11.07.2015 Views

o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

171Talvez isso aju<strong>de</strong> a enten<strong>de</strong>r o motivo pelo qual Me<strong>de</strong>iros eAlbuquerque se dispôs a publicar a obra literária <strong>de</strong> um perso<strong>na</strong>gem dahistória brasileira a quem sempre criticou. Ele, autor <strong>de</strong> textos sobrepoesia, 50 tinha pleno conhecimento <strong>de</strong> que a publicação da tradução <strong>de</strong>cantos dantescos, em colu<strong>na</strong>s cerradas, empobreceria o efeito sonoro daleitura da tradução. Mais que isso, a campanha contra a imagem <strong>de</strong> DomPedro II, promovida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a proclamação da República até a década <strong>de</strong>1930, dificultou qualquer perspectiva <strong>de</strong> inserção da obra <strong>de</strong> Pedro <strong>de</strong>Alcântara no polissistema literário <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. A imagem <strong>de</strong> um mo<strong>na</strong>rca“ba<strong>na</strong><strong>na</strong>” - que começou a ser construída com o <strong>de</strong>scontentamento dossenhores rurais com a Lei do ventre livre <strong>de</strong> 1871 51 -, era mais útil àestabilida<strong>de</strong> do regime <strong>na</strong>scido da ação dos militares pró-republicanosdo que a imagem <strong>de</strong> um mo<strong>na</strong>rca erudito, reconhecido no mundopolítico, intelectual e artístico inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l como um promotor dasartes, da cultura e das ciências e ocupando espaço <strong>na</strong> literaturabrasileira. O historiador Nelson Werneck Sodré escreve, comentando opanorama no Brasil após a proclamação da República:D. Pedro II continuou, entretanto, <strong>na</strong> mente dopovo. Para a mediania popular que maior prazer50 Alguns <strong>de</strong>stes textos estão disponíveis <strong>na</strong> pági<strong>na</strong> eletrônica da ACADEMIA BRASILEIRADE LETRAS. Os imortais. 2001. Disponível em: http://www.aca<strong>de</strong>mia.org.br. Acesso em maio2012.51 “Data <strong>de</strong>ssa época o aparecimento das primeiras caricaturas, que <strong>de</strong>screviam um ‘PedroBa<strong>na</strong><strong>na</strong>’, um ‘Pedro Cajú’; resultado, sobretudo da indiferença com que o mo<strong>na</strong>rca encarava osnegócios <strong>de</strong> Estado, ou da atitu<strong>de</strong> oscilante que começava a ostentar publicamente. Des<strong>de</strong> osanos 50 a imprensa gozava no Brasil <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, e é por isso mesmo que o próprioimperador era um dos alvos mais constantes <strong>de</strong> ataques e <strong>de</strong>senhos satíricos. Esse tipo <strong>de</strong>imprensa será, inclusive, objeto <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> expansão, e já em 1876 o Rio <strong>de</strong> Janeirocontava com meia dúzia <strong>de</strong> jor<strong>na</strong>is satíricos, geralmente sema<strong>na</strong>is, cuja tiragem chegava a 10mil exemplares. Entre eles <strong>de</strong>stacam-se alguns mais antigos, como A Sema<strong>na</strong> Ilustrada e OMosquito, e outros mais recentes, como O Maquetrefe, O Fígaro e a Revista Ilustrada.”(SCHWARCZ, 1998, p. 416).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!