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o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

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170escrito em tercetos, ou pelo menos não <strong>de</strong>u pelometro que D. Pedro empregou: tercetosenca<strong>de</strong>ados. Não se explica doutra maneira ofacto <strong>de</strong> os do imperial tradutor aparecerem emcolu<strong>na</strong> cerrada, como <strong>de</strong>cassílabos brancos(1966, p. 52).Essa observação <strong>de</strong> Manuppella reforça a suposição <strong>de</strong>manipulação <strong>na</strong> publicação das poesias <strong>de</strong> Dom Pedro II. Corroboracom essa possibilida<strong>de</strong> o tom ácido <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros e Albuquerque ao sereferir à obra do Imperador e à sua poética. Ele dirigiu e prefaciou aedição das Poesias Completas <strong>de</strong> Dom Pedro II, <strong>de</strong> 1932, que, para essadissertação, foi consi<strong>de</strong>rado o texto <strong>de</strong> chegada da tradução do Mo<strong>na</strong>rcapara o canto V do “Inferno” da Divi<strong>na</strong> Comédia. No prefácio, orepublicano Me<strong>de</strong>iros e Albuquerque 49 assim ajuíza o valor do poetaDom Pedro II: “Ele sempre foi (po<strong>de</strong>m vê-lo) integralmente péssimo:<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, imperfeição técnica” (MEDEIROS EALBUQUERQUE, 1932, p. 7). Mas, o que o prefácio <strong>de</strong>sse escritor epolítico não consegue ocultar é que, por trás da cruzada para <strong>de</strong>sluzir aqualida<strong>de</strong> poética e intelectual do homem Pedro <strong>de</strong> Alcântara, sedissimulava, quiçá, a verda<strong>de</strong>ira razão <strong>de</strong> sua crítica: apagar da memóriada <strong>na</strong>ção o gover<strong>na</strong>nte Dom Pedro II e o seu regime. Uma evidênciadisso se encontra <strong>na</strong>s linhas fi<strong>na</strong>is do prefácio:Mas, <strong>de</strong> véras, o que se sabe é que ele não tinhanenhuma daquelas qualida<strong>de</strong>s. E foi exatamentepor isso, que se viu muito justamente <strong>de</strong>posto.Os aduladores excessivos <strong>de</strong> sua memóriaesquecem-se <strong>de</strong> que, para exaltá-lo, precisam<strong>de</strong>primir o Brasil (MEDEIROS EALBUQUERQUE, 1932, p. 20).49 Me<strong>de</strong>iros e Albuquerque, segundo Luiz Felipe Alencastro, chegou a conclamar o povo àsarmas contra a mo<strong>na</strong>rquia (ALENCAR, 1996, p. 221).

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