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2. SOBRE “O TEATRO MÁGICO”: PEQUENO HISTÓRICO DO GRUPOO grupo “O Teatro Mágico” nasceu com o primeiro projeto de um CDindependente, no ano de 2003, idealizado por Fernando Anitelli, como seu primeirotrabalho solo e inspirado na obra literária O Lobo da Estepe, do escritor alemãoHermann Hesse, cuja personagem principal, Harry Haller, assume até certo ponto daobra dois tipos de personalidades e, em determinado momento, percebe-se atraídopor diversas outras personalidades que estão no seu interior, ou seja, a pluralidadede personalidades em um único ser, “ele descobre sua pluralidade e descobre que ohomem não é só homem ou lobo, ele é uma junção infinita de personagens que vaiescolher interpretar em diferentes dias” (Anitelli, 2009). Em outra entrevista, Anitellicomenta sobre as origens do grupo, confirmando a ligação com o escritor alemão:O Lobo da Estepe foi justamente o primeiro momento desse projeto todo.Justamente quando eu estava lendo esse livro me deparei com aquelemomento em que o personagem se depara com aquela placa “hoje a noiteteatro mágico entrada para raros”. Ele acredita que aquilo não é para ele,ele quer ir embora, quando olha “só para raros, só para loucos”, mas eleentra e ali se descobre plural, o personagem descobre a própriapluralidade. Isso é fabuloso porque a gente é assim. Diariamente nós nãosomos somente um em um milhão, somos um milhão em um. As maneirascomo a gente resolve reagir às coisas do cotidiano são muito distintas,então é buscar esse melhor personagem que vive em nós. E o palhaçotraduz isso. Então juntei essa ideia do Lobo da Estepe, essa inspiração –porque a ideia não é traduzir o livro de maneira alguma, ele serviu comoinspiração. Eu peguei isso aí e misturei com a ideia do sarau, que é aquelavariedade de timbres, de cores, misturei numa coisa só e a gente foiaprendendo a montar, a fazer isso aí esse tempo todo. (apud Vianna, 2010)Pensando nessa pluralidade de personalidades e buscando juntar em um sóespetáculo diversas linguagens da arte, como a música, o teatro, a dança e, ainda,linguagensda arte circense, tais como os malabaristas, palhaços e bailarinas,nasceu o primeiro álbum do “O Teatro Mágico” no ano de 2003, intitulado Entradapara Raros. Nele, a trupe, formada por músicos e artistas, já veio com o objetivo dediscutir vários temas sociais, como o racismo, a discriminação e até mesmo ospersonagens ou identidades que temos de assumir diariamente em várias situaçõesdo cotidiano, “a trupe estava imersa num paralelo, num lugar onde tudo era possível,falávamos de lutar pelos nossos ideais, pelos sonhos” (Teatro Mágico, 2009).9

Para Anitelli, “O Teatro Mágico é um lugar onde tudo é possível”. Para ocriador da trupe, “essa é a grande brincadeira, ser o que se é, afinal todos somosraros e temos que ter consciência disso” (Teatro Mágico, 2009). E é com roupas emaquiagens de palhaços que os integrantes da trupe nos trazem a ideia de“personagem interno, escondido em cada um de nós” (WIKIPÉDIA, 2011). Oprimeiro disco inicialmente era para ser apenas com “voz e violão, algumas poesiase a ideia era que a pessoa ouvisse o álbum e sentisse que o que ela estivesseouvindo poderia acontecer na sala da casa dela” (Anitelli, 2009). Por isso, passou ater também sons de utensílios domésticos como garfos, facas e panelas, era umverdadeiro sarau de sons, poesias e espetáculos, dando espaço ainda aosinstrumentos tradicionais como contrabaixo, bateria e violino. Foi assim que osparticipantes da produção do álbum subiram rapidamente para a soma de trintaintegrantes, e nas apresentações somavam quarenta colaboradores.A trupe conta hoje com um grande elenco: são 16 integrantes, entre eles osmúsicos Fernando Anitelli (voz, violão e guitarra), Fernando Rosa (contra-baixo),Miguel Assis (bateria), Nene dos Santos (bateria), Willians Marques (percussão emalabares), Galdino Octopus (violino e bandolim), DJ HP (pick-ups e sonoplastia),Silvio Depieri (sax e flauta), Kleber Saraiva (teclado) e os artistas circenses RoberTosta, Gabriela Veiga, Deinha Lamego, Tum Aguiar, Andrea Baubour, WallaceAlcantara e Ivan Parente (ator e cantor). Além das equipes técnicas e de produção,que também somam um considerável número de colaboradores, a trupe conta aindacom alguns apoios culturais e parcerias com empesas e instituições (O TeatroMágico, 2009).É defendendo a “bandeira da música livre” e disponibilizando gratuitamente assuas músicas na internet que “O Teatro Mágico passa, cada vez mais, a apresentarum perfil questionador e contestador” (O Teatro Mágico, 2009). Os CDs e DVDs datrupe também são vendidos, mas a preços populares, buscando atingir ainda mais opúblico em geral (idem). Para a trupe, além de grandes incentivadores, o público éparte de seu espetáculo, pois ele cria tal identificação com as produções musicais dogrupo e com as linguagens visuais por eles usadas que algumas pessoas chegam ase caracterizar como os integrantes da trupe, o que realmente garante o alcance doobjetivo do grupo em relação à apropriação, por parte do grande público, da suaobra.10

2. SOBRE “O TEATRO MÁGICO”: PEQUENO HISTÓRICO DO GRUPOO grupo “O Teatro Mágico” nasceu com o primeiro projeto de um CDindependente, no ano de 2003, idealizado por Fernando Anitelli, como seu primeirotrabalho solo e inspirado na obra literária O Lobo da Estepe, do escritor alemãoHermann Hesse, cuja personagem principal, Harry Haller, assume até certo ponto daobra dois tipos de personalidades e, em determinado momento, percebe-se atraídopor diversas outras personalidades que estão no seu interior, ou seja, a pluralidadede personalidades em um único ser, “ele descobre sua pluralidade e descobre que ohomem não é só homem ou lobo, ele é uma junção infinita de personagens que vaiescolher interpretar em diferentes dias” (Anitelli, 2009). Em outra entrevista, Anitellicomenta sobre as origens do grupo, confirmando a ligação com o escritor alemão:O Lobo da Estepe foi justamente o primeiro momento desse projeto todo.Justamente quando eu estava lendo esse livro me deparei com aquelemomento em que o personagem se depara com aquela placa “hoje a noiteteatro mágico entrada para raros”. Ele acredita que aquilo não é para ele,ele quer ir embora, quando olha “só para raros, só para loucos”, mas eleentra e ali se descobre plural, o personagem descobre a própriapluralidade. Isso é fabuloso porque a gente é assim. Diariamente nós nãosomos somente um em um milhão, somos um milhão em um. As maneirascomo a gente resolve reagir às coisas do cotidiano são muito distintas,então é buscar esse melhor personagem que vive em nós. E o palhaçotraduz isso. Então juntei essa ideia do Lobo da Estepe, essa inspiração –porque a ideia não é traduzir o livro de maneira alguma, ele serviu comoinspiração. Eu peguei isso aí e misturei com a ideia do sarau, que é aquelavariedade de timbres, de cores, misturei numa coisa só e a gente foiaprendendo a montar, a fazer isso aí esse tempo todo. (apud Vianna, 2010)Pensando nessa pluralidade de personalidades e buscando juntar em um sóespetáculo diversas linguagens da arte, como a música, o teatro, a dança e, ainda,linguagensda arte circense, tais como os malabaristas, palhaços e bailarinas,nasceu o primeiro álbum do “O Teatro Mágico” no ano de 2003, intitulado Entradapara Raros. Nele, a trupe, formada por músicos e artistas, já veio com o objetivo dediscutir vários temas sociais, como o racismo, a discriminação e até mesmo ospersonagens ou identidades que temos de assumir diariamente em várias situaçõesdo cotidiano, “a trupe estava imersa num paralelo, num lugar onde tudo era possível,falávamos de lutar pelos nossos ideais, pelos sonhos” (Teatro Mágico, 2009).9

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