A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG

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114Embora acreditem que os companheiros devem repassar informações para asmulheres, as jovens brancas de baixa escolaridade relatam que, assim como outras jovens,procuram as amigas para conversar. Para elas, as conversas com as mães não acontecemporque as filhas geralmente têm medo e respeito pela figura materna. O diálogo a seguirretrata as impressões das jovens brancas.M: E... com quem que vocês acham que as jovens conversam hoje em dia?P92: Hoje em dia conversam com amigos.P97: Porque, geralmente, a jovem não tem aquela intimidade com a mãe,né?P95: A gente tem que aprendê a dialogá com ela.P96: Mas, geralmente, ninguém conta prá mãe. A mãe é a última a ficásabendo.P95: Acho que é medo, né?P97: Não é medo. É o respeito que a gente tem pela mãe...(Grupo 15, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Branca).5.4.4 Brancas entre 20 e 24 anos, alta escolaridadePara as mulheres jovens, brancas e de alta escolaridade, as conversas sobre a vidasexual também acontecem com as amigas. Segundo elas, o fato de terem a mesma idade eestarem vivenciando as mesmas experiências torna o diálogo com elas mais fácil do que comas mães.M: E por que com amiga é mais fácil conversar sobre isso?P51: Porque elas têm mais ou menos a mesma idade da gente, né?P50: É. A mesma idade.P51: A mesma experiência...P52: Mais abertura, né?(Grupo 9, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca

115De acordo com estas participantes, as mães só são incluídas na conversa depois que afilha já teve a primeira relação. Mesmo assim, esta conversa só acontece quando acontecealguma coisa inesperada no caminho, que tanto pode ser uma gravidez como uma doençasexualmente transmissível. Na palavra das participantes: “quando a situação já está de umaforma que não tem como voltar atrás...” As falas a seguir são elucidativas neste sentido.M: E aonde é que fica a mãe?P50: A mãe ainda é um tabu.P54: A mãe é um tabu mesmo.P50: Com o tempo você acaba conversando. Mas isso é depois...P51: Quando... a situação já está... de uma forma que... ela não tem comovoltar atrás.(Grupo 9, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)O médico ginecologista também é citado por algumas participantes brancas e de altaescolaridade como uma fonte de informação. No entanto, a procura por este profissionalsomente é mencionada no caso da mulher desejar utilizar algum método contraceptivo. Alémdisto, segundo as falas destas participantes, a procura de orientação especializada para tomarcontraceptivos é um privilégio de mulheres de melhores condições socioeconômicas. Na visãodestas jovens, as pessoas que necessitam de atendimento da rede pública não procuraminformações de profissionais porque precisam esperar por muito tempo para serem atendidas.Outro aspecto importante ressaltado por estas jovens se refere ao fato de que elas,geralmente, não contam para as mães que estão usando contracepção. Caso a mãe encontrecomprimidos anticoncepcionais em poder de suas filhas, estas dizem que o utilizam poralguma outra razão. Problemas como cólicas são usados para esconder das mães a verdadeirarazão de estarem utilizando métodos contraceptivos.P58: Eu fui ao médico e tudo assim, entendeu? Mas eu...M: Mas vocês acham que... este é o comportamento normal, ou não?

115De acordo com estas participantes, as mães só são incluídas na conversa depois que afilha já teve a primeira relação. Mesmo assim, esta conversa só acontece quando acontecealguma coisa inesperada no caminho, que tanto pode ser uma gravidez como uma doençasexualmente transmissível. Na palavra das participantes: “quando a situação já está de umaforma que não tem como voltar atrás...” As falas a seguir são elucidativas neste sentido.M: E aonde é que fica a mãe?P50: A mãe ainda é um tabu.P54: A mãe é um tabu mesmo.P50: Com o tempo você acaba conversando. Mas isso é depois...P51: Quando... a situação já está... de uma forma que... ela não tem comovoltar atrás.(Grupo 9, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)O médico ginecologista também é citado por algumas participantes brancas e de altaescolaridade como uma fonte de informação. No entanto, a procura por este profissionalsomente é mencionada no caso da mulher desejar utilizar algum método contraceptivo. Alémdisto, segundo as falas destas participantes, a procura de orientação especializada para tomarcontraceptivos é um privilégio de mulheres de melhores condições socioeconômicas. Na visãodestas jovens, as pessoas que necessitam de atendimento da rede pública não procuraminformações de profissionais porque precisam esperar por muito tempo para serem atendidas.Outro aspecto importante ressaltado por estas jovens se refere ao fato de que elas,geralmente, não contam para as mães que estão usando contracepção. Caso a mãe encontrecomprimidos anticoncepcionais em poder de suas filhas, estas dizem que o utilizam poralguma outra razão. Problemas como cólicas são usados para esconder das mães a verdadeirarazão de estarem utilizando métodos contraceptivos.P58: Eu fui ao médico e tudo assim, entendeu? Mas eu...M: Mas vocês acham que... este é o comportamento normal, ou não?

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