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o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

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184por exemplo, ao pesquisador po<strong>de</strong>riam ter passado <strong>de</strong>spercebidos oserros da edição impressa <strong>de</strong> 1932. Os equívocos revelados nestapesquisa graças ao prototexto - e não ao texto impresso - e a análisecontrastiva da tradução do Imperador com a <strong>de</strong> outros tradutores,possivelmente contemporâneos seus, são importantes. O que diria opesquisador sobre a tradução do verso 142 se esse consi<strong>de</strong>rasse comoverda<strong>de</strong>iro o texto impresso que usa o verbo “cair” <strong>na</strong> terceira pessoa,enquanto que em todas as versões dos manuscritos do Mo<strong>na</strong>rca o verboestá <strong>na</strong> primeira pessoa seguindo a estrutura temporal <strong>de</strong> Dante? Aliás,Eduardo Sterzi (2008), estudioso <strong>de</strong> Dante, consi<strong>de</strong>ra a soluçãoencontrada pelo poeta Pedro <strong>de</strong> Alcântara para o “<strong>de</strong>cisivo” verso 142excelente, porém, em seu livro Por que ler Dante, a atribuiu a Augusto<strong>de</strong> Campos (2008, p. 151). 59De tal modo, parece importante <strong>de</strong>stacar a contribuição que aCG permite aditar aos estudos literários. A crítica literária, ao <strong>de</strong>bruçarsesomente sobre a obra editada, coloca para si mesma limites quedificultam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um olhar além, que alcance o que po<strong>de</strong>estar <strong>de</strong>pois da curva do presente, nesse caso, à curva que conduz aopassado e que, por ter sido já percorrido, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>svendado. A estradaque conduz à revelação que está no <strong>de</strong>vir do texto é o manuscrito. Aperspectiva genética permite a revisão crítica e histórica do <strong>processo</strong><strong>criativo</strong> <strong>de</strong> um autor, <strong>de</strong> um tradutor e, assim, possibilita que se<strong>de</strong>sven<strong>de</strong>m, inclusive, possíveis <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> manipulação quedirecio<strong>na</strong>m a leitura do público - sobretudo <strong>na</strong>s edições póstumas pornão passarem pelo crivo fi<strong>na</strong>l do autor. Isso po<strong>de</strong> ter ocorrido com59 Sterzi, após o encerramento da palestra Dante Alighieri e a pré-história da lírica mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>,proferida <strong>na</strong> <strong>UFSC</strong> em 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012, disse-me que já havia sido alertado para o fato <strong>de</strong> oprimeiro tradutor brasileiro a dar para o verso 142 do canto V do “Inferno” a solução: “E caícomo corpo morto cai” tinha sido Dom Pedro II.

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