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Livro em formato PDF - Fernando Santiago dos Santos

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Os jesuítas, portanto, tinham de ocupar-se com diligênciadas enfermidades do corpo e igualmente zelar pelas enfermidadesespirituais 47 . A este respeito, P. J. C. Silva afirma que“[...] é bom l<strong>em</strong>brar que os jesuítas, apesar de não ter<strong>em</strong>formação médica curricular, não eram avessos à medicinade uma maneira geral” 48 .Epid<strong>em</strong>ias de doenças aparent<strong>em</strong>ente endêmicas entre ospovos nativos das Américas, e portanto desconhecidas paraos europeus no início do século XVI, como a malária, referida<strong>em</strong> cartas do Padre Manuel da Nóbrega como sarampãoou impaludismo, faziam vítimas diárias nas aldeias 49 . Muitosoutros jesuítas e colonizadores portugueses adoeceram erestabeleceram-se posteriormente, utilizando-se do que havia<strong>em</strong> mãos à época. A febre amarela, por ex<strong>em</strong>plo, que eradesconhecida da Europa do início da colonização, já havia setornado endêmica entre os nativos 50 .A medicina praticada na colônia, na primeira metade <strong>dos</strong>éculo XVI, muito provavelmente era realizada por indígenas,jesuítas, “físicos” e cirurgiões portugueses. Embora seusmo<strong>dos</strong> de agir foss<strong>em</strong>, possivelmente, muito distintos entresi, havia pontos <strong>em</strong> comum. A sangria (flebotomia), porex<strong>em</strong>plo, era comum até mesmo entre os indígenas 51 . Posteriormente,com a vinda do contingente de escravos oriun_______________________47Carlos Bresciani, op. cit., pp. 201, 211-2 e 216. O autor transparece uma boa<strong>dos</strong>e de radicalismo; não se pode assumir que não havia “r<strong>em</strong>édio algum para cuidar<strong>dos</strong> doentes”, como ele o afirma. Sabe-se que, ao vir para o Brasil, boticários,médicos e cirurgiões traziam consigo r<strong>em</strong>édios da Europa (<strong>em</strong>bora, muitas vezes,tais r<strong>em</strong>édios já chegass<strong>em</strong> deteriora<strong>dos</strong> no Brasil).48P. J. C. Silva, op. cit., pp. 31-2.49Serafim Leite, Os jesuítas no Brasil, p. 9. Nesta página, o autor cita algumas cartasdo Padre José de Anchieta, referindo-se às epid<strong>em</strong>ias de malária do início do séculoXVI. Anchieta narra a morte de um <strong>dos</strong> primeiros jesuítas que aportaram no Brasil<strong>em</strong> 1549, o padre Diogo Jácome, acometido de malária.50G. O. Andrade, Mourão, Rosa e Pimenta, p. 150.51M. H. M. Ferraz, “A Química Médica”, p. 695. A sangria (flebotomia) eraigualmente praticada pelos jesuítas; Anchieta é relatado como um <strong>dos</strong> que praticavamativamente a flebotomia no século XVI, durante os perío<strong>dos</strong> de epid<strong>em</strong>ia (CarlosBresciani, op. cit., p. 167).15/04/200939

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