11.07.2015 Views

o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Dom Pedro II traduziu <strong>de</strong> diversas línguas, trabalhou a partir <strong>de</strong>textos em prosa e poesia e também era poeta. Dante Alighieri, no iníciodo século XIV, consi<strong>de</strong>rava a tradução <strong>de</strong> poesia difícil, pois: “[...] o quefoi harmonizado pelo toque das musas não se po<strong>de</strong> transpor <strong>de</strong> sualíngua para outra sem quebrar toda a suavida<strong>de</strong> e a harmonia”(GUERINI, 2005, p. 23). Opinião que é comungada, entre outros, pelorusso Roman Jakobson (1969) com sua tese da união não reproduzível<strong>de</strong> som e sentido. Recusando-se a tese da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se traduzirpoesia e, por conseguinte, aceitando a possibilida<strong>de</strong> da sua tradução –seja do conteúdo, seja da forma - ao se a<strong>na</strong>lisar a obra <strong>de</strong> Dom Pedro II,quais <strong>de</strong>sses pressupostos se encontram e a qual ele <strong>de</strong>u maiorrelevância? Teria o Imperador, durante a leitura dos cantos, percebido o<strong>processo</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> sentidos existentes no texto?Partindo-se da noção <strong>de</strong> que traduzir poesia é recriá-la, que seexige do tradutor poético que ele <strong>de</strong>sven<strong>de</strong> o <strong>processo</strong> <strong>criativo</strong> do texto<strong>de</strong> partida e que, ao se produzir um “equivalente poético” como texto <strong>de</strong>chegada, requer-se uma reescritura criativa. Qual teria sido asensibilida<strong>de</strong> poética do Imperador? E, uma vez que o tradutor não sepõe diante <strong>de</strong> um texto poético da mesma forma como se põe diante <strong>de</strong>um texto não poético, qual visão <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> acompanhou Dom PedroII durante o <strong>processo</strong> <strong>criativo</strong>?Aceitando-se a tese <strong>de</strong> Laranjeira (1993) e outros, <strong>de</strong> quetradução é uma reescritura <strong>na</strong> língua <strong>de</strong> chegada da leitura que se faz <strong>de</strong>um texto, e que, portanto, é possível a reescritura da sua significância,mas, consi<strong>de</strong>rando a reflexão <strong>de</strong> Paul Ricoeur (2011, p. 24) para quem atradução <strong>de</strong> poesia oferece “[...] a dificulda<strong>de</strong> maior da união30

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!