A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG

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22conquistar níveis mais elevados de capital humano do que as que iniciam sua carreirareprodutiva mais cedo. Conseqüentemente, o nascimento do primeiro filho em uma idademais jovem deixa de ser a alternativa mais atrativa para as mulheres que almejam maiorescolaridade (CARD, 1981).Estudos recentes sobre as transições das jovens brasileiros para a maternidade revelamuma relação entre entrada no mercado de trabalho, saída da escola e nascimento do primeirofilho. Ao utilizar dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida-1996/1997 (PPV), OLIVEIRA &RIOS-NETO (2004) verificam que ter o primeiro filho e depois sair da escola é uma transiçãocomum para as mulheres brasileiras que têm filhos até 15 anos. Para as que esperam alémdesta idade, a saída da escola acontece em um momento anterior ao nascimento do primeirofilho. Quanto à participação no mercado de trabalho, os autores mostram que a decisão deentrar no mercado antecede a maternidade. A maior parte das mulheres que entrou nomercado de trabalho até os 15 anos, segundo os resultados do estudo, teve o primeiro filhosomente entre 20 e 24 anos. A partir disto, os autores sugerem que o comportamentobrasileiro se assemelha ao europeu, no sentido de que as mulheres, primeiro, buscam aindependência financeira, para depois iniciarem a maternidade.O estudo de ARRUDA (2004) sobre as transições para a vida adulta mostra, a partir dedados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que, entre 1981 e 2001, asmulheres adiaram em pelo menos um ano a saída da escola - a idade mediana de saída daescola, que em 1981, era 17,5 passou para 18,4 anos em 2001. Já a idade mediana denascimento do primeiro filho foi adiada em aproximadamente dois anos, passando de 18,2anos em 1981 para 20,6 anos em 2001. Também de acordo com os resultados obtidos pelaautora, embora não existam diferenças significativas na idade de saída da escola, segundoraça/cor, as mulheres negras apresentam cerca de 1,6 anos a menos de estudo do que asbrancas. Em relação à idade de nascimento do primeiro filho, os resultados do estudorealizado por ARRUDA (2004) mostram que, em 2001, enquanto as mulheres brancasiniciaram sua vida reprodutiva aos 21,2 anos, as negras o fizeram aos 20 anos. A transiçãomais cedo para a maternidade é, tradicionalmente, efetuada por mulheres menosescolarizadas. A autora acredita que o adiamento da saída da escola e da entrada no mercadode trabalho caracterizam um prolongamento da juventude.A verificação da evolução da idade mediana de nascimento do primeiro filho, segundogrupos de idade, para as mulheres urbanas, a partir de dados da PNDS (BEMFAM, 1996)

23mostrou uma pequena redução, passando de 23,3 anos entre as mulheres de 45 a 49 anos para22,4 anos entre aquelas que tinham de 25 a 29 anos na época da pesquisa. Na região Centro-Leste, que inclui o estado de Minas Gerais, a diferença na idade mediana de nascimento doprimeiro filho entre as mulheres do grupo etário de 25 a 29 anos e aquelas do grupo de 45 a49 anos foi de 2,4 anos. Enquanto as mulheres da região Centro-Leste, que tinham entre 25 e29 anos, à época da pesquisa, tiveram seu filho por volta dos 21,4 anos, aquelas entre 45 e 49anos tiveram em torno dos 23,8 anos (BEMFAM, 1996). Além das informações mencionadas,também é importante ressaltar que, entre as mulheres de 15 a 19 anos, 18% já havia iniciadosua vida reprodutiva, seja porque informaram já ter tido algum filho ou porque estavamgrávidas, pela primeira vez, na época em que a pesquisa foi conduzida. A comparação entre asregiões brasileiras revelou que, as proporções mais baixas de adolescentes que já haviamengravidado estavam na região Centro-Leste (9%). Além disto, também foram as jovens semnenhuma escolaridade que, em maiores proporções, haviam se tornado mães durante aadolescência (51%). Entre as que possuíam de 9 a 11 anos de estudo, somente 4% informouter sido mãe enquanto adolescente (BEMFAM, 1996). A TAB. 2, a seguir, sintetiza estasinformações.Tabela 2 - Idade mediana de nascimento do primeiro filho e proporção de adolescentesque haviam iniciado a vida reprodutiva. Brasil urbano, 1996.Caracterísitcas selecionadasCoorte de idade25 a 29 anos45 a 49 anosIdade mediana22,423,3Coorte de idade - região Centro-leste25 a 29 anos21,445 a 49 anos23,8Adolescentes que haviam iniciado a vidaPercentualreprodutiva15 a 19 anos18,0região Centro-leste9,0Adolescentes que haviam iniciado a vidareprodutiva segundo escolaridadenenhuma escolaridade 5,1entre 9 e 11 anos de estudo 4,0Fonte: BEMFAM, 1996.

22conquistar níveis mais elevados de capital humano do que as que iniciam sua carreirareprodutiva mais cedo. Conseqüentemente, o nascimento do primeiro filho em uma idademais jovem deixa de ser a alternativa mais atrativa para as mulheres que almejam maiorescolaridade (CARD, 1981).Estudos recentes sobre as transições das jovens brasileiros para a maternidade revelamuma relação entre entrada no mercado de trabalho, saída da escola e nascimento do primeirofilho. Ao utilizar dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida-1996/1997 (PPV), OLIVEIRA &RIOS-NETO (2004) verificam que ter o primeiro filho e depois sair da escola é uma transiçãocomum para as mulheres brasileiras que têm filhos até 15 anos. Para as que esperam alémdesta idade, a saída da escola acontece em um momento anterior ao nascimento do primeirofilho. Quanto à participação no mercado de trabalho, os autores mostram que a decisão deentrar no mercado antecede a maternidade. A maior parte das mulheres que entrou nomercado de trabalho até os 15 anos, segundo os resultados do estudo, teve o primeiro filhosomente entre 20 e 24 anos. A partir disto, os autores sugerem que o comportamentobrasileiro se assemelha ao europeu, no sentido de que as mulheres, primeiro, buscam aindependência financeira, para depois iniciarem a maternidade.O estudo de ARRUDA (2004) sobre as transições para a vida adulta mostra, a partir dedados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que, entre 1981 e 2001, asmulheres adiaram em pelo menos um ano a saída da escola - a idade mediana de saída daescola, que em 1981, era 17,5 passou para 18,4 anos em 2001. Já a idade mediana denascimento do primeiro filho foi adiada em aproximadamente dois anos, passando de 18,2anos em 1981 para 20,6 anos em 2001. Também de acordo com os resultados obtidos pelaautora, embora não existam diferenças significativas na idade de saída da escola, segundoraça/cor, as mulheres negras apresentam cerca de 1,6 anos a menos de estudo do que asbrancas. Em relação à idade de nascimento do primeiro filho, os resultados do estudorealizado por ARRUDA (2004) mostram que, em 2001, enquanto as mulheres brancasiniciaram sua vida reprodutiva aos 21,2 anos, as negras o fizeram aos 20 anos. A transiçãomais cedo para a maternidade é, tradicionalmente, efetuada por mulheres menosescolarizadas. A autora acredita que o adiamento da saída da escola e da entrada no mercadode trabalho caracterizam um prolongamento da juventude.A verificação da evolução da idade mediana de nascimento do primeiro filho, segundogrupos de idade, para as mulheres urbanas, a partir de dados da PNDS (BEMFAM, 1996)

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