A Primeira Relação Sexual, o Primeiro Casamento e o ... - UFMG

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98P103: É. Eu acho que as mulheres ...podiam se valorizá melhor, né? Elasque tem que se valorizá.M: E o quê que elas fazem para desvalorizar?P98: Se oferecem, né?P99: Tem muita mulher que se oferece prô homê, perde a virgindade epronto.P101: É. Hoje em dia...tá muito assim...a mulher qué perde a virgindade e seoferece..P99: Não, não é o homem que procura a mulher. Tem mulher que insiste esai e vai atrás do homem.(Grupo 16, 20 a 24 anos, Baixa Escolaridade, Branca)5.3.4 Brancas entre 20 e 24 anos, alta escolaridadeJá as jovens brancas de alta escolaridade enfatizam a existência de apelos e de pressãopara que, atualmente, as mulheres jovens iniciem a vida sexual. Elas também ressaltam quemuitas pessoas, ao saberem que uma mulher jovem ainda é virgem, expressam um certoespanto. Para elas, a importância e valorização da virgindade se transformaram. Enquanto asmulheres de gerações passadas eram valorizadas por serem virgens, hoje em dia, uma mulherque decide se casar virgem é motivo de crítica. A questão da valorização da mulher, segundoestas participantes, atualmente, já não reside mais no fato dela permanecer virgem, mas simao contrário. O diálogo a seguir elucida estas questões.P58: As pessoas hoje te perguntam espantadas: você é virgem?P61: Antigamente, se não era, tinha surpresa, né?P64: Você vê como que as coisas mudam...P66: Antes, ser virgem era ser valorizada...hoje...P64: Não, uma pessoa que quer casar virgem, coitada, ela...P65: É muita influência da mídia, sabe?P61: É novela.P63: Virgem agora é coisa de passado...

99P62: É motivo... antigamente era motivo... você... quando transava, eramotivo de zombaria. Nossa! Que pilantra e tal. Hoje, se você num faz isso,você é motivo de sê... boba, sabe? De gozação das pessoas.(Grupo 10, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)Além dos aspectos mencionados, na percepção das jovens brancas de altaescolaridade, assim como na das negras de alta escolaridade, a mídia, em particular asnovelas, tem um papel importante no estabelecimento dos valores relacionados à virgindade.Além disto, as jovens brancas de alta escolaridade também mencionam a existência dediferenças regionais em relação à questão da virgindade. Para elas, nas cidades de interior, asmulheres ainda continuam sendo valorizadas por serem virgens e o preconceito com as nãovirgensé percebido nas atitudes dos homens. Na capital, a forma de encarar a virgindade, talcomo sugerem as falas destas participantes, é diferente do interior, o qual segundo elas, pareceter parado no tempo. MIRANDA-RIBEIRO (1997) também obtém resultados similares emseus grupos focais. Segundo a autora, algumas jovens também relatam diferenças regionais napercepção da virgindade, alegando que, na capital, ou nas cidades maiores, as atitudes, idéiase comportamentos com relação ao sexo são mais permissivos do que em localidades menores.O diálogo, a seguir, mostra estas questões.P61: Mas, eu num sei. Vocês vieram do interior... também, né? Eu morei umtempo no interior. Então, a coisa aqui em Belo Horizonte é muito diferentedo que eu percebi na cidade que eu morei.P62: Como assim?P60: Porque a coisa lá [na cidade do interior], ela parece que parô mesmo notempo. (risos).P60: Continua tendo problemas. Ah! A menina num é virgem mais, e tal.Não que ela vai tê... tem que casá virgem. Mas... existem alguns problemasassim, certos preconceitos masculinos com relação à mulher que não é maisvirgem...P64: Eu acho que é medo...(Grupo 10, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)

99P62: É motivo... antigamente era motivo... você... quando transava, eramotivo de zombaria. Nossa! Que pilantra e tal. Hoje, se você num faz isso,você é motivo de sê... boba, sabe? De gozação das pessoas.(Grupo 10, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)Além dos aspectos mencionados, na percepção das jovens brancas de altaescolaridade, assim como na das negras de alta escolaridade, a mídia, em particular asnovelas, tem um papel importante no estabelecimento dos valores relacionados à virgindade.Além disto, as jovens brancas de alta escolaridade também mencionam a existência dediferenças regionais em relação à questão da virgindade. Para elas, nas cidades de interior, asmulheres ainda continuam sendo valorizadas por serem virgens e o preconceito com as nãovirgensé percebido nas atitudes dos homens. Na capital, a forma de encarar a virgindade, talcomo sugerem as falas destas participantes, é diferente do interior, o qual segundo elas, pareceter parado no tempo. MIRANDA-RIBEIRO (1997) também obtém resultados similares emseus grupos focais. Segundo a autora, algumas jovens também relatam diferenças regionais napercepção da virgindade, alegando que, na capital, ou nas cidades maiores, as atitudes, idéiase comportamentos com relação ao sexo são mais permissivos do que em localidades menores.O diálogo, a seguir, mostra estas questões.P61: Mas, eu num sei. Vocês vieram do interior... também, né? Eu morei umtempo no interior. Então, a coisa aqui em Belo Horizonte é muito diferentedo que eu percebi na cidade que eu morei.P62: Como assim?P60: Porque a coisa lá [na cidade do interior], ela parece que parô mesmo notempo. (risos).P60: Continua tendo problemas. Ah! A menina num é virgem mais, e tal.Não que ela vai tê... tem que casá virgem. Mas... existem alguns problemasassim, certos preconceitos masculinos com relação à mulher que não é maisvirgem...P64: Eu acho que é medo...(Grupo 10, 20 a 24 anos, Alta Escolaridade, Branca)

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