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o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

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181supor que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rasuras <strong>na</strong> primeira versão não foi causadapor encruzilhadas, por gran<strong>de</strong>s hesitações, por dúvidas angustiantes,enfim, por <strong>processo</strong>s que lhe exigiram gran<strong>de</strong>s períodos <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong>pesquisa, mas, ao contrário, pela intensida<strong>de</strong> do jorro inicial. O esforçorealizado foi o da busca pela melhor métrica, pela melhor estética, pelamelhor poética.Esse primeiro jorro <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Dom Pedro II consta <strong>de</strong> ummanuscrito <strong>de</strong> duas pági<strong>na</strong>s. A julgar pela disposição do texto, peloformato da letra, e mesmo, pela forma das rasuras, foi escrito em umaúnica campanha <strong>de</strong> tradução, provavelmente num intervalo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>curta extensão, para não dizer, em um ato contínuo, tal é a flui<strong>de</strong>z dojorro. Hay afirma que:Uma simples folha po<strong>de</strong>, por sua matéria, suasimpressões, seu formato, falar <strong>de</strong> um lugar, <strong>de</strong>um tempo, <strong>de</strong> uma classificação. A forma <strong>de</strong>uma escritura po<strong>de</strong> marcar as épocas <strong>de</strong> umavida, revelar as etapas e como que a respiração<strong>de</strong> um trabalho. Assim não se trata ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>cifrar um manuscrito, mas <strong>de</strong> compreendê-lo,e, por isso, <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a vê-lo. Valéry aindadizia: “O texto lido, o texto visto, são coisasmuito distintas” – e para quem penetra nouniverso da escritura, <strong>na</strong>da é tão surpreen<strong>de</strong>ntequanto o contraste entre a folha manuscrita esua figura impressa. (2010, p.21)Ou seja, as hesitações do poeta Pedro <strong>de</strong> Alcântara parecemmais consequências da intensida<strong>de</strong> do <strong>processo</strong> <strong>criativo</strong> do que em razão<strong>de</strong> dúvidas lexicais ou semânticas.Existe uma razoável controvérsia sobre o valor poético eliterário da obra do Imperador. O editor <strong>de</strong> 1932 consi<strong>de</strong>rava a obra <strong>de</strong>

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