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Íntegra do relatório final da CPI do Tráfico de Armas

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64principalmente na fronteira. Em Pedro Juan Caballero é tu<strong>do</strong> comerciante brasileiroe ven<strong>de</strong> para traficante brasileiro, então o problema é <strong>de</strong> vocês."Apesar disso, a missão brasileira <strong>de</strong>u certo, porque nessa época o Paraguai<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> importar armamento nacional. Des<strong>de</strong> 2000, o Brasil só exportapara as Forças Arma<strong>da</strong>s e órgãos <strong>de</strong> segurança pública, sen<strong>do</strong> um <strong>de</strong>safioi<strong>de</strong>ntificar a origem <strong>de</strong> tantas armas brasileiras ain<strong>da</strong> comercializa<strong>da</strong>s naquelepaís. Até hoje gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> armamento que vem <strong>do</strong> Paraguai é <strong>de</strong> fabricaçãobrasileira. O Paraguai não fabrica armas e a maioria <strong>do</strong>s crimes que aliocorrem é com arma branca. O material sairia <strong>da</strong>qui legalmente, retoman<strong>do</strong>como contraban<strong>do</strong>. Rangel Ban<strong>de</strong>ira disse que em conversa com militares <strong>do</strong>Rio <strong>de</strong> Janeiro concluiu que parte <strong>de</strong>ssas armas seria <strong>de</strong>svio <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>se <strong>da</strong> polícia; outra parte "é armamento vendi<strong>do</strong> pelo Brasil às ForçasArma<strong>da</strong>s paraguaias e <strong>de</strong> lá vendi<strong>do</strong> para o crime organiza<strong>do</strong> brasileiro". Masele próprio reconhece que isso teria que ser melhor investiga<strong>do</strong>.Quan<strong>do</strong> havia exportações <strong>da</strong>qui, suspeitou-se <strong>do</strong> envolvimento <strong>de</strong> militaresparaguaios no comércio. Tanto que uma <strong>CPI</strong> instituí<strong>da</strong> pelo Congresso <strong>de</strong>lá e presidi<strong>da</strong> pelo Deputa<strong>do</strong> Blas Llano teria si<strong>do</strong> frustra<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> começou achegar em coronéis e generais.Na época, uma <strong>da</strong>s teses <strong>de</strong> Blas Llano foi <strong>de</strong> que gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>armas sequer sairia <strong>da</strong>qui. De <strong>de</strong>z contêineres oito ficariam no Brasil. Haveriaapenas uma simulação <strong>de</strong> remessa, com o armamento permanecen<strong>do</strong> aqui,on<strong>de</strong> seria vendi<strong>do</strong> como se proce<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Paraguai.Com a trégua nas exportações, a tese cai por terra. Outra possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>que po<strong>de</strong>ria explicar a concentração <strong>de</strong> armas brasileiras naquele país: o contraban<strong>do</strong><strong>de</strong> hoje seria <strong>do</strong>s exce<strong>de</strong>ntes resultantes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exportações.A hipótese tem a seu favor o fato <strong>de</strong> a maioria <strong>da</strong>s armas contraban<strong>de</strong>a<strong>da</strong>sem uso nos morros <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro ter si<strong>do</strong> fabrica<strong>da</strong> entre 90 e 97 evendi<strong>da</strong>s legalmente pelas empresas Perfecta Sami e Agrícola San Felipe, conformelevantamento <strong>do</strong> Delega<strong>do</strong> Ro<strong>do</strong>lfo Wal<strong>de</strong>ck, <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Segun<strong>do</strong>o policial, "80% <strong>da</strong>s armas contraban<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Rio são <strong>de</strong>ssas empresas.Foram vendi<strong>da</strong>s. Quer dizer, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, essas armas foram vendi<strong>da</strong>s legalmentepara o Paraguai e contraban<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s para o Brasil." Outra hipótese, extraí<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento secreto <strong>da</strong> testemunha "Ômega": os contrabandistasmontariam firmas fantasmas em outros países, importan<strong>do</strong> armamento brasileiroatravés <strong>de</strong>las, transferin<strong>do</strong>-o <strong>de</strong>pois para o Paraguai <strong>de</strong> on<strong>de</strong> seria comer-

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