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Monografia - Unesc

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Nesse trecho da música “Zazulejo”, composta por Anitelli, a mulher fala dasua fé em Deus, que se contrapõe com os fatos da atualidade. É uma falaextremamente rica, pois mostra a cultura “esquecida” em contraste com a cultura“hoje valorizada”, revelando a formação de identidade de tal personagem. Trata-sede uma mulher pobre, do Nordeste, portanto alguém que encarna e testemunha todoo processo de migração dentro do país, alguém que vem de uma áreaprovavelmente rural para viver (ou sobreviver) no centro caótico da urbanidade.Nota-se também a importância que a experiência religiosa tem para essepersonagem. Terminando a música, o autor nos faz pensar a respeito do que é certoou errado, já que o certo e errado foram criados por nós mesmos, assim como aforma de levarmos a vida. Um dos temas desta canção é, portanto, o do preconceitosocial, regional e linguístico. A voz do cantor, o eu-lírico comenta:Mas quando alguém te disser tá errado ou erradaQue não vai S na cebola e não vai S em felizQue o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de XAcredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz"E eu sou uma pessoa muito divertida...eles não inventavam nada... eu gostava de inventar as coisanão sei falar direito...inventar uma piada, inventar uma palavra, inventa uma brincadeira...não sei falarme da um golinho... me da um golinho...” (Teatro Mágico, 2003)Vivemos na era chamada pós-moderna, isto é, um período em que o projetoda modernidade passa por sua pior crise, talvez sua crise final. Como sujeitos,constituímos a nossa identidade a partir de todo um processo histórico e social quevivemos. Ora, a identidade é mutável, ela se transforma conforme amadurecemos einteragimos com o mundo, conforme interpretamos e somos interpretados. Criamosdiferentes identidades, ou seja, diferentes roupagens para agir coerentemente comos diversos círculos de convivência aos quais temos acesso. Para Woodward, “osindivíduos vivem no interior de um grande numero de diferentes instituições, queconstituem aquilo que Pierre Bourdieu chama de „campos sociais‟, tais como asfamílias, os grupos de colegas, as instituições educacionais, os grupos de trabalhoou partidos políticos” (Woodward, 2005, p. 30), e assim criamos uma maneira quejulgamos adequada para agir conforme o grupo com o qual estamos nosrelacionando no momento. Trago aqui uma canção d‟O Teatro Mágico, curiosamente16

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