102havia feito da Divi<strong>na</strong> Comédia. No Tomo LXXVI (1913), da Revista doInstituto Histórico e Geográfico Brasileiro, publicado em 1914, consta ainiciativa <strong>de</strong> fazer-se copiar no Museu Mitre, em Buenos Aires as: “[...]notas do próprio punho, escriptas pelo imperador d. Pedro II noexemplar da traducção da Divi<strong>na</strong> Comedia, feita pelo general Mitre, quea submeteu ao imperador, pedindo - le a opinião sôbre esse trabalho” (p.637-638).Além do Imperador do segundo rei<strong>na</strong>do, muitos autoresrenomados da literatura brasileira do século XIX mantiveram relaçãocom Dante. Alguns <strong>de</strong> forma muito estreita e permanente, outros, maisligeiramente.Nas primeiras fases do movimento romântico tem-se GonçalvesMagalhães (1811-1882), que, além da presença em obras como o épicoA Confe<strong>de</strong>ração dos Tamoios (1856), evi<strong>de</strong>nciou em poema a expressão“l’altissimo poeta” para <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>r Dante. Manuel <strong>de</strong> Araújo Porto Alegre(1806-1879), autor <strong>de</strong> Colombo, on<strong>de</strong> constam versos <strong>de</strong> Dante.Gonçalves Dias (1823-1864), que fez uma tradução <strong>de</strong> partes do cantoIV do “Purgatório”. Álvares <strong>de</strong> Azevedo (1831-1852), que registrou quejunto do seu leito dormiam: “O Dante, A Bíblia, Shakespeare e Byron”,além <strong>de</strong> Junqueira Freire (1832-1855), Fagun<strong>de</strong>s Varela (1841 - 1875) eCasimiro <strong>de</strong> Abreu (1837-1860), que, como Azevedo, escreviam poesiasque aludiam à morte e à aflição num mundo on<strong>de</strong> não se encontravam.Na fase seguinte do Romantismo, encontram-se Castro Alves(1847-1871) - poeta da liberda<strong>de</strong> e da <strong>de</strong>núncia das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>ssociais - autor <strong>de</strong> "Navio Negreiro", que traz elementos <strong>de</strong> Dante, eSousândra<strong>de</strong> (1833 – 1902), autor do poema “O Guesa Errante”.
103No fi<strong>na</strong>l do século, com o Realismo e o Naturalismo, têm-se:Aluísio <strong>de</strong> Azevedo (1857-1913), que em 1881 publicou O Mulato, eRaul Pompéia (1863-1895), que escreveu o romance O Atheneu, em1888, e, também, autor <strong>de</strong> poema <strong>de</strong>dicado a Beatriz.No par<strong>na</strong>sianismo, <strong>de</strong>stacam-se Olavo Bilac (1865-1918), autordo poema “Dante no Paraíso”, e Luis Delfino (1834 – 1910) autor <strong>de</strong>Algas e Musgos e que também escreveu um soneto sobre Dante.E ainda, conforme Manuppella (1966), em Dantesca Lusobrasileira:Subsídios Para Uma Bibliografia Da Obra E DoPensamento De Dante Alighieri existe uma série <strong>de</strong> autores quehome<strong>na</strong>gearam Dante em poemas e textos referentes à sua obra, taiscomo: Franklin Américo <strong>de</strong> Menezes Dória, que publicou, em 1859,poema intitulado “Aparição <strong>de</strong> Beatriz”; Augusto Francisco Aleixo dosSantos Breves, que, em 1874, fez um paralelo entre Dante e Camões;Raimundo Correia, que, em 1883, publicou poema intitulado “Beatriz”;Alexandre José <strong>de</strong> Mello Moraes Filho, que, em 1881, publicou poemaintitulado “A Barca <strong>de</strong> Dante” e Damasceno Vieira, que, em 1895,publicou poema intitulado “Ante o retrato <strong>de</strong> Dante”.Por fim, Machado <strong>de</strong> Assis, o mais notável escritor brasileiro doséculo XIX. Ele atravessou vários períodos da literatura. De 1855 até1908, período em que gestou sua obra, a presença <strong>de</strong> Dante é umaconstante, tanto em suas poesias, como nos contos, peças, crônicas eromances. Dentre as suas obras se encontram: Fale<strong>na</strong>s, (1870), Hele<strong>na</strong>,(1876), Memórias Póstumas <strong>de</strong> Brás Cubas, (1881), Quincas Borba,(1891), Dom Casmurro, (1899), Memorial <strong>de</strong> Aires, (1908). Traduziu o
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