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Íntegra do relatório final da CPI do Tráfico de Armas

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191no SINARM. Esse foi cria<strong>do</strong> para ser “o” ca<strong>da</strong>stro nacional <strong>de</strong> armas. Em regra,o sistema gerencia a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s armas registra<strong>da</strong>s, existentes no País. Porocasião <strong>da</strong> regulamentação <strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong> Desarmamento, uma visão distorci<strong>da</strong><strong>de</strong>sse propósito criou um sistema que, ao invés <strong>de</strong> estar incluí<strong>do</strong> no SI-NARM, fez-se paralelo àquele. Hoje, tramitam na Casa proposições on<strong>de</strong> categoriasfuncionais preten<strong>de</strong>m raivosamente transferir o gerenciamento <strong>de</strong> suasarmas para o SIGMA, certamente por enten<strong>de</strong>rem que o gerenciamento militaré mais con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte que o SINARM. Num movimento <strong>de</strong> concatena<strong>do</strong> esistemático <strong>de</strong> enfraquecimento e burla, tanto <strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong> Desarmamento,quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> SINARM, vão-se crian<strong>do</strong>, por um la<strong>do</strong>, exceções funcionais à regrageral <strong>da</strong> proibição <strong>do</strong> porte <strong>de</strong> arma, e por outro, transferin<strong>do</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> controle, <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gerenciamento civil para o sistema militar.Há algumas questões procedimentais que merecem ser avalia<strong>da</strong>s naforma como a fiscalização <strong>de</strong> produtos controla<strong>do</strong>s é conduzi<strong>da</strong> pelo Coman<strong>do</strong><strong>do</strong> Exército. A carência <strong>de</strong> pessoal habilita<strong>do</strong> e <strong>de</strong> meios materiais limitam severamentea eficácia e a eficiência <strong>de</strong>ssa fiscalização. Em que pese a estrutura<strong>de</strong> fiscalização esteja nas mãos <strong>de</strong> oficiais engenheiros militares gradua<strong>do</strong>s emmecânica <strong>de</strong> armamento, química ou metalurgia, a capilarização <strong>da</strong> fiscalizaçãoé, via <strong>de</strong> regra, coloca<strong>da</strong> nos ombros <strong>de</strong> oficiais subalternos, que, na maioria<strong>da</strong>s vezes, não têm curso superior e são facilmente engabela<strong>do</strong>s ou corrompi<strong>do</strong>spelos estabelecimentos fiscaliza<strong>do</strong>s (fabricação e comércio <strong>de</strong> armase munições, pedreiras, construtoras, fabricantes <strong>de</strong> fogos <strong>de</strong> artifício, clubes <strong>de</strong>tiro, armeiros, coleciona<strong>do</strong>res etc.) que fabricam, comerciam, possuem ou fazemuso <strong>de</strong> produtos controla<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, as carências materiais e logísticas<strong>de</strong>terminam que as vistorias <strong>de</strong> fiscalização sejam episódicas, muitomais espaça<strong>da</strong>s no tempo <strong>do</strong> que o simples bom senso recomen<strong>da</strong>ria, com<strong>da</strong>ta e horário marca<strong>do</strong>s e, absur<strong>do</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os absur<strong>do</strong>s, realiza<strong>do</strong>s comtransporte coloca<strong>do</strong> à disposição ao fiscal pelo próprio fiscaliza<strong>do</strong>.Há evidências <strong>de</strong> que essa relação <strong>de</strong> interesses comuns entre fiscal efiscaliza<strong>do</strong> está em vias <strong>de</strong> prejudicar uma medi<strong>da</strong> que em boa hora foi toma<strong>da</strong>.A Resolução n.º 17-Camex, <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento, Indústria eComércio, estabeleceu a alíquota <strong>de</strong> 150% para as operações <strong>de</strong> exportação<strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo <strong>do</strong> Brasil para o Paraguai, exceto quan<strong>do</strong> a aquisição for feitapor instituições militares ou policiais. A edição <strong>da</strong> norma foi conseqüência <strong>da</strong>s<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> armas e munições exporta<strong>do</strong>s para o Paraguai eram<strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s para o merca<strong>do</strong> interno clan<strong>de</strong>stino, antes mesmo <strong>de</strong> atravessar afronteira. Essa exportação <strong>de</strong> conveniência também colocava nos balcões <strong>da</strong>s

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