A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG

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206P94: Eu não arrependo. Igual eu falo, não arrependendo de tê tido eles, mas,eu acho assim, se eu tivesse ouvido o conselho da minha mãe, acho queagora que eu deveria tá começando a namorá, né? E conhecê mais da vida.P96: Eu, quando fui mãe pela primeira vez, até... antes de eu entrá namaternidade, eu tinha ódio da minha criança, entendeu?...Aí o médicocolocô: se você fô pra casa, a sua criança nasce morta. Aquilo lá me deu umestralo na cabeça.... Naquele momento, ali, eu pedi tanto perdão pra Deus,mas, tanto perdão. Falei: óh, Meu Deus, me perdoa. Faça com que a minhafilha nasça sã e salva, uma criança esperta, bonita, né? Queria vê a minhafilha com vida, saudável, né?... Eu agradeço, assim, muito (com ênfase)porque ela veio, me colocô juizo, fez eu pará pra pensá que tinha uma vidaque dependia de mim, né? .... A partir do momento que a gente se tornamãe, a gente esquece um pouco da gente e vira prôs filhos.(Grupo 15, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Branca).Outro aspecto apontado pelas mulheres brancas de baixa escolaridade refere-se àdificuldade de encontrar um companheiro. Esta dificuldade fundamenta-se, segundo estasjovens, primeiro no fato de que os novos companheiros dificilmente tratam o filho que amulher tem com carinho. A indiferença com relação à criança passa a ser uma característicado relacionamento que se estabelece entre eles e a mãe não deve aceitar este tipo decomportamento. Segundo, caso a mulher tenha uma menina, ela deverá ter muito maiscuidado para escolher um novo companheiro, pois a violência sexual entre padrasto e enteadaé comum atualmente. Isto torna ainda mais difícil encontrar alguém para estabelecer um novorelacionamento. Para algumas mulheres, encontrar um companheiro que as aceitem com ofilho e que tratem a criança com respeito e amor é considerado como uma sorte muito grande.P92: Também é difícil encontrar alguém, igual eu falo por mim, se algumdia eu precisá encontrar alguém, namorá tudo bem, mas, pra morá comigoeu acho que num dá certo não. Porque eles tratam [o filho] com indiferença.P96: É difícil sim, minha primeira filha foi estupro. É, que eu tive ela porcausa do estupro. Arrumei um marido que é o atual. Sô amigada. Mas seique é difícil achar alguém. Ele tem um carinho por ela como se fosse dele,realmente, entendeu? Então, assim, se eu vô corrigir ela, ele entra na frente.Ah! Porque não sei o quê. Ela, não, é aquele xodozim, entendeu? Graças aDeus, eu não tenho nada a reclamá desse ponto não. Tenho muita sorteP94: É difícil é. Mas, não é impossível. Não é impossível. Agora, em outrocaso, se eu separá dele, eu acho que prá amigá, morá junto assim, eu achoque eu não tenho coragem não. Porque, a gente tem uma filha mulher, né? A

207gente não sabe com quem que a gente vai colocá dentro de casa. Porquemuitas das vezes uma mulher coloca um homem dentro de casa, que a genteé mulher e sabe como pode fazê com a filha da gente, né? Como táacontecendo isso direto. Entrevista de televisão ocê vê, né? Padrastro é...abusando de enteado. Então, a gente fica meio cabreiro, né?(Grupo 15, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Branca)7.2.4 Branca, 20 a 24 anos, alta escolaridadeEntre as jovens brancas de alta escolaridade, também prevalece a idéia de que onascimento do primeiro filho traz muitas transformações para a vida da mulher. Segundo elas,as maiores mudanças se concentram no tempo que a mulher terá que disponibilizar para ofilho e na difícil tarefa de conciliar diversas atividades. Superar os obstáculos financeirostambém é uma das grandes transformações na vida de uma mulher. Além disto, assim comoapontado por participantes de outros grupos, estas jovens também acreditam que, depois quetem seu primeiro filho, a mulher precisa deixar de pensar somente nela mesma e passar aincluir o filho em seus planos.P25: Você tem que cuidar do filho vinte e quatro horas. Você tem quetrabalhar e estudar, tudo ao mesmo tempo e tem a parte da dificuldadefinanceira, com certeza tem. Mas... vale à pena.P26: Você tem que lembrar que você num vai poder pensar só em vocêmais...(Grupo 5, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)Ainda na visão das brancas de alta escolaridade, as mudanças na vida de uma jovemque tem seu primeiro filho só acontecem se ela realmente assumir a criação da criança. Oritmo de vida passa a ser diferente e as prioridades, em muitos casos, precisam serreordenadas, pois, a partir do momento em que a jovem tem o filho, precisará considerá-lo emseus planos e projetos. O diálogo a seguir expressa estas idéias.P52: Se você quiser, realmente, assumir a responsabilidade de criar acriança, muda completamente. As prioridades mudam.P53: Até a maneira de encarar a vida passa a ser diferente...

207gente não sabe com quem que a gente vai colocá dentro de casa. Porquemuitas das vezes uma mulher coloca um homem dentro de casa, que a genteé mulher e sabe como pode fazê com a filha da gente, né? Como táacontecendo isso direto. Entrevista de televisão ocê vê, né? Padrastro é...abusando de enteado. Então, a gente fica meio cabreiro, né?(Grupo 15, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Branca)7.2.4 Branca, 20 a 24 anos, alta escolaridadeEntre as jovens brancas de alta escolaridade, também prevalece a idéia de que onascimento do primeiro filho traz muitas transformações para a vida da mulher. Segundo elas,as maiores mudanças se concentram no tempo que a mulher terá que disponibilizar para ofilho e na difícil tarefa de conciliar diversas atividades. Superar os obstáculos financeirostambém é uma das grandes transformações na vida de uma mulher. Além disto, assim comoapontado por participantes de outros grupos, estas jovens também acreditam que, depois quetem seu primeiro filho, a mulher precisa deixar de pensar somente nela mesma e passar aincluir o filho em seus planos.P25: Você tem que cuidar do filho vinte e quatro horas. Você tem quetrabalhar e estudar, tudo ao mesmo tempo e tem a parte da dificuldadefinanceira, com certeza tem. Mas... vale à pena.P26: Você tem que lembrar que você num vai poder pensar só em vocêmais...(Grupo 5, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)Ainda na visão das brancas de alta escolaridade, as mudanças na vida de uma jovemque tem seu primeiro filho só acontecem se ela realmente assumir a criação da criança. Oritmo de vida passa a ser diferente e as prioridades, em muitos casos, precisam serreordenadas, pois, a partir do momento em que a jovem tem o filho, precisará considerá-lo emseus planos e projetos. O diálogo a seguir expressa estas idéias.P52: Se você quiser, realmente, assumir a responsabilidade de criar acriança, muda completamente. As prioridades mudam.P53: Até a maneira de encarar a vida passa a ser diferente...

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