o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC
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172e que maior consolo po<strong>de</strong>ria existir senão oculto daquele mediano? A cada tolicerepublica<strong>na</strong> correspondia um rebate para asauda<strong>de</strong> – não da mo<strong>na</strong>rquia, note-se bem –mas do mo<strong>na</strong>rca. Fenômeno fácil <strong>de</strong> explicar. Arepública não trazia nenhuma classe nova aopo<strong>de</strong>r. Não emancipava os espoliados. Nãoalterava o regime da proprieda<strong>de</strong>. [...] Nãohouve uma revolução, com o triunfo <strong>de</strong> umai<strong>de</strong>ologia nítida. (1998, p. 330-331)Enfim, para além do <strong>de</strong>bate sobre o valor literário da obra <strong>de</strong>Pedro <strong>de</strong> Alcântara há que se consi<strong>de</strong>rar o esforço <strong>de</strong>le em operar atradução do poema dantesco em tercetos rimados, acentuando o ritmomelódico do texto poético, como também, o cuidado em manter osentido. Isso tudo com a intenção <strong>de</strong> conservar, <strong>na</strong> leitura da obratraduzida, o mesmo efeito que se dá <strong>na</strong> leitura do texto origi<strong>na</strong>l.Poucos tradutores da língua portuguesa tinham empreendido taltarefa até aquela época. Excetuando-se a tradução do Barão <strong>de</strong> Vila daBarra, <strong>de</strong> 1876, porque foi concebida em versos soltos, sobram astraduções <strong>de</strong> Luiz Vicente De Simoni, <strong>de</strong> 1843, e a <strong>de</strong>José Pedro Xavier Pinheiro, <strong>de</strong> 1888. Essa razão, em si, confere àstraduções da Divi<strong>na</strong> Comédia, i<strong>de</strong>adas por Dom Pedro II, a condição <strong>de</strong>obra dig<strong>na</strong> <strong>de</strong> admiração, pois, além da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção dosentido do verso dantesco, acrescem-se as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntes damanutenção do metro, do ritmo e da rima.A tradução <strong>de</strong> Dom Pedro II busca permanecer próxima dotexto origi<strong>na</strong>l, situando-se no espectro daquilo que se convencionouchamar <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, mas, sem <strong>de</strong>scuidar <strong>de</strong> tentarexpressar a força poética <strong>de</strong> Dante. A opção por manter sua traduçãopróxima do origi<strong>na</strong>l não significa que Dom Pedro II tenha pretendido