A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG
A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG
214P4: É! Mas não tendo esse apoio dos pais, ficaria quase impossível, ela ia têque precisá de terceiro, de fora, vim ajudá, ficaria quase impossível.(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Negra)Na percepção destas jovens, o apoio da família é dado somente para aquelas que jáestão mais adiantadas na escola, que ainda são mais jovens e que nunca reprovaram de ano. Éinteressante observar que, para este grupo, estar na 8 a série do ensino fundamental significaestar avançada em termos educacionais. A fala, a seguir, expressa esta situação..P2: Depende também do grau de estudo que a pessoa tá quando engravida.Se a pessoa tiver, vamô supô, quase formando na oitava, quase formando nosegundo grau, pode até tê o apoio da família. Mas, se estivé na quinta, sextasérie, se já tivé levado uma bomba, ah! Agora que ocê engravidô, que ocênum termina mesmo. Aí ninguém apoia. Depende também o grau de estudoque a pessoa tá. Depende da idade, cê entendeu?(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, NegraUma das falas de uma jovem negra de baixa escolaridade, apresentada a seguir, retratamuito claramente o que acontece com um número muito grande de jovens que têm seuprimeiro filho e ainda não concluíram sua formação escolar.P4: Depois que eu fiquei mãe eu casei. Aí depois que eu fiquei mãe eupassei a trabalhar em casa e casei. Estudar foi uma coisa que pra mim... nãoexiste.(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Negra)7.3.2 Negra, 20 a 24 anos, alta escolaridadeSegundo as jovens negras de alta escolaridade, nem todas as mulheres que têm filhoprecisam interromper os estudos. Algumas adiam, enquanto outras procuram conciliar ospapéis de mãe e de estudante e, apesar das dificuldades, finalizam sua formação.P21: Mas, eu acho que até lá a gente tem muito amadurecimento. Filho éaquela responsabilidade, abdicação. Eu vejo pela minha irmã hoje que ela
215tem... uma neném que tá com um ano e meio. Ela tá terminando a faculdadeagora, eu vejo a dificuldade dela em conciliar isso tudo com a criança.(Grupo 4, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Negra)Muitas jovens negras e de alta escolaridade acreditam que voltar a estudar nem sempreé fácil, ou possível. Quando a jovem tem um companheiro que aceita que ela recomece osestudos e a auxilia, o retorno à vida escolar pode ser mais fácil. A fala a seguir retrata estasituação.P22: Adiar...Eu vi um fato desse acontecer perto de mim. Uma adolescenteque tinha um sonho desde de criança de entrar na universidade. Ela teve queadiar esse sonho porque, assim que ela formô [no ensino médio], acho queaos dezenove anos, ela ficou grávida. Aí, ela prejudicou tudo, porque elateve que parar. E ela só foi voltar pensar na faculdade quando a filha já tavamais... velha. Ela arrumou um rapaz que assumiu ela e a filha, e aceitou elavoltar [a estudar] mas, até hoje ela ainda não conseguiu entrar na faculdade.Ainda tá tentando vestibular, naquela dificuldade toda. Mas, ela aindaacredita. Ela quer fazer a faculdade dela.(Grupo 4, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Negra)Os itens a seguir apresentam a visão das jovens brancas de baixa e alta escolaridade arespeito da relação entre estudos e maternidade.7.3.3 Branca, 20 a 24 anos, baixa escolaridadePara as jovens brancas de baixa escolaridade, é muito difícil conciliar a vida escolarcom a de mãe. Primeiro, porque o esforço requerido para levar os dois papéis de maneiraconjunta é considerado muito exaustivo, particularmente quando o companheiro também nãoconcluiu os estudos e precisa trabalhar para sustentar a família. Segundo, porque nem sempreé possível contar com a ajuda de uma terceira pessoa para auxiliar a cuidar da criança semalgum custo financeiro. Dispor de recursos financeiros para pagar pelos cuidados da criançageralmente não é uma alternativa viável para estas jovens, que normalmente se vêm forçadasa interromper a vida escolar para assumir os cuidados com o filho. O diálogo, a seguir, mostrao que as jovens brancas de baixa escolaridade pensam sobre a relação entre estudos e
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214P4: É! Mas não tendo esse apoio dos pais, ficaria quase impossível, ela ia têque precisá de terceiro, de fora, vim ajudá, ficaria quase impossível.(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Negra)Na percepção destas jovens, o apoio da família é dado somente para aquelas que jáestão mais adiantadas na escola, que ainda são mais jovens e que nunca reprovaram de ano. Éinteressante observar que, para este grupo, estar na 8 a série do ensino fundamental significaestar avançada em termos educacionais. A fala, a seguir, expressa esta situação..P2: Depende também do grau de estudo que a pessoa tá quando engravida.Se a pessoa tiver, vamô supô, quase formando na oitava, quase formando nosegundo grau, pode até tê o apoio da família. Mas, se estivé na quinta, sextasérie, se já tivé levado uma bomba, ah! Agora que ocê engravidô, que ocênum termina mesmo. Aí ninguém apoia. Depende também o grau de estudoque a pessoa tá. Depende da idade, cê entendeu?(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, NegraUma das falas de uma jovem negra de baixa escolaridade, apresentada a seguir, retratamuito claramente o que acontece com um número muito grande de jovens que têm seuprimeiro filho e ainda não concluíram sua formação escolar.P4: Depois que eu fiquei mãe eu casei. Aí depois que eu fiquei mãe eupassei a trabalhar em casa e casei. Estudar foi uma coisa que pra mim... nãoexiste.(Grupo 1, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Negra)7.3.2 Negra, 20 a 24 anos, alta escolaridadeSegundo as jovens negras de alta escolaridade, nem todas as mulheres que têm filhoprecisam interromper os estudos. Algumas adiam, enquanto outras procuram conciliar ospapéis de mãe e de estudante e, apesar das dificuldades, finalizam sua formação.P21: Mas, eu acho que até lá a gente tem muito amadurecimento. Filho éaquela responsabilidade, abdicação. Eu vejo pela minha irmã hoje que ela