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Pelo olharde umacriançaPOBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010“Acordo, todas as manhãs, às 5 horas parair buscar água. Carrego pelo menos 20recipientes grandes de água, como se vêna foto. Quando acabo, estou muito, muitocansada.”“Não temos água canalizada em casa.É principalmente responsabilidade dascrianças, especialmente meninas, acarretarágua. Alguns de nós temos de fazer 20viagens por dia até ao poço. Algumas fontesde água ficam ainda mais longe, algumasmesmo a 60 minutos a pé. A água pesamuito na cabeça e os braços doem-nos detanto carregar recipientes de 20 litros deágua, sobretudo se não tivermos comidonada desde a noite anterior.Começamos a acarretar água todos os diasentre as 4 e as 5 horas, incluindo finais desemana. É difícil desviar de carros e camiõescom recipientes de água à cabeça, enquantotentamos atravessar as ruas movimentadas.Quando voltamos do poço depois de cartarágua estamos sempre muito cansadas.Quando está calor lá fora e não temos águasuficiente para beber, ficamos com fortesdores de cabeça.Não é seguro as meninas irem buscar águasozinhas. Mesmo quando estamos juntas,temos de tomar cuidado. No ano passado,mataram uma senhora que foi sozinhabuscar a água às 3 horas da manhã, e umarapariga caiu no poço de água e morreulogo. Isto assusta-nos, e por isso é que éimportante irmos ao poço com alguém.”- Enya, 12 anosFonte: Virgi Sajan, Zainul, 2010.88

CAPÍTULO 3: SOBREVIVÊNCIA E DESENVOLVIMENTO INFANTILpotável, contra os 85 por cento das famíliasno quintil mais rico. 109 Além disso, apenas22 por cento dos domicílios sem acesso aágua potável usam um método adequadode tratamento da água (por exemplo, fervêla),aumentando assim o risco de doençastransmitidas através da água. 110Existe uma grande disparidade entre aszonas urbanas e rurais: 77 por cento dosagregados familiares urbanos têm acesso aágua potável, comparativamente a apenas34 por cento dos habitantes rurais. 111 Apesardas melhorias verificadas nas áreas urbanas,há um número significativo de habitantesdas áreas peri-urbanas que carece de águapotável e instalações sanitárias adequadas.As estimativas da cobertura de água esaneamento em algumas zonas periurbanasem Moçambique são de apenas10 por cento. 112 Dada a falta de saneamentoadequado, sistemas de drenagem, gestãode resíduos e dadas precárias práticasde higiene, as áreas peri-urbanas sãofrequentemente um excelente local deproliferação de doenças gastro-intestinaise malária. As pessoas que vivem em áreasperi-urbanas em Moçambique encontramse,muitas vezes, entre as mais pobrese mais vulneráveis da sociedade, umavez que não têm um rendimento estávelnem terra arável para assegurar o seupróprio consumo alimentar. A densidadepopulacional é elevada e, muitas vezes,as autoridades municipais não possuemrecursos suficientes para prestar serviçospara as zonas peri-urbanas. As epidemiasde cólera e malária são mais comuns emassentamentos populacionais informaisperi-urbanos do que em quaisquer outrasáreas de Moçambique. 113 Devido à condiçõesgeográficas e climáticas – grande parte dasáreas peri-urbanas seleccionadas encontraseem planícies aluviais, situadas abaixo donível do mar – anualmente há inundaçõesrecorrentes e águas estagnadas após aschuvas que, combinadas com a prática defecalismo a céu aberto e uso de latrinasnão melhoradas vazando o seu conteúdopara o ambiente, constituem as principaiscausas de doença. Contrariamente aoabastecimento de água e saneamentorural, onde foi introduzida uma AbordagemSectorial Integrada (SWAp), o saneamentonas zonas peri-urbanas ainda não tem sidomatéria de prioridade.Estima-se que 5 por cento da populaçãoesteja a ser abastecida de água por umpequeno sistema canalizado. 114 Apesar denão se ter realizado nenhuma avaliação dasituação, considera-se, de um modo geral,que uma grande parte destes sistemas nãoestá operacional ou é deficiente, fornecendoágua de forma irregular a apenas umapequena percentagem de potenciais utentes.Figura 3.29: Uso de fonte de água melhorada por província, 2008 Fonte: MICS 2008.89

CAPÍTULO 3: SOBREVIVÊNCIA E DESENVOLVIMENTO INFANTILpotável, contra os 85 por cento das famíliasno quintil mais rico. 109 Além disso, apenas22 por cento dos domicílios sem acesso aágua potável usam um método adequadode tratamento da água (por exemplo, fervêla),aumentando assim o risco de doençastransmitidas através da água. 110Existe uma grande disparidade entre aszonas urbanas e rurais: 77 por cento dosagregados familiares urbanos têm acesso aágua potável, comparativamente a apenas34 por cento dos habitantes rurais. 111 Apesardas melhorias verificadas nas áreas urbanas,há um número significativo de habitantesdas áreas peri-urbanas que carece de águapotável e instalações sanitárias adequadas.As estimativas da cobertura de água esaneamento em algumas zonas periurbanasem Moçambique são de apenas10 por cento. 112 Dada a falta de saneamentoadequado, sistemas de drenagem, gestãode resíduos e dadas precárias práticasde higiene, as áreas peri-urbanas sãofrequentemente um excelente local deproliferação de doenças gastro-intestinaise malária. As pessoas que vivem em áreasperi-urbanas em Moçambique encontramse,muitas vezes, entre as mais pobrese mais vulneráveis da sociedade, umavez que não têm um rendimento estávelnem terra arável para assegurar o seupróprio consumo alimentar. A densidadepopulacional é elevada e, muitas vezes,as autoridades municipais não possuemrecursos suficientes para prestar serviçospara as zonas peri-urbanas. As epidemiasde cólera e malária são mais comuns emassentamentos populacionais informaisperi-urbanos do que em quaisquer outrasáreas de Moçambique. 113 Devido à condiçõesgeográficas e climáticas – grande parte dasáreas peri-urbanas seleccionadas encontraseem planícies aluviais, situadas abaixo donível do mar – anualmente há inundaçõesrecorrentes e águas estagnadas após aschuvas que, combinadas com a prática defecalismo a céu aberto e uso de latrinasnão melhoradas vazando o seu conteúdopara o ambiente, constituem as principaiscausas de doença. Contrariamente aoabastecimento de água e saneamentorural, onde foi introduzida uma AbordagemSectorial Integrada (SWAp), o saneamentonas zonas peri-urbanas ainda não tem sidomatéria de prioridade.Estima-se que 5 por cento da populaçãoesteja a ser abastecida de água por umpequeno sistema canalizado. 114 Apesar denão se ter realizado nenhuma avaliação dasituação, considera-se, de um modo geral,que uma grande parte destes sistemas nãoestá operacional ou é deficiente, fornecendoágua de forma irregular a apenas umapequena percentagem de potenciais utentes.Figura 3.29: Uso de fonte de água melhorada por província, 2008 Fonte: MICS 2008.89

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