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o processo criativo na tradução de dom pedro ii ... - NUPROC - UFSC

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120pelo verbo “<strong>de</strong>sprendo” e cancela a expressão “e lhes digo”, o que <strong>de</strong>ixaa estrutura do verso mais próxima da De Simoni.No verso 82, Dom Pedro II migra <strong>de</strong> “quaes”, mesma palavrausada por De Simoni, para “leves” e, no verso 116, cujas estruturas nãosão tão próximas como <strong>na</strong>s outras duas anteriormente a<strong>na</strong>lisadas, DomPedro II inicia usando a palavra “martírio”, como no origi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Dante,<strong>de</strong>pois troca para “tormento”, mesmo termo usado por De Simoni e, aofi<strong>na</strong>l, volta à opção primeira.Parece que Dom Pedro II, antes <strong>de</strong> escrever o manuscrito<strong>de</strong>finitivo, revisitou a tradução <strong>de</strong> De Simoni e fez ajustes <strong>na</strong> sua com oobjetivo <strong>de</strong> elimi<strong>na</strong>r termos muito coinci<strong>de</strong>ntes, ou mesmo, que a partirda De Simoni, foi trabalhando. Deste modo, o Mo<strong>na</strong>rca ao cotejar o seutexto com o <strong>de</strong> De Simoni, teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer distinções emrelação a este e, ainda, melhorar a sua própria tradução.Essas semelhanças não necessariamente são indicativas <strong>de</strong> que atradução <strong>de</strong> De Simoni tenha condicio<strong>na</strong>do a tradução <strong>de</strong> Dom Pedro II.Possivelmente, o que po<strong>de</strong> ter sucedido, como sugere o estado dosmanuscritos que foram origi<strong>na</strong>dos no primeiro jorro <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, é queDom Pedro II conhecia bem a tradução <strong>de</strong> De Simoni, tendo-a li<strong>dom</strong>uitas vezes. Talvez esta tenha sido a primeira versão para o portuguêsque conheceu. Como, também, conhecia muito bem e já havia li<strong>dom</strong>uitas vezes o origi<strong>na</strong>l do canto V do “Inferno” - lembre-se que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>cedo, Pedro <strong>de</strong> Alcântara <strong>dom</strong>i<strong>na</strong>va a língua italia<strong>na</strong> – e esseconhecimento resultou numa primeira versão já muito próxima <strong>dom</strong>anuscrito <strong>de</strong>finitivo. Portanto, tem-se uma situação através da qual se

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