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Íntegra do relatório final da CPI do Tráfico de Armas

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61la<strong>do</strong> brasileiro. Os ônibus são os mesmos utiliza<strong>do</strong>s por sacoleiros. É o <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>tráfico “formiguinha”, em que os contrabandistas misturam armas emunições com aparelhos <strong>de</strong> som, roupas e outros objetos para burlar a fiscalização,se houver. Os ônibus costumam cruzar a fronteira em comboios <strong>de</strong> até200 veículos, distantes menos <strong>de</strong> meio metro um <strong>do</strong> outro, dificultan<strong>do</strong> a fiscalização,pois se parar um há o risco <strong>de</strong> colisões em série, com graves transtornos.As armas gran<strong>de</strong>s vêm <strong>de</strong>smonta<strong>da</strong>s, em peças separa<strong>da</strong>s, conduzi<strong>da</strong>spor pessoas diferentes, inclusive mulheres, para impedir a i<strong>de</strong>ntificação. À noite,o transporte costuma ser feito em pequenos barcos, camufla<strong>do</strong>s pela escuridão,que dificulta a vigilância. Os contrabandistas usam ain<strong>da</strong> pequenos aviões,que sairiam <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul em vôos clan<strong>de</strong>stinos e retomariamcom armas e drogas, pousan<strong>do</strong> em aeroportos <strong>de</strong> fazen<strong>da</strong>s <strong>da</strong> fronteira. Tanto<strong>do</strong> la<strong>do</strong> paraguaio, como <strong>do</strong> brasileiro, os criminosos contariam muitas vezescom a conivência policial. Além <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> suborno, há o <strong>de</strong> policiais que fariamvistas grossas, confundin<strong>do</strong> armas com brinque<strong>do</strong>s, eletrônicos, calça<strong>do</strong>s,ferramentas e objetos <strong>do</strong> gênero.1.2. Ven<strong>da</strong>s sem controleA legislação paraguaia é rígi<strong>da</strong> em matéria <strong>de</strong> armas. Além <strong>de</strong> proibir aven<strong>da</strong> a estrangeiros, há restrições para o próprio comércio interno. Os paraguaiossó as po<strong>de</strong>riam comprar mediante a satisfação <strong>de</strong> algumas exigências,como <strong>do</strong>cumentos pessoais, autorização <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s e comprovação<strong>de</strong> curso <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong> armas. Na<strong>da</strong> disso, porém, é respeita<strong>do</strong>. Qualquerum, estrangeiro ou nacional, compra uma arma com extraordinária facili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Fernan<strong>do</strong> Delazari, Secretário <strong>de</strong> Segurança Pública <strong>do</strong> Paraná, constatou issoem audiência pública. Segun<strong>do</strong> ele, tanto armas como munições são adquiri<strong>da</strong>sali até em feiras, como se fossem equipamento eletrônico ou algum "brinquedinho<strong>do</strong> Paraguai." Marcelo Fetter, preso por indícios <strong>de</strong> envolvimento comquadrilha internacional <strong>de</strong> armas testemunha: qualquer ci<strong>da</strong>dão conseguecomprar arma na fronteira <strong>da</strong> Argentina, Uruguai e Paraguai. "Des<strong>de</strong> que vocêtenha dinheiro para comprar, você compra o que quiser." A jornalista DeniseParo confirma em matéria na Gazeta <strong>do</strong> Povo, <strong>do</strong> Paraná, em 11 <strong>de</strong> abril <strong>do</strong>ano passa<strong>do</strong>: "Basta atravessar a Ponte <strong>da</strong> Amiza<strong>de</strong>, ligação entre Brasil e Paraguai,para conseguir revólveres, pistolas e munição <strong>de</strong> qualquer tipo com facili<strong>da</strong><strong>de</strong>."Em Ciu<strong>da</strong>d Del Este, maioria <strong>da</strong>s lojas "sobrevive <strong>da</strong> ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>, ten<strong>do</strong>como principais clientes os brasileiros". O também jornalista Humberto Trezzi,

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