Nesta perspectiva, é oportuno <strong>de</strong>senvolver uma estrutura intelectual eoperacional <strong>para</strong> mapeamento digital <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s que integre avanços recentes em técnicasnuméricas <strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s conjuga<strong>da</strong> ao conhecimento que tem sidoacumulado por pedólogos ao longo do tempo (HOWELL et al., 2006).No Brasil, os levantamentos <strong>de</strong> <strong>solo</strong>s ain<strong>da</strong> são necessários, principalmente emescalas maiores, <strong>para</strong> o planejamento e condução <strong>de</strong> projetos agropecuários eambientais. A continui<strong>da</strong><strong>de</strong> na execução <strong>de</strong>sses levantamentos, em quaisquer níveis <strong>de</strong><strong>de</strong>talhe, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas técnicas <strong>de</strong> mapeamento digital, consi<strong>de</strong>rando a gran<strong>de</strong>extensão territorial do país e o restante <strong>da</strong> área sem informação em escalas maiores.2.4 Relações <strong>solo</strong> - paisagemConsi<strong>de</strong>ra-se a paisagem como sendo o resultado material <strong>de</strong> todos os processosque ocorrem em um <strong>de</strong>terminado local. A paisagem é portanto construí<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong>síntese <strong>de</strong> todos os elementos presentes neste local e sua apreensão se dá pela imagemresultante <strong>de</strong>la. Assim, atua como um sistema complexo e dinâmico, on<strong>de</strong> diferentesfatores naturais e culturais interagem e evoluem em conjunto (SANTOS, 2002).Atualmente, verifica-se uma constante tentativa na formulação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>para</strong>compartimentar a paisagem <strong>de</strong> forma a refletir a sua dinâmica interna e suas interações.Dentre essas interações po<strong>de</strong>m-se citar mo<strong>de</strong>los que visam compreen<strong>de</strong>r a associação do<strong>solo</strong> com as formas <strong>da</strong> paisagem.Nas paisagens naturais, os <strong>solo</strong>s apresentam heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> tanto no sentidovertical quanto no plano horizontal (REICHARDT et al., 1986), resultante <strong>da</strong>sinterações dos seus fatores <strong>de</strong> formação. Assim, os <strong>solo</strong>s variam continuamente noespaço, razão pelas quais as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s homogêneas indica<strong>da</strong>s em mapas apresentamcerto grau <strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> classe pedológica(WILDING & DREES, 1983). O comportamento aparentemente aleatório <strong>da</strong>s variaçõespedológicas, longe <strong>de</strong> representar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem origem na falta <strong>de</strong> conhecimentosobre esses fenômenos naturais (WEBSTER, 2000). Como conseqüência <strong>da</strong> variaçãocontínua dos <strong>solo</strong>s, é váli<strong>da</strong> a teoria <strong>de</strong> que os atributos localizados mais próximos sãomais semelhantes entre si do que os mais distantes (KUZYAKOVA et al., 2001).Assim, diferentes feições <strong>da</strong> superfície terrestre expressas pelo relevo em váriasescalas provocam variações nos atributos do <strong>solo</strong> em magnitu<strong>de</strong>s diferencia<strong>da</strong>s,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes principalmente <strong>de</strong> um local específico <strong>da</strong> paisagem (SCHOORL et al.,9
2000). Além disso, fatores <strong>da</strong> hidrologia, litologia e as condições climáticas também sãoresponsáveis por essa variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (STOLT et al., 1993), principalmente quandoassociados aos acontecimentos geológicos e geomorfológicos históricos, queinfluenciam a dinâmica <strong>de</strong> ocorrência e o grau <strong>de</strong> evolução dos <strong>solo</strong>s nas paisagens.Assim sendo, vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> paisagem se propõem a estu<strong>da</strong>r e enten<strong>de</strong>r asrelações entre as condições do <strong>solo</strong> e a topografia. Entre esses mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacaro <strong>de</strong> RUHE (1969) e o <strong>de</strong> DANIELS et al. (1971), que conceituam uma superfíciegeomórfica como uma porção <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> no tempo e no espaço, com limitesgeográficos <strong>de</strong>finidos e caráter tempo-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Outro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> paisagemimportante é aquele baseado na curvatura do terreno, conforme estabelecido porTROEH (1965), no qual as pedoformas po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as lineares até as côncavas,passando pelas convexas, associando o perfil e a curvatura <strong>da</strong> paisagem com o grau <strong>de</strong>intemperismo e evolução do terreno.Além <strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los, DALRYMPLE et al. (1968) estabeleceram um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>paisagem, composto por nove uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s hipotéticas <strong>de</strong> vertente, que po<strong>de</strong>m estarparcialmente ausentes ou repeti<strong>da</strong>s na catena. Esse mo<strong>de</strong>lo enfatiza as interações entreos materiais do <strong>solo</strong> e a sua movimentação, transporte e re<strong>de</strong>posição pela água e pelagravi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em superfície e subsuperfície do terreno. Dessa forma, é consi<strong>de</strong>rado ummo<strong>de</strong>lo pedogeomórfico, pois relaciona processos geomórficos superficiais aosprocessos pedológicos subsuperficiais atuais. Os segmentos <strong>de</strong> vertente <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>paisagem afetam gran<strong>de</strong>mente os atributos do <strong>solo</strong>, principalmente, em função <strong>da</strong>quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, fluxo e distribuição sazonal <strong>da</strong> água, que po<strong>de</strong>m condicionar ambientesespecíficos já que interferem no movimento <strong>de</strong> bases e comportamento <strong>da</strong>s argilas(DANIELS & HAMMER, 1992). Entretanto, segundo LARK (1999), <strong>para</strong> que seenten<strong>da</strong>m as relações entre esses mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> paisagem e os <strong>solo</strong>s é necessário o uso <strong>de</strong>Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Elevação Digital (MDE) e <strong>de</strong> técnicas geoestatísticas.Está comprovado que os melhores resultados em estudos <strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>espacial do <strong>solo</strong>, levantamentos pedológicos e pedogênese são alcançados com ainclusão dos parâmetros geomorfológicos. Como exemplo, <strong>de</strong>staca-se o trabalho <strong>de</strong>DANIELS et al. (1971) e <strong>de</strong> GERRARD (1993), que ressaltam essa importância através<strong>de</strong>: (a) i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> coluna lito-estratigráfica e do material <strong>de</strong> origem dos <strong>solo</strong>s, (b)i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s superfícies geomórficas (que indicam as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas dos <strong>solo</strong>s) e(c) relacionamento entre atributos do <strong>solo</strong> e do relevo, integrando os dois itensanteriores.10
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um banco de dados digitais para ess
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6 SUGESTÕESComo trabalhos futuros
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mapa de solos na região de Três P
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PISSARA, T.C.T.; POLITANO, W.; FERR
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TURCOTTE, R.; FORTIN, J.P.; ROUSSEA
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8 ANEXO(S)Anexo I………………
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65,9 0,9 3,6 6,8 LVdf text. argilos
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Balanceamento de classes = 1a b c d
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Anexo VI - Matriz de confusão para