104canto XXV do “Inferno” e tratou <strong>de</strong> temáticas do “Paraíso” e do“Purgatório”. Para Guerini:Machado <strong>de</strong> Assis é um escritor que <strong>de</strong>ve serobservado com mais atenção, não só porque suaobra é uma das principais referências daliteratura brasileira, mas, também, porquerepresenta uma nova direção <strong>de</strong>sta literatura noque diz respeito à assimilação da obra do poetaflorentino (2010, p. 11). 37Na fase inicial do século XX, pré-mo<strong>de</strong>rnista, se encontram:Eucli<strong>de</strong>s da Cunha (1866-1909), autor <strong>de</strong> Os Sertões e do poema "OParaíso dos medíocres (Uma pági<strong>na</strong> que Dante <strong>de</strong>struiu)" e EduardoGuimarães (1892-1928), cuja obra é perpassada por Dante, com poemasque remetem aos temas e perso<strong>na</strong>gens dantescos, é autor <strong>de</strong> Divi<strong>na</strong>Quimera. E ainda, conforme Manuppella (1966), uma série <strong>de</strong> autoresque home<strong>na</strong>gearam Dante em poemas e textos referentes à sua obra, taiscomo: Múcio Texeira, que, em 1902, publicou Campo Santo, on<strong>de</strong>escreveu o “Último Sonho <strong>de</strong> Dante”, Carlos Magalhães <strong>de</strong> Azevedoque, em 1903, publicou poema intitulado “Dante”; F. D’Azeredo que,em 1913, <strong>na</strong> sua obra Horas Sagradas publicou um soneto intitulado“Dante”; Félix Pacheco, em 1914, publicou sonetos <strong>de</strong> inspiraçãodantesca; Luís Murat, em 1917, publicou uma o<strong>de</strong> intitulada “O Dístico<strong>de</strong> Dante”.A segunda década da vida literária do século XX foi marcadapelo surgimento do Mo<strong>de</strong>rnismo, em 1922, movimento empenhado em37 “Machado <strong>de</strong> Assis è uno scrittore che <strong>de</strong>ve essere osservato con più attenzione, nonsoltanto perché si tratta di u<strong>na</strong> <strong>de</strong>lle principali opere di riferimento <strong>de</strong>lla letteraturabrasilia<strong>na</strong>, ma anche perché rappresenta u<strong>na</strong> nuova direzione di questa letteratura per quelche riguarda l'assimilazione <strong>de</strong>ll'opera <strong>de</strong>l poeta fiorentino.”
105<strong>de</strong>senvolver uma literatura <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e, portanto, inicialmente arredio àsinfluências estrangeiras, inclusive à obra <strong>de</strong> Dante.Posteriormente, a partir da década <strong>de</strong> 1930, a influência <strong>de</strong>Dante se refez com presença muito significativa <strong>na</strong>s obras <strong>de</strong> muitosescritores, entre os quais se <strong>de</strong>stacam: Francisco Filinto Brasileiro que,em 1936, publicou cinco sonetos sobre Paolo e Francesca; Jorge <strong>de</strong>Lima (1893-1953), com o poema "Invenção <strong>de</strong> Orfeu", <strong>de</strong> 1952;Guimarães Rosa (1908-1967), com Gran<strong>de</strong> Sertão: Veredas, <strong>de</strong> 1956 eOsman Lins (1924-1978) com o romance Avalovara, <strong>de</strong> 1973. Maisatualmente, po<strong>de</strong>mos acrescentar à lista do século XX, César Leal, autordo livro <strong>de</strong> poemas Tambor Cósmico, em 1978; Jorge Van<strong>de</strong>rlei, quetraduziu em tercetos todo o “Inferno”; Henriqueta Lisboa, poetisa quetraduziu quatorze cantos do “Purgatório”; Dante Milano, tradutor <strong>de</strong> trêscantos do “Inferno”, além <strong>de</strong> Augusto <strong>de</strong> Campos, que traduziu cantosdo “Inferno” e do “Purgatório”, publicados em 1986, no livro O antecrítico e, em 2003, em Invenção; Haroldo <strong>de</strong> Campos, tradutor <strong>de</strong> Dantee autor do ensaio Pedra e Luz <strong>na</strong> Poesia <strong>de</strong> Dante, <strong>de</strong> 1988, e ArianoSuassu<strong>na</strong>.3.3 AS TRADUÇÕES DA DIVINA COMÉDIA NO BRASILSegundo Arrigoni: “O levantamento das traduções da D.C.realizadas no Brasil apontou a segunda meta<strong>de</strong> do século XIX como aépoca em que essas obras começaram a ser produzidas e publicadas,<strong>de</strong>ntro do contexto cultural do Brasil do segundo império” (2001, p. 91).Na “advertência do editor” da edição <strong>de</strong> 1932 da tradução da Divi<strong>na</strong>Comédia, feita pelo Barão da Vila da Barra, já se enumeravam algunspoetas tradutores <strong>de</strong> Dante:
- Page 1:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATAR
- Page 5:
Romeu Porto DarosO IMPERADOR TRADUT
- Page 9:
AGRADECIMENTOSÀs minhas filhas pel
- Page 13:
RESUMOA pesquisa analisa o processo
- Page 17:
ABSTRACTThe research analyzes the c
- Page 21:
LISTA DE QUADROSQuadro I - Diário:
- Page 25:
SUMÁRIOINTRODUÇÃO 271 A CRÍTICA
- Page 28 and 29:
no ensaio O afreudisíaco Lacan na
- Page 30 and 31:
Dom Pedro II traduziu de diversas l
- Page 32 and 33:
erudito, que se preocupava e se ocu
- Page 34 and 35:
1 A CRÍTICA GENÉTICA COMO FUNDAME
- Page 36 and 37:
Para Romanelli, a CG mostra “o av
- Page 38 and 39:
somente existe na sua redação con
- Page 40 and 41:
quando faz conclusões acerca do pr
- Page 42 and 43:
Gideon Toury (2001) sustenta que as
- Page 44 and 45:
Os estudos descritivos, focados no
- Page 46 and 47:
46sistemas de normas da cultura-alv
- Page 48 and 49:
o tradutor pode adotar uma soluçã
- Page 50 and 51:
50uma não tradução em um dado co
- Page 52 and 53:
a partir dos padrões e das normas
- Page 54 and 55: processo referentes às traduções
- Page 56 and 57: processo tradutório, verificando a
- Page 59 and 60: Império, a fuga de D. João VI 16
- Page 61 and 62: 61através de investimentos de capi
- Page 63 and 64: asileiro como maior protagonista. S
- Page 65 and 66: línguas da história brasileira: a
- Page 67 and 68: assumir o trono do pai. Mesmo abdic
- Page 69 and 70: Brasil o órfão: ordenara-lhe que
- Page 71 and 72: 712.4 AS ARTES E A ARTE DE GOVERNAR
- Page 73 and 74: pois, não fosse esta qualidade, po
- Page 75 and 76: 75Não sou de nenhum dos partidos p
- Page 77 and 78: jornal La Nación, que traduziu par
- Page 79 and 80: 7. Poema “A Passiflora”, tradu
- Page 81 and 82: 81muitos de nossos poetas, romancis
- Page 83 and 84: 83doméstico. As traduções, em ou
- Page 85 and 86: com a tradução de Odorico Mendes
- Page 87 and 88: Ao que parece, o Imperador não tra
- Page 89 and 90: 893 POETAS EM DOIS TEMPOSDom Pedro
- Page 91 and 92: Dante da sua velhice, fez uma brilh
- Page 93 and 94: obrigando-o a se exilar para fugir
- Page 95 and 96: O canto V do “Inferno” mostra o
- Page 97 and 98: 97103 Amor, ch'a nullo amato amar p
- Page 99 and 100: No Brasil Colônia dos primeiros mo
- Page 101 and 102: 101obra um forte anti-clericarismo
- Page 103: 103No final do século, com o Reali
- Page 107 and 108: 107Monsenhor JoaquimPinto de Campos
- Page 109 and 110: 1093.4 DOM PEDRO II TRADUTOR DA DIV
- Page 111 and 112: 111Teresa Cristina, conterrânea de
- Page 113 and 114: 113prática este preceito é precis
- Page 115 and 116: 115da Divina Comédia, feita pelo B
- Page 117 and 118: 117próximo ao Imperador é, possiv
- Page 119 and 120: 119Nos treze versos acima, é níti
- Page 121 and 122: 121caracteriza um processo de influ
- Page 123 and 124: vv109DanteQuand'iointesiquell'anime
- Page 125 and 126: 1254 O PROCESSO CRIATIVO EM DOM PED
- Page 127 and 128: 127vv Versão 1 (18) Versão 2 (17)
- Page 129 and 130: 919497Se amigo fosseo Rei doUnivers
- Page 131 and 132: 109112115Logo que ouvias almasdolor
- Page 133 and 134: 127130133Lendo um dianas horas dela
- Page 135 and 136: 1354.2 VISÃO DIACRÔNICA DO PROCES
- Page 137 and 138: 137#1Usa poucos símbolos indicativ
- Page 139 and 140: 139disso, é razoável presumir que
- Page 141 and 142: 141III.Terceira campanha de traduç
- Page 143 and 144: 143V. Texto Final - o impresso de 1
- Page 145 and 146: 145vv Manuscrito Definitivo Texto I
- Page 147 and 148: 147criativo fazendo uma interessant
- Page 149 and 150: 1494.4 O ENCADEAMENTO DOS MOMENTOS
- Page 151 and 152: 15176 Mas adiante, no verso 77, ele
- Page 153 and 154: 15382No verso 82, troca uma traduç
- Page 155 and 156:
15594Nas três primeiras versões d
- Page 157 and 158:
157106Embora seja considerável a q
- Page 159 and 160:
159115No verso 116, hesita entre o
- Page 161 and 162:
161124Versão 1 Versão 2 Versão 3
- Page 163 and 164:
163Demonstra dúvida se usa ou não
- Page 165 and 166:
165136As poucas dúvidas no verso 1
- Page 167 and 168:
167No terceto que se inicia no vers
- Page 169 and 170:
169interpretatione, considerado o p
- Page 171 and 172:
171Talvez isso ajude a entender o m
- Page 173 and 174:
173adotar uma estratégia de tradu
- Page 175 and 176:
175de compor, sendo útil e necess
- Page 177 and 178:
177movimento de insubordinação ao
- Page 179 and 180:
179dizem-me que os esforços do poe
- Page 181 and 182:
181supor que a quantidade de rasura
- Page 183 and 184:
183poético, próximo do original,
- Page 185 and 186:
185relação à obra de Dom Pedro I
- Page 187 and 188:
187REFERÊNCIASALCÂNTARA, D. Pedro
- Page 189 and 190:
189CANTO, Antonio Maria do. Diccion
- Page 191 and 192:
191MANUPPELLA. Giacinto. Dantesca L
- Page 193 and 194:
193TOURY, Gideon. Principi per un
- Page 195 and 196:
195______. Limites da Traduzibilida
- Page 197 and 198:
APÊNDICE A - Transcrição diplom
- Page 199 and 200:
199
- Page 201 and 202:
201
- Page 203 and 204:
203
- Page 205 and 206:
205
- Page 207 and 208:
207
- Page 209 and 210:
209
- Page 211 and 212:
211
- Page 213 and 214:
213
- Page 215 and 216:
215
- Page 217 and 218:
217
- Page 219 and 220:
219
- Page 221 and 222:
221
- Page 223 and 224:
223
- Page 225 and 226:
APÊNDICE B - Quadro comparativo: t
- Page 227 and 228:
227APÊNDICE C - Quadro comparativo
- Page 229 and 230:
229
- Page 231 and 232:
231
- Page 233 and 234:
ANEXO A - Carta de Dom Pedro II à
- Page 235:
235