após a morte, mas estabelecer um caminho para ver a vida e o mundo,baseado <strong>na</strong> centralida<strong>de</strong> da relação entre o homem e Deus e do homemcom o homem.Italo Borzi (2006), <strong>na</strong> introdução que faz a uma edição daDivi<strong>na</strong> Comédia, diz que o escopo <strong>de</strong>ssa é:94[...] a renovação da socieda<strong>de</strong> huma<strong>na</strong>, <strong>de</strong> ummundo "que vive enfermo". Para realizar estanobre missão, da qual si sente investido porDeus, Dante parte do indivíduo, da sua própriacondição pessoal <strong>de</strong> pecador que quer sair da"floresta escura" do pecado e encontrar, com aajuda da razão, a verda<strong>de</strong> e a salvação, <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> ter seguido falsas imagens do bem. Tem-seassim um gran<strong>de</strong> ensi<strong>na</strong>mento: para renovar asocieda<strong>de</strong> é necessário, antes <strong>de</strong> tudo, renovarsea si mesmo e cada indivíduo [...] (2006,p.22). 31A síntese da Divi<strong>na</strong> Comédia, paradoxalmente, é ao mesmotempo simples e complexa. O bem é o objetivo do homem e somentepraticando o bem, o bem universal, po<strong>de</strong>-se conduzir a humanida<strong>de</strong> àfelicida<strong>de</strong>, que é o fim último do homem. Na leitura <strong>de</strong> Auerbach: “Obem mais elevado se origi<strong>na</strong> em Deus” (1985, p. 96). 32 Para MariaTeresa Arrigoni, a <strong>na</strong>rrativa <strong>de</strong> Dante, no percurso dos três reinos doalém, “[...] coloca ênfase <strong>na</strong> trajetória, e <strong>na</strong> sua própria salvação, quepo<strong>de</strong> ser também a <strong>de</strong> todos os homens” (2008, p. 39).31“[...] il rinnovamento <strong>de</strong>lla società uma<strong>na</strong>, <strong>de</strong>l mondo “che mal vive”. Per intrapren<strong>de</strong>requesta alta missione di cui si sente investito da Dio, Dante parte dall’individuo, dalla suaperso<strong>na</strong>le condizione di peccatore che aspira ad uscire dalla “selva oscura” <strong>de</strong>l peccato eproce<strong>de</strong>re, con l’aiuto <strong>de</strong>lla ragione, alla conquista <strong>de</strong>lla verità e <strong>de</strong>lla salvezza, dopo averseguito false immagini di bene. Ci dà in questo modo un gran<strong>de</strong> ammaestramento: perrinnovare la società è necessário in<strong>na</strong>nzitutto innovare se stessi e ciascun individuo;[...]”(2006, p.22).32 “Il massimo bene e l’origine <strong>de</strong>l bene è Dio” (1985, p. 96).
O canto V do “Inferno” mostra o segundo círculo on<strong>de</strong> sãopunidos os que praticaram o pecado do vício e da luxúria. Nesse lugar,Dante e Virgílio encontram muitas pessoas famosas, entre eles osamantes Paolo e Francesca. 3395Figura 3. Dante e Virgilio encontram Paolo e Francesca 34O episódio histórico, <strong>na</strong> <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Barbara Reynolds, assimacontece:Em alguma época entre 1283 e 1284 GianciottoMalatesta, senhor <strong>de</strong> Rimini assassinou suaesposa Francesca e seu irmão mais jovemPaolo, que tinham se tor<strong>na</strong>do amantes. Dantepo<strong>de</strong> ter encontrado Paolo quando foi capitano<strong>de</strong>l popolo, em Florença, em 1282. (2011, p.194)33 No relato <strong>de</strong> Sermonti (2006) sobre o episódio consta que duas potentes famílias guelfas daEmilia Romagha (Polenta <strong>de</strong> Raven<strong>na</strong> e Malatesta <strong>de</strong> Rimini), para selarem uma aliançapolítica acordaram o casamento da bela Francesca com o Sr. Malatesta. Com receio <strong>de</strong> serrejeitado pela jovem, por conta <strong>de</strong> sua aparência, Malatesta enviou seu irmão mais novo, Paolo,para que provi<strong>de</strong>nciasse o casamento por procuração. Francesca, ao encontrar o belo Paolo,<strong>de</strong>le se e<strong>na</strong>morou, o que foi recíproco. Do mesmo modo, o casamento se realizou. Mas, umatar<strong>de</strong>, quando Paolo e Francesca, juntos liam um famoso romance erótico-cavaleiresco, não secontiveram e se beijaram. Surpreendidos por Malatesta, esposa e irmão foram mortos.34 Ilustração retirada do livro A Divi<strong>na</strong> Comédia em quadrinhos por Piero e Giuseppe Bag<strong>na</strong>riolcuja tradução do "Inferno" é <strong>de</strong> Jorge Wan<strong>de</strong>rley, São Paulo: Peirópolis, 2011.
- Page 1:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATAR
- Page 5:
Romeu Porto DarosO IMPERADOR TRADUT
- Page 9:
AGRADECIMENTOSÀs minhas filhas pel
- Page 13:
RESUMOA pesquisa analisa o processo
- Page 17:
ABSTRACTThe research analyzes the c
- Page 21:
LISTA DE QUADROSQuadro I - Diário:
- Page 25:
SUMÁRIOINTRODUÇÃO 271 A CRÍTICA
- Page 28 and 29:
no ensaio O afreudisíaco Lacan na
- Page 30 and 31:
Dom Pedro II traduziu de diversas l
- Page 32 and 33:
erudito, que se preocupava e se ocu
- Page 34 and 35:
1 A CRÍTICA GENÉTICA COMO FUNDAME
- Page 36 and 37:
Para Romanelli, a CG mostra “o av
- Page 38 and 39:
somente existe na sua redação con
- Page 40 and 41:
quando faz conclusões acerca do pr
- Page 42 and 43:
Gideon Toury (2001) sustenta que as
- Page 44 and 45: Os estudos descritivos, focados no
- Page 46 and 47: 46sistemas de normas da cultura-alv
- Page 48 and 49: o tradutor pode adotar uma soluçã
- Page 50 and 51: 50uma não tradução em um dado co
- Page 52 and 53: a partir dos padrões e das normas
- Page 54 and 55: processo referentes às traduções
- Page 56 and 57: processo tradutório, verificando a
- Page 59 and 60: Império, a fuga de D. João VI 16
- Page 61 and 62: 61através de investimentos de capi
- Page 63 and 64: asileiro como maior protagonista. S
- Page 65 and 66: línguas da história brasileira: a
- Page 67 and 68: assumir o trono do pai. Mesmo abdic
- Page 69 and 70: Brasil o órfão: ordenara-lhe que
- Page 71 and 72: 712.4 AS ARTES E A ARTE DE GOVERNAR
- Page 73 and 74: pois, não fosse esta qualidade, po
- Page 75 and 76: 75Não sou de nenhum dos partidos p
- Page 77 and 78: jornal La Nación, que traduziu par
- Page 79 and 80: 7. Poema “A Passiflora”, tradu
- Page 81 and 82: 81muitos de nossos poetas, romancis
- Page 83 and 84: 83doméstico. As traduções, em ou
- Page 85 and 86: com a tradução de Odorico Mendes
- Page 87 and 88: Ao que parece, o Imperador não tra
- Page 89 and 90: 893 POETAS EM DOIS TEMPOSDom Pedro
- Page 91 and 92: Dante da sua velhice, fez uma brilh
- Page 93: obrigando-o a se exilar para fugir
- Page 97 and 98: 97103 Amor, ch'a nullo amato amar p
- Page 99 and 100: No Brasil Colônia dos primeiros mo
- Page 101 and 102: 101obra um forte anti-clericarismo
- Page 103 and 104: 103No final do século, com o Reali
- Page 105 and 106: 105desenvolver uma literatura nacio
- Page 107 and 108: 107Monsenhor JoaquimPinto de Campos
- Page 109 and 110: 1093.4 DOM PEDRO II TRADUTOR DA DIV
- Page 111 and 112: 111Teresa Cristina, conterrânea de
- Page 113 and 114: 113prática este preceito é precis
- Page 115 and 116: 115da Divina Comédia, feita pelo B
- Page 117 and 118: 117próximo ao Imperador é, possiv
- Page 119 and 120: 119Nos treze versos acima, é níti
- Page 121 and 122: 121caracteriza um processo de influ
- Page 123 and 124: vv109DanteQuand'iointesiquell'anime
- Page 125 and 126: 1254 O PROCESSO CRIATIVO EM DOM PED
- Page 127 and 128: 127vv Versão 1 (18) Versão 2 (17)
- Page 129 and 130: 919497Se amigo fosseo Rei doUnivers
- Page 131 and 132: 109112115Logo que ouvias almasdolor
- Page 133 and 134: 127130133Lendo um dianas horas dela
- Page 135 and 136: 1354.2 VISÃO DIACRÔNICA DO PROCES
- Page 137 and 138: 137#1Usa poucos símbolos indicativ
- Page 139 and 140: 139disso, é razoável presumir que
- Page 141 and 142: 141III.Terceira campanha de traduç
- Page 143 and 144: 143V. Texto Final - o impresso de 1
- Page 145 and 146:
145vv Manuscrito Definitivo Texto I
- Page 147 and 148:
147criativo fazendo uma interessant
- Page 149 and 150:
1494.4 O ENCADEAMENTO DOS MOMENTOS
- Page 151 and 152:
15176 Mas adiante, no verso 77, ele
- Page 153 and 154:
15382No verso 82, troca uma traduç
- Page 155 and 156:
15594Nas três primeiras versões d
- Page 157 and 158:
157106Embora seja considerável a q
- Page 159 and 160:
159115No verso 116, hesita entre o
- Page 161 and 162:
161124Versão 1 Versão 2 Versão 3
- Page 163 and 164:
163Demonstra dúvida se usa ou não
- Page 165 and 166:
165136As poucas dúvidas no verso 1
- Page 167 and 168:
167No terceto que se inicia no vers
- Page 169 and 170:
169interpretatione, considerado o p
- Page 171 and 172:
171Talvez isso ajude a entender o m
- Page 173 and 174:
173adotar uma estratégia de tradu
- Page 175 and 176:
175de compor, sendo útil e necess
- Page 177 and 178:
177movimento de insubordinação ao
- Page 179 and 180:
179dizem-me que os esforços do poe
- Page 181 and 182:
181supor que a quantidade de rasura
- Page 183 and 184:
183poético, próximo do original,
- Page 185 and 186:
185relação à obra de Dom Pedro I
- Page 187 and 188:
187REFERÊNCIASALCÂNTARA, D. Pedro
- Page 189 and 190:
189CANTO, Antonio Maria do. Diccion
- Page 191 and 192:
191MANUPPELLA. Giacinto. Dantesca L
- Page 193 and 194:
193TOURY, Gideon. Principi per un
- Page 195 and 196:
195______. Limites da Traduzibilida
- Page 197 and 198:
APÊNDICE A - Transcrição diplom
- Page 199 and 200:
199
- Page 201 and 202:
201
- Page 203 and 204:
203
- Page 205 and 206:
205
- Page 207 and 208:
207
- Page 209 and 210:
209
- Page 211 and 212:
211
- Page 213 and 214:
213
- Page 215 and 216:
215
- Page 217 and 218:
217
- Page 219 and 220:
219
- Page 221 and 222:
221
- Page 223 and 224:
223
- Page 225 and 226:
APÊNDICE B - Quadro comparativo: t
- Page 227 and 228:
227APÊNDICE C - Quadro comparativo
- Page 229 and 230:
229
- Page 231 and 232:
231
- Page 233 and 234:
ANEXO A - Carta de Dom Pedro II à
- Page 235:
235