A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG

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74Tabela 15 - Taxas de progressão de parturição até os 24 anos, por coorte de idade eraça/cor, segundo ordem de parturição, Belo Horizonte, 2002Coorte 1 Coorte 2Parturição Branca Negra Branca Negra0 0.570 0.686 0.581 0.4301 0.456 0.398 0.560 0.7652 0.308 0.424 0.357 0.3853 0.000 0.214 0.000 0.3004 0.000 0.000 0.000 0.000Fonte: Pesquisa SRSR, Cedeplar, Belo Horizonte, 2002.Os resultados quantitativos deixam evidente as mudanças ocorridas de uma geraçãopara outra em diversos aspectos. Em termos educacionais, por exemplo, as mulheres maisjovens apresentam um melhor nível de escolaridade, quando comparadas às mais velhas. Estamelhora é particularmente visível quando se compara a categoria de 12 anos e mais de estudo,a qual revela que hoje quase duas vezes mais jovens negras chegam a universidade. Quanto àsituação conjugal, os dados mostram que na geração mais velha mais mulheres negras do quebrancas permaneciam solteiras, o que possivelmente pode explicar o fato de que umaproporção maior de negras da geração mais velha apresentava parturição de ordem zero.De uma maneira geral, os resultados apresentados até aqui mostram que tambémhouve mudanças no comportamento sexual e reprodutivo da coorte mais jovem em relação àmais velha. A geração mais jovem, como apontam os dados sobre a idade à primeira relaçãosexual, iniciam sua vida sexual mais cedo e têm o primeiro filho mais cedo do que tinham asmulheres da geração mais velha. Apesar disto, a idade mediana de primeiro casamentopermaneceu praticamente constate para estas coortes. Além disto, o percentual de mulheresmais jovens que relatam ter tido o primeiro filho antes da primeira união é mais alto do queentre as mais velhas, o que é coerente com o fato de que as mais jovens se iniciamsexualmente mais cedo e remete a uma reflexão sobre a questão do uso de contraceptivos esobre a maior aceitação dos nascimentos pré-maritais nos dias de hoje.Algumas perguntas emergem destes resultados, como por exemplo, existe uma idadeconsiderada ideal, ou mais adequada para que uma mulher se torne mãe? Como elas percebema relação entre o nascimento do primeiro filho e a formação escolar e participação no mercadode trabalho? As respostas para estas perguntas, dificilmente captadas por meio de pesquisas

75tipo surveys, são exploradas por meio de uma metodologia qualitativa e apresentadas em umcapítulo posterior.Embora a idade de primeiro casamento não tenha se alterado, é importante lembrarque a idade de primeira relação sexual mudou, ficando mais baixa para as mulheres da coortemais jovem. Este cenário sugere que, em comparação com as mais velhas, as mulheres dacoorte mais jovem estão ficando mais tempo expostas ao risco de conceber um filho antes docasamento. Dentro deste contexto, é importante saber como elas percebem a questão da idadede início da vida sexual e do primeiro casamento. Houve mudanças nas atitudes, normas evalores que regem estas idades? Como a maternidade fora do casamento é percebida pelasmulheres de diferentes gerações de idade e grupos de raça/cor? Os dados disponíveis nãopermitem responder estas questões. Entretanto, considerando a importância que estes eventosapresentam, tanto em termos de fecundidade, quanto de saúde reprodutiva, eles sãoexplorados na etapa qualitativa.O próximo capítulo deste trabalho apresenta resultados obtidos no grupos focaisrelativos à primeira relação sexual.

74Tabela 15 - Taxas de progressão de parturição até os 24 anos, por coorte de idade eraça/cor, segundo ordem de parturição, Belo Horizonte, 2002Coorte 1 Coorte 2Parturição Branca Negra Branca Negra0 0.570 0.686 0.581 0.4301 0.456 0.398 0.560 0.7652 0.308 0.424 0.357 0.3853 0.000 0.214 0.000 0.3004 0.000 0.000 0.000 0.000Fonte: Pesquisa SRSR, Cedeplar, Belo Horizonte, 2002.Os resultados quantitativos deixam evidente as mudanças ocorridas de uma geraçãopara outra em diversos aspectos. Em termos educacionais, por exemplo, as mulheres maisjovens apresentam um melhor nível de escolaridade, quando comparadas às mais velhas. Estamelhora é particularmente visível quando se compara a categoria de 12 anos e mais de estudo,a qual revela que hoje quase duas vezes mais jovens negras chegam a universidade. Quanto àsituação conjugal, os dados mostram que na geração mais velha mais mulheres negras do quebrancas permaneciam solteiras, o que possivelmente pode explicar o fato de que umaproporção maior de negras da geração mais velha apresentava parturição de ordem zero.De uma maneira geral, os resultados apresentados até aqui mostram que tambémhouve mudanças no comportamento sexual e reprodutivo da coorte mais jovem em relação àmais velha. A geração mais jovem, como apontam os dados sobre a idade à primeira relaçãosexual, iniciam sua vida sexual mais cedo e têm o primeiro filho mais cedo do que tinham asmulheres da geração mais velha. Apesar disto, a idade mediana de primeiro casamentopermaneceu praticamente constate para estas coortes. Além disto, o percentual de mulheresmais jovens que relatam ter tido o primeiro filho antes da primeira união é mais alto do queentre as mais velhas, o que é coerente com o fato de que as mais jovens se iniciamsexualmente mais cedo e remete a uma reflexão sobre a questão do uso de contraceptivos esobre a maior aceitação dos nascimentos pré-maritais nos dias de hoje.Algumas perguntas emergem destes resultados, como por exemplo, existe uma idadeconsiderada ideal, ou mais adequada para que uma mulher se torne mãe? Como elas percebema relação entre o nascimento do primeiro filho e a formação escolar e participação no mercadode trabalho? As respostas para estas perguntas, dificilmente captadas por meio de pesquisas

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