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AUMENTO DA ESTABILIDADE DO PROCESSO DO LAMINADORDE TIRAS A FRIO COM A UTILIZAÇÃO DE CILINDROSREVESTIDOS COM CROMOResumoSergio Luiz Muratori 1Alexandre Ribeiro Nascimento Santos 2Antonio Fabiano de Oliveira 3Célio Souza do Rosário 4Cristiano Ozores Siqueira 5José Dias Blanco 6José Valdir Amorim Dantas 7Karl Kristian Bagger 8Marcio Ferreira Arruda 9A estabilidade de um laminador de tiras a frio é fundamental para a garantia do controle de espessura, o principalatributo de aços planos laminados a frio. Essa estabilidade pode ser definida como a capacidade de se controlar variáveisde processo que atuam diretamente na espessura. Dentre as varáveis mais importantes está a velocidade linear daprimeira cadeira (de laminação) e da tira no vão à sua frente. O presente trabalho mostra como a utilização de cilindrosrevestidos com camada de cromo melhora esse controle sobre a velocidade e, consequent<strong>em</strong>ente, a estabilidade, o quepossibilita o aumento da campanha (programa) de laminação de forma significativamente superior <strong>em</strong> relação à utilizaçãodos cilindros s<strong>em</strong> revestimento. Como resultados, são apresentados aumentos significativos das campanhas dos cilindrose, <strong>em</strong> consequência, da disponibilidade do equipamento para produzir.Palavras-chave: Processos; Estabilidade; Cilindros; Cromo.Abstracthttp://dx.doi.org/10.4322/tmm.2012.032TANDEM COLD MILL PROCESS STABILITY IMPROVEMENTWITH CHROME PLATED WORK ROLLS APPLICATIONThe stability of a tand<strong>em</strong> cold mill is essential to assure the thickness control, the main attribute of cold rolledsteel sheets. This stability can be defined as the capability to control the process variables that act direct at the thickness.Among the most important variables are the first stand (mill) linear speed and the sheet speed at the interstice ahead ofit. This work shows how the chrome plated work rolls application improved this speed control and consequently thestability, which enabled an increase in the work roll rolling campaign (rolling sequence program) in such a way significantlyhigher, compared to when using a non chrome plated work rolls. As results, significantly improv<strong>em</strong>ents of work rollscampaigns and the consequent increase of the equipment availability are presented.Key words: Processes; Stability; Work rolls; Chrome.1Engenheiro Eletricista, Engenheiro de Manutenção da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: sergio.muratori@usiminas.com2Técnico <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong>, Técnico de Produção da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: alexandresantosriba@hotmail.com3Engenheiro Metalurgista, Especialista de Processos da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: antonio.oliveira.usiminas.com4Engenheiro Mecânico, Engenheiro de Produção da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: celio.rosario@usiminas.com5Técnico <strong>em</strong> Instrumentação e Elétrica, Técnico de Produção da Laminação a Frio Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: cristiano.siqueira@usiminas.com6Técnico <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong>, Assistente Técnico Industrial da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: jose.blanco@usiminas.com7Técnico <strong>em</strong> Eletrônica, Assistente Técnico de Produção da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: jose.dantas@usiminas.com8Engenheiro Metalurgista, Gerente Técnico da Laminação a Frio Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: karl.bagger@usiminas.com9Analista de Sist<strong>em</strong>as, Analista de Gestão da Laminação a Frio da Usiminas Cubatão, Rod. Cônego Domênico Rangoni, s/n,Jardim das Indústrias, Cep 11573-900, Cubatão, SP, Brasil. E-mail: marcio.arruda@usiminas.com228 Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 9, n. 3, p. 228-233, jul.-set. 2012


Aumento da estabilidade do processo do laminador de tiras a frio com a utilização de cilindros revestidos com cromo1 INTRODUÇÃOO presente trabalho mostra um estudo da aplicaçãode cilindros revestidos com cromo na primeira cadeira delaminação do laminador de tiras a frio e as influências destaaplicação, cujo principal objetivo é justamente a melhoriada estabilidade do processo de laminação.Com as d<strong>em</strong>andas crescentes do mercado porprodutos de melhor qualidade e menores custos, melhoriassão continuamente necessárias para a manutenção dacompetitividade no mercado. No caso do laminador detiras a frio, um atributo que afeta diretamente o resultadodo produto final – e consequent<strong>em</strong>ente a sua qualidade – éa sua estabilidade.2 MATERIAL E MÉTODOSO laminador de tiras a frio (LTF) da UsiminasCubatão, cujo diagrama esqu<strong>em</strong>ático é ilustrado pelaFigura 1, é composto de uma desenroladeira, quatrocadeiras dispostas <strong>em</strong> cascata e uma enroladeira. Aespessura máxima de entrada para os materiais a ser<strong>em</strong>laminados é 5,00 mm e a espessura de saída mínima é0,38 mm, com largura entre 600 e 1.600 mm, dentro deum esqu<strong>em</strong>a de redução de até 81%.Para entender-se os fundamentos de obtenção daestabilidade do laminador, apresenta-se a Lei do Fluxo deMassa – Mass Flow Law. Segundo Helman, (1) essa lei garanteque a massa do material na entrada de uma cadeira delaminação é igual à massa do material na saída da referidacadeira, considerando-se desprezível a variação de largurana laminação a frio. Assim, obtém-se a Equação 1:onde:hi⋅ vi = ho⋅ vo(1)• h i= espessura da tira na entrada da cadeira;• v i= velocidade da tira na entrada da cadeira;• h 0= espessura da tira na saída da cadeira;• v 0= velocidade da tira na saída da cadeira.É possível entender, pela Equação 1 que, ao secontrolar a velocidade da tira nos vãos anterior e posteriorà uma cadeira de laminação qualquer controla-se aredução de espessura do material <strong>em</strong> processo na saídadessa cadeira.Contudo, deve ser compreendido que não épossível controlar diretamente a velocidade da tira, masisso deverá ocorrer de forma indireta pela atuação navelocidade dos cilindros que a tracionam, velocidade que édenominada comumente de velocidade da cadeira, porqueos motores do laminador estão acoplados indiretamenteaos cilindros de trabalho, através de uma redutora.Para atuar-se na velocidade da cadeira e controlar-secorretamente a velocidade da tira é importante o conhecimentoda relação entre elas. Surge, então, outro conceitoimportante que é o escorregamento avante – forward slip.Segundo Helman, (1) o escorregamento avante podeser definido como a relação entre a velocidade da tira nasaída da cadeira e a velocidade periférica dessa cadeira(<strong>em</strong> referência), como se pode observar na Equação 2:Sv− vv0f= (2)onde:• v 0= velocidade da tira no plano de saída dacadeira;• v = velocidade periférica dos cilindros da cadeira.Assim, a velocidade da tira poderá ser calculadapela velocidade da cadeira, levando-se <strong>em</strong> consideração ovalor do escorregamento avante instantâneo.Larke (2) afirma que existe um ponto na área decontato entre a tira e a cadeira no qual as velocidades datira e dos cilindros são iguais, como se visualiza na Figura 2.Esse ponto é conhecido como ponto neutro e a linha imagináriaque une os pontos neutros dos cilindros superior einferior é conhecida como linha neutra.Figura 1. Diagrama esqu<strong>em</strong>ático do laminador de tiras a frio daUsiminas Cubatão. (3) Figura 2. Ponto neutro, linha neutra e forças de atrito. (2)Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 9, n. 3, p. 228-233, jul.-set. 2012 229


Aumento da estabilidade do processo do laminador de tiras a frio com a utilização de cilindros revestidos com cromoFigura 4. Motivo das trocas dos cilindros de trabalho da cadeira 1.onde:• h o= Espessura de Saída (mm);• h i= Espessura de Entrada (mm);• σ b= Tensão a Ré (T);• σ f= Tensão Avante Média (T);• R f= Força de Laminação Média (T);• st km= Comprimento Laminado (km);• rg = Rugosidade Média (μmRA).Sendo assim, a substituição do cilindro de trabalhofica também atrelada ao aparecimento do escorregamentonegativo, objetivando a manutenção da estabilidade dosist<strong>em</strong>a com a consequente garantia de espessura.Com esta ação obtém-se uma melhoria significativana estabilidade do sist<strong>em</strong>a, como esperado. Porém, surgiuuma nova questão que motivou o presente trabalho:grande parte das trocas de cilindros de trabalho realizadaspassaram a ser necessárias devido ao aparecimentode escorregamento negativo. Isso pode ser observado naFigura 4.Figura 5. Posicionamento dos cilindros revestidos com cromo. (3)3 UTILIZAÇÃO DE CILINDROS DE TRABALHONA CADEIRA 1 REVESTIDOS COM CROMONo estudo apresentado neste trabalho, os cilindrosrevestidos com cromo foram utilizados na cadeira 1<strong>em</strong> substituição aos cilindros de trabalho não revestidos,como apresentado na Figura 5.O revestimento consiste na aplicação de umacamada de cromo de aproximadamente 4 a 6 µm sobreo cilindro de trabalho após a sua retificação, durante oseu processo convencional de recuperação. Na Figura 6,apresenta-se uma representação da aplicação da camadade cromo sobre o cilindro.Figura 6. Representação da camada de cromo aplicada no cilindrode trabalho.4 RESULTADOSUm dos ganhos obtidos com a utilização dos cilindrosrevestidos com cromo é o aumento do comprimentomédio laminado, como se visualiza na Figura 7.Como consequência do aumento do comprimentolaminado há um ganho no peso médio laminado, como sevisualiza na Figura 8.Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 9, n. 3, p. 228-233, jul.-set. 2012 231


Muratori et al.Figura 7. Comprimento médio laminado pelos cilindros de trabalho da cadeira 1 revestidos com cromo e não revestidos.Figura 8. Peso médio laminado pelos cilindros de trabalho da cadeira 1 revestidos com cromo e não revestidos.Os cilindros revestidos com cromo proporcionaramuma campanha muito superior <strong>em</strong> relação aoscilindros não revestidos, graças à manutenção da rugosidadee portanto, do coeficiente de atrito, o que garantiuo escorregamento s<strong>em</strong>pre positivo <strong>em</strong> uma campanhamuito maior, conforme apresentado na Figura 9.Além de manter um escorregamento superior aodos cilindros não revestidos ao longo do mesmo comprimentolaminado, os cilindros cromados conseguirammanter o escorregamento positivo e propiciaram umacampanha cerca de três vezes maior.Deve ser ressaltado que o cilindro de trabalho comrevestimento de cromo analisado no gráfico da Figura 9teve sua campanha interrompida por uma condição deprogramação do mix dos materiais que seriam processados,ou seja, caso esta mudança não ocorresse o mesmo232 Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 9, n. 3, p. 228-233, jul.-set. 2012

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