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A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG

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224Embora muitas jovens negras de baixa escolaridade acreditem que a demissão damulher é praticamente certa após o nascimento do filho, outras argumentam que, se aqualidade do trabalho da funcionária é reconhecida pelos empregadores e se ela possui oapoio da família para conciliar os papéis de mãe e trabalhadora, é mais fácil permanecer nomercado de trabalho. Por outro lado, se a seqüência dos eventos for engravidar, ter o filho eprocurar emprego, a situação se torna muito complicada para a mulher. Dificilmente seráaceita por algum empregador.P2: Se tivé, vamô supor, já trabalhando, e a firma não manda embora,porque é boa e tem o apoio de continuá trabalhando e a família ajudando acriá porque já está trabalhano...aí é uma coisa. Mas, depois que a pessoaengravida, não, grávida não tem como arranjá emprego. Depois que acriança nasce pra arranjá emprego... é muito difícil. Muito difícil. Dependeassim... onde a pessoa tá, né.(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Negra)Ao analisarem as transições dos jovens para o mercado de trabalho e para amaternidade, com base nos dados da PPV 1996/1997, OLIVEIRA & RIOS-NETO (2004)concluem que, no Brasil, entre as mulheres jovens, a entrada para o mercado de trabalhoantecede o nascimento do primeiro filho. Embora os resultados do estudo revelem que estastransições não são simultâneas, eles mostram que elas acontecem relativamente cedo para asmulheres. De acordo com os autores, a idade mediana de inserção feminina em atividadeeconômica é de 15,7 anos. Considerando que a qualificação de uma jovem nesta idade ainda ébastante limitada, é possível pensar que suas habilidades de trabalho, e não o nascimento dofilho, é que, de fato, podem ser a verdadeira razão de sua dificuldade para encontrar e/oupermanecer no trabalho.Segundo as jovens negras e de baixa escolaridade, quando a mulher tem um filhosozinha ela necessariamente precisa trabalhar para se manter. Precisar entrar no mercado detrabalho por necessidade financeira, apesar de melhorar as condições de vida da mulher -embora não necessariamente - pode implicar no sacrifício de atividades valorizadas por ela econsideradas como, teoricamente, prazerosas, tal como permanecer em casa e cuidar de seusfilhos (POTTER, 1996). Assim, em muitos casos, no momento em que a mulher encontra umcompanheiro que a aceite com o(s) filho(s) que já tem, deixar de trabalhar para cuidar da

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