A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG
A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG
112P34: A minha mãe, em especial...hoje ela já tá com sessenta e cinco anos.Então, ela é daquela... geração que... não chegava e falava com o filho, nãoera dessa de conversá. Não tinha isso.... não tinha aquela coisa dela chegá [econversar sobre sexo]. Era muito vergonhoso, entendeu? ... até mesmo naépoca que a minha irmã mais velha ficou menstruada, a minha mãe, ela nãochegô prá minha irmã e conversô... Ela pegou um livro, falando a respeitodisso e colocô em cima da cama da minha irmã. Foi quando a minha irmãleu e... começô a entendê, né?(Grupo 6, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Negra)Um aspecto interessante ressaltado pelas negras de alta escolaridade é sobre aqualidade da informação que recebem quando procuram amigas para conversar sobrecontracepção ou comportamento sexual. Embora confirmem que as amigas são as pessoasmais procuradas para conversar, as participantes deste grupo ressaltam que, às vezes, asamigas são tão mal informadas quanto elas. A televisão também é mencionada como umafonte de informação, particularmente sobre métodos contraceptivos e a internet surge comouma nova fonte de informações para as jovens de nível socioeconômico mais elevado. Asfalas a seguir revelam a rigidez na atitude da mãe quando a filha procura informações sobresexo e mostram onde estas jovens buscam informações para sanar suas dúvidas.P80: A amiga (com ênfase).P82: Amiga. (risos).P83: Às vezes ela é tão mal informada quanto você. Até mesmo pior do quevocê.P85: Agora, a questão de amiga ... eu tenho uma amiga que... se eu chegáprá ela e falá com assim: como é que eu vô fazê? Como é que eu uso umacamisinha? Ela cai dura e podre na minha frente. Entendeu? Não teminformação nenhuma. Então assim... eu tento me informá olhando nainternet, às vezes eu olho...M: Hum hum.P85: Em pleno cuidado. Porque... se a minha mãe entrá no quarto e me vê lánuma sala com alguma coisa de sexo, ela quebra o computador e me enchede porrada. Então assim, tem que tomá cuidado, né? Mas, tem vezes que eudô uma procurada, tento sabê alguma coisa sobre métodos conceptivos. Ouentão, na televisão às vezes passa falando... das pílulas, falando de... outrométodo... Então assim, eu conheço um site e vô procurando. Porque se eu
113chegá e falá: mãe, eu quero usá esse método prá num tê menstruação... elaacha que vai, que vai transá sem casá, entendeu?P84: É duro estabelecer um canal de comunicação [com a mãe].(Grupo 13, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Negra)O próximo item apresenta a percepção que jovens brancas possuem sobre a questão.5.4.3 Brancas entre 20 e 24 anos, baixa escolaridadePara as jovens brancas e de baixa escolaridade, o parceiro também deve ser capaz deinformar ou esclarecer as dúvidas que as mulheres têm em relação à contracepção e àsexualidade. Os homens mais velhos, como sugerem as falas a seguir, são vistos comopessoas que detém um conhecimento maior do que o delas e como pessoas experientes.P95: Tem vez que a gente pega... uns rapaz mais velho...e eles num explicanada também. Por exemplo, minha mãe não falô nada prá mim, entendeu?Aí ocê num sabe nada de remédio, de período fértil e ocê pega um homemde uns vinte, eu tendo uns quinze, dezesseis anos, e ele uns vinte ebordoada! Ele tinha que te explicá, né?P97: Ele é mais experiente. Mais vivido, né? Ele podia pelo menos tê... têexplicado muita coisa, né? Mas, muitos não explicam.(Grupo 15, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Branca).A expectativa expressa pelas jovens brancas e de baixa escolaridade, de que oshomens, particularmente aqueles mais velhos do que as mulheres, são mais experientes econhecem mais acerca de questões relacionadas com a saúde reprodutiva, é consistente comos achados de MOORE (2004). Ela observa que, ao relatarem as experiências que haviam tidoem sua primeira relação sexual, as mulheres geralmente apontavam seus companheiros comodetentores de informações que elas não possuíam e que deveriam ser compartilhadas comelas. Este cenário, onde o homem é tido como o dono do conhecimento, segundo MOORE(2004), reduz qualquer incentivo para que as mulheres ajam como protagonistas em suashistórias de iniciação sexual. Na verdade, faz com elas se coloquem inteiramente nas “mãos”dos homens e fiquem mais expostas às orientações sobre o que é certo e sobre o que é erradoem termos de sexo e, também, em relação a aspectos ligados à saúde reprodutiva.
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