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Íntegra do relatório final da CPI do Tráfico de Armas

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149cas e exportações <strong>de</strong> APPL. Hoje, é ain<strong>da</strong> o Coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> Exército que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>,por exemplo, que tipos <strong>de</strong> armas as polícias po<strong>de</strong>m usar e se elas po<strong>de</strong>m importá-las<strong>de</strong> países estrangeiros. Também é o Exército quem <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> que tipos<strong>de</strong> APPL os civis po<strong>de</strong>m possuir e portar.Ao longo <strong>do</strong>s anos 90, apesar <strong>de</strong> ter perdi<strong>do</strong> sua margem <strong>de</strong> superiori<strong>da</strong><strong>de</strong>em armas pesa<strong>da</strong>s convencionais, o Brasil estava bem estabeleci<strong>do</strong> comoum ator global médio no merca<strong>do</strong> internacional <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> pequeno porte.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que os merca<strong>do</strong>s policial e civil, sobretu<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,oferecem uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> mais estável e confiável que os ciclos <strong>de</strong> compras esporádicastípicos <strong>da</strong>s armas militares pesa<strong>da</strong>s, a indústria APPL no Brasil parecehaver alcança<strong>do</strong> sua sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a médio e longo prazos, ao contrário<strong>de</strong> sua irmã maior. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, no imenso merca<strong>do</strong> norte-americano, aTaurus garantiu um nicho <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para pistolas e revólveres <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>a preços competitivos. No entanto, ain<strong>da</strong> nessa déca<strong>da</strong>, houve um encolhimento<strong>da</strong>s exportações <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente, à pari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> brasileiraem relação ao dólar a partir <strong>de</strong> 1994.Em 1999, com a <strong>de</strong>preciação <strong>do</strong> real em relação a moe<strong>da</strong> americana,ressurgiram as exportações, que cresceram continuamente, <strong>de</strong> US$ 57 milhõesnaquele ano, para US$ 94 milhões em 2003. Os anos 90 também foram umtempo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção: hoje a indústria brasileira <strong>de</strong> APPL está concentra<strong>da</strong>em três gran<strong>de</strong>s empresas: Taurus, CBC e Imbel. Apesar <strong>de</strong> apenas a Imbelser estatal, a CBC e a Taurus mantém contatos próximos com os militares brasileiros,ten<strong>do</strong> assim uma gran<strong>de</strong> influência nas políticas <strong>do</strong>mésticas e nas relaçõesexteriores. A indústria também tem o seu próprio lobby, que atua ostensivamentena oposição à legislação <strong>do</strong>méstica <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> armas.A Indústria Brasileira <strong>de</strong> APPL (1983 – 2003)ProduçãoDe acor<strong>do</strong> com as estatísticas oficiais disponíveis, em 2001, o total <strong>de</strong>ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> APPL não militares, munições e peças produzi<strong>da</strong>s nacionalmente,foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> US$ 100,3 milhões. Uma gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sta produção provavelmentefoi exporta<strong>da</strong>: o governo brasileiro relatou em 2001 um total <strong>de</strong> exportações<strong>de</strong> armas <strong>de</strong> pequeno porte e itens militares <strong>de</strong> US$ 62,5 milhões, ou62,3% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s totais. Os números po<strong>de</strong>riam ser ain<strong>da</strong> maiores, já que astransferências <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> a esta<strong>do</strong> não são incluí<strong>da</strong>s nas estatísticas publica<strong>da</strong>ssobre comércio.

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