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Íntegra do relatório final da CPI do Tráfico de Armas

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194comércio <strong>de</strong> importação e, principalmente, <strong>de</strong> exportação. <strong>Armas</strong> e muniçõesque eventualmente matam brasileiros é um outro ramo <strong>de</strong> negócio, que é atribuição<strong>de</strong> outra instituição. Difícil, portanto, vislumbrar esforços efetivos <strong>da</strong> receitapara prevenir e reprimir o ingresso <strong>de</strong> armas e munições no País. Tal comouma infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> outras merca<strong>do</strong>rias consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s irrelevantes para a arreca<strong>da</strong>ção(espécimes <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora silvestres, por exemplo), quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> armas e munições são contraban<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s e circulam impunementepelas nossas ro<strong>do</strong>vias. Não há indícios <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s sérias e eficazespara evitar que essa situação se perpetue.A omissão <strong>da</strong> Receita Fe<strong>de</strong>ral no controle <strong>do</strong> contraban<strong>do</strong> <strong>de</strong> armas éagrava<strong>da</strong> pela política ultrapassa<strong>da</strong> <strong>do</strong> Itamaraty, que prioriza a exportação <strong>de</strong>armas e munições sem qualquer preocupação com a letali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses produtos,que não po<strong>de</strong>m ser vendi<strong>do</strong>s para ditaduras que reprimem seus povos, emuito menos para governos que não exercem controle efetivo sobre seus estoques<strong>de</strong> armas, como o Paraguai, que acabam regressan<strong>do</strong> ao Brasil para a-gravar ain<strong>da</strong> mais a insegurança <strong>da</strong> nossa população.A fiscalização <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>rias ilícitas em geral, e <strong>de</strong> armas e muniçõesem particular, é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> altamente insatisfatória nas ro<strong>do</strong>vias fe<strong>de</strong>rais, estaduaise municipais, não poupan<strong>do</strong> quaisquer <strong>da</strong>s instituições policiais e aduaneiras<strong>de</strong> críticas ao seu <strong>de</strong>sempenho funcional, apenas ressalva<strong>da</strong> a PolíciaFe<strong>de</strong>ral, que com seu serviço <strong>de</strong> inteligência, tem viabiliza<strong>do</strong> as poucas ocorrências<strong>de</strong> apreensões em trânsito.Casos relata<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstram que produtos controla<strong>do</strong>s circulam emfun<strong>do</strong>s falsos <strong>de</strong> caminhões, com <strong>do</strong>cumentos frau<strong>da</strong><strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> raramentesurpreendi<strong>do</strong>s pela autori<strong>da</strong><strong>de</strong> policial ou fiscaliza<strong>do</strong>ra. Um fluxo quase ininterrupto<strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> sacoleiros <strong>de</strong>ixam a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz <strong>do</strong> Iguaçu em direção àcapital paulista ou ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, carregan<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>rias irregulares, alimentan<strong>do</strong>o comércio clan<strong>de</strong>stino, frustran<strong>do</strong> a concorrência <strong>do</strong> comércio regulare disseminan<strong>do</strong> as imagens <strong>da</strong> impuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> incompetência <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>sem impor a lei a to<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> forma igualitária, <strong>de</strong>mocrática e republicana.A <strong>CPI</strong> constatou, portanto, que as armas que ingressam no país, o fazemprincipalmente pelas travessias terrestres nas fronteiras, em especial emFoz <strong>do</strong> Iguaçu – Ciu<strong>da</strong>d <strong>de</strong>l Leste. Embora vários <strong>de</strong>poimentos tenham revela<strong>do</strong>que, como o crime sempre se <strong>de</strong>sloca quan<strong>do</strong> reprimi<strong>do</strong>, hoje é mais intensoo contraban<strong>do</strong> vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraguai, passan<strong>do</strong> pelo nor<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> Argentina, e

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