11.07.2015 Views

REDES PESSOAIS E POBREZA EM SÃO PAULO Eduardo ... - Cebrap

REDES PESSOAIS E POBREZA EM SÃO PAULO Eduardo ... - Cebrap

REDES PESSOAIS E POBREZA EM SÃO PAULO Eduardo ... - Cebrap

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

circulação e escolha social, ao contrário dos padrões característicos do mundo rural e dascidades pequenas.Wellman (2001) retoma a idéia de delimitação social e não necessariamente espacialdos vínculos em seus estudos sobre comunidades contemporâneas, apontando que as relaçõesiriam para além das fronteiras físicas. Embora concorde com Simmel que esse é um traço dassociedades modernas, o autor destaca como as novas técnicas de comunicação e transportesintensificaram o processo, ajudando a superar as barreiras físicas da vizinhança e dascomunidades. Para ele, o recente declínio da comunidade espacialmente circunscrita levouerroneamente certos pesquisadores a considerarem o fim da comunidade em geral e daíderivarem os seus efeitos sobre a solidariedade, a democracia ou mesmo a sociedade comoum todo. Para Wellman, diferentemente, as comunidades não desapareceram em períodorecente, mas apenas se transformaram, levando a interação social do “porta-a-porta” para a“lugar-a-lugar”. Esse fenômeno teria se intensificado no período mais recente em função desurgimento de novas tecnologias como a internet e o telefone celular. Dessa forma, ascomunidades contemporâneas estariam escassamente reduzidas à vizinhança e a maioria daspessoas obteria informação, apoio, e sentimentos de pertencimento em outros bairros dacidade (WELLMAN, 2001).O trabalho de Blokland (2003) vai ainda mais longe, afirmando que talvez a própriaidentidade entre comunidade e vizinhança nunca tenha existido de fato. Para a autora acontigüidade física entre indivíduos e grupos pouco nos auxilia no entendimento das relaçõesque se estabelecem entre eles. Para além da existência ou não de vizinhança, o que marcaria acomunidade estaria em identidades construídas a partir dos vínculos sociais. Daí a proposta deanálise de “comunidades individuais” no sentido de Blokland (2003), ou seja, estudar asociabilidade e integração social dos indivíduos a partir de seus vínculos pessoais, em especialaqueles com certos conteúdos que levam à formação da comunidade em sentido cultural esocial, e não apenas geográfico.Entretanto, os trabalhos de diversos outros autores nos sugerem que, ao menos emcontextos de pobreza urbana, a geografia ainda seja um elemento chave na sociabilidade. Aquestão é relativamente complexa, pois a relação entre redes e segregação espacial deve seranalisada a partir de dois ângulos distintos. Em primeiro lugar e em um sentido mais simples,é necessário analisar em que medida as redes de indivíduos pobres estão contidasespacialmente. Essa dimensão, que poderíamos chamar de localismo (para diferenciar o efeito4

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!