Introdução/Fundamentos - Sedhab - Governo do Distrito Federal

Introdução/Fundamentos - Sedhab - Governo do Distrito Federal Introdução/Fundamentos - Sedhab - Governo do Distrito Federal

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Hélia Nassif Xavier - Coord. deCursos para DesenvolvimentoUrbano <strong>do</strong> ENSUConsultoresAugusto Men<strong>do</strong>nça - PatrimônioAmbiental, Infra-Estrutura eSaneamentoCarlos Fernan<strong>do</strong> de Souza LeãoAndradeCecília Malagutti - RegularizaçãoFundiáriaGeral<strong>do</strong> Nogueira Batista -Instrumentos de Política UrbanaIeda Lima - Transportes e MobilidadeJorge Guilherme Francisconi -Subsistemas UrbanosLuiz Antônio Reis -MacrozoneamentoPaulo Coelho Ávila -Desenvolvimento EconômicoPaulo Zimbres - MacrozoneamentoVera Amorelli - Projeto de LeiIdealiza Conceituação, Capacitaçãoe Desenvolvimento LtdaMaria da Penha OliveiraCarlos Renato de OliveiraVia Humana Educação, Tecnologia eDesenvolvimentoDayse Cadaval BassosIsabel Hermínio EglerOrganização <strong>do</strong> DocumentoTécnicoAnamaria de Aragão Costa MartinsCláudia Varizo CavalcanteRejane Jung ViannaColaboração na elaboração detextosAnamaria de Aragão Costa MartinsAndréa Men<strong>do</strong>nça de MouraArnal<strong>do</strong> Barbosa BrandãoBeatrice Arruda Eller GonzagaCarlos Roberto Macha<strong>do</strong> VieiraCatarina F. de Men<strong>do</strong>nça TokatjianCláudia Varizo CavalcanteClécio Nonato RezendeDulce Blanco BarrosoRejane Jung ViannaGeorge da GuiaGisele Arrobas ManciniGlauco FerreiraIsabel Cristina Joventino de DeusIrene Mergener CunhaJane Monte JucáJuliana Braga de S. ManganelliAntunesJuliana Gomes GularteMara Souto MarquezMaria <strong>do</strong> Socorro Alves DiasMarcone Martins SoutoMaurício Guimarães GoulartPaula Anderson de Matos EustáquioRejane Jung ViannaRicar<strong>do</strong> BaseggioThiago MarquesVicente Correia Lima NetoVívian Dantas SadeckPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007ii


SUMÁRIOLista de Figuras ...................................................................................... vLista de Mapas ....................................................................................... viiiLista de Tabelas ..................................................................................... viiiLista de Gráficos..................................................................................... ixLista de Quadros .................................................................................... xLista de Siglas ........................................................................................ xiI – Introdução ........................................................................................ 01II – <strong>Fundamentos</strong> para a revisão <strong>do</strong> PDOT......................................... 041. <strong>Fundamentos</strong> Legais .......................................................................... 052. Princípios e objetivos <strong>do</strong> PDOT .......................................................... 063. Bases Conceituais e Meto<strong>do</strong>lógicas ................................................... 083.1. As bases técnicas para a elaboração <strong>do</strong> PDOT – 2007.............. 083.2. O acesso a terra e à habitação pelas famílias pobres................. 103.3. O processo de elaboração <strong>do</strong> PDOT 2007.................................. 114. Participação da sociedade.................................................................. 134.1. Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo participativo ............................. 165. Análise da problemática territorial face ao PDOT/1997 ...................... 185.1. As proposições <strong>do</strong> PDOT/1997 para o planejamentogovernamental....................................................................................185.2. Conflitos entre o uso e ocupação <strong>do</strong> solo atual emacrozoneamento defini<strong>do</strong> pelo PDOT/1997.....................................205.3. Avaliação <strong>do</strong>s instrumentos de política urbana instituí<strong>do</strong>s peloPDOT/1997 ........................................................................................24III – Dinâmicas Territoriais ................................................................... 261. Histórico da ocupação <strong>do</strong> DF ............................................................. 272. Aspectos físico-ambientais <strong>do</strong> Território............................................. 362.1. Patrimônio Ambiental .................................................................. 482.2. Patrimônio Arqueológico e Espeleológico ................................... 493. Dinâmica Demográfica ....................................................................... 523.1. Migração e Crescimento Vegetativo............................................ 523.2. Estrutura Etária e Envelhecimento.............................................. 554. Economia <strong>do</strong> DF................................................................................. 584.1. Fases <strong>do</strong> Desenvolvimento Econômico <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> ........ 584.2. Produto Interno Bruto .................................................................. 594.3. Setores Produtivos <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>........................................ 604.4. Merca<strong>do</strong> de Trabalho .................................................................. 614.5. Educação e Renda...................................................................... 624.6. As áreas de desenvolvimento econômico 635. Estrutura urbana................................................................................. 645.1. Padrão de distribuição da população .......................................... 645.2. Padrão de deslocamento da população ...................................... 665.3. A urbanização pós 97................................................................. 685.4. Patrimônio Ambiental Urbano ..................................................... 716. Habitação ........................................................................................... 726.1. Demanda Habitacional 2005-2010.............................................. 736.2. Condição <strong>do</strong>s Domicílios e Infra-estrutura Urbana...................... 807. Meio rural............................................................................................ 83Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007iii


7.1. A multifuncionalidade <strong>do</strong> espaço rural......................................... 837.2. Caracterização física <strong>do</strong> espaço rural <strong>do</strong> DF............................... 847.3. Estrutura <strong>do</strong> parcelamento rural .................................................. 867.4. Áreas Rurais Remanescentes estabelecidas pelo PDOT/97 ...... 877.5. Aspectos socioeconômicos ......................................................... 917.6. Patrimônio rural ........................................................................... 918. Mobilidade e transporte ...................................................................... 938.1. Mobilidade ................................................................................... 938.2. Sistema Viário, Trânsito e Transporte Coletivo ........................... 948.3. Rede Viária Estrutural e Rede Estrutural de Transporte Coletivo 959. Saneamento Ambiental....................................................................... 979.1. Abastecimento de água............................................................... 979.2. Esgotamento sanitário................................................................. 1009.3. Sistema de drenagem urbana ..................................................... 1019.4. Gestão <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s ....................................................... 10110. Aspectos da Regularização Fundiária .............................................. 10310.1. Diagnóstico Preliminar <strong>do</strong>s Parcelamentos Urbanos Informaisno <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>..............................................................................10410.2. Assentamentos em processo de regularização fundiária ......... 10711. Metropolização de Brasília................................................................ 10812. Cenários territoriais para o <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> 2006-2010 e 2020-2030 10912.1. Cenário Demográfico Tendencial para 2006 e 2010................. 10912.2. Cenário Demográfico Tendencial para 2020 e 2030................. 11113. Equipamentos Regionais.................................................................. 11413.1. Educação................................................................................... 11613.2. Segurança ................................................................................. 12013.3. Saúde ........................................................................................ 12213.4. Abastecimento........................................................................... 12413.5. Cultura, Lazer e Esporte............................................................ 125IV – Propostas <strong>do</strong> PDOT ...................................................................... 1271. Organização <strong>do</strong> Território................................................................... 1282. Planejamento <strong>do</strong> Território ................................................................. 1322.1. Diretrizes setoriais....................................................................... 1322.2. Parâmetros para a ocupação <strong>do</strong> solo urbano ............................. 1382.3. Densidades Demográficas .......................................................... 1442.4. Unidades de Planejamento Territorial ......................................... 1462.5. Macrozoneamento e Zoneamento............................................... 1482.5.1. Macrozona Urbana ............................................................ 1492.5.2. Macrozona Rural ............................................................... 1582.5.3. Macrozona de Proteção Integral........................................ 1612.5.4. Áreas de Diretrizes Especiais............................................ 1622.6. A Legislação complementar ao PDOT: a Lei de Uso eOcupação <strong>do</strong> Solo e os Planos de Ação Local ..................................1673. Estratégias de intervenção sobre o território ...................................... 1693.1. Estratégia de Dinamização de áreas urbanas............................. 1693.2. Estratégia de Revitalização de Conjuntos Urbanos .................... 179Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007iv


3.3. Estratégia de Estruturação Viária................................................ 1913.4. Estratégia de Regularização Fundiária........................................ 1983.5. Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais............................... 2663.5.1. Novas Áreas Habitacionais................................................ 2663.5.2. Áreas a serem adensadas com Projetos Habitacionais .... 2723.6. Estratégia de Integração Ambiental <strong>do</strong> Território ........................ 2793.7. Estratégia de Implantação de Pólos Multifuncionais ................... 2834. Gestão <strong>do</strong> território ............................................................................. 2934.1. Instrumentos destina<strong>do</strong>s à operacionalização da estratégia deregularização fundiária .......................................................................2934.2. Instrumentos destina<strong>do</strong>s à operacionalização de intervençõesurbanas propostas nas estratégias de Dinamização e Estruturação 293Viária ..................................................................................................4.3. Instrumentos destina<strong>do</strong>s à otimização das áreas disponíveis naZona Urbana <strong>do</strong> Conjunto Tomba<strong>do</strong> e na Zona Urbana Consolidada2944.4. Instrumentos destina<strong>do</strong>s à operacionalização das intervençõesurbanas propostas nas estratégias de Revitalização .........................2944.5. Instrumentos destina<strong>do</strong>s à operacionalização da estratégia deoferta de áreas habitacionais .............................................................2804.6. Instrumentos destina<strong>do</strong>s à integração com os municípioslimítrofes <strong>do</strong> DF ..................................................................................2955. Sistema de Planejamento – SISPLAN................................................ 300V. Novos rumos da política urbana..................................................... 303VI. Bibliografia 308Lista de FigurasFiguras 1 - 2ª Audiência Pública <strong>do</strong> PDOT.......................................................... 12Figuras 2 - 2ª Audiência Pública <strong>do</strong> PDOT.......................................................... 12Figuras 3 - 2ª Audiência Pública <strong>do</strong> PDOT.......................................................... 12Figura 4 - Meto<strong>do</strong>logia geral <strong>do</strong> PDOT................................................................ 13Figura 5 - Imagens das Audiências Locais <strong>do</strong> PDOT.......................................... 14Figura 6 - Imagens das Audiências Locais <strong>do</strong> PDOT.......................................... 14Figura 7 - Estratégia de Participação da Sociedade ........................................... 14Figura 8 - Vetor de expansão urbana segun<strong>do</strong> PDOT/97 e limitações àocupação .............................................................................................................. 20Figura 9 - Novo eixo de expansão urbana .......................................................... 21Figura 10 - Conflitos com o Macrozoneamento................................................... 24Figura 11 - Ocupação Urbana em 1958 .............................................................. 28Figura 12 - Ocupação Urbana em 1964 .............................................................. 29Figura 13 - Ocupação Urbana em 1975 .............................................................. 30Figura 14 - Ocupação Urbana em 1986 .............................................................. 31Figura 15 - Ocupação Urbana em 1991 .............................................................. 32Figura 16 - Ocupação Urbana em 1997 .............................................................. 34Figura 17 - Ocupação Urbana em 2004 .............................................................. 34Figura 18 - Unidades Geomorfológicas <strong>do</strong> DF .................................................... 38Figura 19 - Bacias Hidrográficas ......................................................................... 39Figura 20 - Simulação em 3D <strong>do</strong> Território <strong>do</strong> DF................................................. 41Figura 21 - Pólo de Modas <strong>do</strong> Guará .................................................................. 63Figura 22 - Setor de Oficinas Norte................................................................... 63Figura 23 - Obstáculos Físicos ......................................................................... 66Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007v


Figura 24 - Mobilidade Diária............................................................................... 67Figura 25 - Mulching ............................................................................................ 85Figura 26 - Cultivo Protegi<strong>do</strong> ............................................................................... 85Figura 27 - Con<strong>do</strong>mínio na Colônia Agrícola Águas Claras ................................ 87Figura 28 - Colônia Agrícola Bernar<strong>do</strong> Sayão .................................................... 87Figura 29 - Parcelamentos na Colônia Agrícola Arniqueira................................. 87Figura 30 - Área Rural Remanescente Veredas.................................................. 88Figura 31 - Área Rural Remanescente Urubú / Olhos D´Água............................ 88Figura 32 - Área Rural Remanescente Monjolo .................................................. 88Figura 33 - Área Rural Remanescente Governa<strong>do</strong>r ............................................ 88Figura 34 - Áreas Rurais conforme cartogramas FZDF ...................................... 89Figura 35 - Áreas Rurais Remanescentes Alaga<strong>do</strong>s e Crispim .......................... 89Figura 36 - Sistema de abastecimento de água da CAESB................................ 97Figura 37 - Equipamentos de Educação..................................................................... 119Figura 38 - Equipamentos de Segurança e Saúde ................................................... 122Figura 39 - Equipamentos de Abastecimento, Cultura, Esporte e Lazer.............. 125Figura 40 - Catedral de Brasília............................................................................ 132Figura 41 - Barragem <strong>do</strong> Rio Descoberto............................................................ 133Figura 42 - Viaduto da Ro<strong>do</strong>ferroviária................................................................ 134Figura 43 - Linha <strong>do</strong> Metrô em Águas Claras...................................................... 134Figura 44 - ETE Norte.......................................................................................... 135Figura 45 - SOF Su<strong>do</strong>este – Setor de Oficinas <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este .............................. 136Figura 46 - Núcleo Rural Taquara / Pipirapau ..................................................... 137Figura 47 - Ginásio Nilson Nelson ....................................................................... 138Figura 48 - Densidades Demográficas no Território............................................ 145Figura 49 - Zona Urbana <strong>do</strong> Conjunto Tomba<strong>do</strong>................................................. 149Figura 50 - Zona Urbana de Uso Controla<strong>do</strong> I .................................................... 151Figura 51 - Zona de Uso Controla<strong>do</strong> II ................................................................ 153Figura 52 - Zona Urbana Consolidada ................................................................ 154Figura 53 - Zona Urbana de Expansão e Qualificação........................................ 155Figura 54 - Zona de Contenção Urbana 156Figura 55 - Zona Rural de Uso Diversifica<strong>do</strong>....................................................... 158Figura 56 - Zona Rural de Uso Controla<strong>do</strong>.......................................................... 159Figura 57 - Macrozona de Proteção Integral ....................................................... 161Figura 58 - Áreas de Diretrizes Especiais ........................................................... 164Figura 59 - Eixo EPIA - Vista da área <strong>do</strong> SIA ....................................................... 171Figura 60 - Eixo EPIA - Vista da área <strong>do</strong> SOF/N................................................. 172Figura 61 - Pólo JK .............................................................................................. 174Figura 62 - Pólo Capital Digital ............................................................................ 175Figura 63 - Via Interbairros .................................................................................. 177Figura 64 - Setores Centrais................................................................................ 180Figura 65 – Via W3 Norte ...................................................................................... 181Figura 66 – Via W3 Sul.......................................................................................... 181Figura 67 – Vista da Vila Planalto- Igreja Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosáriode Pompéia........................................................................................................... 185Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007vi


Figura 68 – Vista de parte das edificações <strong>do</strong> Eixo Histórico na Praça SalvianoMonteiro.................................................................................................................186Figura 69 – Lago Veredinhas ................................................................................ 187Figura 70 – Anel de Atividades de Ceilândia – Taguatinga - Samambaia ............ 191Figura 71 – Anel de Atividades de Samambaia – Recanto das Emas – RiachoFun<strong>do</strong>..................................................................................................................... 192Figura 72 – Anel de Atividades Sobradinho .......................................................... 193Figura 73 – Anel de Atividades Gama – Santa Maria........................................... 194Figura 74 - Anel de Atividades Jardim Botânico.................................................. 195Figura 75 - DF 230............................................................................................... 196Figura 76 - Novas Vias em Vicente Pires ............................................................ 196Figura 77 - Via Interbairros .................................................................................. 197Figura 78 - Grande Colora<strong>do</strong>............................................................................... 197Figura 79 - Áreas de Regularização em Brasília ................................................. 203Figura 80 - Áreas de Regularização no Gama .................................................... 206Figura 81 - Áreas de Regularização em Taguatinga ............................................. 210Figura 82 - Áreas de Regularização em Brazlândia .............................................. 212Figura 83 - Áreas de Regularização em Sobradinho............................................ 225Figura 84 - Áreas de Regularização em Planaltina ............................................... 229Figura 85 - Áreas de Regularização no Paranoá .................................................. 233Figura 86 - Áreas de Regularização no Núcleo Bandeirante ................................ 235Figura 86 - Áreas de Regularização em Ceilândia ................................................ 239Figura 87 - Áreas de Regularização no Guará ...................................................... 242Figura 88 - Áreas de Regularização em Samambaia/Recanto das Emas ............ 246Figura 89 - Áreas de Regularização em Santa Maria............................................ 249Figura 90 - Áreas de Regularização em São Sebastião........................................ 254Figura 91 - Áreas de Regularização no Lago Sul.................................................. 256Figura 92 - Áreas de Regularização no Riacho Fun<strong>do</strong>.......................................... 259Figura 93 - Áreas de Regularização no Lago Norte ............................................. 264Figura 94 - Setor Jóquei Clube.............................................................................. 267Figura 95 - Etapa 3 <strong>do</strong> Riacho Fun<strong>do</strong> II................................................................ 268Figura 96 - Setor Crixá ......................................................................................... 269Figura 97 – Área <strong>do</strong> Bairro Indaiá.......................................................................... 270Figura 98 – Expansão <strong>do</strong> Setor Habitacional Mangueiral ..................................... 270Figura 100 - Setor Habitacional Vargem da Benção ............................................. 271Figura 101 - Setor Habitacional TASA................................................................... 271Figura 102 - Setor Habitacional Mangueiral .......................................................... 271Figura 103- Setor Noroeste ................................................................................... 273Figura 104 - Subcentro Leste em Samambaia – Complexo de Furnas e ProjetoUrbanístico Especial das Quadras QR 103 a 115 e 121 a 127 .............................274Figura 105 – Pólo Multifuncional Catetinho ........................................................... 284Figura 106 – Pólo Multifuncional Taguatinga ........................................................ 285Figura 107 – Pólo Multifuncional Grande Colora<strong>do</strong>............................................... 286Figura 108 – Pólo Multifuncional Metropolitana..................................................... 287Figura 109 – Pólo Multifuncional Planaltina........................................................... 288Figura 110 – Pólo Multifuncional Samambaia ....................................................... 289Figura 111 – Pólo Multifuncional São Sebastião ................................................... 290Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007vii


Figura 112 – Pólo Multifuncional Sul ..................................................................... 291Figura 113 – Pólo Multifuncional <strong>do</strong> Torto ............................................................. 292Figura 114 – Organograma <strong>do</strong> Sistema de Planejamento 302Lista de MapasMapa 1 - Evolução da ocupação urbana no DF e entorno .................................. 35Mapa 2 - Uso <strong>do</strong> solo e vegetação <strong>do</strong> DF em 2001 ............................................ 37Mapa 3 - Áreas de risco à erosão........................................................................ 42Mapa 4 - Riscos à contaminação hídrica superficial ........................................... 44Mapa 5 - Síntese das principais variáveis que compõe a problemáticaambiental ............................................................................................................... 45Mapa 6 - Sistemas ambientais ............................................................................ 47Mapa 7 - Ambiental <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> ............................................................... 51Mapa 8 - Tamanho <strong>do</strong>s lotes no DF .................................................................... 65Mapa 9 - Crescimento urbano <strong>do</strong> DF - 1997-2003 .............................................. 70Mapa 10 - Modelo Territorial................................................................................ 131Mapa 11 - Áreas prejudicadas e beneficiadas pela mudança de parâmetrospara cálculo da outorga onerosa ........................................................................... 142Mapa 12 - Coeficiente de aproveitamento – Comparativo NGB, PDL e PDOT2006....................................................................................................................... 143Mapa 13 - Unidades de Planejamento Territorial ................................................ 147Mapa 14 - Zoneamento ....................................................................................... 166Mapa 15 - Estratégia de Dinamização................................................................. 178Mapa 16 - Estratégia de Revitalização ................................................................. 190Mapa 17 - Parcelamentos Urbanos Isola<strong>do</strong>s ........................................................ 200Mapa 18 - Estratégia de Regularização Fundiária ................................................ 265Mapa 19 - Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais ....................................... 278Mapa 20 – Estratégia de Integração Ambiental <strong>do</strong> Território ................................ 282Lista de TabelasTabela 1 - Total de reuniões e Audiências Públicas segun<strong>do</strong> as unidades detrabalho - <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, 2006 ............................................................................ 17Tabela 2 - Quantificação multitemporal da áreas de cobertura vegetal e uso <strong>do</strong>solo no <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> em valores relativos......................................................... 36Tabela 3 - Disponibilidade e demanda hídrica no <strong>Distrito</strong> federal e entornoimediato ................................................................................................................. 40Tabela 4 - População <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> de 1960 a 2010 e taxa de crescimentoanual ...................................................................................................................... 52Tabela 5 - População e taxa de crescimento anual <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> porunidades de planejamento territorial e Região Administrativa em 1991-2000-2006-2010.............................................................................................................. 53Tabela 6 - População e taxa de crescimento anual <strong>do</strong> entorno <strong>do</strong> DF................. 54Tabela 7 - Crescimento vegetativo e sal<strong>do</strong> migratório <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> entre1995 e 2000........................................................................................................... 55Tabela 8 - Grupos etários da população <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> entre 1991-2000-2006-2010.............................................................................................................. 56Tabela 9 - Imigrantes, emigrantes e trocas líquidas <strong>do</strong> movimento intra-urbano<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> – 1996/2000 ................................................................................. 68Tabela 10 - Demanda habitacional resultante da expansão demográfica no<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> para o perío<strong>do</strong> 1960/1970 – 1970/1980 – 1980/1991 –1991/2000 – 2000/2010. ....................................................................................... 73Tabela 11 - Projeção <strong>do</strong> estoque de <strong>do</strong>micílios e demanda habitacional para o<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> – 2005 / 2010 ............................................................................... 74Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007viii


Tabela 12 - Projeção <strong>do</strong> estoque de <strong>do</strong>micílios particulares permanentessegun<strong>do</strong> o tipo de imóvel para o <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - 2005 / 2010. ........................... 74Tabela 13 - Projeção <strong>do</strong> estoque de <strong>do</strong>micílios particulares permanentessegun<strong>do</strong> a condição de ocupação para o <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - 2005 / 2010 ............ 75Tabela 14 - Demanda habitacional por grupos de renda no <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> -2005 / 2010............................................................................................................ 76Tabela 27 – Percentual de Equipamentos de Saúde por Unidade dePlanejamento......................................................................................................... 123Tabela 28 – Percentual de Equipamentos de Abastecimento por Unidade dePlanejamento......................................................................................................... 124Tabela 29 – Percentual de Equipamentos de Cultura, Educação e Lazer porUnidade de Planejamento ..................................................................................... 126Lista de GráficosTabela 15 - Domicílios particulares permanentes e improvisa<strong>do</strong>s por classes derenda nas Regiões Administrativas e DF – 2005 .................................................. 77Gráficos 1 - <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> – Pirâmides etárias – 1991 – 2010 ......................... 57Gráficos 2 - Composição <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> DF por atividades econômicas................... 60Tabela 16 - Domicílios particulares permanentes e improvisa<strong>do</strong>s por classes derenda nas Regiões Administrativas e DF – 2010 .................................................. 78Tabela 17 - Demanda habitacional <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios particulares permanentes eimprovisa<strong>do</strong>s por classes de renda <strong>do</strong>miciliar nas Regiões Administrativas e<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> – 2010 .......................................................................................... 79Tabela 18 - Cobertura da rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo nos<strong>do</strong>micílios particulares permanentes das Regiões Administrativas e <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong> – 2000....................................................................................................... 81Tabela 19 - Cobertura da rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo nos<strong>do</strong>micílios particulares permanentes nos municípios <strong>do</strong> Entorno <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong> em 2000.................................................................................................... 83Tabela 20 - População e área rural estimada, por Regiões Administrativas <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - 2000 ...........................................................................................91Tabela 21 - Rede estrutural de transporte coletivo <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> ............... 96Tabela 22 - Estações de tratamento de esgotos no DF ...................................... 101Tabela 23 - População e taxas médias de crescimento anual para o cenáriotendencial - <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e entorno imediato 2000-2030.................................. 111Tabela 24 - Índice de envelhecimento segun<strong>do</strong> cenário tendencial eexploratório. <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e entorno imediato. 2000-2030................................ 112Tabela 25 – Percentual de Equipamentos de Educação por Unidade dePlanejamento......................................................................................................... 118Tabela 26 – Percentual de Equipamentos de Segurança por Unidade dePlanejamento......................................................................................................... 121Gráfico 3 - Percentual de Viagens por Mo<strong>do</strong> de Transporte segun<strong>do</strong> a Classede Renda <strong>do</strong>s Usuários - <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> – 2000.................................................. 93Gráfico 4 - Regiões Administrativas com maior número de parcelamentosurbanos informais implanta<strong>do</strong>s.............................................................................. 105Gráfico 5 - Situação <strong>do</strong>s parcelamentos urbanos informais implanta<strong>do</strong>s quantoà situação fundiária................................................................................................ 105Gráfico 6 - Distribuição da população residente nos parcelamentos urbanosinformais implanta<strong>do</strong>s – por Região Administrativa............................................... 105Gráfico 7 - Situação <strong>do</strong>s parcelamentos urbanos informais implanta<strong>do</strong>s – porfaixa de renda ........................................................................................................ 106Gráfico 8 - Situação <strong>do</strong>s parcelamentos urbanos informais implanta<strong>do</strong>s deacor<strong>do</strong> com o PDOT/97 ......................................................................................... 106Gráfico 9 - Setores habitacionais com maior concentração de parcelamentosurbanos informais implanta<strong>do</strong>s.............................................................................. 107Gráfico 10 - Distribuição da população residente nos parcelamentos urbanosinformais implanta<strong>do</strong>s – por setores habitacionais ............................................... 107Gráfico 11 – Distribuição da população por grandes áreas segun<strong>do</strong> cenáriotendencial .............................................................................................................. 110Gráfico 12 - Distribuição da população por grandes áreas segun<strong>do</strong> o cenáriotendencial - <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e entorno imediato. 2030 ..........................................112Gráfico 13 - Pirâmide etária para o DF - Cenário de 2000 .................................. 113Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007ix


Gráfico 14 - Pirâmide etária para o entorno imediato <strong>do</strong> DF- Cenáriode 2000..................................................................................................................113Gráfico 15 - Pirâmide etária para o DF - Cenário tendencial para 2030 ............. 113Gráfico 16 - Pirâmide etária para o entorno imediato <strong>do</strong> DF- Cenário tendencialpara 2030............................................................................................................... 113Gráfico 17 - Comparação entre a quantidade de Equipamentos Regionais e IDE . 116Gráfico 18 - Identifica<strong>do</strong>r de densidades de Equipamentos de Educação........... 118Gráfico 19 - Identifica<strong>do</strong>r de densidades de Equipamentos de Segurança.......... 121Gráfico 20 - Identifica<strong>do</strong>r de densidades de Equipamentos de Saúde................. 123Gráfico 21 - Identifica<strong>do</strong>r de densidades de Equipamentos de Abastecimento ... 124Gráfico 22 - Identifica<strong>do</strong>r de densidades de Equipamentos de Cultura, Esporte eLazer......................................................................................................................126Gráfico 23 - Relação entre o potencial construtivo defini<strong>do</strong> pelas normasvigentes e os novos parâmetros a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s ............................................................141Lista de QuadrosQuadro 1 - Unidades de Trabalho - Audiências Regionais ................................ 15Quadro 2 - Resulta<strong>do</strong> da Avaliação das Áreas Rurais Remanescentes ............. 90Quadro 3 - RA Brasília - Setor Habitacional Torto.............................................. 201Quadro 4 - RA Gama - Setor Habitacional Ponte de Terra ................................... 205Quadro 5 - RA Gama - fora de Setor Habitacional ................................................ 205Quadro 6 - RA Taguatinga - Setor Habitacional Vicente Pires.............................. 207Quadro 7 - RA Taguatinga - Setor Habitacional Arniqueira................................... 208Quadro 8 - RA Taguatinga - Setor Habitacional Primavera................................... 209Quadro 9 - RA Brazlândia - fora de Setor Habitacional......................................... 211Quadro 10 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Alto da Boa Vista..................... 213Quadro 11 - RA Sobradinho – Setor Habitacional Região <strong>do</strong>s Lagos................... 214Quadro 11A - RA Sobradinho - Setor Habitacional Boa Vista............................... 216Quadro 12 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Grande Colora<strong>do</strong> ..................... 217Quadro 13 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Contagem ............................... 218Quadro 14 – RA Sobradinho - Setor Habitacional Mansões Sobradinho............. 219Quadro 15 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Fercal...................................... 220Quadro 16 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Alto da Boa Vista..................... 221Quadro 17 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Nova Colina ............................. 222Quadro 18 - RA Sobradinho - fora de setor habitacional–..................................... 223Quadro 19 - RA Planaltina - Setor Habitacional Mestre D´armas ........................ 226Quadro 20 – RA Planaltina - Setor Habitacional Arapoanga................................ 227Quadro 21 - RA Planaltina - Setor Habitacional Aprodarmas............................... 228Quadro 22 - RA Planaltina - Setor Habitacional Vale <strong>do</strong> Amanhecer .................. 228Quadro 23 - RA Paranoá - Setor Habitacional Altiplano Leste............................. 230Quadro 24 - RA Paranoá –Setor Habitacional São Bartolomeu.......................... 232Quadro 25 - RA Paranoá – Fora de Setor Habitacional ........................................ 232Quadro 26 - RA Núcleo Bandeirante - Fora de setor habitacional ........................ 234Quadro 27 - RA Ceilândia - Setor Habitacional Sol Nascente............................... 237Quadro 28 - RA Ceilândia – Fora de setor habitacional ........................................ 237Quadro 29 – RA Guará – Setor Habitacional Bernar<strong>do</strong> Sayão ............................. 241Quadro 30 - RA Guará – Área de Regularização de Interesse Social Estrutural.. 241Quadro 31 - RA Samambaia / Recanto das Emas - Setor Habitacional ÁguaQuente ...................................................................................................................243Quadro 32 - RA Samambaia / Recanto das Emas – Fora de setor habitacional 244Quadro 33 - RA Santa Maria - Setor Habitacional Ribeirão .................................. 247Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007x


Quadro 34 - RA Santa Maria - Setor Habitacional Tororó ..................................... 247Quadro 35 - RA Santa Maria – Setor fora de setor habitacional ........................... 249Quadro 36 - RA São Sebastião - Setor Habitacional Jardim Botânico.................. 250Quadro 37 - RA São Sebastião - Setor Habitacional Estrada <strong>do</strong> Sol .................... 250Quadro 38 - RA São Sebastião - fora <strong>do</strong> Setor Habitacional – Are Mônaco/ ArisMorro da Cruz........................................................................................................ 253Quadro 39 - RA Lago Sul - Setor Habitacional Dom Bosco .................................. 255Quadro 40 - RA Riacho Fun<strong>do</strong> - fora de Setor Habitacional ................................. 257Quadro 41 - RA Lago Norte - fora de Setor Habitacional ...................................... 262Quadro 42 – Parâmetros para Áreas Habitacionais – Novas áreas habitacionaisprioritárias .............................................................................................................. 276Quadro 43 - Parâmetros para Áreas Habitacionais – Áreas a serem adensadas. 277Quadro 44 - Instrumentos Jurídicos, Tributários e Financeiros............................ 297Lista de SiglasADE – Área de Desenvolvimento EconômicoALE – Área de Lazer EcológicoAPA – Área de Proteção AmbientalAPM – Área de Proteção de ManancialARIE – Área de Relevante Interesse EcológicoAris – Área de Regularização de Interesse SocialBID – Banco Interamericano de DesenvolvimentoBIRD – Banco MundialBNH – Banco Nacional de HabitaçãoCAESB – Companhia de Saneamento <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>CAUMA – Conselho de Arquitetura, Urbanismo e Meio AmbienteCEASA – Centrais de AbastecimentoCI – Comissão de Articulação InstitucionalCODEPLAN – Companhia de Desenvolvimento <strong>do</strong> Planalto CentralCOMPARQUES – Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Parques e Unidades deConservaçãoCONAM – Conselho <strong>do</strong> Meio Ambiente <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>CONHAB – Conselho de HabitaçãoCONPRESB – Conselho de Gestão da Área de Preservação de BrasíliaDataSus – Banco de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sistema Único de SaúdeDEPHA – Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a SecaEPC – Equipamentos Públicos Comunitários e UrbanosEPCL – Estrada Parque CeilândiaEPGU – Estrada Parque GuaráEPIA – Estrada Parque Indústria e AbastecimentoEPNB – Estrada Parque Núcleo BandeiranteEPPR – Estrada Parque ParanoáEPTG – Estrada Parque TaguatingaESAF – Escola de Administração FazendáriaFIBRA – Federação das Indústrias <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>FUNDURB – Fun<strong>do</strong> Municipal de UrbanizaçãoGDF – <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>GDP – Gradiente de Densidade de PopulaçãoIBAM – Instituto Brasileiro de Administração MunicipalPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007xi


IBAMA – Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis e Meio AmbienteIBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIPDF – Instituto de Planejamento <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica AplicadaIPHAN – Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico NacionalIPTU – Imposto Predial e Territorial UrbanoLC – Lei ComplementarLODF – Lei Orgânica <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>Novacap – Companhia Urbaniza<strong>do</strong>ra da Nova CapitalOdir – Outorga onerosa <strong>do</strong> direito de construirOnalt – Outorga onerosa de alteração de usoPades – Programa de Desenvolvimento Econômico e SocialPDL – Plano Diretor LocalPEA – População Economicamente AtivaPED – Pesquisa de Emprego e DesempregoPeot – Plano Estrutural de Ordenamento TerritorialPGIRH – Plano de Gerenciamento Integra<strong>do</strong> de Recursos Hídricos <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>PIB – Produto Interno BrutoProin – Programa de Desenvolvimento Industrial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>RA – Região AdministrativaRIDE – Região Integrada de Desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e EntornoSEAF – Secretaria de Assuntos FundiáriosSeapa – Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Agricultura, Pecuária e Abastecimento <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>Seduh – Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Desenvolvimento Urbano e Habitação <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>Semarh – Secretaria de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente e Recusos Hídricos <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>SFH – Sistema Financeiro de HabitaçãoShis – Serviço de Habitações de Interesse SocialSisplan – Sistema de PlanejamentoSNUC – Sistema Nacional de Unidades de ConservaçãoSUPAR – Subsecretaria de ParcelamentoTCA – Taxa de crescimento anualTERRACAP – Companhia Imobiliária de BrasíliaUC – Unidade de ConservaçãoUnB – Universidade de BrasíliaUNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e aCulturaPlanidro – Plano Diretor de Água, Esgoto e Controle da PoluiçãoPot – Plano de Ordenamento TerritorialPouso – Plano de Ocupação e Uso <strong>do</strong> SoloProdecon – Programa de Desenvolvimento EconômicoPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 2007xii


I - INTRODUÇÃOPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20071


I. INTRODUÇÃOO <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> é uma unidadeespecial da federação brasileira, criada em 1957e inaugurada em 1960, com o objetivo principalde abrigar os Três Poderes da República,quan<strong>do</strong>, certamente, havia a percepção de que acidade pudesse ser, no futuro, a base para odesenvolvimento da Região Central <strong>do</strong> Brasil. Aolongo <strong>do</strong> tempo, a cidade não somente seafirmou como Capital <strong>do</strong> país, mas também vemassumin<strong>do</strong>, paulatinamente, as funções deCentro Regional e Centro Metropolitano, sen<strong>do</strong>hoje a quinta cidade <strong>do</strong> país em população,depois das centenárias São Paulo, Rio deJaneiro, Belo Horizonte e Salva<strong>do</strong>r.A cidade foi construída no auge <strong>do</strong>“nacional-desenvolvimentismo”, perío<strong>do</strong> em queo Brasil apresentou altas taxas de crescimentoeconômico e vertiginosa expansão urbana.Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> projetada e construída porbrasileiros, houve um esforço sem precedentespara sua concretização, pois se tratava de umprojeto vincula<strong>do</strong> à afirmação <strong>do</strong> Brasil comonação moderna.Brasília é, de fato, uma cidadepeculiar dentro <strong>do</strong> território brasileiro, não só noque diz respeito à sua estrutura urbana, mas,sobretu<strong>do</strong>, quanto ao planejamento territorial,sempre presente desde a sua construção até osdias de hoje. Desde o desenho <strong>do</strong> Plano Piloto,pode-se dizer que praticamente todas aslocalidades urbanas <strong>do</strong> DF, com exceção das jáexistentes (Planaltina e Brazlândia), foramelaboradas previamente nas pranchetas. Nesteprocesso, onde o poder público teve papelfundamental, <strong>do</strong>is fatores foram preponderantes: aproteção <strong>do</strong> Plano Piloto, de mo<strong>do</strong> a mantê-loisola<strong>do</strong> como uma espécie de “obra de arte”; e otratamento especial da<strong>do</strong> ao patrimônio ambiental,sobretu<strong>do</strong>, a proteção <strong>do</strong>s mananciais e <strong>do</strong> LagoParanoá.O fato de o poder público deter apropriedade de grande parte <strong>do</strong>s terrenosdestina<strong>do</strong>s à urbanização, além de exercer papelcentral no processo de planejamento, não impediu,entretanto, que ocorresse uma segregaçãoresidencial expressiva, com a população pobreinstalan<strong>do</strong>-se cada vez mais distante da ÁreaCentral e a população de alta e média rendamoran<strong>do</strong> na própria Área Central (Plano Piloto) esuas adjacências, onde se concentram osempregos e os grandes equipamentos e serviçosurbanos básicos.Ao longo <strong>do</strong> tempo, observa-se que acidade que se pretendia formada por diversosPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20072


núcleos separa<strong>do</strong>s, foi-se transforman<strong>do</strong>,paulatinamente, em uma estrutura urbana maiscontínua e mais complexa, embora ainda bastantedistante das cidades tradicionais <strong>do</strong> Brasil. Aomesmo tempo em que se trata de uma únicacidade, sob a perspectiva <strong>do</strong> planejamento, Brasíliaé, também, um conjunto de localidades interligadaspor vias urbanas de trânsito rápi<strong>do</strong> apropriadaspara automóveis e para a instalação de transportede massa. Entre estas localidades, algumas muitopopulosas, apenas o Plano Piloto e Taguatingamostram autonomia econômica. A grande maioriafunciona como bairro periférico que necessita serintegra<strong>do</strong> à estrutura urbana das localidades maisdinâmicas, o que não parece fácil diante <strong>do</strong>isolamento físico <strong>do</strong> Plano Piloto e das grandesdistâncias entre as localidades urbanas.Nesse contexto, alguns problemasrelaciona<strong>do</strong>s ao planejamento territorial parecemevidentes. Entre eles, destacam-se as dificuldadesde acesso aos locais de trabalho por parte dapopulação pobre, devi<strong>do</strong> aos altos custos <strong>do</strong>transporte; os custos excessivamente altos dahabitação para as faixas de renda média e baixa;as dificuldades de acesso às escolas, aos hospitaise às áreas de lazer pelas populações pobres queresidem em áreas distantes <strong>do</strong> Plano Piloto; e abaixa oferta de terrenos urbanos destina<strong>do</strong>s àpopulação de baixa renda, em áreas que permitamo fácil acesso ao maior centro de emprego, o PlanoPiloto. As transgressões às normas urbanísticas no<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, vêm constituin<strong>do</strong> importanteproblema, sobretu<strong>do</strong> no que diz respeito ao uso eocupação <strong>do</strong> solo e à degradação ambiental,retrata<strong>do</strong> nos inúmeros parcelamentos informaisdestina<strong>do</strong>s a diferentes faixas de renda.Como nas demais cidades brasileiras,mas em menor escala, em Brasília persistemproblemas de infra-estrutura urbana, sobretu<strong>do</strong>de esgotamento sanitário e de coleta de lixo<strong>do</strong>méstico, de acessibilidade física à habitação,de condições inadequadas das vias destinadas aveículos e pedestres, além <strong>do</strong>s relativos àqualidade e segurança <strong>do</strong> transporte coletivo, àsegurança pública, à saúde e à educação.Problemas de lazer e recreação têm si<strong>do</strong>relega<strong>do</strong>s ao segun<strong>do</strong> plano, em vista daprevalência de outras questões mais urgentes,como o emprego e a acessibilidade dapopulação aos locais de interesse público.Finalmente, é necessário observarque o <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> apresenta excessivacentralização de atividades na Área Central, ouseja, no Plano Piloto, e isto é a causa de boaparte <strong>do</strong>s problemas de acessibilidade. Não éuma questão que possa ser resolvida facilmente,sobretu<strong>do</strong> porque a grande oferta de empregosna área central decorre <strong>do</strong> fato de que nela estãoinstala<strong>do</strong>s os organismos federais e de serviçosque lhe dão apoio, isto sem mencionar osgrandes shoppings, ro<strong>do</strong>viária, bancos,organismos internacionais, complexos médicos,entre outras atividades atrativas. Como serviçosatraem serviços e o acesso ao centro érelativamente fácil, devi<strong>do</strong> à própria estruturaviária proposta por Lúcio Costa, este processotende a se afirmar para o futuro. Além disso, nãoconvém esquecer que, no centro e ao re<strong>do</strong>r dele,está a parcela de população que detém o grossoda renda, forman<strong>do</strong> uma demanda por serviçosnada desprezível.Nesse cenário estrutura-se a revisão <strong>do</strong>Plano Diretor de Ordenamento Territorial.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20073


II - FUNDAMENTOS PARA A REVISÃO DO PDOTPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20074


II. FUNDAMENTOS PARA A REVISÃO DO PDOT1. FUNDAMENTOS LEGAISA revisão <strong>do</strong> PDOT, no que se refereaos fundamentos legais, está embasada naseguinte legislação:● na Constituição <strong>Federal</strong>, no art. 182, § 1º,que estabelece o Plano Diretor comoinstrumento básico da política dedesenvolvimento urbano <strong>do</strong> Município, e nocaso, <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>; deve ser aprova<strong>do</strong>pela Câmara Legislativa <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>,sen<strong>do</strong> obrigatório para esta Unidade daFederação;● na Lei Orgânica <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, que serefere ao Plano Diretor de OrdenamentoTerritorial e aos Planos Diretores Locais (art.312), consignan<strong>do</strong> a sua obrigatoriedade econceituan<strong>do</strong>-os como instrumentos básicosdas políticas de ordenamento territorial edesenvolvimento urbano, a serem aprova<strong>do</strong>spor lei complementar;● na Lei <strong>Federal</strong> n° 6.766/79 alterada pela Lei<strong>Federal</strong> n° 9.785/99, que trata das normasgerais sobre o parcelamento <strong>do</strong> solo urbano,e institui, em seu art. 1º, parágrafo único, queos Esta<strong>do</strong>s, Municípios e, por conseguinte, o<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, poderão estabelecer normascomplementares a esta legislação, relativas aoparcelamento <strong>do</strong> solo para adequação àspeculiaridades locais; e● no Estatuto da Cidade – Lei n° 10.257/2001 –que detalha o art. 182 da Constituição <strong>Federal</strong>,estabelecen<strong>do</strong> o Plano Diretor comoinstrumento básico da política dedesenvolvimento e expansão urbana, que deveconter um conjunto de princípios e regrasorienta<strong>do</strong>ras da ação <strong>do</strong>s agentes queconstróem e utilizam o espaço urbano.Com o objetivo de incluir os diferentesaspectos da situação real <strong>do</strong> DF envolven<strong>do</strong> temase questões urbanos, rurais, sociais, econômicos eambientais, procedeu-se à análise das diretrizes eprincípios apresenta<strong>do</strong>s pelas legislações acimacitadas, observan<strong>do</strong> o que de fato encontrarespal<strong>do</strong> para uma efetiva construção das diretrizesde desenvolvimento e adequação <strong>do</strong> uso eocupação <strong>do</strong> território.A revisão <strong>do</strong> PDOT buscou adequar-seaos principais elementos que o Estatuto da CidadePlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20075


estabelece como necessários aos Planos Diretores,tais como delimitação das áreas de aplicação deinstrumentos urbanísticos, parâmetros de uso eocupação <strong>do</strong> solo urbano e a incorporação daparticipação da sociedade no processo deelaboração e implementação <strong>do</strong> Plano.Além disso, a revisão <strong>do</strong> PDOT procurouincorporar elementos que o convertam em uminstrumento que define as estratégias para solução<strong>do</strong>s principais problemas detecta<strong>do</strong>s,estabelecen<strong>do</strong> as ações, os planos e projetos aserem desenvolvi<strong>do</strong>s pelo Poder Público, semprecom base na gestão democrática da cidade.A expectativa é que o Plano Diretortraduza o anseio da população alia<strong>do</strong> aoplanejamento urbanístico adequa<strong>do</strong> aodesenvolvimento sustentável <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e<strong>do</strong>s seus municípios limítrofes, com respeito àsdiretrizes <strong>do</strong> Estatuto da Cidade e a toda legislaçãode ordem superior, nos termos constitucionais.2. PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DOPDOTO Plano Diretor de OrdenamentoTerritorial como instrumento básico da políticaurbana <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> baseia-se em princípios– subjacentes às propostas de planejamento e deintervenções sobre o território –, que buscamfortalecer seu papel no desenvolvimento territorialurbano e rural <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.São princípios <strong>do</strong> Plano:● garantir o cumprimento da função social dapropriedade urbana e rural e a justadistribuição <strong>do</strong>s benefícios e ônusdecorrentes <strong>do</strong> processo de urbanização,como forma de redistribuir os ganhosresultantes de iniciativas públicas para asociedade, promoven<strong>do</strong>, assim, a eqüidadedas ações no território;● reconhecer os atributos fundamentais deBrasília como Capital <strong>Federal</strong>, CentroRegional e Metrópole Nacional em formaçãoe <strong>do</strong> Conjunto Urbanístico <strong>do</strong> Plano Piloto deBrasília como Patrimônio Cultural daHumanidade, ten<strong>do</strong> em vista suasingularidade, resultante da aplicação <strong>do</strong>spreceitos espaciais <strong>do</strong> Movimento Modernode Arquitetura, e a conseqüente necessidadede preservação <strong>do</strong> seu sítio e de direcionar,definir e potencializar as ações setoriaisnessa temática;● assegurar a distribuição justa e equilibradadas oportunidades de emprego e renda no<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, como forma de reverter oquadro de concentração de riqueza,decorrente <strong>do</strong> histórico <strong>do</strong> processo deocupação e de desenvolvimento econômico<strong>do</strong> DF, que se traduz na concentração deemprego e de renda na região <strong>do</strong> PlanoPiloto;● promover a gestão compartilhada entre ossetores públicos, priva<strong>do</strong>s e sociedade civil,envolven<strong>do</strong> os municípios limítrofes ao <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, de mo<strong>do</strong> a viabilizar a integração dasações de planejamento e gestão <strong>do</strong> território,diante da concentração, não somente deempregos, mas, também, de serviços e deequipamentos públicos e da redução dasoportunidades de moradia para a população debaixa renda no DF, que resultou em intensiva eindisciplinada ocupação <strong>do</strong>s municípioslimítrofes <strong>do</strong> DF;● assegurar a participação da sociedade noplanejamento, gestão e controle <strong>do</strong> território,buscan<strong>do</strong> a co-responsabilidade da populaçãopor meio de sua participação nas decisõesrelacionadas ao planejamento e gestãoterritorial, como fator de fortalecimento dacidadania; e● assegurar o uso sustentável <strong>do</strong> território, apartir da convergência das dimensões social,econômica e ambiental, com reconhecimento<strong>do</strong> direito de to<strong>do</strong>s à cidade sustentável e aconstrução de uma visão sistêmica e integrada<strong>do</strong> processo de urbanização consideran<strong>do</strong> asdimensões econômica, social, ambiental,cultural e espacial, como forma de mitigar osimpactos e as externalidades negativasdecorrentes <strong>do</strong> processo de urbanização para asociedade.Com a finalidade de direcionar aspolíticas setoriais e de planejamento urbano, oPlano estabelece <strong>do</strong>is níveis de objetivos: os geraise os específicos. Os objetivos gerais delineiam alinha mestra da atuação pública e privada para oPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20076


ordenamento territorial, observan<strong>do</strong> os princípiosnortea<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Plano.No desenvolvimento territorial e urbanono <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> serão observa<strong>do</strong>s, comoobjetivos gerais <strong>do</strong> Plano:● a promoção da melhoria da qualidade de vidada população e a redução das desigualdadessocioespaciais, buscan<strong>do</strong> minimizar adisparidade econômica, social, ambiental,espacial e de infra-estrutura entre aslocalidades <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> a partir da maiorinterligação entre as centralidades existentes eo fomento de novas. Ainda, como forma deconsecução desse objetivo, é imperiosa adistribuição equilibrada da população, <strong>do</strong>sequipamentos e serviços básicos e dasatividades econômicas no território, de mo<strong>do</strong>que as relações predatórias de concorrênciaentre localidades sejam mitigadas, promoven<strong>do</strong>uma melhoria qualitativa das condições deurbanidade e cidadania para a população; e● a integração da política de ordenamentoterritorial com as demais políticas setoriais quetenham reflexo no processo de planejamento egestão <strong>do</strong> território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e de seusmunicípios limítrofes, reconhecen<strong>do</strong> a relaçãoentre o <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e seu Entorno, e seusimpactos na demanda por serviços e empregose no meio ambiente natural e construí<strong>do</strong>. Dessaforma, as iniciativas públicas setoriais <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> devem estar em consonânciacom as respectivas ações promovidas pelosEsta<strong>do</strong>s de Goiás e de Minas Gerais, namedida em que se percebe a conformação deuma área metropolitana de Brasília,envolven<strong>do</strong> a complexidade de fatores eagentes envolvi<strong>do</strong>s na dinâmica <strong>do</strong> território.A preocupação com a integração daspolíticas públicas setoriais, associada aosprincípios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para o Plano, conduz àproposição de um elenco de objetivosespecíficos, que definem o caráter estratégico aoPlano. Assim, os objetivos específicos incidemem áreas temáticas: Ordenamento Territorial,Patrimônio Cultural e Meio-Ambiente, Economia,Transporte Urbano, Habitação e RegularizaçãoFundiária e Participação Popular.Com a finalidade de direcionar asações de ordenamento territorial, econseqüentemente, da ocupação urbana para opleno desenvolvimento das funções sociais dacidade e bem-estar de seus cidadãos, colocamsecomo objetivos específicos <strong>do</strong> Plano, segun<strong>do</strong>os cita<strong>do</strong>s temas:1. Ordenamento Territorial● A otimização e priorização da ocupaçãourbana em áreas com infra-estruturaimplantada e em vazios urbanos de áreasconsolidadas, respeitada a capacidade desuporte socioeconômica e ambiental <strong>do</strong>território.● A promoção <strong>do</strong> desenvolvimento de novascentralidades no território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.● A garantia da implantação de infra-estrutura eequipamentos públicos adequa<strong>do</strong>s paraatendimento da população.2. Patrimônio Cultural e Ambiental <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>● A consolidação, resguar<strong>do</strong> e valorização <strong>do</strong>Conjunto Urbanístico <strong>do</strong> Plano Piloto de Brasíliacomo sítio urbano tomba<strong>do</strong> e PatrimônioCultural da Humanidade.● A proteção, recuperação, valorização eaproveitamento das potencialidades <strong>do</strong>patrimônio cultural <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.● A proteção, preservação e recuperação <strong>do</strong>patrimônio ambiental <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.3. Economia● A ampliação das oportunidades de trabalho,equilibran<strong>do</strong> sua localização em relação àdistribuição da população no território <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e a promoção <strong>do</strong>desenvolvimento territorial e econômico <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, articula<strong>do</strong> ao desenvolvimentometropolitano e regional.4. Transporte Urbano● A melhoria das condições de acessibilidade aosserviços urbanos e aos equipamentos públicose comunitários.● A promoção da mobilidade urbana de mo<strong>do</strong> agarantir a circulação da população por to<strong>do</strong> oterritório <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20077


5. Habitação e Regularização Fundiária● A diversificação da oferta de imóveisresidenciais compatíveis com as demandas dasociedade.● A valorização da ordem urbanística comofunção pública, com a promoção daregularização e a integração <strong>do</strong>sassentamentos informais à cidade legal.6. Participação Popular● A promoção da participação da sociedade noplanejamento, gestão e controle das políticasde ordenamento territorial.3. BASES CONCEITUAIS EMETODOLÓGICASO PDOT pode ser defini<strong>do</strong> como umconjunto de princípios e regras que deverão serobedecidas pelos agentes que constróem e utilizamo território. A idéia central é que o plano seja capazde orientar a expansão urbana e de contribuir parao crescimento econômico da Capital, ten<strong>do</strong> emvista o crescimento <strong>do</strong> emprego. Obviamente, oPDOT tem um enfoque eminentemente territorial,ou seja, trabalha com a base física sobre a qual seassentam as diversas atividades urbanas.Como a localização, a definição de usose parâmetros de ocupação <strong>do</strong> solo é importantefator no desenvolvimento das empresas, asproposições <strong>do</strong> PDOT acabam por influenciar oprocesso de expansão econômica e, porconseguinte, interferem na renda das famílias,refletin<strong>do</strong>-se sobre os problemas sociais.O conceito de Plano Diretor é,portanto, muito mais abrangente <strong>do</strong> quetransparece à primeira vista, uma vez que atuasobre a base física onde estão instaladas ashabitações, os serviços, indústrias,estabelecimentos comerciais, e unidades deprodução rural, ten<strong>do</strong> como pano de fun<strong>do</strong> ossistemas de transporte, as infra-estruturas deabastecimento de água e eliminação de esgotos,energia elétrica, lixo, entre outras. O PDOT/2006,ten<strong>do</strong> em vista as particularidades <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, procurou desenvolver, também,estratégias no senti<strong>do</strong> de propiciar aregularização de áreas urbanas que vem sen<strong>do</strong>ocupadas paulatinamente, de forma irregular.O PDOT/2006, refletin<strong>do</strong> o avanço <strong>do</strong>planejamento urbano em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, incluiuno seu conteú<strong>do</strong>, a temática estratégica. Taltema tem entra<strong>do</strong> no debate urbano e regionalten<strong>do</strong> como referência os chama<strong>do</strong>s PlanosEstratégicos que, na maioria <strong>do</strong>s casos,vinculam-se a uma visão liberal/competitiva daeconomia, onde as cidades, diante <strong>do</strong> processode globalização, lutariam por investimentospriva<strong>do</strong>s em um contexto competitivo. Entretanto,a temática estratégica tem assumi<strong>do</strong> tambémoutros significa<strong>do</strong>s, destacan<strong>do</strong>-se a visãodemocrático-distributiva com ênfase sobre adeterioração de parte <strong>do</strong> território urbano, asgrandes desigualdades, no que se refere àqualidade <strong>do</strong> espaço urbano e, sobretu<strong>do</strong>, aoproblema das infra-estruturas urbanas que tende aser gerencia<strong>do</strong> numa escala que extravasa oslimites territoriais <strong>do</strong>s municípios ou esta<strong>do</strong>s.3.1 As bases técnicas para a elaboração <strong>do</strong>PDOT – 2006O exercício relativo à elaboração de umPlano como o PDOT – Plano Diretor deOrdenamento Territorial é similar a um jogo que sedesenvolve em arenas diversas, sem que seconsiga estabelecer regras equânimes quanto àparticipação <strong>do</strong>s agentes. Embora to<strong>do</strong>s sejamafeta<strong>do</strong>s pelo resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> jogo, uns participamativamente, outros sofrem passivamente suasconseqüências. Neste processo, o poder público aomesmo tempo em que participa, também é omedia<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s diferentes interesses. Cabe-lhedesenvolver esforços para que to<strong>do</strong>s osinteressa<strong>do</strong>s possam participar em condiçõesequilibradas.Esta mediação implica em tomardecisões que nem sempre agradam a to<strong>do</strong>s osparticipantes. Contu<strong>do</strong>, o papel <strong>do</strong> planeja<strong>do</strong>r étomar decisões quanto ao futuro, basea<strong>do</strong> emjuízos de valor, fundamenta<strong>do</strong>s em análisestécnicas, tentan<strong>do</strong> compatibilizar to<strong>do</strong>s osinteresses em jogo, que não são poucos. No casode uma realidade peculiar como a <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, os diversos grupos de interesses aindanão se organizaram adequadamente, sobretu<strong>do</strong>porque apenas recentemente a cidade adquiriu odireito de eleger seus representantes.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20078


Nesses termos, o processo de revisão<strong>do</strong> PDOT iniciou-se com o planejamento daparticipação <strong>do</strong>s diversos agentes interessa<strong>do</strong>s nodesenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>,simultaneamente, com a produção de um conjuntorepresentativo de trabalhos técnicos coordena<strong>do</strong>spela SEDUMA-DF – Secretaria de Esta<strong>do</strong> deDesenvolvimento Urbano e Meio Ambiente <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e financia<strong>do</strong>s pelo BID – BancoInteramericano de Desenvolvimento e BIRD –Banco Mundial, entre os quais cabe citar osseguintes:● Gestão Estratégica <strong>do</strong> Território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>;● Estu<strong>do</strong> da Demanda Habitacional no DF;● Estu<strong>do</strong> das Invasões no <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>;● A Legislação Urbanística <strong>do</strong> DF e o Estatuto daCidade;● Análise <strong>do</strong> Preço da Terra Urbana no <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>;● Macro análise da Habitação Informal no <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>;● Cenários Territoriais e Demográficos para o<strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> (2004-2006-2010-2020-2030);● Avaliação <strong>do</strong>s custos unitários <strong>do</strong>s lotes e infraestrutura<strong>do</strong>s Assentamentos Urbanos no DF(Caso <strong>do</strong> Paranoá);● Indica<strong>do</strong>res da Política Urbana e Habitacional<strong>do</strong> DF.Com o objetivo de agilizar os trabalhosde revisão <strong>do</strong> PDOT e agregar suporte técnicona condução <strong>do</strong> processo participativo, aSEDUMA-DF contratou, em 2005, o IBAM –Instituto Brasileiro de Administração Municipal,organismo com grande experiência em planosparticipativos. O IBAM organizou e promoveu,juntamente com a SEDUMA-DF, inúmerasreuniões com a população residente naslocalidades urbanas <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.No processo de revisão <strong>do</strong> PDOT,embora tenha si<strong>do</strong> feito um esforço singular paraobtenção da participação de cidadãos e deorganismos públicos e priva<strong>do</strong>s, certamentehouve alguns desequilíbrios entre as forças queatuam, legitimamente, no senti<strong>do</strong> de convenceros técnicos responsáveis quanto à melhordecisão sobre a ocupação <strong>do</strong> território. Nestecaso, foi preciso que os agentes com maiorpoder de argumentação compreendessem queexistem outros aspectos importantes, além <strong>do</strong>meio ambiente natural, com papel histórico nadefinição das diretrizes <strong>do</strong> planejamento <strong>do</strong> DF,e da proteção <strong>do</strong> patrimônio cultural, que emBrasília se reveste de certas particularidades,confundin<strong>do</strong>-se, muitas vezes, com a defesa dafunção de Capital <strong>do</strong> Brasil e com a defesa dascondições prevalecentes no Plano Piloto.Entre os setores de importância igualou maior <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s patrimônios cultural eambiental, sob o ponto de vista da ocupação <strong>do</strong>território, cabe destacar a questão habitacional,<strong>do</strong> transporte, da economia e <strong>do</strong> emprego. Embusca de melhores condições de vida, muitosbrasileiros migraram para Brasília. Esta migraçãoproporcionou acréscimos de população eaumentou a demanda por habitação e, porconseguinte, expandiu as áreas urbanas.Os da<strong>do</strong>s demográficos disponíveis naSEDUMA-DF indicam que a população <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong> passará de 2,383 milhões de habitantes,em 2006, para 2,574 milhões, em 2010, chegan<strong>do</strong>a 2020 com um número de habitantes próximo a3,0 milhões. A população <strong>do</strong>s municípios limítrofes(Valparaíso, Cidade Ocidental, Águas Lindas,Santo Antônio <strong>do</strong> Descoberto, Novo Gama,Planaltina), que de certo mo<strong>do</strong> já estão integra<strong>do</strong>sao território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, será, em 2010, daordem de 700 mil pessoas e em 2020, de 930 milhabitantes. Consideran<strong>do</strong> tais condições, a questão<strong>do</strong> preço da terra urbana, da acessibilidade dapopulação pobre ao emprego e aos demaisequipamentos urbanos são fundamentais noplanejamento territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.Nesse contexto, o setor de transporte <strong>do</strong>DF tem trabalha<strong>do</strong> a partir das bases estabelecidaspelo estu<strong>do</strong> elabora<strong>do</strong> pela SEDUMA-DF,denomina<strong>do</strong> “CENÁRIOS TERRITORIAIS EDEMOGRÁFICOS NO DF (2006-2010-2020-2030),assim como pelas propostas de revisão <strong>do</strong> PDOT.Ou seja, foi possível estabelecer uma conexãoprodutiva com o setor de transporte, o que é vitalpara qualquer Plano Territorial.Com a área da economia, também foipossível estabelecer uma articulação produtiva,sen<strong>do</strong> evidente que a economia <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 20079


vem perden<strong>do</strong> o ritmo histórico nos últimos trintaanos, sobretu<strong>do</strong> pela competição com outrascidades <strong>do</strong> país e pelas dificuldades na ampliaçãode investimentos priva<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> em vista otombamento da Área Central, onde se concentra ointeresse maior <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> e, também, pelaqueda <strong>do</strong> setor de construção civil. Além disso, acapital vem perden<strong>do</strong> o lugar de importância naintermediação financeira, por força daconcentração bancária em São Paulo. Ainda assim,a economia <strong>do</strong> DF persiste como uma das maisdinâmicas <strong>do</strong> Brasil, manten<strong>do</strong>, entretanto, adependência estreita em relação a sua principalatividade de sede <strong>do</strong>s três poderes da República.Com os representantes <strong>do</strong> setor rural,houve uma articulação adequada, com acompreensão, de ambos os la<strong>do</strong>s, de que as áreasrurais funcionam, quase sempre, como barreiras àexpansão urbana e que não parece interessante aredução de suas dimensões, sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> háprodução rural expressiva.3.2 O acesso à terra e à habitação pelasfamílias pobresUma das poucas coisas sobre a qual háquase total concordância entre especialistas quetrabalham com o desenvolvimento urbano, é o fatode que a localização das famílias no interior dacidade é decorrência direta dadistância/tempo/custo da moradia ao “centro”, ou<strong>do</strong> “lugar central”.Significa dizer, que os preços <strong>do</strong>sterrenos e das habitações mais próximas ao“centro” (ou no próprio centro), são muito maisaltos <strong>do</strong> que nas áreas periféricas. As exceçõessão causadas por algum tipo de atributo <strong>do</strong>espaço, por exemplo, um lago, uma praia ou umparque, que podem, eventualmente, exercergrande atração sobre as famílias, geran<strong>do</strong>pequenas anomalias neste modelo. Há o caso deáreas degradadas que interferemcontrariamente, baixan<strong>do</strong> os preços <strong>do</strong>s terrenosque estejam localiza<strong>do</strong>s em suas proximidades.É importante ressaltar que as áreasdegradadas (favelas), nada mais são <strong>do</strong> quetentativas da população pobre em se estabelecerpróximas ao centro ou dentro dele (Plano Piloto),passan<strong>do</strong> por cima das proibições urbanísticas,ambientais e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> imobiliário (vide casoda Estrutural, Varjão e Itapuã).É por esta razão (distância / tempo /custo relaciona<strong>do</strong>s ao centro) que os mais ricospoden<strong>do</strong> pagar mais pelos terrenos e moradiastendem a residir nas áreas mais próximas àregião central das cidades, ou nos bairros commaior acessibilidade ao centro (Asa Sul, AsaNorte, Su<strong>do</strong>este, Lago Sul e Norte, Park Wayetc.) e os mais pobres, por não poderem pagarum custo mais alto pela sua localização, tendema morar nas áreas mais distantes.Algumas áreas de classe média emédia baixa, como o Guará, Cruzeiro e NúcleoBandeirante, localizadas próximas ao PlanoPiloto, foram instaladas ali há muito tempo e,note-se, pouco a pouco estes bairros, vão-setransforman<strong>do</strong>, e ”expulsan<strong>do</strong>” os residentes maispobres, em um processo irreversível.Significa dizer, que a localização dasfamílias no contexto da estrutura urbana decorre,essencialmente, <strong>do</strong>s preços da terra urbana e dahabitação, que serão sempre mais altos nas áreascentrais (Plano Piloto e centro de localidades demaior porte) ou nas áreas de maior acessibilidadeao centro, no caso de Brasília, o Plano Piloto.Sen<strong>do</strong> que, quanto mais equipa<strong>do</strong> for o centro (oucentro de bairro), mais o modelo se radicaliza,como ocorre com Brasília, cujo centro é o maiorfornece<strong>do</strong>r de empregos (cerca de 70%) e onde selocalizam os equipamentos de maior qualificação(universidades, hospitais de grande porte,shoppings, igrejas, etc.).Em Brasília, embora a cidade tenha si<strong>do</strong>planejada desde seus primórdios e o poder públicotivesse o controle sobre a terra, exercen<strong>do</strong> forteinfluência por meio de normas e regulamentos deuso e ocupação <strong>do</strong> solo, esse processo não foge àregra geral presente nas demais cidades brasileirase estrangeiras. Pode-se mesmo afirmar que omodelo de planejamento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo poderpúblico no passa<strong>do</strong> reforçava a idéia de umacidade onde os mais ricos e a classe média altamorariam próximos ao centro (Asa Sul e Norte) eos pobres na periferia distante (cidades-satélites),ten<strong>do</strong> como justificativa a proteção à bacia <strong>do</strong>Paranoá.Outro ponto importante a ressaltar,também consensual, é que as terras rurais quan<strong>do</strong>se tornam pouco rentáveis para a agropecuária ePlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200710


adquirem valorização por sua localização, tendema se transformar em urbanas, a menos que taisterras sejam de propriedade governamental. Nestecaso, o governo pode mantê-las para proteger obem estar coletivo. Caso a terra rural pertença aparticulares e os preços <strong>do</strong>s terrenos sejamatraentes para vende<strong>do</strong>res e compra<strong>do</strong>res, elaserá, certamente, loteada, caben<strong>do</strong> ao poderpúblico estabelecer as regras adequadas em cadacaso.O caso <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> é exemplar.Devi<strong>do</strong> a sua dimensão, sua produção agrícola éreduzida, incapaz de competir com seus vizinhos.Ao mesmo tempo, aqui se localiza a maior cidade<strong>do</strong> Centro-Oeste, quinta <strong>do</strong> Brasil em população.Pode-se dizer que o <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> é um centro declara propensão para a atividade de serviçosurbanos, sobretu<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à sua função de capital<strong>do</strong> país. Sen<strong>do</strong> assim, existe uma pressão paraocupação urbana e uma perda de força <strong>do</strong> setorrural, embora a Secretaria de Esta<strong>do</strong> deAgricultura, Pecuária e Abastecimento <strong>do</strong> DF venhase empenhan<strong>do</strong> para ativar a produção rural.Diante deste quadro, na revisão <strong>do</strong>PDOT, é proposta a criação e expansão de áreasurbanas, prioritariamente, ao longo das ro<strong>do</strong>vias,tentan<strong>do</strong> direcionar a ocupação urbana <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, nos próximos anos, para áreas maisacessíveis à sua região central (Plano Piloto) ouaos centros urbanos mais proeminentes comoTaguatinga, por exemplo.Há clara intenção de viabilizar umsistema de transporte com custos mais baixos, emque é a necessária a compatibilização dediretrizes de transporte com as de ocupação <strong>do</strong>solo urbano.Naturalmente, a localização de novasáreas urbanas em qualquer plano é sempre umproblema de difícil solução. No PDOT-2006 aestratégia prevalecente, como foi indicada acima,é a acessibilidade da população às ÁreasCentrais, seja <strong>do</strong> Plano Piloto, de Taguatinga, oude novas centralidades que pouco a pouco vãoaparecen<strong>do</strong>, onde estão os empregos,equipamentos de lazer, hospitais, universidades,entre outros atrativos. Taguatinga coloca-secomo segun<strong>do</strong> pólo mais importante, exercen<strong>do</strong>papel polariza<strong>do</strong>r sobre a região su<strong>do</strong>este, amais populosa <strong>do</strong> DF.3.3 O processo de elaboração <strong>do</strong> PDOT 2006O processo de elaboração <strong>do</strong> PDOTpode ser subdividi<strong>do</strong> em cinco grandes etapas,cada uma delas conten<strong>do</strong> fases específicas emconformidade com o fluxo apresenta<strong>do</strong> no final<strong>do</strong> capítulo. A primeira etapa tratou <strong>do</strong>estabelecimento de um plano de trabalho e dameto<strong>do</strong>logia a ser utilizada ao longo daelaboração <strong>do</strong> plano, estabelecen<strong>do</strong>-se, então, aseqüência de ações previstas e os prazosindica<strong>do</strong>s para cada grande etapa.A segunda grande etapa cui<strong>do</strong>u daelaboração de estu<strong>do</strong>s especiais, dasistematização <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s já disponíveis, entreos quais os da<strong>do</strong>s da população, a organização<strong>do</strong> processo de participação popular, oplanejamento da participação <strong>do</strong>s agentes públicose priva<strong>do</strong>s.A seguir foram realizadas numerosasreuniões com a população nas diversas localidadesurbanas <strong>do</strong> DF. O resulta<strong>do</strong> dessas reuniões foi umconjunto de propostas e diretrizes relativas aoterritório, denomina<strong>do</strong> leitura comunitária.Para estruturar a leitura técnica <strong>do</strong>trabalho foi criada uma Comissão de ArticulaçãoInstitucional por meio <strong>do</strong> Decreto nº 25.766, de 25de abril de 2005, para suporte e acompanhamentotécnico <strong>do</strong> processo de revisão <strong>do</strong> PDOT, reunin<strong>do</strong>to<strong>do</strong>s os órgãos <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>,cujas políticas setoriais são afetas ao ordenamento<strong>do</strong> território, e ampliada com a participação deinstâncias <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> <strong>Federal</strong> e de órgãoscolegia<strong>do</strong>s.Esta Comissão desempenhou papelimportante na produção e sistematização dasinformações necessárias à fundamentação técnica<strong>do</strong> PDOT e na confirmação das propostas, quepermeou todas as etapas de trabalho.Na estratégia de trabalho paraarticulação <strong>do</strong>s integrantes da CI foram promovi<strong>do</strong>sseminários institucionais e reuniões técnicasespecíficas, realizadas por afinidades temáticas:Mobilidade urbana e transportes; Infra-estrutura esaneamento ambiental; Patrimônio ambiental ecultural; Habitação e regularização fundiária;Desenvolvimento econômico e social; e Sistema deplanejamento e gestão territorial.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200711


A terceira grande etapa teve início com olevantamento de problemas centrais que interferemno território, juntamente com as demandas deorganismos públicos e priva<strong>do</strong>s acumula<strong>do</strong>s nosúltimos anos. Tais da<strong>do</strong>s, associa<strong>do</strong>s com a leituratécnica, resultante da avaliação <strong>do</strong>s trabalhostécnicos e com a leitura comunitária, resultante daspropostas da população, culminaram com oestabelecimento de diretrizes gerais e de umzoneamento ainda superficial <strong>do</strong> território. Aconcretização da terceira etapa permitiu, então, aformalização da Primeira Audiência Pública <strong>do</strong>FIGURAS 1, 2 E 3 – IMAGENS DA 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PDOTPDOT/2006. As repercussões obtidas naAudiência Pública serviram, então, como basepara a retomada <strong>do</strong>s trabalhos.A partir desses elementos iniciou-se,então, a quarta etapa, com o processo dediscussão com os organismos técnicos dasdiversas agências interessadas no planejamentoterritorial. A idéia era que tais discussõesresultassem numa proposta preliminar,concretizada por um anteprojeto de lei a serapresenta<strong>do</strong> na Segunda Audiência Pública,como de fato ocorreu. Ao mesmo tempo, deu-secontinuidade, via INTERNET e, também, comreuniões em diversos locais, à apresentação depropostas para representantes da população. To<strong>do</strong>o processo descrito culminou com a 2ª AudiênciaPública. (Figuras 1, 2 e 3)As mudanças decorrentes das propostas da 1ªe 2ª Audiências Públicas e <strong>do</strong>s debates comorganismos públicos e priva<strong>do</strong>s, ensejaram aelaboração de uma proposta preliminar de Lei <strong>do</strong>PDOT a ser apresentada na 3ª Audiência Pública.O fluxo exposto a seguir, indica em linhas gerais ocaminho percorri<strong>do</strong> para a elaboração <strong>do</strong> PDOT2006 <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> (Figura 4).Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200712


FIGURA 4 – METODOLOGIA GERAL DO PDOT4. PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADEA estratégia de participação dasociedade foi concebida com o intuito de propiciar amobilização da sociedade para um debate amplo edemocrático em torno das prioridades e daspropostas de desenvolvimento a seremcontempladas e pactuadas no PDOT, ten<strong>do</strong> comorequisitos fundamentais:● o envolvimento da sociedade na identificaçãode demandas, definição de prioridades econstrução coletiva de propostas que visam àpromoção <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável;● a garantia da transparência das ações degoverno;● o aperfeiçoamento <strong>do</strong> planejamento e dagestão urbana territorial a partir de uma visãomultisetorial sobre a organização <strong>do</strong> território;● a incorporação de práticas e mecanismosque viabilizem a continuidade da participaçãoda sociedade durante a implementação dapolítica urbana;● a cooperação e co-responsabilidade entre osagentes sociais para a efetivação daspropostas <strong>do</strong> plano.A estratégia de participação dasociedade foi organizada de forma a contemplar osdiversos agentes representativos locais e alcançara totalidade <strong>do</strong> território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.Envolveu a realização de eventos destina<strong>do</strong>s àmobilização da sociedade, tais como reuniões,audiências, consultas públicas e debates, além deseminários sobre a temática territorial, visan<strong>do</strong> acriar insumos que subsidiassem as propostas <strong>do</strong>Plano Diretor.A leitura comunitária desenvolveu-se apartir de reuniões locais, audiências regionais e deaudiências públicas, em diferentes níveis deaproximação com a comunidade. (Figuras 5 e 6)Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200713


FIGURA 5 E 6 – IMAGENS DAS AUDIÊNCIAS LOCAIS DO PDOTFIGURA 7 – ESTRATÉGIA DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADEPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200714


a) Reuniões locaisAs reuniões locais tiveram por objetivomobilizar a sociedade e recolher contribuições eleituras das comunidades locais, da maneira maisampla possível. Nesta etapa, as AdministraçõesRegionais foram responsáveis pela convocação dasociedade, através das associações, entidades eorganizações locais representativas <strong>do</strong>s diferentessegmentos sociais. As reuniões locais ocorreramem <strong>do</strong>is momentos:● Reuniões Locais de Mobilização: visavamfomentar a participação da sociedade noprocesso de revisão <strong>do</strong> PDOT, divulgan<strong>do</strong> oseventos programa<strong>do</strong>s, esclarecen<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong>e a abrangência <strong>do</strong> PDOT e recolhen<strong>do</strong>informações sobre demandas locais. Foramrealizadas 64 reuniões, em todas as 29 RegiõesAdministrativas e em algumasSubadministrações, conforme solicitação daslideranças locais. Participaram destas reuniões,mora<strong>do</strong>res, associações e entidades locais,além de representantes de organizações nãogovernamentais e movimentos sociais.● Reuniões Locais de Operacionalização: tinhampor objetivo agregar as contribuições dascomunidades ao processo de revisão <strong>do</strong> PDOT,cujas propostas foram sistematizadas deacor<strong>do</strong> com 6 temas.b) Audiências RegionaisAs Audiências Regionais foramplanejadas para abranger seis unidades territoriaisdelimitadas com base nas semelhanças <strong>do</strong>sproblemas, proximidade territorial e correlaçãode dinâmicas urbanas, contemplan<strong>do</strong> oagrupamento das, à época, 28 AdministraçõesRegionais que integram to<strong>do</strong> o território <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>. Na concepção original, foiplaneja<strong>do</strong> como um ciclo de 6 eventos. Noentanto, durante as reuniões locais deoperacionalização, as RAs <strong>do</strong> Lago Norte eVarjão pleitearam a realização de uma AudiênciaRegional própria, independente da AudiênciaRegional da Área Central Adjacente, queintegrava originalmente as RAs <strong>do</strong> Lago Sul,Park Way, Lago Norte e Varjão, crian<strong>do</strong> assimuma sétima Audiência Regional.Durante a semana de realização dasAudiências Regionais planejadas ocorreramoutras alterações na agenda, com a marcaçãode um novo ciclo de Audiências Regionais porreivindicação de grupos sociais representantesdas Áreas Oeste, Central e Central AdjacenteNorte. Foram realizadas ao to<strong>do</strong> 10 AudiênciasRegionais em junho de 2005.Os principais insumos da realizaçãodas Audiências Regionais foram:● a sistematização <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nasreuniões locais realizadas nas etapasanteriores; e● a consolidação de um diagnóstico síntese,abordan<strong>do</strong> aspectos ambientais, urbanos erurais que caracterizam a ocupação territorial<strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.O objetivo central das AudiênciasRegionais foi confirmar e construir as diretrizespreliminares para a revisão <strong>do</strong> PDOT, com basenas propostas e sugestões encaminhadas pelaslideranças locais e pelos mora<strong>do</strong>res das áreascontempladas, em cada uma das AudiênciasRegionais.QUADRO 1 - UNIDADES DE TRABALHO -AUDIÊNCIAS REGIONAISRegiãoUnidade de trabalhoAdministrativaÁrea Norte/ NordesteÁrea SudesteÁrea Sul/Su<strong>do</strong>esteÁrea OesteÁrea Central AdjacenteSulÁrea CentralÁrea Central AdjacenteNortePlanaltinaSobradinhoSobradinho llItapoãJardim BotânicoParanoáSão SebastiãoGamaNúcleo BandeiranteRecanto das EmasRiacho Fun<strong>do</strong>Riacho Fun<strong>do</strong> llSanta MariaÁguas ClarasBrazlândiaCeilândiaGuaráSamambaiaSCIATaguatingaLago SulPark WayCandangolândiaCruzeiroPlano PilotoSu<strong>do</strong>este/OctogonalLago Norte e VarjãoPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200715


c) Audiências Públicas Gerais:As Audiências Públicas Geraisconstituíram momentos de consolidação de todasas etapas <strong>do</strong> processo de discussão com asociedade. As Audiências Públicas objetivam aconstrução e aprovação das propostas a seremcontempladas no Anteprojeto de Lei <strong>do</strong> PDOT.A 1ª Audiência Pública Geral estevevoltada à aprovação <strong>do</strong>s Objetivos e DiretrizesGerais <strong>do</strong> Plano e a 2ª Audiência Pública Geral foivoltada à apresentação <strong>do</strong> Anteprojeto de Lei.Estiveram presentes à 1ª AudiênciaPública, 886 participantes e as principais questõesabordadas nas manifestações verbais e escritasforam: transformação de área urbana em área rurale vice-versa; regularização fundiária (Sol Nascente,São Sebastião, Altiplano, Jardim Botânico, dentreoutros con<strong>do</strong>mínios), Plano Diretor Local, epreservação <strong>do</strong> meio ambiente, foco das maiorespolêmicas.Na 2ª Audiência Pública, estiverampresentes um total de 1.289 participantes e asprincipais questões abordadas durante a SessãoPlenária de Manifestação Pública, referem-se aquestionamentos relaciona<strong>do</strong>s à classificação dasáreas rurais; à preocupação com a densidadehumana versus moradia; áreas e habitações deinteresse social; área urbana versus área rural;regularização ambiental; regularização fundiária;ilegalidade <strong>do</strong>s con<strong>do</strong>mínios horizontais, dentreoutras. Como resulta<strong>do</strong> da 2ª audiência, foramencaminha<strong>do</strong>s 430 formulários com sugestões aoPDOT, sen<strong>do</strong> 115 deles via AdministraçõesRegionais. O Título III, que trata <strong>do</strong> Planejamento<strong>do</strong> Território, foi o que recebeu o maior númerode propostas, num total de 249. Todas assugestões apresentadas foram analisadas pelostécnicos da SEDUMA.4.1 Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processoparticipativoTodas as demandas e propostasapresentadas pelas comunidades, sejam elasresultantes das reuniões locais, AudiênciasRegionais, Audiências Públicas Gerais ouapresentadas em forma de <strong>do</strong>cumento escrito,foram recebidas, tabuladas e sistematizadas deacor<strong>do</strong> com os temas apresenta<strong>do</strong>s a seguir.TEMA 1: Desenvolvimento Econômico eSocialRelaciona<strong>do</strong> com as alternativas de geração deemprego e renda através da atração deatividades econômicas diversificadas ecomplementares, compatíveis com assingularidades ambientais, econômicas, sociais eculturais que caracterizam a ocupação <strong>do</strong>território, bem como a inserção da populaçãomenos favorecida no merca<strong>do</strong> de trabalho.TEMA 2: Mobilidade Urbana e TransportesRelaciona<strong>do</strong> com o problema da circulação dapopulação em to<strong>do</strong> o território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>a partir de um sistema de mobilidade que priorizeos mo<strong>do</strong>s de transportes coletivos e aincorporação <strong>do</strong>s preceitos da acessibilidade:inclusão social, equiparação de oportunidades, e oexercício pleno da cidadania.TEMA 3: Sistema de planejamento e gestãoterritorialRelaciona<strong>do</strong> com o aprimoramento <strong>do</strong> Sistema dePlanejamento e Gestão Territorial, para queconstitua um processo contínuo, democrático,participativo e dinâmico de qualificação dasfunções inerentes ao próprio sistema, visan<strong>do</strong> àampliação da cidadania e <strong>do</strong> controle social.TEMA 4: Habitação e regularizaçãofundiáriaRelaciona<strong>do</strong> com a problemática da habitação e daregularização fundiária sustentável, de forma apromover a qualidade de vida de toda a populaçãoe a reconfiguração da paisagem urbana através daotimização da infra-estrutura existente edemocratização <strong>do</strong> acesso à terra urbana e àmoradia digna.TEMA 5: Proteção <strong>do</strong> patrimônio ambiental eculturalRelaciona<strong>do</strong> com a qualificação <strong>do</strong> território <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, mediante a proteção e valorizaçãode seu patrimônio urbano e ambiental (cultural enatural), visan<strong>do</strong> à mitigação <strong>do</strong>s processos dedegradação <strong>do</strong> meio ambiente, decorrentes dapoluição, usos incompatíveis e saneamentodeficiente.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200716


TEMA 6: Uso e ocupação <strong>do</strong> território -macrozoneamentoRelaciona<strong>do</strong> com a organização e regulamentação<strong>do</strong> uso e da ocupação <strong>do</strong> território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, otimizan<strong>do</strong> a infra-estrutura existente,redistribuin<strong>do</strong> os benefícios da urbanização egarantin<strong>do</strong> espaços para o desenvolvimentosustentável de atividades urbanas e rurais.Foi registra<strong>do</strong> um total de 14.878participantes a to<strong>do</strong>s os eventos. A tabela abaixoespecifica as participações por unidade de trabalhono caso das reuniões locais e AudiênciasRegionais.Territorial (16,3%) e DesenvolvimentoSustentável e Geração de Empregos (12,1%).Pode-se afirmar que o processo departicipação popular na revisão <strong>do</strong> PDOT traduz,em termos socioespaciais, como que apopulação pensa o território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>,ao identificar quais são os seus principaisanseios e necessidades. Pôde-se concluir pelocaráter das propostas que a principalpreocupação da população refere-se à qualidadede vida, seja em termo de condições de moradiae <strong>do</strong> acesso a equipamentos urbanos ecomunitários, seja em termos de mobilidadeurbana.Outro ponto a ser destaca<strong>do</strong> é a emergência dedemandas referentes à necessidade de novoscanais de comunicação entre os gestores urbanose a população como um to<strong>do</strong>, o que demonstrou aimportância de um novo desenho para o Sistemade Planejamento e Gestão Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>.Por fim, a participação popular refletidano processo de revisão <strong>do</strong> PDOT representa umgrande avanço na tentativa de aproximação dagestão territorial e da população possibilitan<strong>do</strong>,dessa forma, a construção de um novo paradigmade gestão e ordenamento territorial basea<strong>do</strong> namaior aderência à cidade real e inclusiva.Em uma análise das propostasencaminhadas e apresentadas pela comunidade,observou-se que <strong>do</strong> total de 5792 propostas feitaspela população ao longo das reuniões locais e dasaudiências regionais, cerca de 69% delas foramclassificadas como pertinentes aos PlanosDiretores Locais, da<strong>do</strong> que tratavam-se deintervenções mais de caráter local, como é o casode destinação de áreas para construção deequipamentos públicos comunitários, mostran<strong>do</strong> aurgência com que questões mais próximas seapresentam a população.Das propostas mais diretamente afetasao PDOT identificou-se que no tema Habitação,Equipamentos Públicos e Infra-Estruturaconcentram cerca de 41% <strong>do</strong> total de proposições,seguidas por propostas referentes à MobilidadeUrbana (18,9%), especialmente nas propostas daÁrea Oeste, Sistema de Planejamento e GestãoTABELA 1 – TOTAL DE REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, SEGUNDO AS UNIDADES DETRABALHO – DISTRITO FEDERAL, 2006Unidade Trabalho Reuniões N° de ParticipantesCentral 14 711Central Adjacente 31 1.458Norte Nordeste 23 1.401Oeste 22 2.750Su<strong>do</strong>este 12 2.619Sul Su<strong>do</strong>este 60 3.7531ª Audiência Pública 1 8862ª Audiência Pública 1 1.3003ª Audiência Pública 1 ***Total 165 14.878Fonte: Seduh, 2006Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200717


5. ANÁLISE DA PROBLEMÁTICATERRITORIAL FACE AOPDOT/1997A identificação <strong>do</strong>s principais problemase conflitos detecta<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong> monitoramento<strong>do</strong> PDOT/1997 e de seus rebatimentos naocupação <strong>do</strong> território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> constituiuma etapa relevante para adequar o instrumento –Plano Diretor – à realidade atual e às intenções <strong>do</strong>planejamento.O Plano Diretor de OrdenamentoTerritorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, Lei Complementar n°17, de 28 de janeiro de 1997, foi concebi<strong>do</strong> comoum <strong>do</strong>s instrumentos das políticas de ordenamentoterritorial e de desenvolvimento urbano, conformedispõe a Lei Orgânica <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>. OPDOT/1997 abrange objetivos, estratégias ediretrizes setoriais <strong>do</strong> ordenamento territorial; omacrozoneamento <strong>do</strong> território; as ações,programas e projetos prioritários; os instrumentosda política de desenvolvimento urbano; e o Sistemade Planejamento Territorial e Urbano.Ao longo desses anos deimplementação, observa-se o distanciamento entreo planejamento e a realidade que se instaura, entreos planos e programas e os processos sociais deapropriação <strong>do</strong> espaço. Esta situação é decorrenteda própria dinâmica da urbanização no <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, que exige a constante avaliação e reflexãoacerca <strong>do</strong> planejamento, a fim de que suaspropostas sejam capazes de responder àsdemandas relativas ao desenvolvimento dacidade.Para a análise <strong>do</strong>s conflitos <strong>do</strong>PDOT/1997 com a realidade, foram analisa<strong>do</strong>s<strong>do</strong>is grupos temáticos. O primeiro trata os temasafetos à estrutura administrativa <strong>do</strong> poderexecutivo, que são as estratégias setoriais; asações, programas e projetos prioritários; e oprocesso implantação <strong>do</strong> Sistema dePlanejamento Territorial e Urbano. Aimplementação destes temas dependeu desde1997 da estrutura <strong>do</strong> governo, e da previstacompatibilização <strong>do</strong> PDOT com os demaisinstrumentos de planejamento governamental,questões que envolvem a capacidadeinstitucional, a destinação de recursos, aformulação de políticas setoriais compatíveis e,enfim, a própria articulação intragovernamental.O segun<strong>do</strong> grupo de temas refere-seao controle <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo, incluin<strong>do</strong>o macrozoneamento e os instrumentos depolítica de desenvolvimento urbano, elementosque determinam regras a serem cumpridas porto<strong>do</strong>s, afetan<strong>do</strong> a conduta não apenas <strong>do</strong> setorpúblico, mas, também, <strong>do</strong> particular. Asdesconformidades relativas a este campo deatuação se estabeleceram pela via dairregularidade e da informalidade, alteran<strong>do</strong> aconformação de espaços que foi estabelecida noordenamento <strong>do</strong> território com o PDOT/1997.5.1 As proposições <strong>do</strong> PDOT/1997 para oplanejamento governamentalO PDOT/1997, mais <strong>do</strong> que um planoestritamente físico-territorial, aborda estratégias deordenamento territorial e diretrizes setoriais paratransportes, saneamento básico, habitação edesenvolvimento econômico, além da proposiçãode ações, programas e projetos prioritários. Sãoelementos que, por um la<strong>do</strong>, visam orientar aformulação das políticas e projetos setoriais e, poroutro, já definem aquelas medidas que sãoprioritárias no senti<strong>do</strong> de que as estratégiasestabelecidas venham a ser de fatoimplementadas.A articulação das políticas setoriais esua compatibilização com o PDOT é função <strong>do</strong>planejamento governamental, conforme previsto naLei Orgânica, art. 162. No entanto, observou-seque não tem existi<strong>do</strong> o devi<strong>do</strong> rebatimento dasestratégias, diretrizes e programas <strong>do</strong> PDOT nosdemais instrumentos de planejamento, como: oPlano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentáriase o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social.Há que se considerar que o art. 3º, <strong>do</strong> PDOT, incluientre estes instrumentos o Zoneamento Ecológicoe Econômico, que sequer foi elabora<strong>do</strong> até omomento, lacuna que persiste a despeito <strong>do</strong> prazode elaboração fixa<strong>do</strong> na Lei Orgânica <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong>, em 24 meses após sua promulgação,ocorrida em junho de 1993 (art. 26 <strong>do</strong> Ato dasDisposições Transitórias).Por outro la<strong>do</strong>, grande parte das Ações,Programas e Projetos Prioritários instituí<strong>do</strong>s peloPDOT, referi<strong>do</strong>s no art. 36 da LC n° 17/97, nãoforam convenientemente implanta<strong>do</strong>s ou não foramPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200718


sequer implementa<strong>do</strong>s. Nestas situações, está aimplantação <strong>do</strong> Centro Regional; o adensamentoda faixa de <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> metrô; a regularizaçãofundiária nas áreas urbanas; a regularização deparcelamentos; o monitoramento integra<strong>do</strong> <strong>do</strong>território; o reassentamento de agricultores eprodutores rurais; o gerenciamento integra<strong>do</strong> deresíduos sóli<strong>do</strong>s; e o tratamento sistêmico daságuas pluviais.Constata-se que as poucas açõesefetivadas, de fato, referem-se, em sua maioria,àquelas mais ligadas às atribuições da própriaSEDUMA, sem que tenha havi<strong>do</strong> a correlação,pretendida pelo PDOT, com políticas setoriais, nema sua articulação com as ações desempenhadaspelos demais órgãos setoriais. Dentre asrealizações constatadas, grande parte refere-se àelaboração de projetos urbanísticos, em suamaioria, volta<strong>do</strong>s para a habitação ou para criaçãode Áreas de Desenvolvimento Econômico – ADE, ea regularização de áreas urbanas de propriedadeda TERRACAP.Entre as principais causas destadesarticulação entre planejamento eimplementação, destaca-se a não previsão derecursos orçamentários para a execução <strong>do</strong>sprogramas; a descontinuidade entre governos,onde a concepção e a vigência <strong>do</strong> PDOT/97deram-se em momentos distintos; e a falta <strong>do</strong>estabelecimento de prazos e metas para odesenvolvimento pleno de uma política.Observam-se, também, as dificuldadesda SEDUMA, no ambiente intragovernamental, deatuar junto à coordenação <strong>do</strong> planejamento <strong>do</strong>governo no senti<strong>do</strong> de que aquelas açõesnecessárias à implementação <strong>do</strong> PDOT sejamincorporadas nas diversas leis orçamentárias.Tais dificuldades provêm das atribuiçõesconferidas à SEDUMA que não alcançam taisprocedimentos. Da mesma forma, constata-sequase nenhuma relação entre o Plano deDesenvolvimento Econômico e Social, aprova<strong>do</strong>pela Lei n° 2.390/99 e o PDOT/1997.Com relação ao Sistema dePlanejamento Territorial e Urbano <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong> - SISPLAN, que tem previsão na LeiOrgânica art. 326 com atribuição de promover aarticulação e compatibilização de políticassetoriais com vistas ao ordenamento <strong>do</strong> território,planejamento urbano, melhoria da qualidade devida da população e equilíbrio ecológico <strong>do</strong><strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, há a necessidade de adequá-loà atual estrutura administrativa <strong>do</strong> <strong>Governo</strong>,resultante de sucessivas reestruturações, bemcomo de estabelecer sua conexão com novosConselhos constituí<strong>do</strong>s (CONPRESB, CONHAB,CONAM, entre outros) e atender às exigênciasquanto ao processo de participação popular,conforme disposto no Estatuto das Cidades.O SISPLAN, nos termos <strong>do</strong> art. 55, <strong>do</strong>PDOT, tem como órgão superior o Conselho dePlanejamento Territorial e Urbano - CONPLAN;como órgão central, a instituição diretamenteresponsável pela política de ordenamentoterritorial e urbano <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> que, naatualidade, é a Secretaria de Esta<strong>do</strong> deDesenvolvimento Urbano e Meio Ambiente -SEDUMA; como órgão executivo, o Instituto dePlanejamento Territorial e Urbano <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong> – IPDF, já extinto; como órgãos setoriaisas entidades da Administração <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>que, direta ou indiretamente, estejam associadasao ordenamento territorial e urbano e, como órgãoslocais, as Administrações Regionais.A reestruturação administrativa, com aextinção <strong>do</strong> IPDF, reuniu as competências deórgão central e executivo <strong>do</strong> SISPLAN em umamesma instituição, a SEDUH, condensan<strong>do</strong> a suaestrutura hierárquica. Contu<strong>do</strong>, a integração earticulação entre órgãos setoriais e locais sãobastante dificultadas pela complexidade daestrutura administrativa <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>.Constata-se com certa freqüência quealgumas atribuições não estão claramentedefinidas, outras são conferidas extrapolan<strong>do</strong> ascompetências <strong>do</strong> órgão e há situações desobreposição de competências. A Secretaria deEsta<strong>do</strong> de Planejamento e Gestão, responsávelpelo planejamento <strong>do</strong> governo, pela elaboração eacompanhamento das leis orçamentárias e peloPlano Plurianual, com atribuição de coordenação earticulação das políticas setoriais, integra oSISPLAN na simples condição de órgão setorial, oque não favorece a compatibilização <strong>do</strong>s diversosinstrumentos <strong>do</strong> planejamento governamental.Por outro la<strong>do</strong>, a nova subdivisão deRegiões Administrativas, passan<strong>do</strong> de 19 para 29RAs, dificulta sua função como órgãos locais <strong>do</strong>SISPLAN. A divisão anterior apresentavaPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200719


correspondência direta com a estrutura territorial,de tal forma que cada aglomeração urbanacorrespondia a uma Região Administrativa.Atualmente, a nova divisão promoveu afragmentação de certas aglomerações em mais deuma Região Administrativa, apesar da tentativa dese manter alguma correspondência com os setorescensitários para manutenção de série histórica deda<strong>do</strong>s. Além disso, as novas RAs legitimam osloteamentos irregulares como potenciaisaglomerações.As questões apresentadas indicam anecessidade de que o PDOT, em sua revisão,considere a estrutura administrativa existente eproponha um novo desenho para o planejamentourbano no <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> e SISPLAN, e torne maisexplícitas as ações e projetos que devem serimplementa<strong>do</strong>s a fim de que os objetivos <strong>do</strong> Planosejam alcança<strong>do</strong>s.diretrizes de manutenção <strong>do</strong>s espaços ruraisprodutivos entremea<strong>do</strong>s às áreas urbanas, fatoque compromete qualquer ação no senti<strong>do</strong> daindução ao desenvolvimento urbano na ZonaUrbana de Dinamização. (Figura 8)A própria introdução das ÁreasEspeciais de Proteção – porções <strong>do</strong> territóriosobrepostas ao zoneamento – que exigemparâmetros e diretrizes relativos ao uso eocupação <strong>do</strong> solo diferencia<strong>do</strong>s daqueles daszonas onde se inserem e preponderantes a elas(tais como as Áreas Rurais Remanescentes, quese referem a espaços rurais em zona urbana)expõe a contradição na identificação <strong>do</strong>s espaçosdestina<strong>do</strong>s aos usos urbanos e rurais.Ao inserir áreas rurais em zona urbana,o PDOT as identifica vocacionadas ao uso urbano,no entanto exige a manutenção <strong>do</strong>s usos rurais,crian<strong>do</strong> o conflito de gestão e favorecen<strong>do</strong>, emcerta medida, a ocupação irregular. Nesteparticular, a situação mais grave é a da ColôniaFIGURA 8 – VETOR DE EXPANSÃO URBANA SEGUNDO PDOT/1997 E LIMITAÇÕES À OCUPAÇÃO5.2 Conflitos entre o uso e ocupação <strong>do</strong> soloatual e o macrozoneamento defini<strong>do</strong> peloPDOT/1997Da análise <strong>do</strong> macrozoneamentoconstante <strong>do</strong> PDOT/1997, em confronto com astendências observadas quanto à organização <strong>do</strong>sespaços àquela época, já se observamcontradições intrínsecas à proposta entãoapresentada. A exemplo <strong>do</strong> vetor de expansãourbana principal, proposto no eixo sul, destina<strong>do</strong> àdinamização preferencial, que está fortementesujeito a restrições devi<strong>do</strong> à proteção demananciais para abastecimento público e àsPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200720


Agrícola Vicente Pires, cujas chácaras foram emsua maioria parceladas irregularmente, com umaocupação atual praticamente irreversível, sujeita aaltos custos de implantação de infra-estrutura,devi<strong>do</strong> às limitações impostas pela capacidade desuporte da Bacia <strong>do</strong> Paranoá.Com relação ao eixo de expansão sul,restan<strong>do</strong> tão poucos espaços que estão de fatodisponíveis ao processo de urbanização, verifica-seque a sua saturação tem se agrava<strong>do</strong>, ao mesmotempo em que os eixos de expansão secundáriosem direção às cidades de Águas Lindas e SantoAntônio <strong>do</strong> Descoberto, destina<strong>do</strong>s à contençãopreferencial, vêm-se constituin<strong>do</strong> pela via dairregularidade, como o Sol Nascente (em local dealta sensibilidade ambiental) e o Setor HabitacionalÁgua Quente.Observa-se, ainda, a expansãohorizontal ao re<strong>do</strong>r das cidades de Planaltina eSobradinho, e a consolidação e expansão em umeixo leste, que se estende ao longo da porçãooeste da APA <strong>do</strong> São Bartolomeu, incluin<strong>do</strong> SãoSebastião e os con<strong>do</strong>mínios da região da ESAF.Ressalta-se que este eixo leste está sujeito àsrestrições de saneamento ambiental e a outrasimpostas pelo zoneamento ambiental em vigor daAPA <strong>do</strong> São Bartolomeu, que não permite partedas ocupações urbanas já implantadas. Anecessária revisão <strong>do</strong> cita<strong>do</strong> zoneamentoambiental, em função <strong>do</strong> grau de consolidação daocupação existente, não tem horizonte defini<strong>do</strong>, oque deixa tais situações com dificuldades pararegularização ambiental.Por último, na continuidade daocupação leste, surge um novo eixo deexpansão urbana de menor magnitude, nãoaponta<strong>do</strong> em 1997, ao longo da DF 140, cujaocupação vem-se intensifican<strong>do</strong>.FIGURA 9 – NOVO EIXO DE EXPANSÃO URBANAO quadro de expansão da cidade tem-seconfigura<strong>do</strong> de forma fragmentada e dispersa noterritório, padrão que se impõe principalmente pelavia da irregularidade. Esta tendência de ocupaçãonão foi suficientemente explorada no PDOT/1997e, portanto, não encontra em suas proposições oPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200721


devi<strong>do</strong> tratamento mediante a aplicação deinstrumentos adequa<strong>do</strong>s. Os custos sociais,econômicos e ambientais de tal urbanização sãomuitos e se traduzem nas dificuldades para ampliaras infra-estruturas de saneamento ambiental e paraprover adequa<strong>do</strong> sistema de transporte, elementosque reforçam as deseconomias da urbanização.Outra contradição importante contida nomacrozoneamento <strong>do</strong> PDOT/1997 diz respeito àabrangência da Zona Urbana de Uso Controla<strong>do</strong>,que corresponde às áreas urbanas inseridas nasÁreas de Proteção Ambiental <strong>do</strong> São Bartolomeu e<strong>do</strong> Descoberto. Em observância aos zoneamentosambientais de tais unidades, o PDOT/1997 ignorouocupações urbanas efetivas, como Lucena Roriz eIncra 8, no interior da APA <strong>do</strong> Descoberto, e a forçada dinâmica de expansão e consolidação daatividade urbana por pressão <strong>do</strong>s loteamentosclandestinos e irregulares na APA <strong>do</strong> SãoBartolomeu. Registre-se que, no caso da APA <strong>do</strong>São Bartolomeu, é um aspecto agravante aindefinição na elaboração <strong>do</strong>s memoriaisdescritivos <strong>do</strong>s perímetros das Zonas de UsoIntensivo 1 e 2 - ZUI 1 e ZUI 2 integrantes <strong>do</strong>Rezoneamento da APA <strong>do</strong> São Bartolomeu,aprova<strong>do</strong> pela Lei nº 1.149, de 11/07/96, eassumidas como Zona Urbana de Uso Controla<strong>do</strong>.Em todas estas situações, no entanto, asocupações se perpetuam sem o necessáriotratamento urbanístico e ambiental, com imensosprejuízos ambientais e ao ordenamento <strong>do</strong>território.O rebatimento da questão ambientalno macrozoneamento <strong>do</strong> PDOT é um grandedesafio a ser enfrenta<strong>do</strong> com objetividade erealismo, uma vez que a demora na elaboração<strong>do</strong>s Planos de Manejo das Unidades deConservação e revisão <strong>do</strong>s zoneamentosdesatualiza<strong>do</strong>s e/ou desconformes com arealidade instalada, aliada ao fato de que a maiorparte <strong>do</strong> território encontra-se inserida emalguma categoria de Unidade de Conservação -UC, acarreta dificuldades na elaboração dediretrizes de uso e ocupação <strong>do</strong> solo paradiversas áreas que, em princípio, deveriam estarsubmetidas às diretrizes referentes a estas UCs.Assinaladas as contradições <strong>do</strong>PDOT/1997, a avaliação <strong>do</strong> plano consideratambém as ocupações que se contrapõem àsdeterminações <strong>do</strong> macrozoneamento e seusdispositivos, conforme abaixo descritas.Com relação às já mencionadas Áreasde Diretrizes Especiais, em particular, as ÁreasEspeciais de Proteção - Rurais Remanescentes,de Proteção de Mananciais, com RestriçõesFísico-Ambientais e de Lazer Ecológico –ocorreram diversas ocupações desconformescom os parâmetros e diretrizes estabeleci<strong>do</strong>s noPlano.Constata-se uma forte tendência dereparcelamento urbano das chácaras inseridasem Áreas Rurais Remanescentes, sobretu<strong>do</strong>aquelas em Zona Urbana de Dinamização,situadas próximas aos núcleos urbanos deTaguatinga, Ceilândia, Samambaia, Guará eNúcleo Bandeirante. A categoria de Áreas RuraisRemanescentes foi estabelecida pelo PDOT/1997visan<strong>do</strong> à preservação <strong>do</strong>s recursos naturaisexistentes ao longo <strong>do</strong>s córregos situa<strong>do</strong>s naszonas urbanas. Nestas áreas eram permiti<strong>do</strong>s osusos compatíveis com a dinâmica rural, visan<strong>do</strong>resguardar o exercício da atividade agropecuária eagroindustrial. A gestão destas áreas foi atribuída,inicialmente, à Fundação Zoobotânica <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong><strong>Federal</strong> (art. 87, <strong>do</strong> PDOT) e, posteriormente, foitransferida à extinta Secretaria de Esta<strong>do</strong> deAssuntos Fundiários, que pouco realizou. Hoje,esta atribuição cabe à Secretaria de Esta<strong>do</strong> deAgricultura, Pecuária e Abastecimento - SEAPA.Entre as principais causas atribuídas à ocupaçãourbana indesejada nestas áreas destacam-se:● a extinção da Fundação Zoobotânica;● a falta de parâmetros e diretrizes claras deocupação;● a valorização imobiliária face à proximidade denúcleos urbanos consolida<strong>do</strong>s e aos principaiscorre<strong>do</strong>res de transporte coletivo;● a falta de fiscalização eficiente <strong>do</strong> PoderPúblico.Outra questão refere-se às Áreas deProteção de Manancial que, desde a aprovação <strong>do</strong>PDOT/1997, vem-se configuran<strong>do</strong> em importanteinstrumento na preservação da qualidade <strong>do</strong>srecursos hídricos destina<strong>do</strong>s à atividade de captare distribuir água de boa qualidade para oatendimento da população. O avanço <strong>do</strong> processode urbanização por ocupações irregulares, emPlano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200722


especial o instala<strong>do</strong> na bacia de captação <strong>do</strong>córrego Cachoeirinha, aponta para a necessidadede aperfeiçoamento <strong>do</strong>s instrumentos de gestãodestas áreas. Verifica-se ainda, a necessidade de:● criação de novas áreas, em função de novospontos de captação que entraram em atividadedesde a aprovação <strong>do</strong> PDOT/1997;● adequação de áreas que foram englobadaspela criação de unidades de conservação demaior restrição;● instituição de instrumento legal que garanta ainclusão, nesta categoria, de novos pontos decaptação que entrem em atividadeposteriormente à aprovação <strong>do</strong> plano. Entendeseque as Áreas de Proteção de Manancial sãoaquelas destinadas à conservação,recuperação e manejo das bacias hidrográficasa montante <strong>do</strong>s pontos de captação da CAESB,em atividade.As áreas com Restrições Físico-Ambientais criadas pelo PDOT/1997 justificamcuida<strong>do</strong>s especiais quanto ao seu uso e ocupaçãodevi<strong>do</strong> às suas características ou proximidade comZonas de Conservação Ambiental. Compreendemas faixas de tamponamento no entorno deunidades de conservação e as áreas suscetíveis àerosão nas imediações de zonas urbanas. Nestasáreas, observa-se a intensificação da ocupação porinvasões de baixa renda, em especial nas bordasde Ceilândia e no entorno <strong>do</strong> Parque Nacional. Aregularização e/ou remoção de população destasáreas, está condicionada muito mais pela rígidaobediência aos critérios estabeleci<strong>do</strong>s nalegislação ambiental, <strong>do</strong> que pela existênciadesta categoria no macrozoneamento <strong>do</strong> PDOT.As Áreas de Lazer Ecológico criadascom o objetivo de comportar atividades de lazere educação ambiental, compreendem parquesecológicos, monumentos naturais e cavernasconsideradas de preservação permanente. AsÁreas de Lazer Ecológico estão sujeitas àlegislação específica. Nestas áreas deveria serestimulada a implantação de infra-estruturaadequada ao acesso e à visitação pública. Coma criação da Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Parques eUnidades de Conservação – COMPARQUES,algumas dessas ALEs foram absorvidas com acriação de parques. Cabe ressaltar anecessidade de publicação, por parte <strong>do</strong> órgãoresponsável pelo gerenciamento das Unidadesde Conservação, <strong>do</strong>s memoriais descritivos <strong>do</strong>sperímetros das unidades criadas. As demaissituadas em áreas particulares não tem si<strong>do</strong>objeto de ações <strong>do</strong> Poder Público.A concepção da Área deMonitoramento Prioritário pelo PDOT/1997indicada no macrozoneamento se mostrou depouco êxito, não ten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s práticos nacontenção da ocupação irregular. Novasocupações irregulares vêm se intensifican<strong>do</strong> aolongo deste eixo e novos surgiram nas áreaslindeiras aos principais corre<strong>do</strong>res de transporte,em continuidade ao teci<strong>do</strong> urbano consolida<strong>do</strong> eainda em porções isoladas da área rural.Considera-se, portanto, que as ações demonitoramento não devem estar voltadasprioritariamente para uma região, e sim para atotalidade <strong>do</strong> território.O quadro das ocupações irregulares,marca<strong>do</strong> pela presença de loteamentosclandestinos e irregulares, embora já enfrenta<strong>do</strong>quan<strong>do</strong> da elaboração <strong>do</strong> PDOT/1997, aindapersiste.Outro aspecto que merece destaque é oaumento de invasões por população de baixarenda no território <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>. Em 2004, OSistema de Monitoramento de Invasões de BaixaRenda, em fase de implementação por estaSEDUMA, apontou a existência de 181 invasões.Estes números demonstram que aproximadamente4,0% da população total <strong>do</strong> DF reside, atualmente,em invasões.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200723


FIGURA 10 – CONFLITOS COM O MACROZONEAMENTO5.3 Avaliação <strong>do</strong>s instrumentos de políticaurbana instituí<strong>do</strong>s pelo PDOT/1997Entre os principais instrumentosinstituí<strong>do</strong>s pelo PDOT estão os Planos DiretoresLocais. Entretanto, desde a edição <strong>do</strong> PDOT até omomento, apenas cinco PDLs foram elabora<strong>do</strong>s:Sobradinho (Lei Complementar n.º 56, de30/12/97), Taguatinga (Lei Complementar n.º 90,de 11/03/98), Candangolândia (Lei Complementarn.º 97, de 08/04/98), Ceilândia (Lei Complementarn.º 314, de 01/09/2000), Samambaia (LeiComplementar n.º 370, de 02/03/2001) e Gama(Lei Complementar nº728/06). Embora elabora<strong>do</strong>sos PDLs de Planaltina e <strong>do</strong> Guará ainda aguardamaprovação da Câmara Legislativa.A demora na elaboração <strong>do</strong>s PDLs vemcausan<strong>do</strong> diversos problemas como a indefiniçãodas normas de uso e ocupação <strong>do</strong> solo, apersistência e proliferação de usos indeseja<strong>do</strong>s e aedição de um volume enorme de leis sobreaumento de potencial construtivo, desafetação deáreas e alteração de uso (no presente, a Emendan.º 40, à Lei Orgânica, em 30/12/2002, que incluiuo art. 56, proibin<strong>do</strong> a edição de novas leis até aaprovação <strong>do</strong>s Planos Diretores Locais).Há que se rever, ainda, a articulação <strong>do</strong>sPDLs em relação ao PDOT, redefinin<strong>do</strong> os papéisde cada um, ten<strong>do</strong> em vista a tendência atual de secriar Regiões Administrativas (atualmente 29 RAs)em áreas que tem características locais, semnenhuma autonomia urbana, que funcionam comobairros de RAs já consolidadas.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200724


Em decorrência, as atuais práticas deplanejamento local devem ser ajustadas. Aelaboração <strong>do</strong>s Planos Diretores Locais por RegiãoAdministrativa deve ser repensada, no senti<strong>do</strong> dese buscar unidades de planejamento mais globais,que abranjam as Regiões Administrativas quepossuam similaridades, permitin<strong>do</strong> maiorarticulação entre elas e garantin<strong>do</strong> maior agilidadeao processo de elaboração <strong>do</strong>s PDLs.O quadro <strong>do</strong> parcelamento <strong>do</strong> solourbano no <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> também é complexo.Inexiste até hoje uma Lei Geral que disponha sobrea matéria. O <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> conta com uma sériede leis esparsas e sobrepostas, muito maisvoltadas para problemas específicos, incapazes deracionalizar e agilizar a aprovação <strong>do</strong>sparcelamentos priva<strong>do</strong>s, que continuam se dan<strong>do</strong>sem controle <strong>do</strong> Poder Público. A edição das LeisFederais nº 9.785/99, que alterou a Lei nº 6766/79,e nº 10.257/01, introduziram, ainda, alteraçõessubstanciais neste tema, que necessitam seracolhidas pela legislação distrital.No caso <strong>do</strong>s instrumentos jurídicos eurbanísticos instituí<strong>do</strong>s pelo PDOT, as OutorgasOnerosas <strong>do</strong> Direito de Construir e de Alteração deUso, bem como, a aplicação <strong>do</strong>s recursos com elasauferi<strong>do</strong>s, junto ao Fun<strong>do</strong> de DesenvolvimentoTerritorial e Urbano <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> -FUNDURB, precisam ser revistos à luz <strong>do</strong> quedispõe o Estatuto da Cidade.O PDOT/1997 previu as macrozonasonde estes instrumentos teriam aplicaçãoprioritária, Zonas Urbanas de Dinamização e deConsolidação, e remeteu aos PDLs e, na faltadestes, à leis específicas o estabelecimento <strong>do</strong>scoeficientes de aproveitamento, <strong>do</strong>s usos aserem permiti<strong>do</strong>s e das áreas onde incidiriam.Entretanto, a falta destes PDLs, conforme cita<strong>do</strong>,acarretou uma grande quantidade de leispontuais referentes a aumento de potencialconstrutivo e alteração de uso, só interrompidacom a edição da Emenda n.º 40, à LODF.Outro problema tem si<strong>do</strong> a aplicaçãolimitada <strong>do</strong>s recursos decorrentes daarrecadação destes instrumentos junto aoFUNDURB que, atualmente, prevê, apenas, apromoção de programas habitacionais de baixarenda, o que entra em confronto direto com oprevisto no Estatuto da Cidade. Para adequar-seao art. 31 desta lei, a aplicação <strong>do</strong>s recursosprovenientes destes instrumentos deve serampliada para o financiamento da execução dapolítica de desenvolvimento urbano de mo<strong>do</strong>geral, incluin<strong>do</strong> outros aspectos, como: aregularização fundiária, a constituição de reservafundiária, o ordenamento e direcionamento daexpansão urbana, a implantação deequipamentos urbanos e comunitários, a criaçãode espaços públicos de lazer e áreas verdes, acriação de unidades de conservação ou outrasáreas de interesse ambiental, além da proteçãode áreas de interesse histórico, cultural oupaisagístico.Alia<strong>do</strong> a isso, existe enormedificuldade na liberação <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong>FUNDURB, que, embora identifica<strong>do</strong>s, nãopossuem conta específica, sen<strong>do</strong> recolhi<strong>do</strong>s juntoao Tesouro <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong>, o que dificulta o seudesembolso financeiro.Há que se estudar, ainda, uma alteração<strong>do</strong>s coeficientes de redução estabeleci<strong>do</strong>s pelalegislação que instituiu os cita<strong>do</strong>s instrumentos,que muitas vezes inviabilizam a sua aplicação.Além disso, faz-se necessário promover umaestrutura adequada nas Administrações Regionaisque são responsáveis pela cobrança destesinstrumentos.É importante, assim, que o Plano Diretorestabeleça não só a estrutura de planejamento e<strong>do</strong> processo participativo, como garantia decontrole social, mas ainda, deve estabelecer,claramente, as instâncias de discussão e decisão,a sistemática para sua revisão, bem como definiros casos específicos de interesse públicocomprova<strong>do</strong> e os motivos excepcionais, previstosno art. 320 da LODF, que permitem alterações naLei que o institui antes <strong>do</strong> prazo de sua revisão.Plano Diretor de Ordenamento Territorial <strong>do</strong> <strong>Distrito</strong> <strong>Federal</strong> - Documento Técnico – Versão Final – Novembro / 200725

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