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Ler ao invés de ver - Universidade Tuiuti do Paraná

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Lúcio Kürten <strong>do</strong>s Passos 177Mais recentemente o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>softwares específicos para tratamentos <strong>de</strong> imagempermitiu <strong>ao</strong>s veículos <strong>de</strong> comunicação contarcom o auxílio <strong>de</strong> mais representações e com maisqualida<strong>de</strong> para não somente ilustrar as reportagens,mas traduzir o conteú<strong>do</strong> escrito para um imagético.O advento da internet vai proporcionar a facilida<strong>de</strong><strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> fotos, difundin<strong>do</strong> ainda mais suacultura, propician<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>scom imagens digitais, disponíveis para compra, troc<strong>ao</strong>u simplesmente apreciação e leitura.A evolução tecnológica e os impactos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>mcomunicacionais proporciona<strong>do</strong>s pela ascen<strong>de</strong>nteinserção da fotografia nos meios <strong>de</strong> comunicaçãorequerem atenção maior no trato, bem como no usoda linguagem visual.3 Embasamento para proposta <strong>de</strong>análiseTu<strong>do</strong> indica que apren<strong>de</strong>mos a ler imagens, pelomenos, <strong>de</strong> forma intuitiva ou não crítica, muito antes<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rmos a ler um texto escrito, mas, atualmente,é possível se chegar a um grau <strong>de</strong> equivalência daimportância <strong>do</strong> texto impresso e da imagem fotográfica<strong>de</strong> imprensa. Conhecer teorias <strong>de</strong>dicadas <strong>ao</strong> estu<strong>do</strong>da comunicação visual e <strong>de</strong> que forma esta <strong>de</strong>spertano leitor o interesse para a análise, por meio <strong>de</strong> suasaplicações e associações, é o começo <strong>de</strong> uma trajetóriaque se esten<strong>de</strong>rá por meio <strong>de</strong> di<strong>ver</strong>sas incursões, muitasvezes sobre uma única imagem.A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> elementos que se encontram<strong>de</strong>nota<strong>do</strong>s e conota<strong>do</strong>s na imagem, e que, via <strong>de</strong>regra, possam passar <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong>s pelos leitores,são fundamentais para compreen<strong>de</strong>r quais efeitos<strong>de</strong> senti<strong>do</strong> que uma representação po<strong>de</strong> suscitar emquem as leem. Entre alguns <strong>de</strong>sses aspectos estáa classificação e divisão por níveis <strong>de</strong> leitura combase na teoria <strong>de</strong> Panofsky (1976) e neste estu<strong>do</strong>apresenta<strong>do</strong> por Lima (1988) e Kossoy (2001).Para que as leituras sejam feitas sem a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong>um único enfoque, o leitor po<strong>de</strong>-se colocar diante<strong>de</strong> cada enuncia<strong>do</strong>, buscan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar inicialmenteas marcas da enunciação 6 , partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> pressuposto<strong>de</strong> que ela nos convoca a uma leitura que se dá emtais diferentes níveis, ou, como sugere Ivan Lima,nas seguintes fases: percepção, i<strong>de</strong>ntificação einterpretação.6 Enten<strong>de</strong>r-se-á <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo que está se propon<strong>do</strong> que a enunciação po<strong>de</strong> ser entendida como to<strong>do</strong>s os fatos que antece<strong>de</strong>rão a tomadada cena pelo fotógrafo que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fixar o tempo no espaço a transforma em um enuncia<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> momento em que compartilha pormeio da imprensa o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse processo. Para se aprofundar nos conceitos <strong>de</strong> Enuncia<strong>do</strong> e Enunciação <strong>ver</strong> As Astúcias da Enunciação <strong>de</strong>José Luiz Fiorin.<strong>Tuiuti</strong>: Ciência e Cultura, n. 46, p. 171-185, Curitiba, 2013.

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