A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG
A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG
230P42: Eu acho que a vida da mulher que tem filho e trabalha, ela leva a vidanormal.... Ela sai pra trabalhá e o marido toma conta dos filhos. Se tem quetomá banho, ele dá, ele esquenta a comida, vai pro tanque lavá roupa. Elachega e faz a janta e o almoço do outro dia. Cada filho tem uma obrigação:arruma cozinha, estende as camas. Ela tá levando a vida numa boa. Táentendendo? Ela não tá curtindo escravidão, que ele chega e ajuda. Ela tátrabalhando, quer dizer, ela tem a vida dela.(Grupo 7, 50 a 59 anos, Baixa Escolaridade, Branca)7.4.8 Branca, 50 a 59 anos, alta escolaridadePara as mulheres brancas de alta escolaridade, atualmente, a seqüência de eventos navida das jovens não segue o caminho tradicional. Segundo elas, hoje em dia é possívelobservar que um grande número de jovens primeiramente engravida e, depois pensa emarrumar uma posição no mercado de trabalho. Esta decisão de trabalhar acontece, geralmente,em função do aumento dos gastos que a família têm para criar o filho.P67: Hoje, muitas vezes, primeiro arranja a barriga e depois fala assim:agora, eu preciso arrumar emprego.(Grupo 11, 50 a 59 anos, Alta Escolaridade, Branca)Algumas mulheres de alta escolaridade enfatizam que os atuais projetos do governo,de auxílio financeiro para as famílias de classes econômicas menos abastadas, influenciam apostura das jovens, particularmente de adolescentes, em relação à maternidade. Como sugerea fala de uma das participantes, elas acreditam que muitas jovens têm filhos apenas parareceber o auxílio financeiro fornecido por estes programas e não querem trabalhar.P68: Agora...eu acho que com esse programas do governo, bolsa-escola etudo, muitos adolescentes estão tendo filho justamente para garantir umsalário, sabe?(Grupo 11, 50 a 59 anos, Alta Escolaridade, Branca)
231Após ter apresentado a visão que diferentes grupos de mulheres de Belo Horizonteapresentam a respeito da relação entre participação feminina no mercado de trabalho enascimento do primeiro filho, o item a seguir sintetiza as questões discutidos neste capítulo.7.4.9 SínteseEm resumo, para as jovens negras, a maternidade é sempre um obstáculo a mais a serenfrentado quando partem para o mercado de trabalho. Para as de baixa escolaridade, o fatode não terem condições de pagar para que alguém cuide da criança é considerado um grandeproblema. Aliado a esta questão, as jovens negras percebem que as chefias não são favoráveisa contratação de mulheres com filhos. Em alguns momentos, as falas destas jovens deixamtransparecer que o casamento é capaz de resolver o dilema das jovens que têm filhos. Já asjovens negras e de alta escolaridade acreditam que, embora as ofertas de trabalho apareçam, amulher que tem filho deve avaliar como sua entrada no mercado afetará o tempo livre que terácom a criança. Na percepção destas jovens, trabalhar significa ter independência dos pais etambém a possibilidade de criar o filho sozinha, caso o relacionamento não dê certo.Para as jovens brancas de baixa escolaridade, a participação no mercado de trabalhotambém não é considerada fácil. Segundo estas jovens, quando conseguem encontrar trabalho,a jornada é tão grande que não permite que tenham tempo disponível para a criança. Como osempregos que conseguem, geralmente, não são bem remunerados, elas alegam que é muitomais fácil permanecer em casa e atender do filho. Quando os pais auxiliam nos cuidados coma criança, estas jovens acreditam que tudo se torna mais fácil. Para as jovens brancas e de altaescolaridade, o simples fato de ser mulher já complica a atuação no mercado de trabalho, piorainda quando ela tem filhos.As mulheres da coorte mais velha acreditam, de uma maneira geral, que as jovens quetêm um filho precisam trabalhar. Para as negras mais velhas e de baixa escolaridade, otrabalho significa a independência da mulher. Para as de alta escolaridade, é uma necessidade.As brancas de baixa escolaridade enfatizam que, hoje em dia, a mulher que têm um filho etrabalha fora, conta com a ajuda do companheiro e isto faz com que ela não se sinta comouma escrava. Já as brancas de alta escolaridade percebem que, atualmente, existe umainversão na seqüência dos eventos: as jovens primeiro engravidam e depois saem para omercado de trabalho em busca de uma colocação. Esta seqüência dificulta a entrada nomercado de trabalho.
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