeça. Corpo e cabeça cobertos com pequenasescamas ctenóides. Um único espinho no pedúnculo caudal. Coloração: corpo marrom escuro.Uma mancha amarela brilhante elíptica no pedúnculo caudal, com o espinho <strong>do</strong> pedúnculocaudal alaranja<strong>do</strong>. Atinge no máximo 40 cm. Nadadeira <strong>do</strong>rsal com nove espinhos e 24 a 26raios, anal com três espinhos e 24 a 26 raios, peitoral com 17 raios, pélvica com um espinhoe 5 raios e caudal com 16 a 17 raios (Desoutter, 1990).Lu g a r d e o r i g e mOceano Atlântico oriental, <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Marrocos a Angola, incluin<strong>do</strong> Cabo Verde e SãoTomé (Desoutter, 1990).Distribuição g e o g r á f i c aOceano Atlântico oriental, <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Marrocos a Angola, incluin<strong>do</strong> Cabo Verde e SãoTomé (Desoutter, 1990) e no Brasil, Laje de Santos/SP e Cabo Frio/RJ (Luiz-Junior et al.,2004).Ec o l o g i aHa b i t a tCostões rochosos, lages, recifes de coral e outros fun<strong>do</strong>s rochosos costeiros (Desoutter,1990).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aInformações desconhecidas.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão é hidrocórica.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDetritos, fitoplâncton e zooplâncton.Distribuição e c o l ó g i c aDesconhecida.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oCostões rochosos, lages, recifes de coral e outros fun<strong>do</strong>s rochosos costeiros (Luiz-Junior et al., 2004).<strong>Ambiente</strong> Marinho 379


Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mInformações desconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Desconhecida.Lo c a l : Laje de Santos/SP.Da t a: verão de 1999 (Luiz-Junior et al., 2004).Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Desconhecidas.Atuais: Desconhecidas.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Correntes marinhas.Atuais: Desconheci<strong>do</strong>s.Histórico d a i n t r o d u ç ã oDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lLaje de Santos (SP) e Cabo Frio (RJ) (Luiz-Junior et al., 2004).Ec o s s i s t e m a s a f e t a d o sCostões rochosos e lajes.Or g a n i s m o s a f e t a d o sInformações desconhecidas.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sAquariofilia.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.380Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oInformações desconhecidas.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oInformações desconhecidas.Pr e v e n ç ã oInformações desconhecidas.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.<strong>Ambiente</strong> Marinho 381


Om o b r a n c h u s p u n c t a t u s Va l e n c i e n n e s , 1836Foto: J. E. RandalReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: ActinopterygiiOrdem: PerciformesFamília: BlenniidaeGênero: OmobranchusEspécie: O. punctatusSinonímia: Blennechis punctatus Valenciennes, 1836.Omobranchus lineolatus (Kner, 1868).Omobranchus japonicus (Bleeker,1869).Omobranchus dasson (non Jordan & Snyder, 1902).Omobranchus japonicus scalatus Smith, 1959.Nome popularMuzzled blennyIdiomaInglêsForma biológica: Peixe.Situação populacional: Estabelecida; invasora potencial.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie não é considerada invasora mas está establecida (Gerhardinger et al.,2006).382Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sA espécie se distingue das demais <strong>do</strong> gênero pelo padrão único de coloração em machos(linhas longitudinais finas negras no quarto mais inferior <strong>do</strong> corpo). Nadadeira <strong>do</strong>rsal XII-XIII,19-20; anal II, 22-23; peitoral 13; caudal com 13 raios segmenta<strong>do</strong>s e 12-14 secundários;vértebras 38; poros interorbitais 3 e circum-orbitais 8; poros pré-nasais presentes; tubos nalinha lateral 11 (Springer, 1986).Lu g a r d e o r i g e mIn<strong>do</strong>-Pacífico: Golfo Pérsico até Fiji e Norte <strong>do</strong> Japão. Conheci<strong>do</strong> desde a Baía deDelagoa, Moçambique (Springer, 1986).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico: Golfo Pérsico até Fiji e Norte <strong>do</strong> Japão. Conheci<strong>do</strong> desde a Baía deDelagoa, Moçambique (Springer, 1986) e no Brasil Enseada <strong>do</strong> Caboto/Baía de To<strong>do</strong>s osSantos/Salva<strong>do</strong>r/BA e Baía da Babitonga/São Francisco <strong>do</strong> Sul/SC (Gerhardinger et al.,2006).Ec o l o g i aHa b i t a tMarinho, águas salobras, costões rochosos, recifes de coral e outros fun<strong>do</strong>s rochososcosteiros (Springer, 1986).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aInformações desconhecidas.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão é hidrocórica.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oDesconheci<strong>do</strong>s.Distribuição e c o l ó g i c aInformações desconhecidas.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oMarinho, águas salobras, costões rochosos, recifes de coral e outros fun<strong>do</strong>s rochososcosteiros.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mInformações desconhecidas.<strong>Ambiente</strong> Marinho 383


Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Provavelmente água de lastro.Lo c a l : Enseada <strong>do</strong> Caboto/Baía de To<strong>do</strong>s os Santos/Salva<strong>do</strong>r/BA.Da t a: 2002.Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Desconhecidas.Atuais: Desconhecidas.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Água de lastro.Histórico d a i n t r o d u ç ã oDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lEnseada <strong>do</strong> Caboto, Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, Salva<strong>do</strong>r (BA); Baía da Babitonga, SãoFrancisco <strong>do</strong> Sul (SC).Ec o s s i s t e m a s a f e t a d o sMarinho, águas salobras, costões rochosos, recifes de coral e outros fun<strong>do</strong>s rochososcosteiros.Or g a n i s m o s a f e t a d o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.384Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oInformações desconhecidas.An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oInformações desconhecidas.Pr e v e n ç ã oEm a m b i t o Mu n d i a l : Implantar medidas de gestão e controle conforme preconiza<strong>do</strong>na Convenção de Água de Lastro da IMO (Organização Marítima Internacional).No Br a s i l : Cumprir a NORMAM 20, incluin<strong>do</strong> a troca de água de lastro pelos naviose a inspeção nos portos.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.<strong>Ambiente</strong> Marinho 385


He n i o c h u s a c u m i n a t u s Li n n a e u s , 1758Foto: J. E. RandalReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: ActinopterygiiOrdem: PerciformesFamília: Chaeto<strong>do</strong>ntidaeGênero: HeniochusEspécie: H. acuminatusSinonímia: Chaeto<strong>do</strong>n acuminatus Linnaeus, 1758.Chato<strong>do</strong>n macrole<strong>do</strong>tus Linnaeus, 1758.Heniochus macrolepi<strong>do</strong>tus Linnaeus, 1758.Taurichthys macrolepi<strong>do</strong>tus Linnaeus, 1758.Chaeto<strong>do</strong>n bifaciatus Shaw, 1803.Chaeto<strong>do</strong>n mycteryzans Gronow, 1854.Nome popularPennant coralfishIdiomaInglêsForma biológica: Peixe.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie não é considerada invasora (Moura, 2000).Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sEspinhos na nadadeira <strong>do</strong>rsal de 11-12; raios na nadadeira <strong>do</strong>rsal entre 22 e 27; trêsespinhos na nadadeira anal e de 17 a 19 raios na nadadeira anal (Steene, 1978).386Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Lu g a r d e o r i g e mIn<strong>do</strong>-Pacífico: Leste da África e Golfo Pérsico; Japão, Micronésia (Steene, 1978).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico: leste da África e Golfo Pérsico; Japão, Micronésia. Brasil: em Búzios (RJ)(Moura, 2000).Ec o l o g i aHa b i t a tHabita a parte profunda de lagoas protegidas e canais e as regiões mais profundas daparte externa <strong>do</strong>s recifes. Os jovens são, freqüentemente, solitários enquanto que os adultosocorrem aos pares. São planctívoros e geralmente permanecem a poucos metros <strong>do</strong>s recifes.Os jovens podem retirar ocasionalmente parasitas da epiderme de outros peixes (Steene,1978).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aInformações desconhecidas.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão é hidrocórica.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oZoobentos e zooplâncton.Distribuição e c o l ó g i c aDesconhecida.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oDesconheci<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mInformações desconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Desconhecida.Lo c a l : Búzios (RJ).Da t a: 2000.<strong>Ambiente</strong> Marinho 387


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Desconhecidas.Atuais: Desconhecidas.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Aquários.Atuais: Desconheci<strong>do</strong>s.Histórico d a i n t r o d u ç ã oDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lBúzios (RJ).Ec o s s i s t e m a s a f e t a d o sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Or g a n i s m o s a f e t a d o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oInformações desconhecidas.388Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oInformações desconhecidas.Pr e v e n ç ã oInformações desconhecidas.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>.Químico: Desconheci<strong>do</strong>.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>.<strong>Ambiente</strong> Marinho 389


Bu t i s k o i l o m a t o d o n Bl e e k e r, 1849Foto: R. M. MacieraReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: ActinopterygiiOrdem: PerciformesFamília: EleotridaeGênero: ButisEspécie: B. koilomato<strong>do</strong>nSinonímia: Butis caperatus Cantor, 1849.Eleotris caperatus Cantos, 1849.Eleotris koilomato<strong>do</strong>n Bleeker, 1849.Prionobutis koilomato<strong>do</strong>n Bleeker, 1849.Eleotris delagoensis Barnard, 1927.Nome popularDurmienteMud sleeperIdiomaEspanholInglêsForma biológica: Peixe.Situação populacional: Detectada.De s c r i ç ã o d a i n t r o d u ç ã oA espécie não é considerada invasora.Ca r a c t e r í s t i c a s m o r f o l ó g i c a sEspinhos <strong>do</strong>rsais (total): 7-7; raios <strong>do</strong>rsais num total de oito; um espinho anal e oitoraios anais. Corpo e bordas das escamas marrons escuras. Corpo com quarto a cinco bandasoblíquas. Parte anterior da primeira nadadeira <strong>do</strong>rsal de cor escura. A segunda nadadeira390Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


<strong>do</strong>rsal e nadadeira caudal alternan<strong>do</strong> cores marrom escuro e pintas brancas. Nadadeiras anale pélvicas de pardas a pretas e peitorais claras. As fêmeas com bandas mais distintas e maisclaras (Miller & Wongrat, 1990).Lu g a r d e o r i g e mIn<strong>do</strong>-Pacífico: Baía de Delagoa, Mozambique e Madagascar até a China e Filipinas.Atlântico Sul Oriental: Porto Harcourt (Delta <strong>do</strong> Niger na Nigéria) (Miller & Wongrat, 1990).Distribuição g e o g r á f i c aIn<strong>do</strong>-Pacífico: Baía de Delagoa, Mozambique e Madagascar até a China e Filipinas.Atlântico Sul Oriental: Porto Harcourt (Delta <strong>do</strong> Niger na Nigéria) (Miller & Wongrat, 1990).No Brasil na costa <strong>do</strong> Pará (Giarrizzo, 2008).Ec o l o g i aHa b i t a tCórregos costeiros, estuários, lagunas e regiões de água salobra (Miller & Wongrat,1990).Ab u n d â n c i aDesconhecida.Co m p o r t a m e n t o /Ec o f i s i o l o g i aInformações desconhecidas.Re p r o d u ç ã o e d i s p e r s ã oA reprodução é sexuada. A dispersão é hidrocórica.Di e t a/Mo d o d e n u t r i ç ã oNécton e zoobentos.Distribuição e c o l ó g i c aDesconhecida.Am b i e n t e s p r e f e r e n c i a i s p a r a i n v a s ã oDesconheci<strong>do</strong>s.Co n d i ç õ e s a m b i e n t a i s n o l o c a l d e o r i g e mInformações desconhecidas.Pr i m e i r o r e g i s t r o n o Br a s i lTi p o d e i n t r o d u ç ã o : Desconhecida.Lo c a l : canal principal <strong>do</strong> estuário <strong>do</strong> rio Curuçá/ Curuçá - PA (00º 43’ 48”S e 47º 51‘06”W).Da t a: 2000.Co n t a t o: Giarrizzo, T.<strong>Ambiente</strong> Marinho 391


Me i o s d e d i s p e r s ã o - potenciais e a t u a i sRo t a s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Desconhecidas.Atuais: Desconhecidas.Ve t o r e s d e d i s p e r s ã oPotenciais: Água de lastro.Atuais: Desconheci<strong>do</strong>s.Histórico d a i n t r o d u ç ã oDesconheci<strong>do</strong>.Distribuição g e o g r á f i c a n o Br a s i lEstuário <strong>do</strong> rio Curuçá/Curuçá (PA) (00º 43’ 48” S e 47º 51 ‘06” W).Ec o s s i s t e m a s a f e t a d o sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Or g a n i s m o s a f e t a d o sDesconheci<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Us o s e c o n ô m i c o s potenciais e a t u a i sDesconheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> e no Brasil.Im p a c t o sEc o l ó g i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Ec o n ô m i c o sDesconheci<strong>do</strong>s.Na s a ú d eDesconheci<strong>do</strong>s.Sociais e c u l t u r a i sDesconheci<strong>do</strong>s.An á l i s e d e r i s c o d a i n t r o d u ç ã oInformações desconhecidas.392Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


An á l i s e d e r i s c o d a i n v a s ã oInformações desconhecidas.Pr e v e n ç ã oInformações desconhecidas.Co n t r o l eMe c â n i c o: Desconheci<strong>do</strong>s.Químico: Desconheci<strong>do</strong>s.Bi o l ó g i c o : Desconheci<strong>do</strong>s.<strong>Ambiente</strong> Marinho 393


Re f e r ê n c i a sGERHARDINGER, L.C.; FREITAS, M.O.;ANDRADE, A.B. Ocorrência deOmobranchus punctatus (Osteichthyes:Blennidae) em águas brasileiras:provável invasão mediada por navios.In: ENCONTRO BRASILEIRO DEICTIOLOGIA, 16., 2005, João Pessoa,Paraíba. Resumo.GERHARDINGER, L.C.; FREITAS, M.O.;ANDRADE, A.B.; Rangel C.A.Omobranchus punctatus (Teleostei:Blenniidae), an exotic blennyin theSouthwestern Atlantic. BiologicalInvasions, v. 8, p. 941–946, 2006.LUIZ-JÚNIOR, O.J.; FLOETER, S.R.;GASPARINI, J.L.; FERREIRA, C.E.L.;WIRTZ, P. The occurrence of Acanthurusmonroviae (Perciformes: Acanthuridae)in the southwestern Atlantic, withcomments on other eastern Atlanticreef fishes occurring in Brazil. Journalof Fish Biology, v. 65, p. 1173-1179,2004.MOURA, R.L. 2000. Non-indigenousreef fishes in southwesern Atlantic.In: INTERNATIONAL CORAL REEFSYMPOSIUM, 9., 2000. Resumo. p.288.Desoutter, M. Acanthuridae. In: Quero,J.C.; Hureau, J.C.; Karrer, C.; Post,A.; Saldanha, L. (eds). Check-listof the fishes of the eastern tropicalAtlantic (CLOFETA). JNICT, Lisbon;SEI, Paris; and UNESCO, Paris. Vol. 2.1990. p. 962-964Springer, V.G. Blenniidae. In: Smith,M.M.; Heemstra, P.C. (eds). Smiths’sea fishes. Berlim: Springer-Verlag,1986. p. 742-755.Steene, R.C. Butterfly and angelfishes ofthe world. Australia: A.H. & A.W. ReedPty Ltd., vol. 1. 1978. 144 p.MENDONÇA, H.S.; NUNAN, G W.; SANTOS,S.R.; BANDEIRA, W.D.; SANTOS, A.C.Ocorrência de Omobranchus punctatus(Valenciennes, 1836) (Teleostei,Blenniidae) na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos,Bahia: primeiro registro da invasão deuma espécie exótica de peixe marinhoem águas brasileiras. In: ENCONTROBRASILEIRO DE ICTIOLOGIA, 16.,2005, João Pessoa, Paraíba. Resumo.MOURA, R.L.; MENEZES N.A. FamíliaAcanthuridae. In: MENEZES, N.A.;BUCKUP, P.A.; FIGUEIREDO, J.L.;MOURA, R.L. (Eds). Catálogo dasespécies de peixes marinhos<strong>do</strong> Brasil. São Paulo: Museu daUniversidade de São Paulo, 2003.394Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


<strong>Ambiente</strong> Marinho 395


Foto: www.sxc.hu396Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 8 - Estr utu r a d e p r e v e n ç ã o e c o n t r o l eFl a v i o d a Co s ta Fe r n a n d e s 1Sá v i o He n r i q u e Ca l a z a n s Ca m p o s 1An t o n i o Pl a s t i n a 1In t r o d u ç ã oO reconhecimento da extensão ecomplexidade <strong>do</strong>s impactos causa<strong>do</strong>s pelaintrodução de espécies exóticas marinhasaumentou consideravelmente durante asduas últimas décadas, não apenas por parteda comunidade científica, mas em especialno âmbito das estruturas governamentaisresponsáveis pela gestão <strong>do</strong> meio ambientenos diversos países. As empresas privadas ede capital misto, particularmente <strong>do</strong>s setoresde energia, saneamento e abastecimento,navegação marítima e portuário, tambémtêm contribuí<strong>do</strong> de forma decisiva para adiscussão <strong>do</strong> problema, devi<strong>do</strong> aos prejuízoseconômicos causa<strong>do</strong>s pelas espéciesinvasoras. A prevenção da introdução deespécies exóticas deve ser a prioridade <strong>do</strong>sesforços de fiscalização e manejo, porémexistem várias espécies já introduzidasque devem ser submetidas a ações demonitoramento e controle, em consonânciacom as recomendações internacionais (vide,por exemplo, Bax et al., 2001).Uma das primeiras etapas desseprocesso é a instalação e manutençãopermanente de um sistema de informaçãopara diagnóstico, monitoramento e alertaprecoce de introdução de espécies invasorasmarinhas. Este sistema deve ser alimenta<strong>do</strong>,tanto por resulta<strong>do</strong>s de projetos de pesquisadas várias instituições atuantes no Brasil,quanto por da<strong>do</strong>s deriva<strong>do</strong>s de programasde monitoramento das comunidadesbiológicas em regiões consideradas críticaspara a introdução de espécies marinhase estuarinas, como áreas portuárias epróximas a fazendas de maricultura deespécies exóticas.Os sistemas de informação instala<strong>do</strong>sno Brasil são ainda em pequeno número,de abrangência variável e não contam comserviços de atualização permanente. Algunsexemplos são:- A página <strong>do</strong> MMA na Internetdedicada às espécies exóticas invasoras(www.mma.gov.br/invasoras);- O site <strong>do</strong> Departamento de Zoologiada UFPR (http://zoo.bio.ufpr.br/invasores/index.htm), que apresenta informaçõesgerais sobre espécies invasoras marinhas evários links para sites de interesse;- O site <strong>do</strong> Museu de Zoologiada USP (www.mz.usp.br), que contéminformações gerais sobre espécies exóticasde crustáceos;- A página <strong>do</strong> Instituto Hórus deDesenvolvimento e Conservação Ambiental(http://www.institutohorus.org.br), quecontém da<strong>do</strong>s sobre espécies exóticas <strong>do</strong>ambiente marinho no Brasil, forneci<strong>do</strong>s apartir <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s reporta<strong>do</strong>s no presentelivro;O Brasil não possui uma estruturainstalada para a execução de programasde monitoramento de longa duração noambiente marinho direciona<strong>do</strong>s à detecçãoprecoce de espécies exóticas potencialmenteinvasoras. No passa<strong>do</strong> recente, o Projeto deConservação e Utilização Sustentável da<strong>Ambiente</strong> Marinho 397


Diversidade Biológica Brasileira - PROBIOI e o Fun<strong>do</strong> Nacional de <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>- FNMA promoveram a realização deprojetos de caracterização da ocorrênciade espécies exóticas no ambiente marinho(menciona<strong>do</strong>s adiante neste capítulo). Adespeito de sua relevância, estes projetosrepresentaram um diagnóstico da situaçãoem um da<strong>do</strong> momento, o que dificulta atomada de decisões após alguns anos, dadaa rapidez com que os vetores de transportee dispersão das espécies exóticas podematuar.Portanto, sistemas de informação paradiagnóstico, monitoramento, sistemas dealerta precoce e programas de identificaçãode espécies invasoras marinhas são lacunasainda existentes e que precisam serequacionadas em curto prazo no país.Ademais, não existe um sistema dequarentena de espécies exóticas marinhasno país dedica<strong>do</strong> aos organismos manti<strong>do</strong>sem cultivo (aquicultura e aquariofilia) e nemum sistema de controle de fronteiras quecontemple to<strong>do</strong>s os possíveis vetores detransporte destas espécies. A experiênciarealizada pela Universidade de São Paulopara a introdução controlada da macroalgaKappaphycus alvarezii (Paula & Oliveira,2004) tem si<strong>do</strong> recomendada comomodelo de um sistema de quarentenapara organismos marinhos. Com basena experiência adquirida na introduçãodesta alga, foi elabora<strong>do</strong> um <strong>do</strong>cumento(encaminha<strong>do</strong> à SEAP e SBF) no qual sãoanalisadas e discutidas medidas mínimas decontrole para introdução da macroalga (vertambém Oliveira & Paula, 2004).In f r a-e s t r u t u r a i n s t a l a d a n o Br a s i lA infra-estrutura instalada no Brasilpara prevenção e controle de espéciesexóticas marinhas conta com o apoio devárias instituições de pesquisa, de ensinoe de fiscalização, com seus respectivosprofissionais especializa<strong>do</strong>s. Além disto,programas e projetos locais e regionaisde prevenção e caracterização deespécies exóticas no ambiente marinhoforam realiza<strong>do</strong>s através das seguintesiniciativas:• Programa GloBallast – Com o apoioda IMO, GEF e PNUD, o programa GloBallastfinanciou pesquisas sobre controle e gestãode água de lastro em seis países, inclusiveno Brasil. O Porto de Sepetiba, atualmentechama<strong>do</strong> de Porto de Itaguaí, foi o localescolhi<strong>do</strong> como porto piloto para a realizaçãode atividades sobre avaliação de risco,educação ambiental e amostragens da águade lastro. Alguns países da América <strong>do</strong> Sultambém foram envolvi<strong>do</strong>s com o objetivode estabelecer uma cooperação regional,principalmente no âmbito <strong>do</strong> Mercosul. OMinistério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> foi a agêncialíder para a execução deste programa,que contou com a colaboração de váriasuniversidades e institutos de pesquisa<strong>do</strong> país. Campanhas de sensibilizaçãoe educação ambiental foram realizadassob um plano de comunicação, por meiode concurso de cartazes, distribuição depôsteres e vídeos e manutenção de umapágina na internet (www.mma.gov.br/aguadelastro).• Projeto ALARME – O ProjetoAlarme foi financia<strong>do</strong> pelo Ministério <strong>do</strong><strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> (Fun<strong>do</strong> Nacional <strong>do</strong> <strong>Meio</strong><strong>Ambiente</strong>) e coordena<strong>do</strong> pela UniversidadeFederal <strong>do</strong> Paraná, com o objetivo de detectare estudar possíveis espécies exóticas naBaía de Paranaguá e estabelecer o Planode Gestão de Água de Lastro <strong>do</strong> Porto deParanaguá.• Estu<strong>do</strong> Exploratório da ANVISA(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) –A ANVISA realizou uma pesquisa em noveregiões portuárias para verificar a ocorrência398Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


de bactérias patogênicas, em particular<strong>do</strong> vibrião colérico toxigênico O1 e O139,na água de lastro de navios mercantes. Oprojeto foi desenvolvi<strong>do</strong> nos anos de 2001e 2002. Neste perío<strong>do</strong>, até 2004, a ANVISAmanteve um Grupo de Trabalho sobre Gestãode Água de Lastro e Tanques de Dejetos, oqual foi reativa<strong>do</strong> em 2007.A Tabela 8.1 contém os órgãosgovernamentais envolvi<strong>do</strong>s com asatividades de prevenção e controle deespécies exóticas marinhas, por via deintrodução e por normas legais incidentes.Tabela 8.1: Órgãos envolvi<strong>do</strong>s com a prevenção e controle de espécies exóticas invasorasmarinhas, por vias de introdução e normas legais. Siglas e acrônimos encontram-se discrimina<strong>do</strong>sna Tabela 8.4. As informações estão atualizadas até o ano de 2008.# Vias de Introdução Órgãos Envolvi<strong>do</strong>s Normas Legais Incidentes01Água e sedimento nos tanquesde lastro de navios.AM; ANVISA; IBAMA;ANTAQ; DNITNORMAM / 20; Lei 6938/81Resolução RDC 217/ANVISA;Lei Federal Nº. 8.630/93;Decreto Nº. 1.265/94;02Incrustações em cascos denavios, plataformas, estruturasmóveis, embarcaçõesesportivas e demaisembarcações que cruzemgrandes distâncias.AM; IBAMA; ANTAQDecreto Nº. 1.265/94;Lei: 963803Fauna e flora aderidas a lixoflutuante.AM, OEMAsLESTA/AM Nº. 9.537/97;MARPOL(anexo5), decreto: 2508.Lei 6938/81.04Importação de espécimes parafins de aquariofilia e possívelintrodução no meio ambiente.IBAMA; MAPA;ANVISADecreto Nº. 3.179/99;Lei Federal Nº.5.197/67;Lei Federal Nº. 9.605/98 Art 61;Direito <strong>do</strong> Mar/9305Importação de espécimes parafins de aquicultura e possívelintrodução no meio ambiente.IBAMA; MAPA; SEAP;ANVISALei Federal Nº. 5.197/67;Lei Federal Nº. 9.605/98 Art 61;Direito <strong>do</strong> Mar/93;Decreto Nº. 3.179/99;06Intercâmbio e descarteindevi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s espécimespor parte <strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>res(criatórios).IBAMA; ANVISA;OEMAs; MAPA; SEAPLei Federal Nº. 9.605/98 Art 5407Manejo indevi<strong>do</strong> <strong>do</strong>scria<strong>do</strong>uros, vazamentos nostanques ou liberação de cistos,esporos, ovos, larvas oujovens no ambiente marinho.IBAMA; ANVISA;OEMAs; MAPA; SEAP;SMMAsLei Federal Nº. 9.605/98 Arts 54 e61;Lei Federal Nº. 6.938/81 (poluição)08Biopirataria (para finsfarmacêuticos, cultivo etc.).PF; ANVISA; OEMAsLei Federal Nº. 5.197/67;Decreto Nº. 4.339/0209Introduções (de espécies) parafins científicos.MAPA; IBAMA;ANVISADecreto Nº. 3.179/99;Lei Federal Nº. 6.938/81;CITIES/79<strong>Ambiente</strong> Marinho 399


A Tabela 8.2 contém uma listadas instituições que detinham, no cursoda preparação deste livro, atividadesrelacionadas ao estu<strong>do</strong>, prevenção econtrole das espécies exóticas marinhas noBrasil, por região geográfica.Tabela 8.2: Lista de instituições com atividades relacionadas ao estu<strong>do</strong>, prevenção e controle dasespécies exóticas marinhas no Brasil, por região geográfica. As siglas e acrônimos se encontramna Tabela 8.4. As informações estão atualizadas até o ano de 2008.Re g i ã o No r d e s t eOrgão Instituição/Departamento Endereço/Web SiteIBAMAFTCUFBAUFPEUFRNCEPENECiências BiológicasDept. de ZoologiaZoologia e OceanografiaDept de Oceanografia eLimnologiaRua Dr. Samuel Hardman, s/n Tamandaré, PE -CEP: 55578-000Av. Luis Viana Filho, 8812. Paralela. Salva<strong>do</strong>r, BA –CEP: 41820-000 http:// www.ftc.brRua Barão de Geremoabo, Campus Ondina,Ondina, Salva<strong>do</strong>r, BA – CEP: 40170-290http://www.ufba.br/Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária,Recife, PE – CEP: 50670-901http://www.ufpe.brPraia de Mãe Luíza, s/n, Via Costeira, Natal, RN -CEP: 59014-100UFRPEUFSNúcleo de Ensinoe Pesquisas sobre Manguezais(Promang)Centro de Ciências Biológicase da Saúde, Departamento deBiologiaR. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,Recife, PE – CEP: 52171-900http://www.ufrpe.br/Av. Marechal Ron<strong>do</strong>n, s/n, Jardim Rosa Elze,São Cristóvao, SE – CEP: 49100-000http://www.ufs.brRe g i ã o Su d e s t eOrgão Instituição/Departamento Endereço/Web SiteICBIEAPMCDRJInstituto dePesca(São Paulo)Dept. de MicrobiologiaDept. de OceanografiaCompanhia Docas <strong>do</strong> Rio deJaneiro-Av. Prof. Lineu Prestes, 1374 Ed. Biomédicas IICidade Universitária CEP: 05508-900São Paulo, SP – http://www.icb.usp.br/Rua Kioto 253, Praia <strong>do</strong>s Anjos. CEP: 28930-000Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ –http://www.ieapm.mar.mil.brRua <strong>do</strong> Acre, 21 sala 801, Centro – Rio de JaneiroRJ – CEP 20081-000Avenida Francisco Matarazzo, 455 CEP: 05001-900Parque da Água BrancaSão Paulo, SP –http://www.pesca.sp.gov.br/400Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re g i ã o Su d e s t e (Co n t i n u a ç ã o)Orgão Instituição/Departamento Endereço/Web SiteUERJUFFUFRJUFRJUFRJUFRJUNITAUUSCUSPUSPUSPUSPUSPUSPInstituto de BiologiaDept. de EcologiaBiologia MarinhaMuseu NacionalDept. de Invertebra<strong>do</strong>sInstituto de BiologiaDept. de Biologia MarinhaBloco A – CCSInstituto de BiologiaDept. de GenéticaBloco A – CCSInstituto de QuímicaDept. de Química OrgânicaCT, bloco A, Lab. 621Centro de Ciências Biológicase da Saúde - Departamentode Biologia(Atividades descontinuadasem 2008)União Social Camiliana,Centro Universitário SãoCamilo - BiologiaCEBIMar/ Biologia MarinhaInstituto de BiociênciasDept. de BotânicaInstituto de BiociênciasDept. de ZoologiaInstituto de CiênciasBiomédicasDept. de MicrobiologiaInstituto OceanográficoDept. de OceanografiaBiológicaMuseu de ZoologiaLab. de CarcinologiaRua São Francisco Xavier, 524, PHLC Sala 220,Maracanã. CEP: 20559-900. Rio de Janeiro, RJ –http://www.uerj.br/Morro <strong>do</strong> Valonguinho s/n Centro. CEP: 24001970Caixa-Postal: 100644, Niterói, RJ –http://www.uff.br/biomar/Quinta da Boa Vista, São Cristóvão. CEP 20940-040Rio de Janeiro, RJ – http://www.museunacional.ufrj.br/Cidade Universitária – Ilha <strong>do</strong> Fundão. CEP: 21949-900 Rio de Janeiro, RJ –http://www.biologia.ufrj.br/biomarinha.htmCidade Universitária –Ilha <strong>do</strong> Fundão. CEP: 21949-900 Rio de Janeiro, RJ –http://www.biologia.ufrj.br/genetica.htmCidade Universitária –Ilha <strong>do</strong> Fundão. CEP: 21949-900 Rio de Janeiro, RJ –http://www.iq.ufrj.brCampus <strong>do</strong> Bom ConselhoPraça Marcelino Monteiro, 63. Centro. CEP :12030010 Taubaté, SP – http://www.unitau.br/Avenida Nazaré, 1501. Ipiranga. CEP: 04263-200São Paulo, SP –http://www.saocamilo.br/Ro<strong>do</strong>via Manoel Hipólito <strong>do</strong> 6ari, km 131,5Praia <strong>do</strong> Cabelo Gor<strong>do</strong> CEP: 11600-000São Sebastião, SP – http://www.usp.br/cbm/Rua <strong>do</strong> Matão, Travessa 14, n° 321. CidadeUniversitária. CEP 05508-900. Caixa-Postal: 11461São Paulo, SP – http://www.ib.usp.brRua <strong>do</strong> Matão, Travessa 14, n° 321. CidadeUniversitária. CEP 05508-900. Caixa-Postal: 11461São Paulo, SP – http://www.ib.usp.brAv. Prof. Lineu Prestes, 1374Butantã05508-000 - Sao Paulo, SP – www.icb.usp.brPraça <strong>do</strong> Oceanográfico, 19105508-900 - São Paulo (SP) – www.io.usp.brAvenida Nazaré, 481. Ipiranga. CEP: 04263000São Paulo, SP –http://www.mz.usp.br/<strong>Ambiente</strong> Marinho 401


Re g i ã o Su lOrgão Instituição/Departamento Endereço/Web SiteFURGUFPRUFPRUFPRUFSCUNISULUNIVALIDept. de OceanografiaLab. de Crustáceos Decápo<strong>do</strong>sLab. de Ecologia <strong>do</strong> Fitoplânctone Microorganismos Marinhos.Dept. de ZoologiaDept. de BotânicaCentro de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MarDept. de ZoologiaLaboratório de CiênciasMarinhas,Dept. deOceanografiaAv. Itália Km 8, Carreiros. CEP: 96201-900Caixa-Postal: 474.Rio Grande, RS –http:// www.furg.brCentro PolitécnicoJd. Das Américas. CEP: 81531-980Caixa-Postal: 19020, Curitiba, PR –http://www.ufpr.br/Centro Politécnico. Jd. Das Américas. CEP: 81531-980Caixa-Postal: 19020. Curitiba, PR –http://www.ufpr.br/Av. Beira-mar s/n. CEP: 83255-000Caixa Postal: 50002Pontal <strong>do</strong> Sul, Pontal <strong>do</strong> Paraná, PR –http://www.cem.ufpr.br/Trindade / Caixa Postal: 476 CEP: 88040-900Florianópolis, SC – http://www.ufsc.br/Av. José Acácio Moreira, 787 – DehonCEP: 88704-900. Tubarão, SC –http://www.unisul.br/CTTMar. R. Uruguai, 458, CEP: 88302-202Itajaí, SC – Brasilhttp://www.univali.br/Na Tabela 8.3, constam os nomes<strong>do</strong>s especialistas com projetos e interessescientíficos relaciona<strong>do</strong>s ao estu<strong>do</strong>, prevençãoe controle das espécies exóticas marinhas,bem como suas instituições.Tabela 8.3: Lista de especialistas com projetos e interesses científicos relaciona<strong>do</strong>s ao estu<strong>do</strong>,prevenção e controle das espécies exóticas marinhas no Brasil. As informações estão atualizadasaté o ano de 2008.Nome Instituição EspecialidadeAlexandre de Carvalho Leal Neto CDRJ Prevenção e controle – Programa GloBallastAlline Figueira de Paula UERJ Corais - TubastraeaÁlvaro Migotto CEBIMar Cnidaria e CtenophoraAna Maria Setubal Pires Vanin IO/USP Ecologia bênticaAna Tereza Lyra Lopes UFMA Ecologia de organismos bentônicosAndré Breves-Ramos UFRJ Malacologia - Isognomon bicolorAndrea de Oliveira RibeiroJunqueiraUFRJBentos / EcologiaAntonio Mateo Sole-Cava UFRJ GenéticaCarlos Eduar<strong>do</strong> Falavigna daRochaIB/USP<strong>Meio</strong>bentos e zooplâncton402Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 8.3 (Continuação): Lista de especialistas com projetos e interesses científicosrelaciona<strong>do</strong>s ao estu<strong>do</strong>, prevenção e controle das espécies exóticas marinhas no Brasil. Asinformações estão atualizadas até o ano de 2008.Nome Instituição EspecialidadeCarlos Eduar<strong>do</strong> Leite Ferreira UFF Ecologia bêntica / PeixesClarisse Odebrecht FURG FitoplânctonCláudio BelliniTAMAR – IBAMAConservação e manejo de UCs / EspéciesameaçadasCláudio Mantovani Martins USC Malacologia - Isognomon bicolorClemente Coelho Junior UFRPE Ecologia de manguezaisCristiana Serejo UERJ Invertebra<strong>do</strong>s (Amphipoda)Daniela Milstein IB/USP FicologiaDenise Rivera Tenenbaum UFRJ FitoplânctonEdmun<strong>do</strong> Ferraz Nonato IO/USP Ecologia bêntica / Taxonomia de poliquetosEdson BarbieriIP/CananéiaEcologia de aves e mamíferos; mexilhões ecamarõesElianne Pessoa Omena UFBA PoliquetasErica Schlenz IB/USP CnidariaEurico Cabral de Oliveira Filho IB/USP Macroalgas / Taxonomia e cultivoEvandro Severino Rodrigues IP CrustáceosFábio Lang da Silveira IB/USP Sistemática e biologia de CnidariaFernan<strong>do</strong> D´Incao FURG Crustáceos/ DecápodesFlavio da Costa Fernandes IEAPM Bivalves/ Bentos/ água de LastroGuilherme F. Medeiros UFRN CopépodesHortência M. P. Araújo UFSE CopépodesIrma Nelly Gutierrez Rivera ICB/USP MicrobiologiaJoel Christopher Creed UERJ CoraisJulieta Salles Vianna da Silva UFRJ Bentos / EcologiaGustavo Augusto Schmit de Melo MZ/USP Biologia Pesqueira de Crustáceos MarinhosHenrique Ferrari Santos UFPR –CEM OceanografiaLaís Vieira Ramalho UFRJ – MNRJ Briozoários / SistemáticaLeila Hayashi IB/USP FicologiaLísia Mônica de Souza Gestianari UFRJ FicologiaLuciano Felício Fernandes UFPR FitoplânctonLuis Antônio Oliveira Proença UNIVALI Fitoplâncton / Algas nocivasMarcelo Barbosa Henriques IP Malacocultura marinhaMarcos Tavares MZ/USP Bentos / Crustáceos<strong>Ambiente</strong> Marinho 403


Tabela 8.3 (Continuação): Lista de especialistas com projetos e interesses científicosrelaciona<strong>do</strong>s ao estu<strong>do</strong>, prevenção e controle das espécies exóticas marinhas no Brasil. Asinformações estão atualizadas até o ano de 2008.Nome Instituição EspecialidadeMaria Célia VillacMaria <strong>do</strong> Carmo Ferrão SantosUNITAU (até2008)CEPENE /IBAMAFitoplâncton / Algas nocivasBiologia pesqueiraMaria Soledad López IEAPM Bentos / Ecologia / Isognomon bicolorMaria Teresa SzechyUFRJTaxonomia de algas marinhasOsmar Domaneschi USP Isognomon bicolor (Anatomia funcional)Patrícia Cunningham IO/USP PeixesPaulo Antunes Horta UFPB FicologiaPaulo Paiva UFRJ Ecologia bêntica / PolychaetaPaulo Roberto Pagliosa Alves UFSC Comunidades bênticasRenata Perpétuo ReisJardim Botânico(RJ)Cultivo de algas marinhasRenato Crespo Pereira UFF Ecologia Química / Coral moleRicar<strong>do</strong> Silva Absalão UERJ Zoologia / Moluscos marinhosRicar<strong>do</strong> Coutinho IEAPM Ecologia / Bentos / BioincrustaçãoRosa Cristina Corrêa Luz deSouzaUFFBivalves / Perna pernaRosana Moreira da Rocha UFPR Ascídias / BentosRubens Mendes Lopes IO/USP ZooplânctonSérgio Antônio Netto UNISUL Ecologia <strong>do</strong> bentos marinhoSigrid Neumann Leitão UFPE Zooplâncton / SistemáticaVirginia M. T. Garcia FURG Fitoplâncton / Algas nocivas / CistosYara Schaeffer-Novelli IO/USP Manguezais e Litopenaeus vannameiYocie Yoneshigue UFRJ FicologiaA lista de especialistas com projetose interesses científicos relaciona<strong>do</strong>s aoestu<strong>do</strong>, prevenção e controle das espéciesexóticas marinhas no Brasil (Tabela 8.3) foiconstruída através de pesquisa em bancode da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Currículo Lattes, publicaçõese participação em projetos e atividadesreferentes à prevenção da introdução deespécies exóticas marinhas.As siglas e acrônimos estãomenciona<strong>do</strong>s na Tabela 8.4. A lista denormas legais incidentes não inclui portariasemitidas por órgãos da administraçãofederal, pois estas podem ter validadetransitória.404Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Tabela 8.4: Lista de siglas e acrônimos das tabelas 8.1, 8.2 e 8.3.Siglas e AcrônimosANTAQAMANVISACAPCDBCDRJCEBIMarCEMCEPENE/IBAMACITIESDIREITO DO MARFURGFTCGEFIBAMAIB/USPICB/USPIEAPMIMOIO/USPIPLESTAMAPAMMAMNRJMZ/USPNORMAMOEMAsPFPNUDSBFicAgência Nacional Transporte Aquaviário.Autoridade MarítimaAgência Nacional de Vigilância Sanitária(Portos, Aeroportos e Ro<strong>do</strong>viárias)Conselho de Autoridade PortuáriaConvenção sobre a Diversidade Biológica(Decreto No. 4.339/02)Companhia Docas <strong>do</strong> Rio de JaneiroCentro de Biologia Marinha (USP)Centro de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MarCentro de Pesquisa e Extensão Pesqueira <strong>do</strong> NordesteConvenção sobre o Comércio Internacional deEspécies Ameaçadas da Fauna e Flora SivestresConvenção das Nações Unidas sobre os Direitos <strong>do</strong> MarFundação Universidade Federal <strong>do</strong> Rio GrandeFaculdade de Tecnologia e Ciências (Salva<strong>do</strong>r, BA)Fun<strong>do</strong> para o <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> MundialInstituto Brasileiro <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e <strong>do</strong>sRecursos Naturais RenováveisInstituto de Biociências/Universidade de São PauloInstituto de Ciências Biomédicas/Universidade de São PauloInstituto de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Mar Almirante Paulo MoreiraOrganização Marítima InternacionalInstituto Oceanográfico/Universidade de São PauloInstituto de PescaLei de Segurança <strong>do</strong> Tráfego AquaviárioMinistério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMinistério <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Museu Nacional <strong>do</strong> Rio de JaneiroMuseu de Zoologia/Universidade de São PauloNorma da Autoridade MarítimaÓrgãos Estaduais de <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Polícia FederalPrograma das Nações Unidas para o DesenvolvimentoSociedade Brasileira de Ficologia<strong>Ambiente</strong> Marinho 405


Tabela 8.4 (Continução): Lista de siglas e acrônimos das tabelas 8.1, 8.2 e 8.3.Siglas e AcrônimosSEAPSMMAsTAMARUERJUFBAUFFUFMAUFPBUFPEUFPRUFRJUFRJUFRPEUFSUFSCUNISULUNITAUUNIVALIUSCUSPSecretaria Especial de Aquicultura e PescaSecretarias Municipais de <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Projeto Tartaruga MarinhaUniversidade Estadual <strong>do</strong> Rio de JaneiroUniversidade Federal da BahiaUniversidade Federal FluminenseUniversidade Federal <strong>do</strong> MaranhãoUniversidade Federal da ParaíbaUniversidade de PernambucoUniversidade Federal <strong>do</strong> ParanáUniversidade Federal <strong>do</strong> Rio de JaneiroUniversidade Federal <strong>do</strong> Rio de JaneiroUniversidade Federal Rural de PernambucoUniversidade Federal de SergipeUniversidade Federal de Santa CatarinaUniversidade <strong>do</strong> Sul de Santa CatarinaUniversidade de TaubatéUniversidade <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> ItajaíUniversidade São CamiloUniversidade de São PauloPu b l i c a ç õ e s s o b r e e s p é c i e s e x ó t i c a sm a r i n h a s n o Br a s i lEstão listadas a seguir apenas asreferências não incluídas nos capítulosanteriores.Ca p í t u l o s d e l i v r o sBELLORIN, A.M.R.; OLIVEIRA FILHO, E.C.Introducción de especies exóticas dealgas marinas: situación en AmericaLatina. In: Krisler Alveal (org.).Sustentabilidad de la BiodiversidadMarina. Concepción, Chile, 2001. p.693-701.Pereira, R. C. A química defensiva comopotencial invasor de espécies marinhas.In: SILVA, J.S.V.; SOUZA, R.C.C.L(org.). Água de lastro e bioinvasão.Rio de Janeiro: Ed. Interciência, 2004.p. 173-189.RESGALLA Jr., C.; WEBBER, L.I.; CONCEIÇÃO,M.B. O Mexilhão Perna perna –Biologia, Ecologia e Aplicações. Riode Janeiro: Ed. Interciência, 2008. 324p.Silva, E. Marca<strong>do</strong>res moleculares norastreamento da bioinvasão. In: SILVA,J.S.V.; SOUZA, R.C.C.L (org.). Água delastro e bioinvasão. Rio de Janeiro:Ed. Interciência, 2004. p. 191-203.406Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


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cholerae na Baía de Paranaguá. In:SEMINÁRIO DE ÁGUA DE LASTRO, 1.,2000, Arraial <strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro.Resumo.Lopes, R.M.; Junqueira, A.O.R.;Oliveira, E.C.; Fernandes, F.C.;Rivera, I.N.G.; Tavares, M.D.S.;Villac, M.C.; Cunningham, P.Informe sobre as espécies exóticasinvasoras no Brasil - PROBIO.Subprojeto: Organismos queafetam o ambiente marinho. In:SEMINÁRIO DE ÁGUA DE LASTRO, 3.,2004, Arraial <strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro.Resumo em meio digital (CD).LÓPEZ, M.S.; LAVRADO, H.P.; COUTINHO,R.; GRANTHOM COSTA, L.V.; COELHO-SOUZA, S.A. Antes e depois de umabioinvasão: o caso de Isognomonbicolor (C. B. Adams, 1845) em<strong>do</strong>is costões da região <strong>do</strong> CaboFrio, Brasil. In: SEMINÁRIO DE ÁGUADE LASTRO, 3., 2003, Arraial <strong>do</strong> Cabo,Rio de Janeiro. Resumo.López, M.S.; Mendes, C.C.; Santos,H.S.; Coutinho, R. 2005. Invasióndel bivalvo Isognomon bicolor (C.B. Adams, 1845) en el intermarealrocoso de la región Cabo Frio (RJ,Brasil): Distribución, densidad,estructura de tamaños e faunaasociada. In: Congresso Latinoamericanode Ciencias del Mar,7., Chile. Resumo.DE ÁGUA DE LASTRO, 2., 2002, Arraial <strong>do</strong>Cabo, Rio de Janeiro. Resumo em meiodigital (CD).Markman, C.; Papasidero, A.A.S.;Almeida, B.C.; Ueno, P.M.; Nunes,S.L.; Souza, K.M.C.; Lins, D.;Schneider, M.H.; Rivera, I.N.G. 2004.Microbiological characterizationand risk evaluation of areas in sevenBrazilian ports. In: InternationalSymposium on Microbial Ecology,10., 2004, Cancum, México. ResumoPO – 327.Markman, C.; Papasidero, A.; Almeida,B.C.; Ueno, P.; Nunes, S.L.; Souza,K.M.C.; Menucci, D.L.; Schneider,M.H.; Rivera, I.N.G. Caracterizaçãomicrobiológica e avaliação derisco em sete áreas de portosBrasileiros. In: Simpósio Brasileirode Vigilância Sanitária, 2. e SimpósioPan-Americano de VigilânciaSanitária, 1., 2004, Caldas Novas,Goiás. Resumo.MARTINS, E.S.; TAVARES, M.D.Bioinvasores e padrões espaciaisde diversidade biológica e biomassana Baía de Sepetiba, RJ: resulta<strong>do</strong>spreliminares. In: SimpósioBrasileiro de Água de Lastro, 1.,2000, Arraial <strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro.Resumo em meio digital (CD).MARTINS, E.S.; TAVARES, M.D. Variaçãoespacial da diversidade e biomassada macrofauna bêntica <strong>do</strong>ssubstratos não consolida<strong>do</strong>s dabaía de Sepetiba, RJ. In: SEMINÁRIODE ÁGUA DE LASTRO, 2., 2002, Arraial<strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro. Resumo emmeio digital (CD).Medeiros, D.S.; Lopes, S.A.; Azeve<strong>do</strong>,C.E. Programa de Controle eGerenciamento de Água de Lastro<strong>do</strong> Terminal de Ponta Ubu, ES. In:Reunião Brasileira de Ficologia,9., 2002, Aracruz, ES. Resumo.Medeiros, G.F.; Faustino, G.B.V.S.;Medeiros, L.S.; Henrique,D.M.F.; Lucas, F.D.; Men<strong>do</strong>nça,K.R.; Men<strong>do</strong>nça. J.M.; Pereira,M.S. Registros da dispersão <strong>do</strong>Pseu<strong>do</strong>diaptomus trihamatus<strong>Ambiente</strong> Marinho 413


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Rubin, A.; Pellizari, V.H.; Rivera,I.N.G. Pesquisa de Vibrio choleraena água de mar e zooplâncton naRegião Costeira de São Sebastião,São Paulo. In: Encontro Nacionalde Microbiologia Ambiental(ENAMA), 7., 2000, Recife, PE. Resumo.p. 171.Silva, A.E.G.; Leitão, S.N.; Fernandes,M.B. Introdução de moluscosaquáticos exóticos no Brasil.In: Simpósio de EcossistemasBrasileiros, 6., 2004, São José <strong>do</strong>sCampos, SP. Resumo.Silva, J.S.V.; Fernandes, F.C.; Souza,R.C.C.L.; Danelon, O.M.; Larsen,K.T.S.; Souza, R.C.C.L. Avaliaçãode sobrevivência de organismostransporta<strong>do</strong>s por água de lastrode navios mercantes. In: SEMINÁRIODE ÁGUA DE LASTRO, 1., 2000, Arraial<strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro. Resumo.Silva, J.S.V.; Junqueira, A.O.R;Fernandes, F.C. Introduced speciesof hard substrata in Sepetiba PortSurvey, Rio de Janeiro, Brazil. In:International Conference onMarine Bioinvasions, 4., 2005,Wellington, New Zealand. Proceedings.Silveira, N.G.; Fernandes, F.C.; Silva,E.P. Areia Branca-RN possuiespécies introduzidas de Arraial<strong>do</strong> Cabo-RJ por meio da água delastro de navios mercantes? In:SEMINÁRIO DE ÁGUA DE LASTRO, 3.,2004, Arraial <strong>do</strong> Cabo, Rio de Janeiro.Resumo em meio digital (CD).Silveira, N.G.; LARSEN, K.T.S.; Silva,E.P.; COSTA, L.V.G.; RAMALHO, L.V.;Fernandes, F.C. Levantamento dasespécies de substrato artificial daBaía de Sepetiba, RJ. Resulta<strong>do</strong>spreliminares. In: SeminárioBrasileiro sobre Água de Lastro,2., 2002, Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ. Resumo.Souza, K.M.C.; Nunes, S.R.; Markman,C.; Albertini, L.S.; Papasidero,A.A.S.; Dantas, M.A.; Almeida,B.C.; Ueno, P.M.; Menucci, D.L.;Ferreira, C.P.; Schneider, M.H.;Rivera, I.N.G. Identificação deVibrio cholerae O1 toxigênico emágua de lastro. In: CongressoBrasileiro de Microbiologia, 22.,2003, Florianópolis, SC. Resumo.Souza K.M.C.; Papasidero, A.A.S.;Albertini, L.S.; Almeida, B.C.;Ueno, P.M.; Silva, O.R.; Nunes,S.R.; Menucci, D.L.; Ferreira,C.P.; Schneider, M.H.; Rivera,I.N.G. Vigilância epidemiológica dacólera no Brasil. In: CongressoBrasileiro de Microbiologia, 22.,2003, Florianópolis, SC. Resumo.Souza, K.C.; Pichel, M.; Costagliola,M.D.C.; Binsztein, N.; Gil, A.I.;Aguerre, L.; Lins, D.; Schneider,M.H.; Rivera, I.N.G. Comparativemolecular analysis of V. choleraestrains isolated from clinical andenvironmental sources of threeLatin American countries. In:International Symposium onMicrobial Ecology, 10., 2004,Cancun, México. Resumo PO – 340.Souza, K.M.C.; Rivera I.N.G. Geneticdiversity of Vibrio cholerae strainsby ribotyping. In: CongressoBrasileiro de Microbiologia, 21.,2001, Foz de Iguaçu, PR. Resumo.Souza, R.C.C.L.; Silva, J.S.V.; Fernandes,F.C.; Danelon, O.M.; Larsen,K.T.S.; Silveira, N.G.; Santos,H.S. Levantamento preliminar dasespécies aqüáticas introduzidas<strong>Ambiente</strong> Marinho 415


no Brasil. In: SEMINÁRIO DE ÁGUADE LASTRO, 3., 2004, Arraial <strong>do</strong> Cabo,Rio de Janeiro. Resumo em meio digital(CD).Tavares, M.; Martins, E.S. Bioinvasorese padrões espaciais de diversidadebiológica e biomassa na Baíade Sepetiba, RJ: resulta<strong>do</strong>spreliminares. In: SEMINÁRIO DEÁGUA DE LASTRO, 1., 2000, Arraial <strong>do</strong>Cabo, Rio de Janeiro. Resumo.Tavares, M.; Romagnoli, F.C.; Cirelli,J.O.; Ratti, A.P. Exotic crustacea inBrazil. In: The Crustacean SocietyMeeting e Brazilian CrustaceanCongress, 3., 2004, Florianópolis,SC. Resumo.Cu r s o s e t r e i n a m e n t o s• ANVISA. Treinamento paraamostragens de água de lastro em naviosmercantes para funcionários da ANVISAe <strong>do</strong>s Portos de Belém, Fortaleza, Recife,Salva<strong>do</strong>r, Vitória, Sepetiba, Santos,Paranaguá e Rio Grande. 2001. 9 cursos.16 horas. 250 alunos.• ANVISA. Análise Rápida <strong>do</strong> Plâncton(ARP) como ferramenta para verificar atroca oceânica da água de lastro. Cursoministra<strong>do</strong> na Universidade de Santa Cruz,Ilhéus, Bahia, para 15 técnicos da ANVISA.2002. 20 horas.• Programa TRAIN-SEA-COASTBrasil, sedia<strong>do</strong> na Fundação Universidade<strong>do</strong> Rio Grande-FURG, desenvolveu com acooperação de especialistas nacionais einternacionais o curso “Gestão de Água deLastro”.Ev e n t o sO I Simpósio Brasileiro sobre EspéciesInvasoras, que ocorreu em Brasília, em2005, foi o primeiro evento nacional sobreeste tema. A seguir encontra-se uma listade eventos sobre os mais diferentes temasque incluíram apresentações sobre espéciesexóticas invasoras marinhas:• XI Encontro Brasileiro de Malacologia(1989). São Paulo, SP.• XX Congresso Brasileiro de Zoologia(1994). Rio de Janeiro, RJ.• XI Semana Nacional de Oceanografia(1998). Rio Grande, RS.• IV Congresso Latino Americano deFicologia (1998). São Paulo, SP.• II Reunião Ibero-americana deFicologia (1998). São Paulo, SP.• VII Reunião brasileira de Ficologia.(1998). São Paulo, SP.• XXII Congresso Brasileiro deZoologia (1998). Recife, PE.• I Congresso Brasileiro sobreCrustáceos (2000).• I Seminário Brasileiro sobre Águade Lastro (2000). Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ.• XIV Semana Nacional deOceanografia (2001). Rio Grande,RS.• III Seminário sobre <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>- Sobena (2001). Rio de Janeiro, RJ.• V Congresso de ecologia <strong>do</strong> Brasil(2001). Porto Alegre, RS.• I Simpósio Brasileiro de Oceanografia(2002). São Paulo, SP.416Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


• II Seminário brasileiro sobre Águade Lastro (2002). Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ.• IX Reunião Brasileira de Ficologia(2002). Aracruz, ES.• I Simpósio Brasileiro de Oceanografia(2002). São Paulo, SP.• XXIV Congresso Brasileiro deZoologia (2002). Itajaí, SC.• V Seminário de Bioincrustação,Ecologia bêntica e Corrosão (2003).Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ.• I Simpósio de Biologia Marinha daUniversidade Federal Fluminense(2003). Niterói, RJ.• IV Seminário sobre <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>-Sobena (2003).Rio de Janeiro, RJ.• 17 International SeaweedSymposium (2003). Oxford.• X Congreso Latino-Americano deCiências <strong>do</strong> Mar (2003).• I Seminário <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>Marinho <strong>do</strong> Espírito Santo (2003).Guarapari, ES.• VI Congresso de Ecologia <strong>do</strong> Brasil(2003). Fortaleza, CE.th• 10 International Coral ReefSymposium (2004). Japão.• III Seminário Brasileiro sobre Águade Lastro (2004). Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ.• VI Simpósio de EcossistemasBrasileiros (2004). São José <strong>do</strong>sCampos, SP.• XXV Congresso Brasileiro de Zoologia(2004). Brasília, DF.• International Coastal Symposium(2004). Itajaí, SC.• VII Congresso Latino-americano deCiencias del Mar (2005). Chile.• VI Encontro de bioincrustação,Ecologia Bêntica e Corrosão (2005).Arraial <strong>do</strong> Cabo, RJ.• I Simpósio Brasileiro sobre EspéciesExóticas Invasoras (2005). Brasília,DF.• IV Seminário Brasileiro sobre Águade Lastro (2006). Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ.• V Seminário Brasileiro sobre Águade Lastro (2008). Arraial <strong>do</strong> Cabo,RJ.8Ví d e o sVí d e o s r e l a t ó r i o sEstu<strong>do</strong> exploratório paraidentificação e caracterização deespécies patogênicas em água delastro em portos seleciona<strong>do</strong>s noBrasil. Realização: Agência Nacional deVigilância Sanitária (ANVISA); Gerência Geralde Portos, Aeroportos e Fronteiras; Gerênciade Vigilância Sanitária de Portos. 2002.Avaliação da eficiência datroca da ágUa de lastro em áreaoceânica. Realização: Agência Nacionalde Vigilância Sanitária (ANVISA); GerênciaGeral de Portos, Aeroportos e Fronteiras eGerência de Vigilância Sanitária de Portos.Colaboração: Instituto de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MarAlmirante Paulo Moreira (IEAPM); Petrobrás/Transpetro/Fronape; Universidade de SãoPaulo (USP) e Universidade Estadual deSanta Cruz – BA. 2002.<strong>Ambiente</strong> Marinho 417


Ví d e o s d i d á t i c o sVigilância sanitária da água delastro. Realização: Agência Nacional deVigilância Sanitária (ANVISA); Gerência-Geral de Portos, Aeroportos e Fronteirase Gerência de Vigilância Sanitária dePortos. Colaboração: Instituto de Estu<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM);Universidade de São Paulo (USP) eUniversidade Estadual de Santa Cruz – BA.2002.Le g i s l a ç ã oA legislação brasileira e internacionalrelacionada à prevenção e controledas espécies exóticas marinhas é rica,entretanto as dificuldades para a suaimplementação, em muitos casos, a tornaineficiente para impedir a introduçãodas espécies indesejáveis. A seguir éapresentada uma breve compilaçãoda legislação nacional e internacionalrelacionada a este tema.A Agenda 21 da Conferência dasNações Unidas sobre o <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> eDesenvolvimento evidencia a necessidadede proteção <strong>do</strong>s oceanos e das zonascosteiras, como também <strong>do</strong> uso racionalde seus recursos vivos. A Agenda 21considera também a possibilidade dea<strong>do</strong>tar normas apropriadas no que dizrespeito à descarga de água de lastro,com vistas a impedir a disseminaçãode organismos estranhos e solicita quedevam ser realiza<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s sobre opotencial de aqüicultura com a aplicaçãode salvaguardas adequadas no que dizrespeito à introdução de novas espécies.A Convenção Internacional sobreControle e Gestão da Água de Lastro eSedimentos de Navios, apesar de nãoestar em vigor, tem si<strong>do</strong> incorporadaà legislação de vários países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>inteiro. O objetivo desta convenção é criarmecanismos para prevenir, minimizar ese possível, eliminar a transferência deorganismos aquáticos nocivos e agentespatogênicos através <strong>do</strong> controle e gestãoda água de lastro e <strong>do</strong>s sedimentos <strong>do</strong>snavios mercantes.A convenção das Nações Unidasrelacionada ao Direito <strong>do</strong> Mar ressaltaa importância da proteção <strong>do</strong>s mares eoceanos contra a poluição e dá ênfaseno Artigo 196, onde afirma que to<strong>do</strong>sos países devem tomar as medidasnecessárias para prevenir, reduzir econtrolar a poluição <strong>do</strong> meio marinho oua introdução intencional ou acidental deespécies estranhas ou novas que nelepossam provocar mudanças importantese prejudiciais.A Convenção sobre o ComércioInternacional de Espécies Ameaçadas daFauna e Flora Silvestre regulamenta ocomércio de espécies ameaçadas.A Lei 5.197 dispõe sobre a proteçãoda fauna e estabelece que nenhumaespécie poderá ser introduzida no Brasil,sem parecer técnico favorável e licençaexpedida na forma da lei.A Lei 9.985 estabelece no seuArtigo 31 que é proibida a introdução deespécies não autóctones nas unidades deconservação.A Lei 9.605, Lei <strong>do</strong>s Crimes Ambientais,estabelece sanções quan<strong>do</strong> se disseminar<strong>do</strong>ença ou praga ou espécies que possamcausar dano à agricultura, à pecuária, àfauna, à flora ou aos ecossistemas.A Lei 9.537, conhecida como Lesta,estabelece os requisitos que assegurem aprevenção da poluição ambiental por partede embarcações, plataformas fixas ou suasinstalações de apoio.418Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


O Decreto 3.179 regulamenta aLei 9.605 e no Artigo 23 determina que éproibida a importação ou a exportação dequaisquer espécies aquáticas, em qualquerestágio de evolução, bem como a introduçãode espécies nativas ou exóticas em águasjurisdicionais brasileiras, sem autorização<strong>do</strong> órgão ambiental competente.O Decreto 4.339 trata da PolíticaNacional da Biodiversidade, dentre outrasações, objetiva inventariar e mapear asespécies exóticas invasoras e as espéciesproblema,bem como os ecossistemasem que foram introduzidas para nortearestu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s impactos gera<strong>do</strong>s e ações decontrole. Também estimula a realizaçãode pesquisas para subsidiar a prevenção,erradicação e controle de espéciesexóticas invasoras e espécies-problemaque ameacem a biodiversidade, atividadesda agricultura, pecuária, silvicultura eaqüicultura e a saúde humana.O Decreto 3.607 dispõe sobre aimplementação da Convenção sobreComércio Internacional das Espécies daFlora e Fauna Selvagens em Perigo deExtinção, conhecida como CITES.A Portaria 3/2004 <strong>do</strong> IBAMA dispõesobre as licenças de exportação deespécimes vivos, produtos e sub-produtosda flora e fauna.A Resolução RDC 217 da ANVISAestabelece cuida<strong>do</strong>s especiais nolançamento de água de lastro provenientede área considerada de risco à saúdepública ou ao meio ambiente.A Resolução A.868(20) daOrganização Marítima Internacionalestabelece diretrizes de caráter voluntáriopara o controle e gerenciamento da águade lastro de navios, para minimizar atransferência de organismos aquáticosnocivos e agentes patogênicos. Essaresolução auxilia os governos, oscomandantes de navios, os opera<strong>do</strong>res earma<strong>do</strong>res e as autoridades portuárias,bem como outras entidades interessadas,a minimizar os riscos da introdução deorganismos aquáticos nocivos e agentespatogênicos, provenientes da águautilizada como lastro pelos navios e <strong>do</strong>ssedimentos nela conti<strong>do</strong>s e, ao mesmotempo, resguardar a segurança <strong>do</strong>snavios.A Norma da Autoridade Marítima20 (Normam 20), em vigor desde 2005,determina o cumprimento de algunsprocedimentos conti<strong>do</strong>s na ConvençãoInternacional para o Controle e Gestão daÁgua de Lastro e Sedimentos de Navios daOrganização Marítima Internacional. Dentreoutras obrigações, os navios mercantes quevisitem os portos brasileiros com a intençãode descartar a água de lastro na zona costeirasão obriga<strong>do</strong>s a fazer a troca dessa água emalto mar, além das 200 milhas. A entrega deformulário com informações sobre volume eorigem da água a ser deslastrada tambémé obrigatória.Re c o m e n d a ç õ e sA legislação brasileira relacionadaà prevenção e ao controle de espéciesexóticas pode ser considerada abrangente,mas para certos vetores de introdução aindafaltam instrumentos legais. Há ainda umacarência na regulamentação específica queconsolide as regras para controle e combateàs espécies aquáticas invasoras, dan<strong>do</strong>a amplitude necessária para a soluçãoda questão como um to<strong>do</strong>, inclusive nosaspectos criminais. É importante abordar deforma clara e objetiva os impactos atuais etambém potenciais causa<strong>do</strong>s pela introduçãode espécies exóticas, visto que nem semprea alteração ambiental é imediatamenteaparente.<strong>Ambiente</strong> Marinho 419


Há uma necessidade prementede complementação <strong>do</strong> Plano Nacionalde Gerenciamento Costeiro de mo<strong>do</strong> acontemplar as atividades de prevenção daintrodução de espécies exóticas invasorasno país.A Convenção Sobre o ComércioInternacional de Espécies Ameaçadas daFauna e Flora Silvestres – CITES estabeleceatividades e responsabilidades sobre otema, definin<strong>do</strong> as autoridades e os gruposde trabalho que devem atuar na prevençãoe controle de exportações e importações deespécies de acor<strong>do</strong> com os parágrafos <strong>do</strong>artigo 3 o . Dessa forma, é necessária a criaçãode grupos de trabalho com suas atividades eações específicas e também criar os gruposregulamenta<strong>do</strong>res estabeleci<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong>sartigos 4 o e 5 o da CITES.É recomendável a ratificação daConvenção Internacional sobre Controle eGestão da Água de Lastro e Sedimentosde Navios, a<strong>do</strong>tada por ConferênciaDiplomática, na cidade de Londres, ReinoUni<strong>do</strong>, no dia 13 de fevereiro de 2004.Contu<strong>do</strong>, tanto para o caso da água de lastroquanto da bioincrustração, há necessidadede capacitação de pessoal e de instalaçãode infra-estrutura adequada nas instituiçõesenvolvidas com a fiscalização.Deve ser evita<strong>do</strong> ao máximo o despejode água de lastro proveniente de regiõescom características ambientais semelhantesàs <strong>do</strong> porto receptor brasileiro, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>as medidas de prevenção e controledeterminadas pela Normam 20. Deve serexigi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s navios e das plataformas, antesda concessão de Livre Prática, a inspeção deincrustações através de pessoal capacita<strong>do</strong>,a fim de evitar o transporte de espéciesincrustantes e agregadas, visto que temsi<strong>do</strong> registra<strong>do</strong> o transporte e introduçãode espécies exóticas a partir de substratosartificiais associa<strong>do</strong>s às embarcações.Ten<strong>do</strong> em vista a importânciaeconômica da atividade de carcinoculturamarinha e os impactos e riscos ambientaispotenciais e atuais menciona<strong>do</strong>s no presente<strong>do</strong>cumento, recomenda-se a instalaçãode um grupo de trabalho interministerialpara discutir as melhores estratégias decontrole e monitoramento da introdução daespécie de camarão atualmente cultivada eseus agentes patógenos, assim como <strong>do</strong>sprocessos de ocupação de áreas de proteçãopermanente, de forma a minimizar futurosimpactos e corrigir os existentes.Controlar e conter a dispersão deespécies invasoras são tarefas de caráterpermanente e iniciativas devem sertomadas de imediato no que se refere aoambiente marinho. A união de esforços entreinstituições permitirá o estabelecimento deum referencial conceitual e operacional paraa abordagem <strong>do</strong> problema.Para facilitar e dar aos agentesfiscaliza<strong>do</strong>res o devi<strong>do</strong> respal<strong>do</strong> para anotificação <strong>do</strong>s infratores, faz-se necessárioelaborar um embasamento jurídico paradeterminar as medidas de prevenção,controle e fiscalização <strong>do</strong>s impactosprovoca<strong>do</strong>s pela água de lastro e sedimento<strong>do</strong>s navios, no que concerne à transferênciade espécies exóticas e organismospatogênicos. Progressos neste senti<strong>do</strong>foram realiza<strong>do</strong>s pela ANVISA (RDC 217)e pela Autoridade Marítima (NORMAM 20).Porém, colocar em prática o que preconizaa legislação demanda esforços e recursosque ainda não se encontram devidamentealoca<strong>do</strong>s no país.O controle e a contenção da dispersãode espécies invasoras constituem tarefasdifíceis quanto ao vetor bioincrustação. Noentanto, esta forma de introdução merece420Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


uma atenção especial porque atualmentenão existe nenhuma iniciativa para avaliar econduzir as melhores práticas preventivas.Existe a necessidade premente deregulamentação <strong>do</strong> uso de biocidas antiincrustantes,caracterizan<strong>do</strong> padrões quepossibilitem sua fiscalização. Recomenda-se aobrigatoriedade de pintura das embarcações,utilizan<strong>do</strong> tinta anti-incrustante compatívelcom a legislação ambiental, caben<strong>do</strong> àAutoridade Marítima a fiscalização daaplicação desse procedimento. De ummo<strong>do</strong> geral, faz-se necessária a a<strong>do</strong>ção deprocedimentos de registro no IBAMA dastintas anti-incrustantes, que contenhamorganoestânicos agin<strong>do</strong> como biocidasou catalisa<strong>do</strong>res. Além disso, é precisodeterminar as regras de limpeza <strong>do</strong>s cascos<strong>do</strong>s navios e a disposição <strong>do</strong>s resíduos após<strong>do</strong>cagem a seco em estaleiros.A fiscalização das empresas deaquicultura e aquariofilia que cultivam ecomercializam espécies exóticas marinhasnão tem si<strong>do</strong> eficiente. A legislação ambientalnão vem sen<strong>do</strong> aplicada adequadamenteem relação aos empreendimentos decarcinocultura basea<strong>do</strong>s na espécie exóticaLitopenaeus vannamei e as ações defomento a nível governamental e priva<strong>do</strong>(SEAP, bancos, órgãos estaduais etc.) sãopautadas por um tratamento no mínimoambíguo da questão. O resulta<strong>do</strong> destacombinação de fatores é aquele descritoanteriormente para a espécie em questão:(i) destruição de áreas de preservaçãopermanente para implantação de tanquesde cultivo, (ii) inexistência de controle deescapes das populações <strong>do</strong>s tanques paraos ecossistemas naturais, (iii) potencialtransmissão horizontal e vertical depatógenos carrea<strong>do</strong>s pela espécie exótica,com impactos sobre as espécies nativas, (iv)aumento da turbidez e da carga orgânica<strong>do</strong>s estuários e ambientes costeiros devi<strong>do</strong>aos processos de fertilização artificial <strong>do</strong>stanques de cultivo e subseqüente drenagem<strong>do</strong>s mesmos, (v) contaminação das águas derios e estuários com substâncias inorgânicasnocivas utilizadas nos cultivos, entre outrosimpactos ambientais.O comércio de peixes ornamentais eoutros organismos marinhos para fins deaquariofilia é regulamenta<strong>do</strong> pelo IBAMA,porém os registros oficiais sobre estaatividade são escassos e não consistentesde ano a ano, além de não cobrirem todasas regiões <strong>do</strong> país (Monteiro-Neto et al.,2003).Informações sobre as reais ameaças,prejuízos e possíveis danos aos ecossistemasassocia<strong>do</strong>s às espécies exóticas são deextrema importância para a mobilizaçãosocial e a aderência aos programas deprevenção e controle. Neste senti<strong>do</strong>, o Planode Comunicação executa<strong>do</strong> pelo ProgramaGloBallast poderia ser utiliza<strong>do</strong> comoexemplo em outras iniciativas. Este planoincluiu a impressão de cartazes, produçãode vídeos, palestras e entrevistas nos meiosde comunicação, assim como a manutençãode uma página especializada na Internet.O entendimento <strong>do</strong>s processos deintrodução e invasão de espécies exóticasmarinhas e de seus impactos ambientais esocioeconômicos envolve enormes desafiosmeto<strong>do</strong>lógicos, operacionais e financeiros.Os países que vêm apresentan<strong>do</strong>resulta<strong>do</strong>s práticos na prevenção,controle e monitoramento destas espéciessão justamente aqueles que investemadequadamente no planejamento e naimplantação de ações contínuas, de alcanceinter-institucional, respaldadas por estu<strong>do</strong>se pesquisas multidisciplinares. Desta forma,cabe ao Brasil iniciar com a maior brevidadeum programa induzi<strong>do</strong> de fomento àspesquisas sobre a problemática das espéciesexóticas invasoras, contemplan<strong>do</strong> aspectospráticos e conceituais e envolven<strong>do</strong> todas as<strong>Ambiente</strong> Marinho 421


áreas <strong>do</strong> conhecimento que tenham relaçãocom o tema. O investimento em pesquisascom espécies exóticas comprovadamenteaumenta o poder de prevenção e detecçãoprecoce de invasões biológicas, alémde contribuir para minimizar os custosnecessários para aplicação das medidasmitiga<strong>do</strong>ras e compensatórias posteriores aeventos de invasões. O estu<strong>do</strong> de impactosecológicos, econômicos e sociais ocasiona<strong>do</strong>spela introdução de espécies exóticas, bemcomo das alternativas mitiga<strong>do</strong>ras dessesimpactos, compreende diversas áreas <strong>do</strong>conhecimento, incluin<strong>do</strong> muitas vezes temasde natureza transversal como a relaçãoEsta<strong>do</strong>-Sociedade e Economia-Impactosecológicos.Os programas de apoio às pesquisascientíficas devem considerar de maneiraequilibrada os diversos ecossistemasafeta<strong>do</strong>s no país e suas especificidades.A zona costeira, em particular, demandaesforços vultosos de investigação devi<strong>do</strong>aos vários vetores de transporte deespécies exóticas relaciona<strong>do</strong>s a esteambiente. Assim, visan<strong>do</strong> a obtenção deresulta<strong>do</strong>s que ofereçam subsídios reais aosprogramas de gestão de espécies exóticasmarinhas, em acor<strong>do</strong> com a Convençãosobre Diversidade Biológica (CDB), artigooitavo, alínea H e as diretrizes da PolíticaNacional de <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, são sugeri<strong>do</strong>s,a seguir, tópicos prioritários de estu<strong>do</strong>s epesquisas, abrangen<strong>do</strong> os vários aspectos<strong>do</strong> problema. A ordem <strong>do</strong>s tópicos nãoindica uma ordem de prioridades.Diagnóstico de espécies exóticas einvasorasEstu<strong>do</strong>s sobre a biota:1. estu<strong>do</strong>s taxonômicos;2. definição de status (espécie nativa,detectada, estabelecida, invasora,contida);3. estu<strong>do</strong>s sobre a origem e as rotasde invasão;Estu<strong>do</strong>s de impactos:4. 1) efeitos de ordem econômica,social e ambiental;5. 2) efeitos de atividades humanassobre as invasões;6. 3) dinâmica das invasões;7. 4) percepção pública;8. 5) uso econômico de espéciesinvasoras e uso potencial de nativascomo alternativas;9. 6) desenvolvimento de indica<strong>do</strong>resde impacto;Estu<strong>do</strong>s ecológicos:10. 1) auto-ecologia das espéciesexóticas;11. 2) estu<strong>do</strong> das relaçõesentre as espécies exóticas e ascomunidades invadidas;12. 3) mecanismos que regulama variabilidade espacial e temporaldas espécies exóticas estabelecidase invasorasControle e manejo:1) desenvolvimento de méto<strong>do</strong>s deprevenção, detecção e controle;2) trabalhos de longa duração,incluin<strong>do</strong> programas de monitoramento;3) indica<strong>do</strong>res de eficiência de ações;4) uso econômico de espéciesinvasoras;5) educação ambiental.422Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Re f e r ê n c i a sBax, N., J. T. Carlton, A. Mathews-Amos,R. L. Haedrich, F. G. Howarth, J. E.Purcell, A. Rieser, A. Gray, 2001. TheControl of Biological Invasions in theWorld’s Oceans. Conservation Biology,1234–1246.Paula, E.J.; Oliveira, E.C. Macroalgas exóticasno Brasil com ênfase à introduçãode espécies visan<strong>do</strong> a maricultura.In: SILVA, J.S.V.; SOUZA, R.C.C.L.(Orgs.). Água de lastro e bioinvasão.Rio de Janeiro: Interciência, 2004. p.99-112.MONTEIRO-NETO, C. ; CUNHA, FranciscaEdna de Andrade ; NOTTINGHAM, M.C. ; ARAÚJO, M. E. ; ROSA, I. L. ;BARROS, G. M. L. . ANALYSIS OF THEMARINE ORNAMENTAL FISH TRADE ATCEARÁ STATE, NORTHEAST BRAZIL.Biodiversity and Conservation, Holanda,v. 12, p. 1287-1295, 2003.<strong>Ambiente</strong> Marinho 423


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Foto: www.sxc.hu426Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Ca p í t u lo 9 - Glossár i oAAbertura branquial: local de entrada dacorrente de água, também conhecida porabertura oral ou sifão inalante.Águas interiores/águas continentais:corpo e fluxo de água localiza<strong>do</strong>s no interiorde continentes e em rios, lagos, represas,charcos, lagoas, pequenos tanques e corposd’água temporários.Ala: expansão lateral das páries que ésobreposta pela placa adjacente.Anfractuosidade: saliência, depressão ousinuosidade irregular.Antena: antena posterior <strong>do</strong>s crustáceos,forman<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> par de apêndicescefálicos.Antênula: antena anterior <strong>do</strong>s crustáceos,forman<strong>do</strong> o primeiro par de apêndicescefálicos.Anterídio: estrutura que produz gametasmasculinos.Aquariofilia: prática de manter organismosaquáticos em aquários e tanques.Aqüicultura: 1. Cultivo, em águas <strong>do</strong>cesou salgadas, naturais ou artificiais, deorganismos aquáticos, tais como algas,peixes, moluscos, crustáceos e outros, paraalimentação humana, finalidades industriaisou experimentais (Lei Federal No 8.171,17.01.91, art. 49, inciso III). 2. Cultivode organismos aquáticos sob condiçõescontroladas para benefícios econômicosou sociais. De acor<strong>do</strong> com a Organizaçãodas Nações Unidas para Agricultura eAlimentação (FAO), três fatores caracterizamessa atividade:• O organismo produzi<strong>do</strong> é aquático;• Existe manejo na produção; e• A criação tem um proprietário,ou seja, não é um bem coletivo como osrecursos pesqueiros explora<strong>do</strong>s.Área costeira: aquela onde ocorreinteração entre a terra emersa e o mar, naqual o funcionamento <strong>do</strong>s ecossistemas eseus usos afetam diretamente o espaçooceânico e vice-versa.Área oceânica: aquela situada além <strong>do</strong>slimites sugeri<strong>do</strong>s para a área costeira até200 milhas marítimas (contadas a partir dalinha de base junto à costa), corresponden<strong>do</strong>à Zona Econômica Exclusiva-ZEE.Arqueópilo: estrutura característica decistos de dinoflagela<strong>do</strong>s, em forma de fenda,formada durante o estágio de germinação(abertura associada ao excistamento).Artículo: cada um <strong>do</strong>s segmentos de umapêndice.Ateca<strong>do</strong>: em referência a dinoflagela<strong>do</strong>s,quan<strong>do</strong> a teca não é constituída por umasérie de placas rígidas que possam servisualizadas e utilizadas como caracterestaxonômicos; neste caso, a maiorflexibilidade das tecas requer que aidentificação taxonômica seja confirmadaem exemplares vivos (há deformaçãomorfológica com o uso de fixa<strong>do</strong>res), combase em caracteres como simetria dacélula e diferentes tipos de depressões,especialmente na porção apical dacélula.Azooxantela<strong>do</strong>: sem zooxantela.<strong>Ambiente</strong> Marinho 427


BBainha: revestimento interno da partesuperior da testa ou concha. O conjuntoforma<strong>do</strong> pela ala e a parte superior e internadas placas parietais. Reveste a superfíciesuperior interna da abertura de algunscirripédios. A partir da base da bainha, asplacas operculares (escu<strong>do</strong> e tergo) sãoarticuladas.Base cordada (base da folha): em formade coração.Base: segun<strong>do</strong> artículo das patasambulatórias e <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>.Bífi<strong>do</strong>: dividida em duas partes por umsulco mediano.Bilobada: com <strong>do</strong>is lobos.Bio-ensaio/bio-avaliação: uso dematerial vivo para a medida da concentraçãode uma substância na água, determinan<strong>do</strong>sua potencialidade em produzir efeitosespecíficos. Freqüentemente, envolve o usode compostos padrões como referência.Biomas: amplos espaços terrestres,caracteriza<strong>do</strong>s por tipos fisionômicos devegetação semelhantes, com diferentesesta<strong>do</strong>s climáxicos. V. ecossistema.Biomassa: quantidade de matéria orgânicaviva presente num da<strong>do</strong> momento, em umdetermina<strong>do</strong> espaço, expressa em peso porvolume ou por área.Bioturbação: perturbação <strong>do</strong>s sedimentosproduzida por organismos. O termo inglês(“bioturbation”) foi cria<strong>do</strong> para apresentar aperfuração, o osqueamento etc, produzi<strong>do</strong>spor organismos nos sedimentos, chegan<strong>do</strong>às vezes a destruir completamente asestruturas sedimentares.Birreme: diz-se <strong>do</strong>s apêndices <strong>do</strong>sartrópodes, quan<strong>do</strong> forma<strong>do</strong>s de duasporções distais (en<strong>do</strong>podito e exopodito)aproximadamente da mesma forma etamanho.Bisseriada: com duas fileiras de células.Bisso: tufo de filamentos córneos escuros erobustos que servem para fixação de certosbivalves.CCabeça espermatangial: conjunto deespermatângios (estruturas produtoras degametas masculinos nas algas vermelhas).Cálices: terminação superior ou aberta deum coralito.Camada periostracal: camada externa daconcha <strong>do</strong>s moluscos.Camada prismática: camada intermediáriada concha <strong>do</strong>s moluscos, entre o perióstracoe a camada nacarada.Carapaça: parte <strong>do</strong> exoesqueleto,geralmente calcificada, que cobre ocefalotórax e as porções laterais da parteventral <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong> animal.Carina: placa <strong>do</strong>rsal posterior, sempre comduas alas.Carpo: quinto segmento das patasambulatórias e <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>, a partir <strong>do</strong>corpo <strong>do</strong> animal.Carpogônio: em algas vermelhas é ogametângio feminino.Carposporângio: em algas vermelhas é acélula que contém o carpósporo.Carpósporo: esporo que se formana extremidade fértil <strong>do</strong> filamento <strong>do</strong>carpogônio; é diplóide.428Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Cefalossoma: região anterior <strong>do</strong> prossomacoberta pelo escu<strong>do</strong> cefálico <strong>do</strong>rsal, quecompreende os cinco somitos cefálicosque sustentam as antênulas, as antenas,as mandíbulas, as maxílas e o primeirosegmento toráxico que compreende osmaxilípedes.Cefalotórax: região <strong>do</strong> corpo quecompreende a fusão <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> segmentotoráxico com o cefalossoma e carrega oprimeiro par de pernas natatórias.Célula hipógena: célula que se desenvolvena parte inferior de uma estruturareprodutiva.Células involucrais: células que formamum invólucro ao re<strong>do</strong>r de uma estrutura dereprodução.Células pericentrais: células que ficam aore<strong>do</strong>r da célula central <strong>do</strong> talo.Cenocítico: talo não dividi<strong>do</strong> em células.Cenossarco: teci<strong>do</strong> comum, unin<strong>do</strong> ospólipos de uma colônia.Cenósteo: esqueleto colonial comum deum coral.Cer<strong>do</strong>sa: com muitas cerdas.Cesta branquial: equivalente à faringe <strong>do</strong>svertebra<strong>do</strong>s; representa a faringe alargada;delica<strong>do</strong> saco perfura<strong>do</strong> por um grandenúmero de fileiras de pequenas fendas.Charneira: estrutura que evita odeslizamento das valvas (conchas) comdentes e suas respectivas fossetas na valvaoposta, posiciona<strong>do</strong>s <strong>do</strong>rsalmente, abaixo<strong>do</strong> umbo.Cicatriz muscular: marca na concha umainserção muscular.Cíngulo: quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> à morfologia dedinoflagela<strong>do</strong>s, trata-se de depressão quecircunda a célula transversalmente, na qualse encontra um <strong>do</strong>s flagelos, e que divideeste organismo em duas partes, a hepiteca(anterior) e a hipoteca (posterior); quan<strong>do</strong>aplica<strong>do</strong> à morfologia de diatomáceas,estrutura de sílica que provê a conexão entreas suas duas tecas (ou valvas) constituintes,conjunto este denomina<strong>do</strong> frústula.Circum-orbitais: situa<strong>do</strong> ao re<strong>do</strong>r oupróximo da órbita.Cirro: apêndice torácico birreme <strong>do</strong>scirripédios.Cisto: em referência a dinoflagela<strong>do</strong>s, tipode célula desprovida de flagelos que semantém viva (em <strong>do</strong>rmência) em condiçõesadversas; dependen<strong>do</strong> da forma de produção<strong>do</strong> cisto no ciclo de vida <strong>do</strong> organismo,pode ser denomina<strong>do</strong> cisto temporário(célula vegetativa que sofre alteraçõesfisiológicas e morfológicas induzidas porestresse ambiental) ou cisto de resistência(hypnozigoto, fruto de reprodução sexuada);o cisto temporário pode re-estabelecer suaforma flagelada com o retorno de condiçõesfavoráveis com relativa rapidez, mas omecanismo de germinação de um cistode resistência é mais complexo por exigirtempo de <strong>do</strong>rmência que varia de espéciepara espécie.Cistocarpo: estrutura produzida pelogametófito feminina e que abriga ocarposporófito.Columela: (Anthozoa) estrutura axialcentral formada a partir da margem axial<strong>do</strong>s septos. (Bivalvia) coluna central daconcha <strong>do</strong>s gastrópodes.Complexo <strong>do</strong> poro apical: estruturapresente em dinoflagela<strong>do</strong>s teca<strong>do</strong>s; tratasede um poro no ápice da célula, localiza<strong>do</strong>em uma placa em particular que pode estarassociada a outras placas, forman<strong>do</strong> esteconjunto de placas característico.<strong>Ambiente</strong> Marinho 429


Conchocelis: fase filamentosa de algas daordem Bangiales (ex. Porphyra).Controle – 1. função administrativa que,no âmbito <strong>do</strong> direito ambiental, abrange aobrigação <strong>do</strong> Poder Público em regulamentaros fatores poluentes, de conceder autorizaçãopara o exercício de atividades perigosas,bem como de impor limitações, cautelase proibições. 2. conjunto de medidas queacompanhem e monitorem a introdução deespécies exóticas.Controle ambiental – fiscalização emonitoramento das atividades referentes àutilização <strong>do</strong>s recursos ambientais exerci<strong>do</strong>spela Administração Pública, de acor<strong>do</strong> comdiretrizes técnicas e leis em vigor (LeiFederal No 9.605, 05.02.98, Cap. II, art.14, inciso IV).Controle químico – consiste na utilizaçãode produtos químicos para o se controlarpragas e <strong>do</strong>enças. O uso inadequa<strong>do</strong> dessesprodutos pode acarretar em um desequilíbrioecológico e afetar a saúde das pessoas.Convenção sobre Diversidade Biológica(CDB, 1992): ratificada pelo Brasil em1994 (Decreto Legislativo No 2, de 3 defevereiro de 1994):Art. 2º - Para os propósitos da Convençãoda Diversidade Biológica:• Condições in situ – significa ascondições em que recursos genéticos existemem ecossistemas e habitats naturais e, nocaso de espécies <strong>do</strong>mesticadas ou cultivadas,nos meios onde tenham desenvolvi<strong>do</strong> suaspropriedades características.• Diversidade Biológica – significaa variabilidade de organismos vivos detodas as origens e os complexos ecológicosde que fazem parte compreenden<strong>do</strong> aindaa diversidade dentro de espécies, entreespécies e de ecossistemas.• Ecossistema – significa umcomplexo dinâmico de comunidadesvegetais, animais e de microorganismos eo seu meio inorgânico que interagem comouma unidade funcional.• Habitat – significa o lugar ou tipode local onde um organismo ou populaçãoocorre naturalmente.• País de origem de recursosgenéticos – significa o país que possuiesses recursos genéticos em condições insitu.• País prove<strong>do</strong>r de recursosgenéticos – significa o país que provêrecursos genéticos coleta<strong>do</strong>s de fontesin situ, incluin<strong>do</strong> populações de espécies<strong>do</strong>mesticadas e silvestres, ou obtidas defontes ex situ, que possam ou não ter si<strong>do</strong>origina<strong>do</strong>s nesse país.• Recursos biológicos: compreenderecursos genéticos, organismos ou partesdestes, populações, ou qualquer outrocomponente biótico de ecossistemas, dereal ou potencial utilidade ou valor para ahumanidade.• Recursos genéticos: significamaterial genético de valor real oupotencial.• Utilização sustentável: significaa utilização de componentes da diversidadebiológica de mo<strong>do</strong> e em ritmo tais quenão levem, ao longo prazo, à diminuiçãoda diversidade biológica, manten<strong>do</strong> assimseu potencial para atender as necessidadese aspirações das gerações presentes efuturas.Copepodito: estágio pós-naupliar <strong>do</strong>desenvolvimento <strong>do</strong>s copépo<strong>do</strong>s, com umaspecto geral semelhante ao adulto, masque possui menos apêndices e/ou somitos.430Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Coralito: no coral colonial é a estruturaformada por um pólipo individual.Coralo: to<strong>do</strong> o esqueleto deposita<strong>do</strong> por umúnico pólipo ou por uma colônia de pólipos.Corpos anteridiais: estrutura que abrigaum grupo de anterídios.Costelas: termo normalmente utiliza<strong>do</strong>para caracterizar projeções longitudinais dasuperfície interna das placas parietais queapresentam projeções laterais próximasà base em alguns grupos. As costelas emcirripédios que apresentam placas parietaiscom duas lâminas estão relacionadasa septos longitudinais que unem essaslâminas. O termo costela também podeser usa<strong>do</strong> para descrever ornamentaçõeslongitudinais em forma de costelas dasuperfície externa da testa.Crenula<strong>do</strong>: com pequenos dentes.Cribra: camada de sílica delicadamenteperfurada, que recobre poros regularmentearranja<strong>do</strong>s na face valvar de diatomáceas.Crista: qualquer saliência estreita ealongada.Cromatóforo: Célula com pigmento em seucitoplasma, poden<strong>do</strong> alterar a cor <strong>do</strong> animal(vertebra<strong>do</strong>s e crustáceos) que a possui.Cúspide subsidiária: termo relativo aosdentes menores localiza<strong>do</strong>s próximos aosdentes da mandíbula.Cutícula: delgada membrana derevestimento externo <strong>do</strong>s invertebra<strong>do</strong>s edas partes novas <strong>do</strong>s vegetais.DDátilo: sétimo segmento das patasambulatórias, a partir <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong> animal.De<strong>do</strong> fixo: parte terminal inferior <strong>do</strong>própo<strong>do</strong> de um quelípo<strong>do</strong>. Com o de<strong>do</strong>móvel forma a quela <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>.De<strong>do</strong> móvel: de<strong>do</strong> superior, que não fazparte <strong>do</strong> própo<strong>do</strong>, e que com o de<strong>do</strong> fixoforma a quela <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>.Dente: difere <strong>do</strong>s espinhos por terem a basemaior <strong>do</strong> que a altura, sen<strong>do</strong>, geralmente,largos e obtusos.Depleção: condição de esgotamento, porexemplo, depleção <strong>do</strong>s recursos naturais,depleção de oxigênio dissolvi<strong>do</strong>.Diatomácea: organismo unicelularaquático, autotrófico (considera<strong>do</strong> nacategoria genérica de microalgas), provi<strong>do</strong>de uma parede celular impregnada comsílica (frústula), a qual é formada por duaspartes (tecas ou valvas) que se encaixamcomo em uma placa de petri.Dinoflagela<strong>do</strong>: organismo unicelularaquático com representantes autotróficose heterotróficos (considera<strong>do</strong> na categoriagenérica de microalgas) provi<strong>do</strong> de umaparede celular celulósica e flagelos.Dístico: em um único plano.Distromática: com duas camadas decélulas.Divisão anticlinal: divisão em planosperpendiculares à superfície da estrutura.Cuticular: relativo à cutícula.Cypris: larva <strong>do</strong>s cirripédios; nome da<strong>do</strong>devi<strong>do</strong> à semelhança com o ostrácodeCypris.<strong>Ambiente</strong> Marinho 431


EEcóide: estu<strong>do</strong> da interrelação <strong>do</strong> sistemaecológico constituí<strong>do</strong> por um únicoorganismo e seu ambiente.Ecorticada: desprovida de córtex.Ecossistema: sistemas naturais ouartificiais, limita<strong>do</strong>s por um espaço físico,onde interagem fatores bióticos e abióticos,caracterizan<strong>do</strong> determinadas estruturas efunções.Elipsoidal: que tem forma de elipse.En<strong>do</strong>podito: ramo interno <strong>do</strong>s apêndicesbirremes <strong>do</strong>s artrópo<strong>do</strong>s.Endópo<strong>do</strong>: o mesmo que en<strong>do</strong>podito.Enfermidades: <strong>do</strong>enças que afetamorganismos, poden<strong>do</strong> originar-se por váriascausas. Em geral, todas as enfermidades,sejam virais, bacterianas ou micóticas,afetarão os organismos dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> seuesta<strong>do</strong> de saúde (resistência). O esta<strong>do</strong>de saúde depende muito das condições<strong>do</strong> meio (ambiente) e da adequação daalimentação.Epicutícula: camada externa, não quitinosada cutícula.Epífita: um organismo que cresce sobreuma outra planta ou alga, mas não é seuparasita.Epímero: parte lateral da parede <strong>do</strong>ssegmentos <strong>do</strong> corpo, situa<strong>do</strong> entre o tergoe a inserção <strong>do</strong>s apêndices.Epistoma: placa transversal fusionada àcarapaça, que forma o bor<strong>do</strong> anterior <strong>do</strong>quadro bucal.Epiteca: (dinoflagela<strong>do</strong>) porção anterior(acima <strong>do</strong> cíngulo); (diatomáceas) teca (ouvalva) de maior tamanho e que, portanto,representa o encaixe externo da frústula.Também vide teca.Epizoóica: que cresce sobre um animal.Escamas ctenóides: escamas que contêmpequenos dentículos, típica de peixesAcantopterygii, mas também encontra<strong>do</strong>sem outros grupos.Esclerito: placa ou espícula calcárea.Esclerodermito: unidade estrutural <strong>do</strong>septo e de suas estruturas derivadas. É ocentro de calcificação nos Scleractinia.Escuto: par de placas operculares móveisda concha <strong>do</strong>s cirripédios próximas à placarostral.Espécie: categoria taxonômica convenienteque define uma unidade de diversidadeorganismal num da<strong>do</strong> tempo. Compõe-sede indivíduos semelhantes em to<strong>do</strong>s ouna maioria de seus caracteres estruturaise funcionais, que se reproduzem sexuadaou assexuadamente e constituem umalinhagem filogenética distinta.Espécimes da fauna silvestre: são to<strong>do</strong>saqueles pertencentes às espécies nativas,migratórias e quaisquer outras, aquáticasou terrestres, que tenham to<strong>do</strong> ou partede seu ciclo de vida ocorren<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong>slimites <strong>do</strong> território brasileiro, ou águasjurisdicionais brasileiras (Art. 29 § 3º, LeiFederal No 9.605, de 12.02.1998 e Art.11 § 4º, Decreto Federal No 3.179, de21.09.1999).Espermácio: gameta masculino das algasvermelhas.Espermatângio: gametângio que produzespermácio.Espinho: diferem <strong>do</strong>s dentes por terem abase bem menor <strong>do</strong> que a altura, sen<strong>do</strong>,geralmente, finos e agu<strong>do</strong>s.Espiniforme: em forma de espinho.Espínula/espínulo: pequeno espinho.432Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Esporofítico: ver esporófito.Esporófito: fase <strong>do</strong> ciclo de vida que produzesporos.Esternito: cada um <strong>do</strong>s somitos queformam o esterno.Estiliforme: longo e delga<strong>do</strong>.Estipe: pedúnculo com função de suporte.Estiquídios: estrutura diferenciada queabriga esporângios em algas vermelhas.Estria: linha estreita, sulco.Eurihialino/eurialino: organismos quepodem suportar grandes diferenças desalinidade.Euritérmico: organismos marinhos quepode suportar variações consideráveis detemperatura.Exopodito: o mesmo que exópo<strong>do</strong>. Ramolateral externo de um apêndice birreme.Exopodito: ramo externo <strong>do</strong> apêndicebirreme <strong>do</strong>s artrópodes.Exópo<strong>do</strong>: o mesmo que exopodito.FFace valvar: referente a diatomáceas,porção delimitada pelo manto valvar.Face: superfície externa <strong>do</strong> apêndice.Facelóide: arranjo <strong>do</strong>s coralitos em porçõesramificadas, manten<strong>do</strong>-se as tecas de ramosadjacentes separadas, forman<strong>do</strong> assim umcoralo fascicula<strong>do</strong>.Fasciculação: padrão de ornamentaçãoda face valvar de diatomáceas cêntricas(com simetria radial em vista valvar), ondeestrias se dispõem de maneira a formarsetores diferencia<strong>do</strong>s, da margem até umponto central.Fauna silvestre exótica: to<strong>do</strong>s osorganismos de espécies de distribuiçãogeográfica de origem diferente, que foramintroduzidas naturalmente ou por açãohumana (Instrução Normativa IBAMA, Art.2° II, 2004).Filamentos unisseria<strong>do</strong>s: forma<strong>do</strong> poruma única fileira de células.Filiformes: em forma de fio.Flabela<strong>do</strong>: em forma de leque.Flancos: cada uma das duas regiõesab<strong>do</strong>minais laterais; parte lateral.Foliáceo: em forma de folha.Fossa: sulco circular de parede lisa na <strong>do</strong>brasuperior da coluna, volta<strong>do</strong> para dentro.Frondes: em algas é o mesmo que talo.Fronte: porção frontal da carapaça, entreas órbitas. Alguns autores usam comosinônimo de rostro.Frústula: estrutura de sílica que compõema parede celular de diatomáceas, cujasimetria e ornamentações constituemcaracteres taxonômicos; é formada por duaspartes principais (tecas ou valvas) que seencaixam como em uma placa de petri; asvalvas se mantém unidas por componentestambém de sílica que constituem a suaporção lateral (ou cíngulo).Furca: o mesmo que ramo caudal.GGametofítica: fase que produz gametas.Geniculada: articulada, <strong>do</strong>brada, curvada.Termo usa<strong>do</strong> para caracterizar os apêndicesque apresentam articulações paradesempenhar funções específicas comoimobilização para fecundação.<strong>Ambiente</strong> Marinho 433


Gerenciamento costeiro (arcabouçojurídico): no direito brasileiro estearcabouço foi introduzi<strong>do</strong> pela Lei FederalNo 7.661/88, configuran<strong>do</strong>-se como marcoinicial de campo específico de atuaçãonormativa e administrativa, no senti<strong>do</strong> deserem implanta<strong>do</strong>s sistemas de controledas atividades humanas sobre esse espaço(zona costeira) reconhecidamente frágil eraro.Granulada: com grânulos.HHepatopâncreas: glândula digestiva demuitos invertebra<strong>do</strong>s que parece exercer asmesmas funções que o fíga<strong>do</strong> e o pâncreas<strong>do</strong>s vertebra<strong>do</strong>s.Hermatípico: relativo aos corais capazesde construir recifes, devi<strong>do</strong> à presençade zooxantelas, que influenciam nacalcificação.Heteromórfica: termo usa<strong>do</strong> paradescrever um ciclo de vida no qual asgerações haplóides e diplóides diferem naforma.Hialina: transparente; translúcida;referente à área da frústula das diatomáceassem ornamentações/perfurações que, porser fortemente impregnada de sílica, parecerefringente (mais brilhante) ao microscópioótico.Hiato: espaço que permanece entre osde<strong>do</strong>s fixo e móvel <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong>estes estão em contato.Hidrodinamismo: grau de movimentaçãoda água.Hipoteca: para dinoflagela<strong>do</strong>, porçãoposterior (abaixo <strong>do</strong> cíngulo); paradiatomáceas, teca (ou valva) de menortamanho e que, portanto, representa oencaixe interno da frústula. Também videteca.IIncrustação biológica / fouling:comunidade que se desenvolve sobresuperfícies duras artificiais (pilares depontes, tubulações, embarcações etc.) emcontato com a água (<strong>do</strong>ce ou salgada).Introdução intencional: o termo fazreferência ao movimento e/ou solturadeliberada de uma espécie exótica forade seu meio natural, realiza<strong>do</strong>s por sereshumanos (CDB, 2002; COP-6; Decisão VI23).Introdução não intencional: o termo fazreferência a outros tipos de introdução quenão são intencionais (CDB, 2002; COP-6;Decisão VI 23).Ísquio: terceiro segmento das patasambulatórias, a partir <strong>do</strong> corpo.LLabro: lábio superior que entra na formaçãodas peças bucais.Lanceola<strong>do</strong>: largo na base, afilan<strong>do</strong>-seregularmente para a extremidade, emforma de ponta de lança.Larva trocófora: larva planctônica livrenatante encontrada em vários grupos deinvertebra<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> forma de pêra, comum anel cilia<strong>do</strong> externo, tufos de cíliosapicais, tubo digestivo funcional completo enefrídios pares.Lobo: porção arre<strong>do</strong>ndada de um órgão;porção, parte.434Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


Lobos paliformes: estruturas que simulamos pali, normalmente são difíceis de seremdiferencia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s verdadeiros pali. Sãoforma<strong>do</strong>s por um sistema em leque, sesobressain<strong>do</strong> na porção axial <strong>do</strong> septo.Lóbulo: pequeno lobo; subdivisão <strong>do</strong> lobo.MManejo: to<strong>do</strong> e qualquer procedimentoque vise assegurar a conservação dadiversidade biológica e <strong>do</strong>s ecossistemas(Art. 2º, inciso VIII, Lei Federal No. 9.985,de 18.07.2000).Manto valvar: referente a diatomáceas,margem da epiteca/hipoteca (ou daepivalva/hipovalva).Manto: (Ascidiacea) membrana <strong>do</strong> corpodas ascídias, que envolve o animal, forran<strong>do</strong>a túnica. Encerra a cavidade atrial. (Bivalvia)<strong>do</strong>bra <strong>do</strong> tegumento <strong>do</strong>s moluscos que lhescobre ou protege o corpo e cujas bordassegregam a concha.Margem tergal: margem situada no<strong>do</strong>rso.Maxilípede: apêndice torácico <strong>do</strong>scrustáceos, modifica<strong>do</strong> em forma e funçãopara auxiliar a mastigação.Medula: teci<strong>do</strong> ou conjunto de células quefica no centro <strong>do</strong> talo.Mero: quarto segmento das patasambulatórias, ou <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>, a partir <strong>do</strong>corpo <strong>do</strong> animal.Mesial: no plano longitudinal mediano ouno plano vertical mediano.Mesozooplâncton: fração <strong>do</strong> zooplânctonque compreende os animais que possuemtamanho de 200 µm a 2 mm.Migração vertical: nome da<strong>do</strong> aofenômeno diário de deslocamento de certosorganismos <strong>do</strong> zooplâncton em direção aofun<strong>do</strong> durante o dia e em direção à superfíciedurante à noite ou vice-versa.Mitiliforme: com aspecto de mexilhão.Monósporo: esporo forma<strong>do</strong> em umesporângio que produz um único esporo.Monossifônicos: forma<strong>do</strong> por um únicotubo ou filamento.Monostromático: com uma única camadade células.Músculo adutor: músculo <strong>do</strong>rsal queune as valvas <strong>do</strong>s bivalves e que atuaantagonicamente ao ligamento. Estende-setransversalmente entre as valvas nas partesanteriores e posteriores.Músculo palial: referente ao músculopresente no manto ou pálio.Músculo retrator: músculo que atua no pée no bisso, próximo à região <strong>do</strong> umbo.NNácar: porção brilhante da concha degrande número de moluscos, formadapor pequeninos cristais de aragonita,regularmente dispostos em camadasalternadas.OOblongo-ovalada: em forma de ovoalonga<strong>do</strong>.Obtuso: que não é agu<strong>do</strong>, arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>.Octocoral: coral com esqueleto córneoflexível ou com escleritos calcáriosfusiona<strong>do</strong>s.Onufídeos: uma das família de poliquetas.Orbiculares: plana e arre<strong>do</strong>ndada.<strong>Ambiente</strong> Marinho 435


Órbita: abertura circular ou retangular, naparte anterior da carapaça, que abriga opedúnculo ocular.Ostreicultura: cultivo de ostras.Ovos de <strong>do</strong>rmência: ovos viáveislibera<strong>do</strong>s por invertebra<strong>do</strong>s aquáticos, comcaracterísticas morfológicas e fisiológicasque permitem sua permanência na colunade água e, mais comumente, no sedimento,por perío<strong>do</strong>s relativamente longos (mesesa anos), como uma estratégia para evitarsituações ambientais desfavoráveis.PP1-P6 (pares de pernas número 1 ao 6°):pares de apêndices birramosos localiza<strong>do</strong>sno tórax <strong>do</strong>s copépo<strong>do</strong>s. O quinto par (P5),na maioria <strong>do</strong>s copépo<strong>do</strong>s, são usa<strong>do</strong>scomo caráter taxonômico de distinção entreos sexos e as espécies. Os Harpacticoidae Cyclopoida geralmente apresentam umsexto par de pernas reduzi<strong>do</strong>s (P6).Pali: lamela ou papila vertical que surge emfrente a margem interna de certos septos emalguns gêneros. É de natureza secundária,formada pelo afloramento de trabéculas namargem <strong>do</strong> septo.Palma: parte proximal <strong>do</strong> própo<strong>do</strong> <strong>do</strong>quelípo<strong>do</strong>, não incluin<strong>do</strong> os de<strong>do</strong>s fixo emóvel.Palpo: apêndice da maxila e <strong>do</strong> lábio.Párie: parte central das placas laterais quecompõem o cirripédio.Patas ambulatórias: patas ou pernas queservem para a locomoção.Patrimônio Nacional: conjunto de bensnaturais que, em razão de sua elevadaimportância para a Nação brasileira, estãosob especial tutela <strong>do</strong> Poder Público. AConstituição Federal (1988) elenca a ZonaCosteira, entre outros, como integrante <strong>do</strong>patrimônio nacional.Pedicelo: pedúnculo pequeno.Pedígero: provi<strong>do</strong> de pernas.Pedivéliger: fase da larva velíger com pébem desenvolvi<strong>do</strong>.Pedúnculo caudal: parte <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong> peixeque conecta a cauda ao corpo.Pedúnculos oculares: hastes desustentação <strong>do</strong>s olhos de certos Crustáceos,articulada na porção anterior da carapaça.Pereiópode, pereópode, pereópo<strong>do</strong>:apêndices torácicos usa<strong>do</strong>s para alocomoção e apreensão; sinônimo de patasambulatórias, incluin<strong>do</strong> os quelípo<strong>do</strong>s emcrustáceos.Perene: diz-se <strong>do</strong> vegetal que tem umavida mais dura<strong>do</strong>ura, geralmente algunsanos.Pereonito: somito <strong>do</strong> péreon (tórax).Pericarpo: parede <strong>do</strong> cistocarpo.Pericentrais: células localizadas ao re<strong>do</strong>rde uma célula central.Perióstraco: camada externa da concha <strong>do</strong>smoluscos composta por material protéicocórneo com quinona, chama<strong>do</strong> conchiolinaou conchina.Pesca: para os efeitos da Lei FederalNo 9.605/98, considera-se to<strong>do</strong> atotendente a retirar, extrair, coletar, apanhar,apreender ou capturar espécimes <strong>do</strong>sgrupos <strong>do</strong>s peixes, crustáceos, moluscos evegetais hidróbios, suscetíveis ou não deaproveitamento econômico ressalvadas asespécies ameaçadas de extinção, constantesnas listas oficiais da fauna e da flora (Art.36, Lei Federal No 9.605, de 12.02.1998);2. ato tendente a retirar, extrair, coletar,436Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


apanhar, apreender ou capturar espécimes<strong>do</strong>s grupos de peixes, crustáceos, moluscose vegetais hidróbios, suscetíveis ou não aoaproveitamento econômico, ressalvadas asespécies ameaçadas de extinção, constantesnas listas oficiais da fauna e flora (Lei FederalNo 9.605, 12.02.98, Cap. V, art. 36).Pesca<strong>do</strong>: peixe ou outro animal aquáticoque se retira da água, especialmente parafins alimentícios; qualquer coisa que sepesca.Petasma: placa membranosa de estruturacomplexa, armada de ganchos, que formao aparelho copula<strong>do</strong>r de certos decápodasnatantes.Pilosos: revesti<strong>do</strong> de pêlos (cerdas).Pirenóide: (Algas) regiões diferenciadas <strong>do</strong>cloroplasto que são centros de formação deami<strong>do</strong>. (Fitoplâncton) região diferenciada(mais densa) dentro <strong>do</strong> cloroplasto,composta por proteínas; produtos de reservada célula são freqüentemente associa<strong>do</strong>s àpirenóides.Piriforme: em forma de pêra.Plânula: larva ovóide, livre e natante <strong>do</strong>scnidários.Plano de manejo: instrumento deplanejamento e proteção utiliza<strong>do</strong> paraconsolidar as Unidades de Conservação emto<strong>do</strong> o Brasil (Decreto Federal No 84.017,21.09.79, art. 6º; Decreto Federal No34.573, 16.12.92, art. 8º).Pleópo<strong>do</strong>: apêndice ab<strong>do</strong>minal <strong>do</strong>scrustáceos ou das larvas <strong>do</strong>s insetos.Pleotelson: artículo distal <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me,forma<strong>do</strong> pela fusão <strong>do</strong> telson com um oumais pereonitos.Plicada: pregueada.Poros interorbitais: poros localiza<strong>do</strong>s naregião entre as orbitas oculares.Poros pré-nasais: poros localiza<strong>do</strong>santeriormente as narinas.Posição adaxial: volta<strong>do</strong> para o eixo.Postura: liberação de ovos.Prevenção: conjunto de medidas queminimizem a introdução de organismosnocivos ou patogênicos.Procarpo: órgão feminino encontra<strong>do</strong> emalgumas algas vermelhas.Processo labia<strong>do</strong>: o mesmo querimopórtula.Própo<strong>do</strong>: o mesmo que propódio; sexto oupenúltimo segmento das patas ambulatóriase quelípo<strong>do</strong>, a partir <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong> animal.Prossomo: parte anterior <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>scopépodes.Protogástrica: parte anterior da regiãomediana da carapaça, entre o sulco cervicale a região frontal.Pseu<strong>do</strong>parênquima: um talo filamentosocom aspecto muito semelhante aoparênquima.Pseu<strong>do</strong>parenquimatoso: aquele quepossui pseu<strong>do</strong>parênquima.Pseu<strong>do</strong>pérculo: falso opérculo.Pterogostomial: parte anterolateral daface ventral da carapaça.Pubescente: o mesmo que piloso.QQuela: formada pelos <strong>do</strong>is últimossegmentos <strong>do</strong> quelípo<strong>do</strong>, isto é, a palmacom o de<strong>do</strong> fixo (própo<strong>do</strong>) e o de<strong>do</strong> móvel.<strong>Ambiente</strong> Marinho 437


Quelípo<strong>do</strong>s: primeiro par de patas torácicasque porta as quelas ou garras; geralmentesão massivos ou mais robustos que osdemais.RRadio: expansão lateral das páries, que sesobrepõem à placa adjacente.Raios: estruturas que suportam asnadadeiras <strong>do</strong>s peixes.Ramo caudal ou furca: terminação <strong>do</strong>último somito <strong>do</strong> urossoma <strong>do</strong>s copépo<strong>do</strong>s;são paralelos ou mais ou menos divergentese articula<strong>do</strong>s com o somito anal.Ramos carpogoniais: ramos quetransportam o gameta feminino das algasvermelhas.Râmulo: pequeno ramo.Região carenal: la<strong>do</strong> oposto à regiãorostral (<strong>do</strong>rsal).Região rostral: la<strong>do</strong> em que o corpo seliga ao manto.Reprodução por fragmentação:fragmentos <strong>do</strong> talo podem regenerar umnovo indivíduo.Rimopórtula: referente a diatomáceas,projeção (tubo com ambas as extremidadesabertas) com paredes silicificadas queatravessa a face valvar.Rizóides: filamentos que fixam uma algaao seu substrato.Ro<strong>do</strong>lito: algas calcárias de vida livre.Rostro: rígida extensão mediana dacarapaça, entre as bases <strong>do</strong>s pedúnculosoculares; pode projetar-se ou não parafrente.SSacos branquiais: o mesmo que cestabranquial.Segmento anal: último segmentoab<strong>do</strong>minal ou télson.Segmento genital: primeiro somitoab<strong>do</strong>minal nas fêmeas, porta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s <strong>do</strong>isporos genitais.Seta: o mesmo que cerda.Setígero: segmento ou anel provi<strong>do</strong> decerdas.Sétula: pequena cerda.Sigmóide: curvo como um sigma.Somitos: segmentos <strong>do</strong> corpo de animalarticula<strong>do</strong>.Soro: grupo ou conjunto de estruturasreprodutoras.Subdicotomicamente: bifurca<strong>do</strong>.Sub-orbicular: quase circular ou globoso.Sub-oval: elíptico ou esferóide, comtendência à forma oval.Sub-quadrada: retangular curto.Sulco cervical: sulco transversal na partemediana da carapaça, entre as regiõesgástrica e cardíaca, curvan<strong>do</strong>-se para frentee para o la<strong>do</strong>, chegan<strong>do</strong>, algumas vezes,até a margem antero-lateral da carapaça,separan<strong>do</strong> as regiões branquial e hepática.Sulco: referente a dinoflagela<strong>do</strong>s;depressão longitudinal presente na porçãoventral da célula, na qual se localiza oponto de inserção <strong>do</strong> flagelo longitudinal;é normalmente localiza<strong>do</strong> na hipoteca,mas pode “invadir” a epiteca e até estarassocia<strong>do</strong> a depressões da porção anteriorda célula.438Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil


TTabulação: vide teca<strong>do</strong>.Talo: corpo da alga.Teca: estrutura de proteção que envolveum organismo.Teca<strong>do</strong>: relativo a dinoflagela<strong>do</strong>s; quan<strong>do</strong>a teca é constituída por uma série de placasrígidas que possam ser visualizadas eutilizadas como caracteres taxonômicos; onúmero, forma e disposição destas placaspodem ser descritos através de uma sérienumérica pré-estabelecida que constitui oque se denomina tabulação.Técnicas de manejo: constam deprocedimentos que incorporam medidasque garantam a minimização <strong>do</strong>s impactoscom critérios estabeleci<strong>do</strong>s.Tegumento: membrana que reveste ocorpo.Télico: receptáculo seminal externo,forma<strong>do</strong> pelos esternitos <strong>do</strong>s últimos epenúltimos segmentos torácicos.Télson, telso: segmento terminal <strong>do</strong>ab<strong>do</strong>me, sen<strong>do</strong>, geralmente, triangular ousub-triangular; não é considera<strong>do</strong> comosomito ab<strong>do</strong>minal.Tergo: par de placa opercular móvel daconcha <strong>do</strong>s cirripédios próximo à placacarinal.Testa: o mesmo que carapaça.Tetrasporângio: esporângios onde seformam quatro esporos, ditos tetrásporos.Tetraspórica: fase <strong>do</strong> ciclo de vida queproduz tetrásporos.Tetrásporo: cada um <strong>do</strong>s quatro esporosforma<strong>do</strong>s por divisão meiótica da célulamãede esporo no tetrasporângio.Trabéculas: esclerodermitos arranja<strong>do</strong>sverticalmente. A trabécula pode sersimples (constituída por uma única série deesclerodermitos) ou composta (constituídapor várias séries de esclerodermitos).Transdiâmetro: medida <strong>do</strong> comprimentoda porção equatorial (ou a mais larga) <strong>do</strong>organismo (célula) que, em dinoflagela<strong>do</strong>sé, freqüentemente, coincidente com ocíngulo.Tridentada: com três dentes.Trilobada: com três lobos.Tubérculo: pequena protuberânciaarre<strong>do</strong>ndada.Tubícola: que vive em tubos.Tufos: conjunto de ramos ou talos.Túnica: matriz protéica, constituídapor glucídio especial, com diferentesconcentrações de fibras de tunicina(semelhante à celulose) que envolve ocorpo <strong>do</strong>s tunica<strong>do</strong>s.UUmbo: protuberância <strong>do</strong>rsal que se elevaacima da linha de articulação da concha <strong>do</strong>sbivalves.Unirreme: com um só ramo; diz-se daspernas <strong>do</strong>s crustáceos não bifurcadas.Unisseria<strong>do</strong>: disposto em uma só fila.Urópo<strong>do</strong>: modificação <strong>do</strong> último somitoab<strong>do</strong>minal.Urossomo (a): ab<strong>do</strong>me <strong>do</strong>s artrópodes ouparte posterior <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>s copépodes.VValva: (Diatomácea) nomenclatura utilizadapara designar as duas tecas principais dediatomáceas que compõem a frústula, asquais são unidas pela região <strong>do</strong> cíngulo.<strong>Ambiente</strong> Marinho 439


(Bivalvia) qualquer das peças sólidas querevestem o corpo de um molusco; o mesmoque concha.Véliger: larva planctotrófica <strong>do</strong>s moluscosque se segue à fase de larva trocófora e énela que a concha, o pé, a vela e outrasestruturas aparecem.Verticilo: conjunto de ramos que saem emuma mesma altura <strong>do</strong> talo.Vista cingular: referente a diatomáceas,perspectiva <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r ao visualizar ocíngulo (porção lateral da frústula, no qualse dá o encaixe das duas valvas).Vista valvar: referente a diatomáceas,perspectiva <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r ao visualizar aface valvar.ZZoósporo: esporo móvel por flagelos.Zoóides: denominação dada a cadaindivíduo da colônia, em ascídias coloniais.Zooxantela: algas simbiontes encontradasnos teci<strong>do</strong>s de corais e outros animaismarinhos como as medusas.440Informe sobre as Espécies Exóticas Invasoras Marinhas no Brasil

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