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Livro em formato PDF - Fernando Santiago dos Santos

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de preparação <strong>dos</strong> ingredientes. O extrato de ópio, segundoa farmacopéia belga, devia ser dissolvido e mantido no vinho,porém nas farmacopéias germânica e italiana devia serdissolvido <strong>em</strong> álcool por 24 horas, ao passo que nafarmacopéia suíça devia ser macerado por um dia <strong>em</strong> vinho.Diferenças também ocorriam, nas diferentes farmacopéias,<strong>em</strong> relação à quantidade <strong>dos</strong> ingredientes: as diversas proporçõesde 1/95, 1/97, 1/100 e 1/125 de sulfato ferroso <strong>em</strong>água atestam estas diferenças. Após ser preparada, a triagaera mantida fechada, <strong>em</strong> lugar escuro e fresco, e <strong>em</strong> algunscasos só podia ser utilizada seis meses após sua preparação 108 .As triagas muitas vezes eram mezinhas de uso caseiro,consistindo apenas de mercúrio, antimônio ou outra substânciatóxica. Continuaram <strong>em</strong> voga na Europa e nas colôniasda América até mea<strong>dos</strong> do século XX 109 . Em finais <strong>dos</strong>éculo XIX, a farmacopéia oficial do então Império Germânicocontinha uma receita de triaga com doze ingredientes 110 .E no Brasil, como se situam historicamente as triagas?Como se sabe, os poucos boticários e médicos que havia nacolônia portuguesa da América até finais do século XVIIItinham formação na Metrópole, e, de lá, traziam o corpo deconhecimento adquirido da educação universitária européia.A idéia inicial que se faz é a de que as triagas utilizadas no_______________________108I. Guareschi et al., op. cit., p. 105.109As mezinhas, ao invés de curar os doentes, muitas vezes acabavam levando-os àmorte, devido à ingestão de metais pesa<strong>dos</strong>, aliada à corriqueira prática das sangrias,como relata Manoel Gomes: “[...] curavamos aos doentes, aplicando as mezinhasque a charidade nos ensinava [...]” (Manoel Gomes, Informação da Ilhachamada Maranhão”, p. 334). Em finais do século XVIII, a aplicação das mezinhasaparent<strong>em</strong>ente caía no descrédito popular. Vide também A. J. Andrade Gouveia,op. cit., pp. 27, 30 e 49-50. Cf. diacatolicão, ou purgante universal <strong>dos</strong> humores,<strong>em</strong> J. P. F. S. Dias, op. cit., p. 446; “Mezinha”, in H. de Garcia & A. Nascentes, orgs.,op. cit., vol. 3, p. 2349; Tim Low et al., op. cit., p. 42.110Heinz Goerke, “O farmacêutico: um pilar da sociedade e do estado” in ReginePötzsch, ed. A farmácia, p. 212.15/04/200965

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