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Elogio público do Comandante Armando da Silva ... - Academia

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Como Guar<strong>da</strong>-marinha <strong>do</strong> “Bartolomeu Dias” participou, em 1945, naocupação <strong>do</strong> Timor Português, onde a sua acção foi merece<strong>do</strong>ra dumlouvor colectivo <strong>do</strong> Major-general <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong> e, ain<strong>da</strong>, de um outro – esteindividual – concedi<strong>do</strong> pelo Director de Marinha, devi<strong>do</strong> à sua valiosaparticipação e competência técnica no levantamento hidrográfico <strong>do</strong> portode Dili, levantamento este cita<strong>do</strong> no livro de Luna de Oliveira sobre Timor 2e também, mais pormenoriza<strong>da</strong>mente, no livro <strong>do</strong> nosso confradeRodrigues <strong>da</strong> Costa com o título “Os navios e os marinheiros portuguesesem terra e nos mares de Timor” 3 .Como 2º tenente – depois de amanhã faz exactamente 66 anos que foipromovi<strong>do</strong> a este posto – então na Escola de Alunos Marinheiros (EAM) ecom um grupo de oficiais – entre eles o 2º tenente Serra Brandão –interessou-se profun<strong>da</strong>mente em melhorar o Regulamento de Infantaria <strong>da</strong>Arma<strong>da</strong>.Os elementos por si recolhi<strong>do</strong>s em duas visitas de estu<strong>do</strong> a Centros deInstrução <strong>da</strong> Marinha Americana 4 , depois de a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>s às nossasnecessi<strong>da</strong>des, incitaram o 2º tenente Saturnino Monteiro a orientarprofun<strong>da</strong>s alterações na instrução e na própria Escola de AlunosMarinheiros, o que constituiu um sucesso notável a to<strong>do</strong>s os níveis.É por esta altura que é pai <strong>do</strong> primeiro <strong>do</strong>s seus cinco filhos.O seu entusiasmo e iniciativa na instrução <strong>do</strong>s recrutas <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong>conduziram-no a, com a colaboração <strong>do</strong> 2º tenente Victor Vitorino (jáfaleci<strong>do</strong>), redigir e ilustrar parte importante <strong>do</strong> Livro <strong>do</strong> Grumete 5 , no qualo instruen<strong>do</strong> melhor podia assimilar os hábitos e costumes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> debor<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong>-lhe faculta<strong>do</strong>s, ain<strong>da</strong>, noções complementares de HistóriaNaval e outros.A sua preocupação com os méto<strong>do</strong>s de ensino, apoia<strong>da</strong> numa sóli<strong>da</strong> culturape<strong>da</strong>gógica e vinca<strong>do</strong> espírito militar, levaram-no a promover uma novareorganização – desta vez <strong>da</strong> Escola de Mecânicos – de forma a torná-la2 Oliveira, Cor. Humberto Luna de, Timor na História de Portugal, vol. IV, p. 284,Fun<strong>da</strong>ção Oriente, Lx, 20043 Costa, Adelino Rodrigues <strong>da</strong>, Os navios e os marinheiros portugueses em terra e no mar,p. 212, Edições Culturais <strong>da</strong> Marinha, 20054 1ª visita em Jan. 1952, com 1º ten. Ornelas e Vasconcelos; 2ª visita, em Out. 54, com o 1ºten. Marques Ribeiro5 Conhecem-se as edições de 1952 e 1953, mas foi publica<strong>do</strong> até 1974. A edição de 1952ain<strong>da</strong> foi em cicloestilo.2


<strong>Elogio</strong> público <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Arman<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> Saturnino Monteiromais eficientes na preparação <strong>do</strong>s alunos, face às novas armas eequipamentos recebi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> NATO 6 .Da sua autoria são, também, o “Livro <strong>do</strong> Monitor” e a parte <strong>do</strong> combate <strong>do</strong>,ao tempo, Regulamento de Infantaria <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong>.Na comissão a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> “Gonçalves Zarco” (1955/57), como Chefe <strong>do</strong>Serviço de Artilharia – na Índia e Macau – e numa situação muito delica<strong>da</strong>na vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> navio, actuou duma forma tão clara e decidi<strong>da</strong> que o<strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> <strong>do</strong> navio não hesitou em considerá-lo como “ um oficialexcepcional dentro <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong>” 7 , deven<strong>do</strong> juntar-se a este louvor osrecebi<strong>do</strong>s, mais tarde, <strong>do</strong>s <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong>s <strong>da</strong> Escola de Mecânicos 8 e <strong>do</strong>sNRP Tejo 9 e Vouga 10 onde esteve embarca<strong>do</strong> como imediato.Com o desenrolar <strong>da</strong> questão ultramarina e na expectativa de que à Marinhase viriam a impor – inevitavelmente – tarefas mais exigentes fora <strong>da</strong>Metrópole, abor<strong>do</strong>u o assunto nos Anais <strong>do</strong> Clube Militar Naval 11 onde,com a sua experiência e capaci<strong>da</strong>de de análise, considerou a necessi<strong>da</strong>de dese vir a dispor de canhoneiras nas diversas províncias ultramarinas,uni<strong>da</strong>des estas mais adequa<strong>da</strong>s aos ambientes tropicais <strong>do</strong> que os navios<strong>da</strong>s missões NATO.Na primeira <strong>do</strong>cência na Escola Naval, cerca de 1960, – onde eu própriotambém me encontrava como instrutor – tive ensejo de testemunhar a nossaactivi<strong>da</strong>de entusiasta de jovens oficiais, arrasta<strong>do</strong>s pelo exemplo,competência e serie<strong>da</strong>de que o <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Saturnino Monteiro imprimiaàs funções pe<strong>da</strong>gógicas e ao Coman<strong>do</strong> <strong>da</strong> Companhia de Alunos.Sobre isto, o Prof. Doutor João Moreira Freire, ex-oficial <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong> ecadete <strong>da</strong> Escola Naval naquela altura, em conferência proferi<strong>da</strong> aqui na<strong>Academia</strong> de Marinha (em 17 Nov 2004), disse:“Há cerca de 40 anos, o <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Saturnino Monteiro numa <strong>da</strong>spalestras que fez á Companhia de Alunos <strong>da</strong> Escola Naval, alertava para 3<strong>do</strong>s principais problemas que, pensava ele, iriam colocar-se a esses jovensno decurso <strong>da</strong> sua futura carreira de oficiais. Eram então:6 Com o ingresso na NATO em 1949, receberam-se 4 fragatas, 14 patrulhas A/S e 16 dragaminas.Vidé “Batalhas e Combates <strong>da</strong> Marinha Portuguesa”, vol. VIII, p. 1537 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo Cte. <strong>do</strong> “Gonçalves Zarco”, Cap.-frag. António Garcia Braga, em 17Dez 19568 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo Como<strong>do</strong>ro <strong>Silva</strong> Moreira em Ago 19599 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> <strong>do</strong> NRP Tejo, Cap.-ten. Manuel <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> Dias, em Abr.195810 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> <strong>do</strong> NRP Vouga, Cap.-ten. Virgílio Guimarães Rodrigues,em Jun 195911 Anais <strong>do</strong> CMN de Jul/Set 1958VII-3


- a modernização técnica, ca<strong>da</strong> vez mais rápi<strong>da</strong>, nos navios, nasarmas e nos equipamentos;- a evolução <strong>do</strong> regime político em Portugal, que poderia abrirsituações delica<strong>da</strong>s para as Forças Arma<strong>da</strong>s;- as dificul<strong>da</strong>des acresci<strong>da</strong>s de liderança e condução de pessoal nummun<strong>do</strong> ocidental onde certas mu<strong>da</strong>nças eram já perceptíveis.Certeira previsão esta!”Em Agosto 1960, por ocasião <strong>da</strong>s celebrações <strong>do</strong> V centenário <strong>da</strong> morte <strong>do</strong>Infante D. Henrique, quan<strong>do</strong> em Lisboa se encontravam para o efeito,navios, cadetes e fuzileiros de 13 marinhas estrangeiras, o <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong>Saturnino Monteiro – com a prática de <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> <strong>do</strong> Corpo de Alunos deEscola Naval e apenas 6 meses de Capitão-tenente (promoção por escolha)– foi a pessoa encarrega<strong>da</strong> pelo Almirante Henrique Tenreiro (<strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong>,<strong>da</strong>s Forças Navais, nacionais e estrangeiras) de preparar e organizar odesfile militar de 3800 homens 12 , na Aveni<strong>da</strong> <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong>de, o que resultou.num êxito retumbante de organização e pontuali<strong>da</strong>de, de, desfile que foisem dúvi<strong>da</strong> – repito, sem dúvi<strong>da</strong> – um <strong>do</strong>s notáveis jamais realiza<strong>do</strong>s porforças de Marinha, em Lisboa, no séc. XX, perante uma multidão calorosae entusiasta, numa manhã de Sol radioso de Verão.Dos seus louvores, um 13 foi confirma<strong>do</strong> pelo próprio Almirante CEMA – oque é raro – e o outro 14 pelo Vice-almirante SSA.Concluí<strong>do</strong> o Curso Geral Naval de Guerra com eleva<strong>da</strong> classificação foilheconferi<strong>do</strong> o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> NRP S. Vicente, que largou para Angola, ondepermaneceu 3 anos e a sua actuação, sem se poupar a quaisquer esforços,foi superiormente considera<strong>da</strong> como distinta, relevante e importante 15 , tanto<strong>do</strong> ponto de vista orgânico como operacional.De regresso á Metrópole, a Marinha, atenden<strong>do</strong> as suas capaci<strong>da</strong>des,qualificações e experiência, decidiu aproveitá-lo novamente no campo deorganização e didáctica <strong>do</strong> ensino, nomean<strong>do</strong>-o Director de Instrução <strong>da</strong>12 10 AGO 1960. Nações participantes: Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Canadá,Dinamarca, EUA, Itália, Holan<strong>da</strong>, Alemanha (RFA), Suécia e África <strong>do</strong> Sul. O desembarque<strong>da</strong>s forças teve lugar entre as 07.30 horas e as 08.30 horas. O desfile iniciou-se ás 10.00horas em ponto. Para mais pormenores, ver comunicação <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> SaturninoMonteiro, na Ac. Marinha, em 14/12/201013 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Escola Naval, VALM Sarmento Rodrigues, em12ABR1960.14 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> em 22MAR1963 pelo <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> E. Naval, Como<strong>do</strong>ro Laurin<strong>do</strong> <strong>do</strong>sSantos, em que o <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Saturnino Monteiro é considera<strong>do</strong> um distinto militar dequem a Arma<strong>da</strong> muito pode esperar.15 Louvor <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Naval de Angola, Como<strong>do</strong>ro Laurin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos, em 30/1/1964,man<strong>da</strong><strong>do</strong> averbar pelo Vice-CEMA.4


<strong>Elogio</strong> público <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Arman<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> Saturnino MonteiroEscola de Alunos Marinheiros onde, introduziu o Ensino Programa<strong>do</strong> noque foi um <strong>do</strong>s pioneiros em Portugal.Outras suas iniciativas mereceram, no conjunto, elogios de altas enti<strong>da</strong>desnavais, nacionais e estrangeiras.Novamente na Escola Naval (1969/72) para exercer funções <strong>do</strong>centes emHistória e Organização Militar e – mais tarde – pelo novo Regulamento <strong>da</strong>Escola Naval, nas áreas de Organização e Arte de Coman<strong>do</strong>, Política eEstratégia e, ain<strong>da</strong> como <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> <strong>do</strong> Corpo de Alunos, a sua actuaçãoviria a revelar-se tão importante que os <strong>do</strong>is sucessivos <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong>s <strong>da</strong>Escola Naval 16 consideraram os seus serviços relevantes, extraordinários edistintos.Mais uma vez, manifestou um excepcional espírito de organização e umagrande aptidão para assuntos didácticos, além dum conjunto de quali<strong>da</strong>desde liderança militar que impressionaram até os futuros oficiais.Recentemente – há cerca de 1.5 anos – nas comemorações <strong>do</strong> 40ºaniversário <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> na Escola Naval (em 1970) <strong>do</strong> curso “Baptista deAndrade”, o <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Saturnino Monteiro proferiu uma lição simbólicaem que referiu os 3 factores <strong>da</strong> Produção: Terra – Capital – Trabalho.Porém, na opinião <strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r, tornava-se indispensável acrescentar ain<strong>da</strong> ofactor Organização, pois a sua falta gerava – quase invariavelmente – oinsucesso e, como prova disso tínhamos a deficiente organização <strong>do</strong> nossoEsta<strong>do</strong>, dependente duma Constituição que, por isso, deveria serprofun<strong>da</strong>mente revista a curto prazo.Em 1972, esperava-o uma nova comissão no Ultramar, no Coman<strong>do</strong> <strong>da</strong>Defesa Marítima de Porto Amélia (Moçambique) onde se manteve atémea<strong>do</strong>s de 1974.A boa organização e o bem servir <strong>do</strong>s meios ao dispor <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong>Saturnino Monteiro e a eficácia <strong>da</strong> sua colaboração com os restantes forçasmilitares <strong>da</strong> Região Militar de Moçambique foram dignas dum louvor <strong>do</strong><strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Naval de Moçambique 17 , que veio a ser publica<strong>do</strong> na Ordem<strong>da</strong> Arma<strong>da</strong>, por despacho <strong>do</strong> Almirante CEMA.Dois meses depois de regressar á Metrópole foi promovi<strong>do</strong> a Capitão-demar-e-guerrae volta – pela 3ª vez – à Escola Naval, agora como Imediato,onde a sua acção “extremamente colaborante, firme sem violência,benevolente sem fraqueza, realista sem dureza 18 ” dura pouco tempo, por tersi<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> para novas funções no âmbito <strong>da</strong> Direcção <strong>do</strong> Serviço <strong>do</strong>Pessoal (DSP).16 CALM Teixeira <strong>da</strong> <strong>Silva</strong>, em 12 Fev 1970 e CALM Fragoso de Matos, em 14 Jul 97217 CALM Jaime Lopes, em 20 Jul 197318 Louvor <strong>da</strong><strong>do</strong> pelo Cte. <strong>da</strong> Escola Naval, Como<strong>do</strong>ro E. <strong>Silva</strong> Gameiro, em 6 Mar 1975VII-5


Após 4 meses, baixou ao Hospital <strong>da</strong> Marinha com problemas de saúde queo levaram, decorri<strong>do</strong> algum tempo, a deixar o Activo e passar a Reserva.Já na Reserva e a despeito <strong>da</strong> sua precária saúde, mas atenden<strong>do</strong> ás suasbem prova<strong>da</strong>s quali<strong>da</strong>des de organiza<strong>do</strong>r, as autori<strong>da</strong>des superiores <strong>da</strong>Arma<strong>da</strong> convi<strong>da</strong>ram-no a criar o Centro de Instrução por Correspondência(CIC) de que foi director até 1980 (1/1/1980) <strong>da</strong>ta em que, a seu pedi<strong>do</strong>, foidesliga<strong>do</strong> <strong>do</strong> serviço efectivo.Depois disto ain<strong>da</strong> proporcionou ao CIC uma larga longo colaboração, adhoc, até 1990 19As suas preocupações de ci<strong>da</strong>dão, atento á organização políticoadministrativade Nação e ao estabelecimento duma ver<strong>da</strong>deira democraciaparticipativa, levam-no a apresentar soluções concretas para esta questão nolivro Preparar o Futuro – Viver o Presente 20 , desenvolven<strong>do</strong> novamenteeste propósito noutro livro, mais recente, intitula<strong>do</strong> A Revolução que faltafazer 21 .19 Neste perío<strong>do</strong> elaborou cerca de 138 lições programa<strong>da</strong>s sobre diversas matérias20 Edição <strong>do</strong> autor, Lx, Jan 198021 Edição <strong>do</strong> autor, Lx, 20106


<strong>Elogio</strong> público <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Arman<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> Saturnino MonteiroEm 1988, foi agracia<strong>do</strong> com o Prémio “ Almirante Pereira Crespo” <strong>da</strong>Revista <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong>, devi<strong>do</strong> ao valor <strong>do</strong>s seus artigos sobre algumas <strong>da</strong>snossas batalhas navais, o que veio a <strong>da</strong>r lugar ao vol. I <strong>da</strong> sua obramonumental Batalhas e Combates <strong>da</strong> Marinha Portuguesa.A <strong>Academia</strong> de Marinha admitiu-o, com satisfação, como membro (1988)na classe de Artes, Letras e Ciências, ten<strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, mais tarde (5 deMarço de 1992), para a classe de História Marítima (Dez 1992).Uma vez passa<strong>do</strong> a Reforma (Nov. 1990), iniciou uma nova etapa <strong>da</strong> suavi<strong>da</strong>, dedican<strong>do</strong>-se à continuação <strong>da</strong> sua obra atrás referi<strong>da</strong>, hoje com 8volumes, trabalho este que constitui uma referência irrecusável nos estu<strong>do</strong>snavais e históricos e vem cita<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s estrangeiros <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong>de.O Prof. Doutor António José Telo, na apresentação <strong>da</strong> 2ª edição 22 <strong>do</strong> vol. Iconsiderou esta obra de monumental, acrescentan<strong>do</strong> ter-se revela<strong>do</strong> o<strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Saturnino Monteiro como um <strong>do</strong>s mais importantesestudiosos, com base em <strong>da</strong><strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s nas mais diversas fontes earquivos oficiais <strong>da</strong> Marinha, sen<strong>do</strong> este trabalho unanimementereconheci<strong>do</strong> como um <strong>do</strong>s mais relevantes neste campo <strong>da</strong> história naval.22 Em 14MAI2009, na Livraria Buchholz Chia<strong>do</strong>, em LxVII-7


Com uma parte desta obra granjeou, em 1991, o Prémio Defesa Nacionalque lhe foi entregue pelo então Ministro <strong>da</strong> Defesa Nacional (Dr. Fernan<strong>do</strong>Nogueira) e também os Prémios <strong>da</strong> <strong>Academia</strong> de Marinha, “AlmiranteSarmento Rodrigues” – 1992 23 e “Almirante Teixeira <strong>da</strong> Mota” – 1994 24 .Em edição <strong>do</strong> autor, e em inglês, foram já publica<strong>do</strong>s os 5 primeirosvolumes 25 , ten<strong>do</strong> parte deles si<strong>do</strong> revista pelo nosso confrade <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong>Carlos Mesquita.No âmbito <strong>da</strong> <strong>Academia</strong> de Marinha desenvolveu fecun<strong>da</strong> actuação comcomunicações, entre outras matérias, sobre a Batalha <strong>do</strong> Golfo de Oman e acorrigen<strong>da</strong> a fazer na Portugália Monumenta Cartographica 26 , Espa<strong>da</strong>s23 Concorreu com os volumes I, II e III, que abrangem o perío<strong>do</strong> que vai desde o começo <strong>da</strong>nacionali<strong>da</strong>de até ao fim <strong>da</strong> Expansão24 Concorreu com os vols. IV, V e VI25 Volumes I e II (ed. 2010); volumes III e IV (ed.2011); vol. V (ed. 2012)26 Na <strong>Academia</strong> de Marinha, em 27 Out 19888


<strong>Elogio</strong> público <strong>do</strong> <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Arman<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> Saturnino MonteiroContra Canhões (1583 – 1663) 27 , Recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> Reocupação de Timor,em 1945 28 , além de Achegas para uma Política Naval Actualiza<strong>da</strong> 29 e aEvolução <strong>do</strong> Pensamento Naval Português 30 .Quan<strong>do</strong> esta <strong>Academia</strong>, sob a presidência <strong>do</strong> Contra-almirante Rogério deOliveira, decidiu levar a cabo a elaboração e publicação duma Historia <strong>da</strong>Marinha Portuguesa (1139 – 1974), que de uma “forma sistemática e tãocompleta quan<strong>do</strong> possível incluísse não só a narração <strong>do</strong>s factos, <strong>da</strong>snavegações e viagens, mas igualmente a história <strong>da</strong>s ciências e asactivi<strong>da</strong>des que estão liga<strong>da</strong>s à vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> mar” 31 foi cometi<strong>da</strong> ao membroemérito Saturnino Monteiro, a responsabili<strong>da</strong>de de estruturar e organizar talobra que, na altura, fazia prever um total de cerca de 36 volumes.Ten<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> o cargo de Presidente <strong>da</strong> Comissão Científica desta obramonumental durante 4 anos 32 , foi mercê <strong>da</strong> sua dedicação, esforço epersistência que conseguiu que se editassem <strong>do</strong>is volumes, e no anoseguinte à sua exoneração – a seu pedi<strong>do</strong> por motivos de ordem pessoal –ain<strong>da</strong> saíram outros <strong>do</strong>is, já evidentemente de antemão prepara<strong>do</strong>s.Até hoje – jamais – foi possível conseguir esta cadência de edições!A sua enorme activi<strong>da</strong>de em prol <strong>da</strong> Arma<strong>da</strong> durante to<strong>da</strong> uma vi<strong>da</strong>,associa<strong>da</strong> à modéstia <strong>do</strong> seu carácter, tornou-o um <strong>do</strong>s mais notáveisoficiais <strong>da</strong> sua geração que, ain<strong>da</strong> hoje, constitui um exemplo a apontar e aseguir.27 Na <strong>Academia</strong> de Marinha, em 28 Nov 199528 Na <strong>Academia</strong> de Marinha, em 21 Jun. 200529 NA <strong>Academia</strong> de Marinha, em 30 Mai. 200030 NA <strong>Academia</strong> de Marinha, em 15 Mai. 199331 Texto <strong>do</strong> Presidente <strong>da</strong> <strong>Academia</strong> de Marinha, CALM. Rogério de Oliveira32 De 27 Set. 94 a 28 Set. 98VII-9


A Arma<strong>da</strong>, ten<strong>do</strong> em atenção a sua “longa carreira de acções meritórias emque a devoção à Marinha foi característica constante e relevante” entrevários condecorações que lhe atribuiu, distinguiu-o com a Me<strong>da</strong>lha deServiços Distintos (Ouro) 33 que lhe foi posta no peito pelo próprioAlmirante-CEMA, Alm. Vieira Matias.Publicou, ain<strong>da</strong>, a expensas suas, os livros Liderança de Pessoal 34 eOrganização <strong>do</strong> Ensino 35 , sempre na preocupação, como os títulos indicam,de melhorar a gestão <strong>do</strong> pessoal e o rendimento <strong>do</strong> ensino.Reconhecen<strong>do</strong> os seus notabilíssimos méritos no campo <strong>da</strong> história naval,<strong>do</strong> empenho, entusiasmo e competência postos nas funções desempenha<strong>da</strong>snesta <strong>Academia</strong>, esta instituição elevou-o à categoria de MembroHonorário 36 , a mais alta distinção académica prevista no nossoRegulamento.Senhor <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> Saturnino Monteiro.Ilustríssimo Confrade,- Na sua geração viveu tempos de mu<strong>da</strong>nça em que participouactivamente.- Demonstrou vigor e clarividência, inovan<strong>do</strong> aspectos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> naval.O Senhor <strong>Coman<strong>da</strong>nte</strong> acreditou no Futuro,Serviu a Arma<strong>da</strong> ……..e continua a servi-la nesta <strong>Academia</strong>A sua pessoa e exemplo merecemAmizadeRespeitoAdmiração33 Portaria de 21 Dez. 1998, OA2/13-1-9934 2 volumes edita<strong>do</strong>s em 199135 2 volumes, edita<strong>do</strong>s em 2000, inspira<strong>do</strong>s no Curso Programa<strong>do</strong> de Técnicas de Instrução(conjunto de 5 folhetos com 3 lições programa<strong>da</strong>s ca<strong>da</strong> um) elabora<strong>do</strong> entre 1968 e 197236 Assembleia de Académicos de 11 Dez. 201110

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