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o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

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138A intensida<strong>de</strong> das rasuras, dos cancelamentos e dos riscos po<strong>de</strong>confundir o a<strong>na</strong>lista e induzi-lo à i<strong>de</strong>ia da existência <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s noprocessamento da tradução. No entanto, a exiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hesitações, <strong>de</strong><strong>de</strong>staques <strong>de</strong> palavras e <strong>de</strong> anotações – que se existissem indicariamproblemas <strong>de</strong> compreensão, síntese ou dúvidas <strong>de</strong> significado <strong>de</strong>conteúdo -, mostra que, já <strong>na</strong> primeira versão, Dom Pedro II tinha osentido geral da tradução <strong>na</strong> mente, com seus tercetos e com seus versos.Se ela não estava completamente resolvida estava razoavelmentesedimentada. Os contínuos cancelamentos <strong>de</strong> um mesmo verso ou <strong>de</strong>uma mesma palavra é uma testagem que ape<strong>na</strong>s revela a espiralida<strong>de</strong> do<strong>processo</strong> <strong>criativo</strong> e que este nunca é linear.Outro indicativo <strong>de</strong>sta hipótese são as pouquíssimas rasurasexistentes <strong>na</strong>s <strong>de</strong>mais três versões que antece<strong>de</strong>m o texto impresso,como veremos mais adiante.Portanto, parece razoável supor que, <strong>na</strong> mente <strong>de</strong> Dom Pedro II,a compreensão do texto já tinha se dado e, por conseguinte, umaprimeira tradução do conjunto do canto já se encontrava <strong>de</strong>senhada. Oque indica que o Mo<strong>na</strong>rca escrevesse já com i<strong>de</strong>ia pré-estabelecida datradução, por conhecer muito bem o texto origi<strong>na</strong>l e outras traduçõespara o português do canto V, pois ele era um gran<strong>de</strong> leitor. Outrasuposição que parece pertinente é <strong>de</strong> que esta primeira campanha foicontínua, ininterrupta e, possivelmente, breve. Concorrem para isso,além da já <strong>de</strong>scrita intensida<strong>de</strong> do jorro e das rasuras, também o fato <strong>de</strong>tê-la realizado em ape<strong>na</strong>s dois fólios, espacialmente utilizados em quasesua totalida<strong>de</strong>, numa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem não estava preocupado com aestética do manuscrito em si, mas, num momento em que o importanteera registrar a totalida<strong>de</strong> das i<strong>de</strong>ais que lhes estavam à mente. Além

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