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Associação de marcadores do tipo microssatélite expressos ... - IAC

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INSTITUTO AGRONÔMICOCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURATROPICAL E SUBTROPICALASSOCIAÇÃO DE MARCADORES EST-SSR ÀRESISTÊNCIA AO BICHO-MINEIRO EM CAFEEIROSFERNANDA DE OLIVEIRA PINTOOrienta<strong>do</strong>r: Oliveiro Guerreiro FilhoCo-orienta<strong>do</strong>ra: Mirian Perez MalufDissertação submetida como requisitoparcial para obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong>Mestre emAgricultura Tropical e SubtropicalÁrea <strong>de</strong> Concentração em MelhoramentoGenético VegetalCampinas, SPMaio 2006


AGRADECIMENTOS- Primeiramente a Deus, por ter-me permiti<strong>do</strong> chegar até aqui. Agra<strong>de</strong>ço pela Sua força eproteção que me permitiram alcançar os difíceis objetivos;- Ao Instituto Agronômico, pela oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>;- A EMBRAPA - Café, pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>;- Ao CNPq, pelo financiamento <strong>de</strong>ste projeto;- Ao orienta<strong>do</strong>r, Dr. Oliveiro Guerreiro Filho e a co-orienta<strong>do</strong>ra, Drª Mirian Perez Maluf,pelos ensinamentos importantes durante o curso e na minha vida profissional;- Aos Professores da área <strong>de</strong> concentração Melhoramento Genético Vegetal, pelosensinamentos indispensáveis à minha formação;- Aos funcionários da PG-<strong>IAC</strong>, pelo auxílio da<strong>do</strong> no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> curso;- Aos colegas da pós-graduação e a to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Laboratório <strong>de</strong> Biologia Molecular <strong>do</strong> Centro<strong>de</strong> Café, pela constante amiza<strong>de</strong> e pelo apoio durante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta dissertação;- A funcionária Sílvia, pela constante amiza<strong>de</strong> e pela inestimável ajuda na organização<strong>de</strong>sta dissertação;- Aos meus pais, Luís e Marlene, à minha irmã Carolina e à minha avó Maria Elisa, peloamor, incentivo e força que sempre me <strong>de</strong>ram para que conseguisse chegar até o fim;- Ao meu namora<strong>do</strong>, Marcio, pela força, companheirismo e apoio que sempre <strong>de</strong>dicou amim;


- Aos meus tios e tias, avô e primos, por sempre acreditarem e torcerem por mim;- Às minhas amigas Paula, Michelle e Bethe pela constante amiza<strong>de</strong> e companheirismo<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s a mim durante to<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>.


ESCLARECIMENTOSAs seqüências genômicas analisadas nesta dissertação foram obtidas no Banco <strong>de</strong>ESTs <strong>do</strong> Genoma Café. O acesso a este Banco <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s é restrito e condiciona<strong>do</strong> àautorização pelo Comitê Gestor <strong>do</strong> Genoma Café, cujos membros são forma<strong>do</strong>s pelaFAPESP, CBP&D <strong>do</strong> Café e EMBRAPA. Os da<strong>do</strong>s são confi<strong>de</strong>nciais e não po<strong>de</strong>m serdivulga<strong>do</strong>s publicamente durante o perío<strong>do</strong> previsto <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciabilida<strong>de</strong>. Portanto, asseqüências utilizadas não serão apresentadas neste trabalho.


SUMÁRIOÍNDICE DE TABELAS.......…………..…………………………………………... viÍNDICE DE FIGURAS............................................................................................. viiRESUMO................................................................................................................... viiiABSTRACT............................................................................................................... ix1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................ 32.1 A Cultura <strong>do</strong> Café……………..…………………………………………............ 32.2 Melhoramento <strong>do</strong> Cafeeiro.………………………............................................... 42.2.1 Biologia <strong>do</strong> bicho-mineiro…………………………………………………….. 52.2.2 Seleção <strong>de</strong> cafeeiros resistentes ao bicho-mineiro.……………………............ 52.3 Mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da planta........................................................................... 72.4 Marca<strong>do</strong>res Microssatélites…………………………………............................... 102.5 Importância da Busca <strong>de</strong> Microssatélites em Banco <strong>de</strong> ESTs……....…………... 123. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 143.1 Local <strong>de</strong> Experimentação………………………………………………….......... 143.2 Material Vegetal.................................................................................................... 143.3 Avaliação da Resistência....................................................................................... 153.3.1 Técnica <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> insetos..…......………………......................................... 153.3.2 Infestação das plantas e avaliação da resistência……………………………... 163.4 Desenvolvimento <strong>de</strong> Marca<strong>do</strong>res Microssatélites................................................. 173.4.1 Busca <strong>de</strong> microssatélites em banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ESTs <strong>de</strong> café………...……….... 173.4.2 Isolamento <strong>do</strong> DNA genômico........................................................................... 173.4.3 Amplificação <strong>de</strong> microssatélites via PCR (reação da polimerase em ca<strong>de</strong>ia).... 183.4.4 Eletroforese <strong>do</strong>s fragmentos…………………………………………............... 193.4.5 Análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s........................................................................................ 194 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 214.1 Avaliação da Resistência……………................................................................... 214.2 Desenvolvimento <strong>de</strong> Marca<strong>do</strong>res Microssatélites………………………………. 234.2.1 Tipo <strong>de</strong> repetição e função <strong>do</strong>s SSR…………………………………………... 254.2.2 Posição <strong>do</strong> SSR no gene……………………………………………………..... 284.2.3 Amplificação <strong>de</strong> microssatélites via PCR…………………………………….. 305 CONCLUSÕES........................................................................................................ 386 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 39


ÍNDICE DE TABELASTabela 1. Genealogia da população segregante para resistência ao bichomineirooriunda <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> peloInstituto Agronômico <strong>de</strong> Campinas………………..……................15Tabela 2.Escala <strong>de</strong> pontos para a classificação <strong>de</strong> cafeeiros quanto ao <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> lesão <strong>de</strong>senvolvida a partirda infestação pelo bicho-mineiro......17Tabela 3.Tabela 4.Tabela 5.Tabela 6.Nível <strong>de</strong> resistência ao bicho-mineiro <strong>do</strong>s 136 indivíduos daprogênie H14954-46 C1351 EP 473................................................. 21Buscas em ESTs (Etiquetas <strong>de</strong> Seqüências Expressas) <strong>do</strong> Banco <strong>de</strong>Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Genoma Café…………......………………………............. 24Associação das seqüências <strong>de</strong> vinte e nove microssatélites quanto à suafunção e posição no gene, obtida a partir das anotações <strong>do</strong> banco <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Genoma Café........……………………………………......... 27Caracterização <strong>do</strong>s locos SSR quanto à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alelos/loco equanto à variação no tamanho <strong>do</strong>s alelos……….............................. 35


ÍNDICE DE FIGURASFigura 1.Tipos <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong>senvolvidas por Leucoptera coffeella em folhas comdiferentes níveis <strong>de</strong> resistência avalia<strong>do</strong>s numa mediante escala <strong>de</strong> 1 a4 pontos.........................................................................22Figura 2. Padrão <strong>de</strong> amplificação <strong>do</strong>s oligos SSR em bulks <strong>de</strong> DNA (A1 e A2 -SSR 6; B1 e B2- SSR 15; C1 e C2- SSR 9). PM- Peso Molecular <strong>de</strong> 250pb; 1 a 11- bulks <strong>de</strong> plantas resistentes ao bicho-mineiro; 12 a 21- bulks<strong>de</strong> plantas suscetíveis ao bicho-mineiro....................................................... 31Figura 3.Figura 4.Figura 5.Figura 6.Padrão <strong>de</strong> amplificação em gel <strong>de</strong> poliacrilamida 6% <strong>do</strong> SSR 4, com <strong>do</strong>isalelos, em bulks <strong>de</strong> plantas resistentes (1 a 11) e plantas suscetíveis (12 a21) ao bicho-mineiro.................................................................................... 32Padrão <strong>de</strong> amplificação em gel <strong>de</strong> poliacrilamida 6% <strong>do</strong> SSR 15, com<strong>do</strong>is alelos, em bulks <strong>de</strong> plantas resistentes (1 a 11) e plantas suscetíveis(12 a 21) ao bicho-mineiro........................................................................... 32Padrão <strong>de</strong> amplificação em gel <strong>de</strong> poliacrilamida 6% <strong>do</strong> SSR 18, comquatro alelos, em bulks <strong>de</strong> plantas resistentes (1 a 11) e <strong>de</strong> plantassuscetíveis (12 a 21) ao bicho-mineiro.................................................... 33Padrão <strong>de</strong> amplificação em gel <strong>de</strong> poliacrilamida 6% <strong>do</strong> SSR 18, emgenó<strong>tipo</strong>s <strong>do</strong> bulk suscetível (P1-C1195-5-6-2; P2-H13685-1; P3-H14954-46; P4-<strong>IAC</strong> 81) – parentais; 90, 92, 94, 95, 97 - genó<strong>tipo</strong>sindividuais <strong>do</strong> bulk18)................................................................................................ 33


PINTO, Fernanda <strong>de</strong> Oliveira. Analysis of EST-SSR markers in coffee progeniessegregating to leaf-miner resistance. 2006. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em MelhoramentoGenético Vegetal) – Pós-Graduação-<strong>IAC</strong>.ABSTRACTThe <strong>de</strong>velopment of new coffee cultivars has been limited by the difficulty in early ofselection <strong>de</strong>sirable agronomic traits, since those characteristics exhibit complex geneticinheritance and significant environmental influence. Currently, molecular markers havebeen used as an alternative and efficient selection tool by breeding programs of severalplant species. In coffee, some RAPD and AFLP markers were already i<strong>de</strong>ntified and cosegregatewith agronomic characteristics such as pathogen resistance. The main purpose ofthis work was to i<strong>de</strong>ntify expressed microsatellite (SSR) markers associated with resistanceto leaf-miner in coffee progenies These markers will be useful during selection forresistance to this insect by coffee breeding programs. The i<strong>de</strong>ntification of potential SSRmarkers has been accomplished by directed search on the Brazilian Coffee ESTs Database.EST- SSR were preferentially selected from genes expressed in leaves and stressed tissues.Sequence analysis of 32 selected SSR loci showed that complex repeats (65%) are morefrequent than tri- (21%) and di- (14%) nucleoti<strong>de</strong> repeats. Also, expressed SSR arelocalized frequently in the 5’- UTR of the gene transcript. Moreover, most of the genescontaining evaluated SSR are associated with <strong>de</strong>fense mechanisms. Polimorphisms wereanalyzed in advanced progenies segregating for resistance to the leaf-miner. Genomic DNAextracted from 136 plants, all corresponding to advanced generations of a Coffea arabica XCoffea racemosa hybrid, were used for EST-SSR amplifications. Frequency of SSR alleleswas 2.1/locus, and only one locus SSR showed polymorphism, but did not cosegregat withthe resistance to leaf-miner. These results suggest that marker assisted-selection in coffeebreeding should be performed on initial crosses and selection, where the genetic variabilityis still significant.Key words: coffee, molecular markers, assisted-selection.


1 INTRODUÇÃOO Brasil é o principal produtor e exporta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> café com o equivalente a 30% <strong>do</strong> totalglobal e com uma produção nacional representan<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 25% <strong>do</strong> volume internacional.Apresenta um parque cafeeiro com 6,0 bilhões <strong>de</strong> pés, sen<strong>do</strong> 75% em produção. Uma área<strong>de</strong> 2,0 milhões <strong>de</strong> hectares encontra-se em franca produção e 484 mil hectarescompreen<strong>de</strong>m cafezais novos, ou em formação (EMBRAPA, 2001).Apesar da acentuada redução da área cultivada nas últimas décadas e <strong>de</strong> diversosfatores abióticos como seca e geada e, <strong>de</strong> fatores bióticos como pragas e <strong>do</strong>enças(GONÇALVES, 1998), têm <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> oscilações na sua produção total, o Brasil aindaocupa uma posição <strong>do</strong>minante no merca<strong>do</strong> mundial. A estimativa oficial <strong>de</strong> produção nasafra <strong>de</strong> 2005/2006 é <strong>de</strong> 39,272 milhões <strong>de</strong> sacas, contan<strong>do</strong> com 2.222 milhões <strong>de</strong> hectaresplanta<strong>do</strong>s (Anuário Estatístico <strong>do</strong> Café, 2005/2006 - Companhia Nacional <strong>de</strong>Abastecimento - CONAB).Conhecem-se mais <strong>de</strong> cem espécies <strong>do</strong> gênero Coffea originárias da África e sul da Ásia(CHEVALIER, 1947) apesar <strong>de</strong> somente as espécies Coffea arabica e C. canephora teremimportância econômica ativa no merca<strong>do</strong> mundial. Por outro la<strong>do</strong>, as espécies nãocultivadas <strong>do</strong> gênero Coffea apresentam uma gran<strong>de</strong> importância <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vistaadaptativo, sen<strong>do</strong> fontes <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> genética. Tais espécies possuem característicasaltamente vantajosas tais como resistência a <strong>do</strong>enças e pragas, tolerância à seca e outrasalterações ambientais (FAZUOLI et al., 1999). Um exemplo da utilização <strong>de</strong>stes recursosgenéticos é a varieda<strong>de</strong> <strong>IAC</strong>2258 (Apoatã) <strong>de</strong> C. canephora <strong>de</strong>senvolvida pelo InstitutoAgronômico <strong>de</strong> Campinas (<strong>IAC</strong>), utilizada como porta enxerto <strong>de</strong> C. arabica <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àresistência a nematói<strong>de</strong>s (FAHL et al., 1998).


Quênia (CHEVALIER, 1947; CHARRIER, 1978; BRIDSON, 1982). A diversida<strong>de</strong> genética<strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> Coffea arabica L. é relativamente pequena e a sua ampliação torna-seimportante para o futuro <strong>do</strong> melhoramento <strong>do</strong> cafeeiro. Esta estreita diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se ao fato<strong>de</strong> serem plantas autógamas com centro <strong>de</strong> origem limita<strong>do</strong> e <strong>de</strong> terem si<strong>do</strong> utilizadas pequenasquantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes durante o processo <strong>de</strong> dispersão <strong>do</strong> café, foram introduzi<strong>do</strong>s poucosacessos (CARVALHO et al., 1993), além <strong>de</strong> serem bastante aparentadas e em gran<strong>de</strong> maioria,<strong>de</strong>rivam-se das cultivares Típica, originalmente introduzida no Brasil em 1727 e BourbonVermelho, oriunda da ilha <strong>de</strong> mesmo nome (ANTHONY et al., 2001). Trata-se <strong>de</strong> umaespécie nobre e que produz café <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. Existem muitas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> C. arabica emais <strong>de</strong> 40 mutantes já <strong>de</strong>scritos (CARVALHO et al., 1991). As características <strong>de</strong>sses mutantessão variáveis como, por exemplo, crescimento e forma da planta, <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> ramificação, forma ecoloração das folhas, tamnho das sementes, resistência a moléstias, pragas e nematói<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntreoutras.Estu<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s na análise da seqüência <strong>de</strong> DNA suportam que C. arabica é resulta<strong>do</strong> daassociação <strong>de</strong> duas espécies diplói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Coffea. Em trabalho conduzi<strong>do</strong> por LASHERMES etal. (1999), foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grupos <strong>de</strong> cromossomos ou genomas combina<strong>do</strong>s. Aorganização <strong>do</strong> genoma <strong>de</strong> C. arabica foi confirmada utilizan<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> hibridação(GISH). Foi utiliza<strong>do</strong> como sonda DNA genômico <strong>de</strong> duas prováveis espécies <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras eos resulta<strong>do</strong>s sugeriram que C. arabica é um anfidiplói<strong>de</strong> forma<strong>do</strong> pela hibridação entre C.eugenio<strong>de</strong>s e C. canephora ou eco<strong>tipo</strong>s relaciona<strong>do</strong>s a estas espécies diplói<strong>de</strong>s. Além <strong>de</strong>stesresulta<strong>do</strong>s os autores indicaram a baixa divergência existente entre os <strong>do</strong>is genomasconstituintes <strong>de</strong> C arabica e sugeriram que o processo <strong>de</strong> especiação ocorreu recentemente,com origem na África Central.A outra espécie <strong>de</strong> interesse comercial, C. canephora, possui distribuição geográfica amplaocorren<strong>do</strong> nas regiões oci<strong>de</strong>ntal, central tropical e subtropical <strong>do</strong> continente africano(CHARRIER & BERTHAUD, 1985). A variabilida<strong>de</strong> existente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa espécie é muitogran<strong>de</strong>, e po<strong>de</strong> ser verificada em relação ao tamanho e forma das plantas, folhas, frutos esementes.


As <strong>de</strong>mais espécies <strong>de</strong> Coffea não são cultivadas economicamente, mas ocorrem <strong>de</strong> formasilvestre e possuem variabilida<strong>de</strong> elevada para algumas características tais como resistência apragas e <strong>do</strong>enças.Por se tratar <strong>de</strong> uma cultura perene e <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> juvenil longo, o melhoramento genético <strong>do</strong>cafeeiro é lento, sen<strong>do</strong> necessária a implementação <strong>de</strong> técnicas que facilitem e acelerem aobtenção, avaliação e seleção <strong>de</strong> materiais superiores. Análises genéticas em espécies <strong>de</strong> Coffeajá vêm sen<strong>do</strong> feitas para aproveitamento <strong>de</strong> características importantes para o melhoramento,tais como tamanho e forma da planta, fruto e sementes, além da resistência a <strong>do</strong>enças, pragas enematói<strong>de</strong>s (FAZUOLI, 1999).2.2 Melhoramento <strong>do</strong> CafeeiroA crescente <strong>de</strong>manda mundial por alimentos <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>, principalmente livres<strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas, tem promovi<strong>do</strong> um avanço significativo em diversasáreas da produção vegetal.Recentemente, méto<strong>do</strong>s avança<strong>do</strong>s <strong>de</strong> melhoramento genético vegetal têm se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s uniformes e direciona<strong>do</strong>spara características <strong>de</strong>sejáveis. Dentre as técnicas <strong>de</strong> biotecnologia mo<strong>de</strong>rna que po<strong>de</strong>riamauxiliar o programa <strong>de</strong> melhoramento <strong>do</strong> cafeeiro <strong>de</strong>stacam-se a cultura <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s, atransformação genética e os <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> moleculares.O Programa <strong>de</strong> Melhoramento <strong>do</strong> Cafeeiro <strong>do</strong> <strong>IAC</strong> além <strong>de</strong> visar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>cultivares produtivas, com resistência a ferrugem e nematói<strong>de</strong>s, foca também a obtenção <strong>de</strong>varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> café tolerantes a insetos. Algumas espécies tais como C. canephora, C.racemosa e C. congensis vêm sen<strong>do</strong> utilizadas como fontes importantes <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong>genética neste programa (FAZUOLI et al., 1984; BERTRAND et al., 2000).Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cultivares resistentes ao bicho-mineiro, C. racemosa temsi<strong>do</strong> utilizada como <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> resistência ao inseto <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à facilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>cruzamento com C. arabica (CARVALHO & MONACO, 1968).Embora a seleção <strong>de</strong> plantas melhoradas esteja em nível avança<strong>do</strong>, e já tenha si<strong>do</strong>possível relacionar a resistência ao inseto a <strong>do</strong>is genes complementares e <strong>do</strong>minantes


(GUERREIRO-FILHO et al., 1999), pouco se sabe ainda sobre a natureza e sobre os<strong>marca<strong>do</strong>res</strong> associa<strong>do</strong>s a esta resistência.2.2.1 Biologia <strong>do</strong> bicho-mineiroO inseto bicho-mineiro Leucoptera coffeella (GUÉRIN-MÉNEVILLE, 1842), é ummicro-lepdóptero <strong>de</strong> hábito crepuscular noturno. As mariposas me<strong>de</strong>m 6,5 mm <strong>de</strong>envergadura, têm coloração branca pardacenta e as asas anteriores e posteriores franjadas.As lagartas vivem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> lesões ou minas foliares por elas mesmas construídas. Quan<strong>do</strong>completamente <strong>de</strong>senvolvidas, me<strong>de</strong>m cerca <strong>de</strong> 3,5 mm <strong>de</strong> comprimento. Este inseto éconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong> metamorfose completa, passan<strong>do</strong> pelas fases <strong>de</strong> ovo, lagarta, crisálida eadulta (SOUZA et al., 1998). A postura <strong>do</strong>s ovos sempre é feita na face superior das folhase, após a eclosão, as lagartas penetram na folha através da epi<strong>de</strong>rme pelo mesofilo foliardirigin<strong>do</strong>-se ao parênquima paliçádico, inician<strong>do</strong> a alimentação e levan<strong>do</strong> ao dano.As lesões causadas pelo bicho-mineiro entre as epi<strong>de</strong>rmes, também <strong>de</strong>nominadasgalerias ou minas, têm bordas irregulares, são <strong>de</strong> coloração amarelo-páli<strong>do</strong> eposteriormente tornam-se pardacentas (KORONNOVA & DE LA VEJA, 1985). Nomesofilo, as minas provocadas pelo inseto estão exclusivamente no parênquima paliçádico(CARDENAS, 1981).2.2.2 Seleção <strong>de</strong> cafeeiros resistentes ao bicho-mineiroUm gradiente <strong>de</strong> infestação po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> entre as folhas jovens até as maisvelhas durante a infestação natural <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> café suscetíveis ao bicho-mineiro(NANTES & PARRA, 1977), com lesões pequenas e irregulares sen<strong>do</strong> observadas com


maior freqüência em folhas jovens (CARDENAS-MURILLO & POSADA-OCHOA,1984).No gênero Coffea são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s diferentes níveis <strong>de</strong> resistência ao bicho-mineiroentre as espécies. GUERREIRO-FILHO et al. (1991) sugeriram o agrupamento dasespécies em altamente resistentes (C. stenophylla, C. brevipes, C. salvatrix e C. liberica),mo<strong>de</strong>radamente resistentes (C. racemosa, C. kapakata, C.<strong>de</strong>vrevei e C. eugenioi<strong>de</strong>s),suscetíveis (C. congensis e C. canephora) e altamente suscetíveis (C. arabica). Outrasespécies provenientes da África Continental como C. humilis, Coffea sp. Moloun<strong>do</strong>u, C.jasminoi<strong>de</strong>s, ou da Ilha <strong>de</strong> Madagascar, como, C. perrieri e C. resinosa, tambémapresentaram níveis eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> resistência ao inseto (GUERREIRO-FILHO, 1994). Aespécie C. racemosa vem sen<strong>do</strong> utilizada como <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> resistência ao insetopara a espécie C. arabica (CARVALHO & MONACO, 1968).A seleção <strong>de</strong> indivíduos resistentes é realizada em uma primeira etapa no viveiro<strong>de</strong>scartan<strong>do</strong>-se plantas suscetíveis <strong>de</strong> cada progênie obtidas por cruzamentos dirigi<strong>do</strong>s ouautofecundações. Plantas não atacadas são avaliadas individualmente em laboratórioutilizan<strong>do</strong>-se meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>scrita por GUERREIRO-FILHO (1994). A avaliação daresistência é feita pelo <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> reação observada nas folhas.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> C. arabica resistentes teve início a partir <strong>de</strong>cruzamentos entre os cafeeiros C1195-5-6-1 e C1195-5-6-2 com plantas selecionadas dascultivares Icatu Vermelho, Catimor e Híbri<strong>do</strong> <strong>de</strong> Timor, resistentes ao fungo Hemileiavastatrix, causa<strong>do</strong>r da ferrugem <strong>do</strong> cafeeiro.A combinação híbrida H11421 (RC 3 –C1195-5-6-2 x H4782-7-882 Icatu Vermelho)<strong>de</strong>stacou-se pela produtivida<strong>de</strong> média e pelo maior nível <strong>de</strong> resistência das plantas aobicho-mineiro (GUERREIRO-FILHO et al., 1991). Uma das melhores plantas da progênie,H11421-11 foi utilizada em retrocruzamentos com a cultivar Catuaí Vermelho <strong>IAC</strong> 81,dan<strong>do</strong> origem à progênie H13685 (RC 4 ). Plantas selecionadas na geração anterior foramretrocruzadas com a cultivar Catuaí Amarelo <strong>IAC</strong> 62. Um <strong>de</strong>sses cruzamentos, realiza<strong>do</strong>scom o indivíduo H13685-1 <strong>de</strong>u origem à progênie H14954 (RC 5 ), que se encontra plantadano ensaio <strong>de</strong> progênies EP473, no Centro Experimental Central <strong>do</strong> <strong>IAC</strong>, em Campinas, SP.


A progênie da planta H14954-46 foi selecionada para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> associação da resistênciacom microssatélites <strong>expressos</strong>.Finalmente, plantas selecionadas <strong>de</strong>ste último retrocruzamento foram utilizadas comoparentais masculinos em cruzamentos com a cultivar Catuaí Vermelho <strong>IAC</strong> 144 (H 20033;RC 6 ).A meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> seleção a<strong>do</strong>tada consiste em uma associação entre os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>retrocruzamentos e genealógico, sen<strong>do</strong> a cultivar Catuaí utilizada nos retrocruzamentoscom o intuito <strong>de</strong> se obter plantas produtivas, resistentes ao inseto e <strong>de</strong> porte baixo (MALUF& GUERREIRO-FILHO, 2005).Por se tratar <strong>de</strong> uma espécie perene, <strong>de</strong> ciclo longo, uma primeira seleção <strong>de</strong> plantasresistentes é realizada ainda na fase <strong>de</strong> mudas. Plantas jovens suscetíveis são <strong>de</strong>scartadasprecocemente em viveiro a partir da análise da infestação natural por L. coffeella. As mudasresistentes ou não atacadas no viveiro são avaliadas posteriormente em testes <strong>de</strong> laboratóriomediante utilização <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> discos <strong>de</strong> folhas (GUERREIRO-FILHO et al., 1992).Apenas plantas consi<strong>de</strong>radas resistentes são plantadas em ensaios <strong>de</strong> progênies paraavaliação <strong>de</strong> suas características agronômicas <strong>de</strong> interesse. Supõe-se que a utilização <strong>de</strong><strong>marca<strong>do</strong>res</strong> moleculares possa potencializar a redução <strong>do</strong>s custos financeiros e o aumentoda eficiência <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> plantas resistentes ao inseto.2.3 Mecanismos <strong>de</strong> Defesa da PlantaO sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa das plantas contra insetos po<strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> duas formas. A primeira, aresistência estática ou constitutiva, ocorre mesmo sem a ação <strong>de</strong> agentes agressores e é<strong>de</strong>finida como o efeito combina<strong>do</strong> <strong>de</strong> todas as barreiras constitutivas presentes na plantaantes <strong>do</strong> ataque. Esta resistência é recebida por herança <strong>do</strong>s ancestrais e torna as plantasimunes (ou não-hospe<strong>de</strong>iras) à maioria <strong>do</strong>s patógenos. A segunda é a resistência ativa ouinduzida, que é <strong>de</strong>senvolvida via mecanismos <strong>de</strong> proteção ativa<strong>do</strong>s durante o contato com opatógeno (GATEHOUSE, 2002).Os mecanismos <strong>de</strong> resistência são ativa<strong>do</strong>s perto da área infectada para tentar prevenir adifusão <strong>do</strong> patógeno ou <strong>de</strong>ter a contínua predação por insetos. A velocida<strong>de</strong> com que aplanta reconhece a presença <strong>do</strong> agressor <strong>de</strong>termina o tempo <strong>de</strong> resposta à invasão,<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>an<strong>do</strong> uma ou mais reações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Se a resposta é mais rápida <strong>do</strong> que o


processo <strong>de</strong> infecção, a planta po<strong>de</strong> conter o agente (resistência). A interação entre umpatógeno e um vegetal é dita ‘compatível’ quan<strong>do</strong> leva à <strong>do</strong>ença, mas se a planta resiste àagressão a interação é dita incompatível (MARGIS-PINHEIRO, 1993).Os processos biossintéticos envolvi<strong>do</strong>s nos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa estática e ativa sãopraticamente os mesmos, envolven<strong>do</strong> os mesmos genes, porém, diferem entre si apenas naexpressão <strong>do</strong>s mesmos. Na resistência estática, a expressão gênica é o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>processo normal <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da planta, enquanto que na resistência ativa, aexpressão é regulada por um sinal ativa<strong>do</strong> durante estímulo externo (GATEHOUSE, 2002).A resistência ativa po<strong>de</strong> ser reconhecida pela chamada reação <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong> ouHR, com a morte <strong>de</strong> células situadas nos locais por on<strong>de</strong> o agressor penetra. Com isso, aplanta impe<strong>de</strong> o acesso <strong>do</strong> patógeno a células vizinhas, limitan<strong>do</strong> a infecção. Os aspectosfisiológicos da hipersensibilida<strong>de</strong> incluem o aumento rápi<strong>do</strong> e transitório <strong>de</strong> agentesoxidantes, a perda <strong>de</strong> íons potássio (K+) e ganho <strong>de</strong> íons hidrogênio (H+) pelas células, a<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> compartimentos e o espessamento das pare<strong>de</strong>s celulares e da cutícula, além dasíntese <strong>de</strong> toxinas e proteínas relacionadas à <strong>de</strong>fesa. Além <strong>de</strong>stes compostos, a resistênciaativa po<strong>de</strong> trazer proteção a planta contra um grupo <strong>de</strong> patógenos (MARGIS-PINHEIRO,1993).O metabolismo secundário das plantas é o responsável pela produção <strong>de</strong> compostosorgânicos que não apresentam função direta no crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento da planta eque estão presentes no mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa (BENNETT & WALLSGROVE, 1994).Os compostos fenólicos produzi<strong>do</strong>s pelo metabolismo secundário (APPEL, 1993)foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como integrantes <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa das plantas contra diversospatógenos (KOSUGE, 1969) e parecem influenciar os processos fisiológicos das plantascomo síntese <strong>de</strong> moléculas sinaliza<strong>do</strong>ras, proteção contra estresse ambiental e constituiçãoda pare<strong>de</strong> celular (BI et al., 1997). São exemplos <strong>de</strong> compostos fenólicos, o áci<strong>do</strong>clorogênico, antocianinas, fitoalexinas, taninos e ligninas entre outros.As interações entre fenólicos oxida<strong>do</strong>s e proteínas da dieta são <strong>de</strong>letérias para os insetos(FELTON et al., 1989a), pois alteram a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aminoáci<strong>do</strong>s e são irreversíveis.Em trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com folhas <strong>de</strong> morangueiros, LUCZYNSKI et al. (1990)<strong>de</strong>screveram o <strong>de</strong>senvolvimento retarda<strong>do</strong> <strong>do</strong> ácaro Tatranychus urticae. Em cultivares


conten<strong>do</strong> altas concentrações <strong>de</strong> compostos fenólicos o crescimento <strong>de</strong>ste ácaro foisuprimi<strong>do</strong>, supostamente pela inativação <strong>de</strong> suas enzimas digestivas.Outro exemplo <strong>de</strong> compostos que oxidam fenóis são as enzimas conhecidas comopolifenoloxidases (PPO) e peroxidases (PO) (MAYER, 1987). Nas plantas, ainda não sesabe ao certo sobre o papel fisiológico das PPOs, embora a função mais provável seja oenvolvimento com em mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa contra patógenos e preda<strong>do</strong>res(CONSTABEL et al., 2000). Vários autores têm relata<strong>do</strong> a indução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PPOcomo resposta a fatores bióticos e abióticos, incluin<strong>do</strong> danos causa<strong>do</strong>s por herbívoros,infecções por bactérias e fungos, ferimentos aplicação <strong>de</strong> regurgitantes <strong>de</strong> insetos eexposição ao composto sinaliza<strong>do</strong>r da via metabólica <strong>do</strong> jasmonato (CONSTABEL &RYAN, 1998; KRUZMANE et al., 2002).A PO, presente nos teci<strong>do</strong>s das plantas, catalisa a conversão <strong>de</strong> peróxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> hidrogênio(H 2 O 2 ) em água utilizan<strong>do</strong> fenóis como <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res <strong>de</strong> hidrogênio. Alterações na suaativida<strong>de</strong> durante o <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>do</strong>enças nas plantas tem si<strong>do</strong> correlacionadas coma expressão <strong>de</strong> resistência em diferentes sistemas patógeno-hospe<strong>de</strong>iro (OLIVEIRA et al.,1997). A ativida<strong>de</strong> da peroxidase po<strong>de</strong> aumentar em plantas submetidas a diversos <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong>estresse (SIEGEL, 1993) e suas funções fisiológicas nas plantas estão relacionadas aoespessamento da pare<strong>de</strong> celular e cicatrização <strong>de</strong> ferimentos, incluin<strong>do</strong> lignificação esuberização (GOLDBERG et al., 1985; ESPELIE et al., 1986).Em cafeeiros, poucas informações sobre ação da peroxidase foram publicadas até omomento. SALGADO (2004) mostrou que o teor <strong>de</strong> fenóis totais não varia entre folhas <strong>de</strong>cafeeiros com e sem produção <strong>de</strong> frutos. Porém, as concentrações <strong>de</strong> fenóis totais em folhasjovens foram superiores àquelas observadas em folhas adultas com produção <strong>de</strong> frutos(25%) ou sem produção <strong>de</strong> frutos (46%). O autor sugere que os compostos secundáriosestariam sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s para as folhas mais novas, ainda pouco lignificadas, para suamaior proteção contra a herbivoria.A importância da oxidação fenólica na resistência <strong>de</strong> cafeeiros ao ataque <strong>de</strong> L. coffeella,nas espécies parentais C. arabica e C. racemosa, e em híbri<strong>do</strong>s provenientes <strong>de</strong>stecruzamento foi analisada por RAMIRO (2003). Os autores verificaram que os fenóis nãoexercem papel central na expressão da resistência ao bicho-mineiro. Foram <strong>de</strong>tectadasdiferenças entre as espécies parentais quanto à concentração total <strong>de</strong> fenóis solúveis e à


ativida<strong>de</strong> das enzimas oxidativas PO e PPO. Entretanto, as plantas híbridas resistentes esuscetíveis não diferiram entre si em nenhuma das características analisadas. Somente nasplantas da espécie C. racemosa, parental <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s genes <strong>de</strong> resistência ao inseto, foi<strong>de</strong>tectada indução significativa da produção <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> clorogênico e <strong>de</strong> PPO. Os resulta<strong>do</strong>sindicam que a indução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> fenólica das enzimas PO e PPO em resposta ao ataque<strong>de</strong> insetos po<strong>de</strong> não ser evidência concreta da participação <strong>de</strong>stas em um mecanismo <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa direto.2.4 Marca<strong>do</strong>res MicrossatélitesA utilização da biologia molecular como ferramenta nos programas <strong>de</strong> melhoramentogenético tem propicia<strong>do</strong> extrema agilida<strong>de</strong>. Atualmente uma gama <strong>de</strong> <strong>marca<strong>do</strong>res</strong>moleculares tem si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificada, através <strong>de</strong> técnicas que permitem uma amplacaracterização <strong>do</strong> polimorfismo genético existente em plantas. Esses <strong>marca<strong>do</strong>res</strong>representam uma ferramenta importante em programas <strong>de</strong> melhoramento assisti<strong>do</strong>. Umexemplo da utilização <strong>de</strong>stes <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> foi <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por PONCET et al. (2004), quevisou avaliar a distribuição geográfica <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> Coffea. Foram utiliza<strong>do</strong>s 110 oligosmicrossatélites para analisar a diversida<strong>de</strong> genética <strong>de</strong> 6 espécies e as espécies C.canephorae C. pseu<strong>do</strong>zanguebariae compartilharam, porém, não houve nenhuma correlação entreestas duas espécies.Marca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> DNA têm si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s para análise <strong>de</strong> divergência genética(CATTANEO, 2001); i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> cultivares (BAUM et al., 2000), mapeamentogenético (RAFALSKI, 2002; BRESSAN-SMITH, 1998), filogenia (GEHRIG et al., 1997);melhoramento genético visan<strong>do</strong> resistência a <strong>do</strong>enças (SANTOS, 2000), sexagem(URASAKI et al., 2002). To<strong>do</strong>s estes estu<strong>do</strong>s buscam i<strong>de</strong>ntificar variações em seqüênciasgenômicas que possam estar relacionadas com um fenó<strong>tipo</strong> específico. Assim, a análise davariação das seqüências é <strong>de</strong> maior importância nos estu<strong>do</strong>s genéticos e os <strong>marca<strong>do</strong>res</strong>moleculares são uma ferramenta útil para <strong>de</strong>terminar e analisar essas variações. Atualmenteuma gama <strong>de</strong> <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> como RFLP, RAPD, AFLP e Microssatélites (SSR) têm si<strong>do</strong>utiliza<strong>do</strong>s para diferentes espécies (PHILIPS et al., 2001 e VARSHNEY et al., 2004).Os Microssatélites ou SSR (Sequência Simples Repetida) têm si<strong>do</strong> muito utiliza<strong>do</strong>s emprogramas <strong>de</strong> melhoramento. Estes <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> são compostos <strong>de</strong> seqüências simples


epetidas <strong>de</strong> 2 a 5 nucleotí<strong>de</strong>os “in tan<strong>de</strong>m” na seqüência <strong>de</strong> DNA, tais como (CA) n(AGAT) n (ATT) n . O polimorfismo nestes locos é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> variações <strong>do</strong> número <strong>de</strong>repetições das seqüências <strong>de</strong> nucleotí<strong>de</strong>os (AKKAYA et al., 1992). A repetição po<strong>de</strong> serperfeita ou interrompida por muitos nucleotí<strong>de</strong>os não repeti<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> chamada <strong>de</strong>repetições compostas (SAGHAI-MAROOF et al., 1994).Os <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR são úteis para uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações em genética <strong>de</strong> plantase melhoramento pela sua reprodutibilida<strong>de</strong>, natureza multialélica, alto grau <strong>de</strong>polimorfismo, herança co-<strong>do</strong>minante, relativa abundância e boa cobertura <strong>do</strong> genoma(POWELL et al., 1996). Os <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR têm si<strong>do</strong> úteis para integração <strong>de</strong> mapasgenéticos e mapas físicos e tem provi<strong>do</strong> os melhoristas e geneticistas com uma ferramentaeficiente para associar variação genética e fenotípica (GUPTA & VARSHNEY, 2000).As seqüências das regiões que flanqueiam os SSRs são conservadas em indivíduos damesma espécie. Dessa maneira, os SSRs são amplamente distribuí<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> genoma <strong>de</strong>eucariotos e po<strong>de</strong>m ser amplifica<strong>do</strong>s por oligos específicos sintetiza<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong>stasregiões flanquea<strong>do</strong>ras (PONCET et al., 2004).A variação encontrada nos microssatélites po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vida tanto ao “escorregamento”da DNA polimerase durante a replicação ou <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a recombinação <strong>de</strong>sigual, durante ameiose, resultan<strong>do</strong> em diferenças no número <strong>de</strong> cópias das sequências <strong>de</strong> nucleotí<strong>de</strong>os. OsSSRs polimórficos aumentam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> diferenças alélicas entreespécies próximas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma espécie, ou até mesmo entre indivíduos numa população(YU et al., 1999). O polimorfismo é <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> após a amplificação <strong>do</strong> DNA via PCR eseparação <strong>do</strong>s produtos por eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilamida ou agarose (WU &TANKSLEY, 1993).Vários trabalhos utilizan<strong>do</strong> SSR foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s com sucesso para avaliar adiversida<strong>de</strong> genética entre genó<strong>tipo</strong>s. Em trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por AKKAYA et al.(1992) <strong>de</strong>monstraram que SSRs estavam presentes em genó<strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> soja e altos níveis <strong>de</strong>polimorfismo foram <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s entre os grupos. Foi observada uma média <strong>de</strong> 7 alelos emcada 3 locos SSRs, permitin<strong>do</strong> assim a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> 43 genó<strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> soja.Outro trabalho que <strong>de</strong>monstrou a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> porKIJAS et al. (1995), mostran<strong>do</strong> que há gran<strong>de</strong> variação <strong>de</strong> tamanho nos locos SSR emespécies <strong>de</strong> citros. Neste trabalho foram avalia<strong>do</strong>s acessos provenientes <strong>de</strong> um cruzamento


intergenérico entre limão cravo (Citrus limonia Osbeck) e Poncirus trifoliata. Foramanalisa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is locos SSR quanto à variação e herança alélica, a partir da amplificação ehibridização com a sonda TAA. Demonstrou-se com este estu<strong>do</strong> que todas as plantas daprogênie avaliada apresentaram o SSR (TAA) indican<strong>do</strong> assim que a região flanquea<strong>do</strong>ra éconservada nos diferentes genomas testa<strong>do</strong>s.Em trabalho semelhante, SAHA et al. (2002) avaliaram a presença <strong>de</strong> SSR em cDNA<strong>de</strong> 11 acessos <strong>de</strong> algodão e 4 gêneros próximos. Trinta e um pares <strong>de</strong> oligos SSR, <strong>do</strong>s 120testa<strong>do</strong>s, amplificaram fragmentos <strong>de</strong> cDNA. A análise das sequências mostrou que 25%<strong>do</strong>s 24 clones <strong>de</strong> cDNA seleciona<strong>do</strong>s aleatoriamente amplificaram regiões conten<strong>do</strong>repetições e mostraram que os SSR conten<strong>do</strong> cDNA foram conserva<strong>do</strong>s em duas diferentesespécies <strong>de</strong> algodão (Gossypium barba<strong>de</strong>nse e G. hirsutum). Este estu<strong>do</strong> revelou aimportância <strong>do</strong>s <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR para o mapeamento comparativo <strong>de</strong> genes transcritos.2.5 Importância da Busca <strong>de</strong> Microssatélites em Bancos <strong>de</strong> ESTAs pesquisas em biotecnologia estão trazen<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> impacto para a agricultura e aindústria alimentícia em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Um <strong>do</strong>s requisitos primordiais para o uso das novasferramentas biotecnológicas é a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> genes. Os méto<strong>do</strong>s para se analisar aestrutura e função <strong>de</strong> genes, em larga escala, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s coletivamente <strong>de</strong> tecnologiagenômica, têm proporciona<strong>do</strong> uma enorme produção <strong>de</strong> informações e a geração <strong>de</strong> bancos<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> seqüências <strong>de</strong> DNA, que possibilitam a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s fatores genéticos<strong>de</strong>terminantes e ou associa<strong>do</strong>s com características <strong>de</strong> interesse agronômico.O Projeto Genoma Café que resultou na construção <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s com mais <strong>de</strong>200 mil seqüências <strong>de</strong> DNA, permitiu a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 mil genes, responsáveispelos diversos mecanismos fisiológicos <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> cafeeiro(EMBRAPA, 2004).O seqüenciamento <strong>do</strong> genoma total <strong>de</strong> organismos superiores, como o cafeeiro, é umatarefa árdua e <strong>de</strong> custo eleva<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua complexida<strong>de</strong> e tamanho. Por isso, váriosprojetos <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong> plantas vêm optan<strong>do</strong> pelo seqüenciamento <strong>de</strong> Etiquetas <strong>de</strong>Seqüências Expressas ou EST, on<strong>de</strong> apenas os genes <strong>expressos</strong> pelo organismo são


seqüencia<strong>do</strong>s. Genes <strong>expressos</strong> são aqueles que se encontram ativos no momento e nascondições da análise. O banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong> pelos pesquisa<strong>do</strong>res brasileiros é o resulta<strong>do</strong><strong>do</strong> seqüenciamento <strong>de</strong> várias bibliotecas <strong>de</strong> cDNA, ou seja, seqüências <strong>de</strong> DNAcorrespon<strong>de</strong>ntes aos genes <strong>expressos</strong> nos vários teci<strong>do</strong>s da planta (folhas, raízes, frutos,flores e ramos - sadios e submeti<strong>do</strong>s a estresses bióticos e abióticos como pragas, <strong>do</strong>enças,frio, calor, seca) em diversos estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.O méto<strong>do</strong> padrão para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR envolve a criação<strong>de</strong> uma pequena biblioteca genômica, com subseqüente hibridização comoligonucleotí<strong>de</strong>os repeti<strong>do</strong>s “in tan<strong>de</strong>m”, seleção <strong>de</strong> clones conten<strong>do</strong> repetições eo seqüênciamento <strong>de</strong> clones candidatos. Este processo, apesar <strong>de</strong> ser muitolaborioso e <strong>de</strong> consumir muito tempo e recursos (THIEL et al., 2002), tem si<strong>do</strong>muito utiliza<strong>do</strong> em diferentes espécies para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> SSR (LUI etal., 1996; STRUSS & PLIESKE, 1998).Uma estratégia alternativa para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> locos SSR utiliza a informaçãodisponível em Bancos <strong>de</strong> Seqüências <strong>de</strong> DNA. Os SSRs po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nestesbancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, através <strong>de</strong> algoritmos específicos, encurtan<strong>do</strong> tempo e custos requeri<strong>do</strong>spara seu <strong>de</strong>senvolvimento. Atualmente com o aumento da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seqüências <strong>de</strong>genes <strong>expressos</strong> <strong>de</strong> diversas espécies vegetais, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> seqüênciamento emlarga escala, a busca por SSR “in silico” é uma estratégia muito atraente. Segun<strong>do</strong> RUDD(2003), através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> aplicativos computacionais, seqüências correspon<strong>de</strong>ntes tanto aEST (Etiquetas <strong>de</strong> Sequências Expressas), quanto a clones <strong>de</strong> cDNA, po<strong>de</strong>m seri<strong>de</strong>ntificadas e copiadas <strong>do</strong>s Bancos <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s para análise e caracterização <strong>de</strong> SSRs. Aestratégia básica <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> EST constitui um méto<strong>do</strong> rápi<strong>do</strong> e eficiente <strong>de</strong>amostragem <strong>do</strong> genoma para seqüências ativas <strong>de</strong> genes. O EST representa uma seqüênciatotal ou parcial <strong>de</strong> um gene que foi expresso em um teci<strong>do</strong>, em um momento <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>(STERKY & LUNDEBERG, 2000).Estes são chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> EST-SSRs ou microssatélites <strong>de</strong> sequências expressas. O<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> é relativamente fácil e barato por serem bioprodutosdas sequências <strong>de</strong> genes ou ESTs disponíveis publicamente nos bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. Nestecontexto, a utilização <strong>de</strong> SSR basea<strong>do</strong>s em genes <strong>expressos</strong> tem si<strong>do</strong> relatada para muitasespécies incluin<strong>do</strong> uvas (SCOTT et al., 2000), cana-<strong>de</strong>-açúcar (CORDEIRO et al., 2001),trigo duro (EUJAYL et al., 2001) e centeio (HACKAUF & WEHLING, 2002).


Atualmente, vários estu<strong>do</strong>s já utilizam a estratégia <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> SSR em Bancos <strong>de</strong>ESTs, como <strong>de</strong>scrito por CATO et al. (2001). Os autores <strong>de</strong>screvem algumas vantagens dautilização <strong>de</strong>stas seqüências expressas com <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> genéticos. Primeiro, se ummarca<strong>do</strong>r EST estiver geneticamente associa<strong>do</strong> a uma característica <strong>de</strong> interesse, é provávelque o mesmo afete diretamente a característica. Segun<strong>do</strong>, os ESTs que apresentamhomologia com genes candidatos po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma específica paramapeamento genético.Embora o polimorfismo <strong>do</strong>s SSRs seja uma limitação para muitas espécies, os<strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR ainda são ferramentas valiosas para a genética e melhoramento <strong>de</strong> plantas.Transcritos <strong>de</strong> genes também conten<strong>do</strong> motivos repeti<strong>do</strong>s e a abundância <strong>de</strong> ESTs faz <strong>de</strong>steuma fonte potencial atrativa <strong>de</strong> <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> microssatélites. A comparação <strong>de</strong>comprimentos <strong>de</strong> repetição <strong>de</strong> SSR em clones <strong>de</strong> bibliotecas enriquecidas versus SSR<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, mostrou que repetições encontradas em bibliotecasenriquecidas foram significantemente maiores <strong>do</strong> que aqueles encontra<strong>do</strong>s em SSR<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s (RAMSAY et al., 2000). Além disso, a presença <strong>de</strong> SSR emtranscritos <strong>de</strong> genes conheci<strong>do</strong>s sugere que eles po<strong>de</strong>m ter importante papel na expressão efunção gênica (KANTETY et al., 2001).Estu<strong>do</strong>s mostram que os SSRs têm si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s na região 5’- UTR (Região nãotraduzida) <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> plantas e animais. Em alguns organismos, estes polimorfismos estãotambém correlaciona<strong>do</strong>s com padrões <strong>de</strong> expressão gênica como foi avalia<strong>do</strong> em ervilha(STAFSTRAM & INGRAM, 2004). Neste estu<strong>do</strong> foram avalia<strong>do</strong>s 15 acessos <strong>do</strong> gêneroPisum e <strong>de</strong> gêneros próximos (Cicer, Lathyrus, Lens, e Vicia) com relação à seqüência <strong>do</strong>cDNA PsSat5 que continha o SSR. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que todas as seqüênciasanalisadas com a repetição TCA foram similares, com exceção <strong>do</strong> número <strong>de</strong> repetições(expansões e contrações no número <strong>de</strong> repetições). Porém não houve uma correlação claraentre o número <strong>de</strong> repetições TCA na região 5’- UTR e o nível <strong>de</strong> expressão <strong>do</strong> genePsSat5.3 MATERIAL E MÉTODOS


3.1 Local <strong>de</strong> ExperimentaçãoAs ativida<strong>de</strong>s experimentais foram <strong>de</strong>senvolvidas no Centro <strong>de</strong> Café "Alci<strong>de</strong>sCarvalho" <strong>do</strong> Instituto Agronômico - <strong>IAC</strong>, Campinas, São Paulo.3.2 Material VegetalA genealogia <strong>do</strong> material em estu<strong>do</strong> é apresentada na tabela 1. Trata-se <strong>de</strong> populaçãoobtida a partir <strong>de</strong> um cruzamento interespecífico inicial entre a espécie Coffea arabica (2n= 4x = 44 cromossomos), que é suscetível ao bicho-mineiro e C. racemosa (2n = 2x = 22cromossomos), que é resistente à praga.


Tabela 1. Genealogia da população segregante para resistência ao bicho-mineiro oriunda <strong>do</strong>programa <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo Instituto Agronômico <strong>de</strong> Campinas.GeraçãoParentalF 1RC 1RC 2RC 3RC 4RC 5F 2 RC 5GenealogiaC. racemosa C1195 (resistente) X C. arabica Blue Montain (suscetível)C1195-5 (resistente)C1195-5-6 (resistente) (C. arabica X C1195-5)∗C1195-5-6-2 (resistente) (C. arabica X C1195-5-6)H11421 (H4782-7-882 Icatu vermelho X C1195-5-6-2)∗H13685 (<strong>IAC</strong>81 Catuaí vermelho X H11421-11)H14954 (<strong>IAC</strong>62 Catuaí amarelo X H13685-1)∗H14954-46 (polinização livre) C1351∗ Material vegetal avalia<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong>Os genó<strong>tipo</strong>s utiliza<strong>do</strong>s no experimento constituem uma progênie <strong>de</strong> 136 plantasobtidas por polinização livre <strong>do</strong> acesso - H14954-46 C1351 EP473 - classifica<strong>do</strong> em ensaio<strong>de</strong> campo como resistente ao bicho-mineiro e localiza<strong>do</strong>s no viveiro <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Café <strong>do</strong><strong>IAC</strong> (Figura 1). Este acesso pertence à geração F 2 RC 5 <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> melhoramentovisan<strong>do</strong> resistência <strong>do</strong> cafeeiro ao bicho-mineiro <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo Instituto Agronômico.Foram analisa<strong>do</strong>s, além da progênie, quatro genó<strong>tipo</strong>s como parentais: C1195-5-6-2 (C.arabica X C1195-5-6); H13685-1 C1841 EP 369 (<strong>IAC</strong> 81 Catuaí vermelho X H12114-1);H14954-46 C 1351-EP 473; <strong>IAC</strong> 81 (Catuaí vermelho). Os parentais <strong>do</strong> cruzamentointerespecífico original não pu<strong>de</strong>ram ser utiliza<strong>do</strong>s neste trabalho <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à eliminação<strong>de</strong>stas plantas, após quarentena realizada em 1954.3.3 Avaliação da Resistência3.3.1 Técnica <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> insetos e condições ambientaisUma população <strong>de</strong> L. coffeella foi mantida em laboratório segun<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia<strong>de</strong>scrita por KATIYAR & FERRER (1968) e adaptada por PARRA (1985).


Foram utilizadas gaiolas <strong>de</strong> 60 x 60 x 60 cm constituídas por estrutura e fun<strong>do</strong> <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira, sen<strong>do</strong> as pare<strong>de</strong>s laterais e superiores, revestidas por teci<strong>do</strong> branco <strong>de</strong> algodão. Ospés <strong>de</strong> sustentação foram pinta<strong>do</strong>s com uma mistura <strong>de</strong> cal e inseticida, para impedir oataque <strong>de</strong> formigas.As gaiolas foram mantidas sob temperatura <strong>de</strong> 27 o C ± 3 o C, umida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> 70% ±10% e fotofase <strong>de</strong> 14 horas, condições que permitem a obtenção <strong>de</strong> insetos em maiornúmero e ciclos mais curtos (PARRA, 1985). Os adultos foram alimenta<strong>do</strong>s com solução<strong>de</strong> sacarose a 10% (NANTES & PARRA, 1977), fornecida aos insetos em papel <strong>de</strong> filtro,<strong>de</strong>posita<strong>do</strong> na pare<strong>de</strong> superior das gaiolas e renova<strong>do</strong> periodicamente para evitar afermentação da solução açucarada e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s fungos.Mudas <strong>de</strong> cafeeiros da cultivar Obatã <strong>IAC</strong>1669-20 foram utilizadas para a multiplicação<strong>do</strong>s insetos, sen<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> mudas nas gaiolas <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> em função <strong>do</strong> seu estágio <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional <strong>do</strong> inseto. Como as posturas são realizadasnas folhas preferencialmente à noite, as mudas foram substituídas diariamente por novasmudas isentas <strong>de</strong> infestação. Uma vez infestadas, as plantas foram transferidas paraprateleiras mantidas no mesmo laboratório <strong>de</strong> criação.Entre quinze e vinte dias após a postura, folhas conten<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> crisálidas, eram<strong>de</strong>stacadas das mudas e introduzidas nas gaiolas para a emergência <strong>do</strong>s adultos, fechan<strong>do</strong>assim o ciclo biológico <strong>do</strong> inseto.3.3.2 Infestação das plantas e avaliação da resistênciaO nível <strong>de</strong> resistência <strong>do</strong>s 136 indivíduos da progênie H14954-46 C1351 EP473 foi avalia<strong>do</strong> em laboratório <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com ameto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>scrita por GUERREIRO-FILHO (1994), que consiste na utilização <strong>de</strong> um suporte <strong>de</strong> isopor medin<strong>do</strong> 2 x 10 x 30 cm,vasa<strong>do</strong> por microtubos <strong>de</strong> 2,0 mL, distancia<strong>do</strong>s 3 cm um <strong>do</strong> outro, on<strong>de</strong> o pecíolo das folhas <strong>de</strong>stacadas das plantas avaliadas foimanti<strong>do</strong> hidrata<strong>do</strong> e inseri<strong>do</strong> na gaiola <strong>de</strong> criação durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exposição aos insetos. Após a oviposição, discos <strong>de</strong> folhasforam retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s locais on<strong>de</strong> as posturas foram realizadas, os ovos exce<strong>de</strong>ntes foram elimina<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>is ou três ovos pordiscos <strong>de</strong> folhas, manti<strong>do</strong>s em câmara úmida (caixas plásticas com espumas úmidas), até a avaliação <strong>do</strong> <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> reação. A avaliaçãofoi realizada <strong>de</strong>z dias após a eclosão das lagartas, mediante escala <strong>de</strong> 1 a 4 pontos, que consiste na classificação das plantas quanto àresistência ao bicho-mineiro em função <strong>do</strong> <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> lesão apresentada após infestação artificial em laboratório <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a tabela2.Tabela 2. Escala <strong>de</strong> pontos para a classificação <strong>de</strong> cafeeiros quanto ao <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> lesão<strong>de</strong>senvolvida a partir da infestação pelo bicho-mineiro.


Pontos Classificação Descrição1 Resistente (R) Lesões pontuais2 Mo<strong>de</strong>radamente Resistente (MR) Lesões filiformes pequenas3 Mo<strong>de</strong>radamente Suscetível (MS) Lesões gran<strong>de</strong>s irregulares4 Suscetível (S) Lesões gran<strong>de</strong>s arre<strong>do</strong>ndadas3.4 Desenvolvimento <strong>de</strong> Marca<strong>do</strong>res Microssatélites3.4.1 Busca <strong>de</strong> microssatélites em banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ESTs <strong>de</strong> caféO Banco <strong>de</strong> seqüências ESTs oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto Genoma Café foi submeti<strong>do</strong> a buscaspara i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> seqüências <strong>do</strong> <strong>tipo</strong> SSR potencialmente relaciona<strong>do</strong>s com a resistênciaao bicho-mineiro.Para estas buscas foram utilizadas ferramentas como o algoritmo BLAST (ALTSCHULet al., 1990), através <strong>do</strong> programa “Tan<strong>de</strong>m Repeats Fin<strong>de</strong>r” versão 3.01 (BENSON, 1999)<strong>de</strong>senvolvidas pela equipe <strong>de</strong> Bioinformática <strong>do</strong> Projeto Genoma Café. Estes aplicativospermitem a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> ESTs conten<strong>do</strong> SSR, e também a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> motivorepeti<strong>do</strong>, número <strong>de</strong> repetições e número <strong>de</strong> cópias <strong>do</strong> SSR no genoma.As seqüências i<strong>de</strong>ntificadas no banco serviram como base para a síntese <strong>de</strong> oligosespecíficos para amplificação <strong>do</strong>s locos SSR.3.4.2 Isolamento <strong>do</strong> DNA genômicoFolhas oriundas <strong>de</strong> plantas resistentes e suscetíveis foram coletadas e imediatamentecongeladas em nitrogênio líqui<strong>do</strong> para isolamento <strong>do</strong> DNA genômico segun<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>PAILLARD et al. (1996).Neste protocolo, 1g <strong>de</strong> folha fresca foi lavada em etanol 70% e macerada em N 2 . O póobti<strong>do</strong> foi ressuspendi<strong>do</strong> em 1,5 mL <strong>de</strong> Tampão <strong>de</strong> Extração (0,35 M <strong>de</strong> Sorbitol; 0,10 M<strong>de</strong> Tris-HCl pH 8,0; 50 mM EDTA pH 8,0; 1,5% β-mercaptoetanol) e centrifuga<strong>do</strong> a 1000


g, por 20 minutos à 4 o C. O sobrenadante foi <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> e o precipita<strong>do</strong> foi ressuspendi<strong>do</strong>em 1,5 mL <strong>de</strong> tampão <strong>de</strong> extração. A essa solução acrescentou-se 520 μL <strong>de</strong> tampão <strong>de</strong> lise(0,2 M Tris-HCl pH 8,0; 50 mM EDTA pH 8,0; 2 M NaCl, 2% (w/v) MATAB) e 110 μL<strong>de</strong> SDS 10 %. Após incubação da mistura a 65 o C por 30 minutos adicionou-se 1 mL dasolução <strong>de</strong> clorofórmio: álcool isoamílico (24:1), misturan<strong>do</strong> até que ficasse homogênea.Depois <strong>de</strong> centrifugação a 1000 g, por 15 minutos à 4 o C foi feita a transferência da faseaquosa superior para um novo tubo. O DNA foi precipita<strong>do</strong> adicionan<strong>do</strong>-se 0,1 volume <strong>de</strong>acetato <strong>de</strong> sódio 3 M pH 5,2 e 1 volume <strong>de</strong> etanol absoluto gela<strong>do</strong>. A solução foicentrifugada a 10.000 g por 15 minutos e o sobrenadante <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>. Após a evaporação <strong>do</strong>etanol <strong>do</strong> precipita<strong>do</strong>, ressuspen<strong>de</strong>u-se o DNA em 1 mL <strong>de</strong> TE (10 mM Tris-HCl pH 8,0; 1mM EDTA pH 8,0) com RNAse a 200 μg/mL. Após incubação por 30 minutos a 37 o C,adicionou-se 1 mL <strong>de</strong> solução fenol: clorofórmio: álcool isoamílico (25:24:1) ecentrifugou-se a 8.000 g, por 10 minutos a 4 o C. A fase aquosa superior foi transferida paranovo tubo para outra precipitação <strong>do</strong> DNA (adicionan<strong>do</strong>-se 0,1 volume <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> sódio3 M pH 5,2 e 1 volume <strong>de</strong> etanol absoluto gela<strong>do</strong>). A solução foi centrifugada a 10.000 gpor 15 minutos, o sobrenadante <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> e o precipita<strong>do</strong> ressuspendi<strong>do</strong> em 50 μL <strong>de</strong> TE,após a evaporação <strong>do</strong> etanol.O DNA foi quantifica<strong>do</strong> em gel <strong>de</strong> agarose 1%, através <strong>de</strong> medidas da absorbânciaentre 260-280 nm em espectrofotômetro. A partir da visualização e <strong>de</strong>finida a concentração,foram realizadas diluições para concentração final <strong>de</strong> 20 ng/μL. As amostras <strong>de</strong> DNA <strong>de</strong>102 plantas, entre resistentes e suscetíveis, foram agrupadas em 21 bulks, conten<strong>do</strong> emmédia cinco genó<strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> cada planta, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>scrita porMICHELMORE et al. (1991). Foram forma<strong>do</strong>s 11 bulks <strong>de</strong> plantas resistentes e 10 <strong>de</strong>plantas suscetíveis.3.4.3 Amplificação <strong>de</strong> microssatélites via PCR (reação da polimerase em ca<strong>de</strong>ia)A obtenção <strong>de</strong> pares <strong>de</strong> oligos SSR foi feita mediante utilização <strong>do</strong> software Primer 3(ROZEN, 1998). Foram prioriza<strong>do</strong>s oligos com tamanho entre 18 a 20 pb e conteú<strong>do</strong> CG %entre 50-60%.


As seqüências SSR foram amplificadas primeiramente nos genó<strong>tipo</strong>s parentais, C1195-5-6-2 (C. arabica X C1195-5-6); H13685-1 C1841 EP 369 (<strong>IAC</strong> 81 Catuaí vermelho XH12114-1); H14954-46 C 1351- EP 473; <strong>IAC</strong> 81 (Catuaí vermelho). Para otimização dascondições <strong>de</strong> reação e <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> amplificação <strong>de</strong> cada par <strong>de</strong> oligos, as seqüências SSRforam amplificadas primeiramente nos 21 bulks. Após amplificação <strong>do</strong>s SSRs nos bulks, oslocos SSR polimórficos foram avalia<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong>s os genó<strong>tipo</strong>s.As reações <strong>de</strong> amplificação foram conduzidas em volume final <strong>de</strong> 25 μL, conten<strong>do</strong> 40ng <strong>de</strong> DNA genômico, tampão PCR 1X (100 mM Tris-HCl, pH 8,4 e 500 mM KCl), 0,1mM <strong>de</strong> cada dNTP, 2,0 mM <strong>de</strong> MgCl 2 , 0,2 μM <strong>de</strong> cada oligo (foward e reverse) e 0,5 UTaq DNA polimerase (Invitrogen). As amplificações foram realizadas nas seguintescondições: 94° C por 3 minutos; segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 ciclos <strong>de</strong> 94° C por 1 minuto; temperatura<strong>de</strong> anelamento específica para cada par <strong>de</strong> oligo por 1 minuto (55-57ºC), 72° C por 1minuto, e extensão final a 72°C por 2 minutos.3.4.4 Eletroforese <strong>do</strong>s fragmentosInicialmente, os produtos da amplificação foram submeti<strong>do</strong>s à eletroforese em gel <strong>de</strong>agarose 2%, por 3 horas a 90 volts. Foram então, cora<strong>do</strong>s com brometo <strong>de</strong> etí<strong>de</strong>o evisualiza<strong>do</strong>s sob luz ultravioleta.Em uma segunda etapa, os fragmentos amplifica<strong>do</strong>s foram separa<strong>do</strong>s em gel<strong>de</strong>naturante <strong>de</strong> poliacrilamida 6% e visualiza<strong>do</strong>s pela coloração com prata, segun<strong>do</strong> méto<strong>do</strong><strong>de</strong> CRESTE et al. (2001). A eletroforese foi realizada a 1.200 volts durante 1hora e 40minutos. A coloração <strong>do</strong> gel <strong>de</strong> acrilamida com prata foi realizada com o kit da Promega,Silver Sequence DNA Staining Reagents. A coloração seguiu três passos: fixação <strong>do</strong> gelcom uma solução <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> acético glacial (Merk) 10% por 20 minutos; coloração <strong>do</strong> gel poruma solução <strong>de</strong> AgNO 3 acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> formal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> 37 % (2g <strong>de</strong> AgNO 3 em 2 L <strong>de</strong> águamilli-Q mais 3 mL <strong>de</strong> formal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> 37%) por 30 minutos; revelação <strong>do</strong> gel com umasolução <strong>de</strong> Na 2 CO 3 gela<strong>do</strong> (60 g <strong>de</strong> Na 2 CO 3 em 2 L <strong>de</strong> água milli-Q com 3 mL <strong>de</strong>formal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> 37% e 400 μL <strong>de</strong> Na 2 O 3 S 2 10 mg/mL) por aproximadamente 10 minutos ouaté que as bandas pu<strong>de</strong>ssem ser visualizadas.


3.4.5 Análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>sA caracterização <strong>do</strong>s SSRs envolveu <strong>do</strong>is <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> análises. A primeira visou umaavaliação da possível função <strong>de</strong>sempenhada por estas seqüências. Para isto realizaram-seestu<strong>do</strong>s “in silico” para i<strong>de</strong>ntificar a posição <strong>do</strong> SSR no EST, <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> repetição e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><strong>do</strong> gene conten<strong>do</strong> o SSR. A segunda análise foi realizada a partir <strong>do</strong>s produtos amplifica<strong>do</strong>se envolveu a caracterização <strong>do</strong>s alelos com relação ao tamanho, freqüência na populaçãoestudada e polimorfismos.O número médio <strong>de</strong> alelos por loco (A) foi obti<strong>do</strong> pela média aritmética <strong>do</strong> númerototal <strong>de</strong> alelos dividi<strong>do</strong> pelo número total <strong>de</strong> locos.


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1 Avaliação da ResistênciaDas 136 plantas <strong>de</strong> cafeeiro da progênie H14954-46 C1351 EP473 avaliadas a partir dainfestação artificial <strong>do</strong> bicho-mineiro, 54 plantas receberam nota 1 sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>radasresistentes ao bicho-mineiro; 48 receberam nota 4 sen<strong>do</strong> suscetíveis ao bicho-mineiro; 4plantas receberam nota 2 sen<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>radamente resistentes e 30 receberam nota 3 sen<strong>do</strong>mo<strong>de</strong>radamente suscetíveis (Tabela 3).Tabela 3. Nível <strong>de</strong> resistência <strong>do</strong> cafeeiro ao bicho-mineiro avalia<strong>do</strong> em 136 indivíduos daprogênie H14954-46 C1351 EP 473, medida pela escala <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong>finida em função <strong>do</strong> <strong>tipo</strong> <strong>de</strong>lesão <strong>de</strong>senvolvida a partir da infestação <strong>de</strong>ste inseto.Tipo <strong>de</strong> reaçãoPontosTotalPlantaI<strong>de</strong>ntificaçãoResistente 1 541, 2, 7, 10, 11, 13, 15, 17, 18, 19, 20, 24, 29, 31, 32, 33, 36,38, 39, 41, 44, 45, 49, 51, 57, 60, 62, 65, 66, 73, 74, 77, 78,80, 86, 88, 93, 96, 99, 100, 101, 102, 104, 106, 108, 117,122, 124, 125, 127, 132, 134, 139, 140Mo<strong>de</strong>radamenteResistente2 4 9, 50, 59, 91Mo<strong>de</strong>radamenteSuscetível3 306, 26, 30, 35, 37, 40, 47, 48, 61, 64, 67, 68, 69, 72, 79, 82,84, 98, 103, 105, 107, 109, 111, 115, 116, 118, 119, 129,130, 135Suscetível 4 483, 4, 5, 8, 12, 14, 16, 21, 22, 23, 25, 27, 28, 34, 42, 43, 52,53, 54, 55, 56, 58, 63, 70, 71, 75, 76, 81, 83, 85, 89, 90, 92,94, 95, 97, 110, 113, 114, 120, 121, 123, 126, 128, 131,133, 137, 138As plantas que receberam nota 1 na escala <strong>de</strong> pontos, apresentaram lesões pontuais nasfolhas; as que receberam nota 2 apresentaram lesões filiformes; as que receberam nota 3apresentaram lesões gran<strong>de</strong>s irregulares e as com nota 4 apresentaram lesões gran<strong>de</strong>sarre<strong>do</strong>ndadas (Figura 1).


O <strong>tipo</strong> <strong>de</strong> lesão <strong>de</strong>senvolvida pelas plantas revelou que existe variação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>resistência das plantas avaliadas. Como os discos foliares avalia<strong>do</strong>s apresentaram notas 1,2, 3 e 4, mostram que ainda há segregação para o caráter da resistência ao bicho-mineiro <strong>do</strong>cafeeiro na progênie, pois, são <strong>de</strong> indivíduos provenientes <strong>de</strong> um cruzamentointerespecífico embora se trate <strong>de</strong> uma população avançada <strong>de</strong> retrocruzamento.As plantas resistentes foram homogêneas quanto à expressão da resistência ao bichomineiro,sen<strong>do</strong> que a maioria <strong>do</strong>s discos foliares apresentaram lesões pontuais (nota 1),nota mínima na escala a<strong>do</strong>tada. O mesmo foi observa<strong>do</strong> em relação às plantassuscetíveis que apresentaram o mesmo padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das lesões.De acor<strong>do</strong> com teste <strong>de</strong> χ 2 , a proporção <strong>de</strong> plantas resistentes e suscetíveis ao bichomineirona F 2 RC 5 foi similar a segregação esperada <strong>de</strong> 9 resistentes: 7 suscetíveis. Esteresulta<strong>do</strong> concorda com trabalho <strong>de</strong> GUERREIRO et al. (1999), que encontraram asmesmas proporções <strong>de</strong> plantas resistentes e suscetíveis ao bicho-mineiro em F 2 <strong>do</strong> RC 4 .A fenotipagem precisa <strong>do</strong>s indivíduos é <strong>de</strong> fundamental importância para sua corretaassociação com <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> moleculares em plantas. Trabalhos semelhantes vêm sen<strong>do</strong>realiza<strong>do</strong>s com cafeeiro em relação a outras características. RIBEIRO et al. (2005)visou-se incorporar resistência à nematói<strong>de</strong>s em cafeeiros. Foram avaliadas 50 progênies<strong>de</strong> híbri<strong>do</strong>s interespecífico <strong>de</strong> C. arabica e C. canephora provenientes <strong>do</strong> banco <strong>de</strong>germoplasma da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa, com resistência a uma população <strong>de</strong>Meloi<strong>do</strong>gyne exigua. Os autores verificaram que 31 progênies foram resistentes aonematói<strong>de</strong> e as <strong>de</strong>mais eram suscetíveis. As progênies avaliadas apresentaramcaracterísticas <strong>de</strong> imunes, altamente resistentes, mo<strong>de</strong>radamente resistentes e suscetíveissen<strong>do</strong> a maioria pertencente ao híbri<strong>do</strong> <strong>do</strong> Timor.ABCD


Figura 1. Tipos <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong>senvolvidas por Leucoptera coffeella em folhas com diferentes níveis<strong>de</strong> resistência, avalia<strong>do</strong>s numa escala <strong>de</strong> 1 a 4 pontos. A) Lesões pontuais – plantas resistentes; B)Lesões filiformes pequenas – plantas mo<strong>de</strong>radamente resistentes; C) Lesões gran<strong>de</strong>s irregulares –plantas mo<strong>de</strong>radamente suscetíveis; D) Lesões gran<strong>de</strong>s arre<strong>do</strong>ndadas – plantas suscetíveis(RAMIRO et al., 2004).1 ponto 2 pontos 3 pontos 4 pontos10 mm


4.2 Desenvolvimento <strong>de</strong> Marca<strong>do</strong>res MicrossatélitesAs ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> busca, por seqüências, realizadas neste trabalho conhecidas tambémcomo “data-mining” incluíram buscas dirigidas no Banco <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Genoma Café,através <strong>do</strong> programa “Tan<strong>de</strong>m Repeats Fin<strong>de</strong>r” versão 3.01 (BENSON, 1999). Nestasbuscas foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s 315 ESTs-SSR, <strong>do</strong>s quais foram selecionadas e analisadas 32seqüências SSR expressas em bibliotecas <strong>de</strong> folhas, submetidas ou não a algum <strong>tipo</strong> <strong>de</strong>“stress”, tais como inóculo <strong>de</strong> patógeno, uso <strong>de</strong> indutores químicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, entre outros.Nesta busca foram priorizadas seqüências expressas em folhas infectadas por bicho-mineiroe ferrugem (Hemileia vastatrix). Além disso, foram também seleciona<strong>do</strong>s SSR <strong>expressos</strong>em folhas tratadas com indutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa como o BION. Esta estratégia visou aumentar aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> associa<strong>do</strong>s com a resistência a patógenose provavelmente relacionadas à mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da planta.A partir das buscas foi realizada a caracterização “in silico” <strong>do</strong>s alelos SSR quanto aonúmero e padrão <strong>de</strong> repetição, localização <strong>do</strong> SSR no gene, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s genes conten<strong>do</strong>o SSR e sua provável função. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>stas análises está apresenta<strong>do</strong> na tabela 4.


Tabela 4. Buscas em ESTs (Etiquetas <strong>de</strong> Seqüências Expressas) <strong>do</strong> Banco <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> GenomaCafé.Bibliotecas <strong>de</strong> cDNAPadrão <strong>de</strong> repetiçãoFreqüência <strong>de</strong> repetiçõesno BancoTamanhoespera<strong>do</strong> (pb)Calo embriogênico TC 39,5 169Folha CAGGGA 10,2 211Folha + BION TCCTCCTCTTCT 3,4 244Folha GAGAGAG 13 203Folha; células em suspensão GAA 22 204Folha + bicho-mineiro CAA 10 201Folha; calo embriogênico GAT 19 173Folha + BION CTCTT 8 296Folha + BION GCT 10,7 291Folha + bicho-mineiro CT 17 283Folha + bicho-mineiro CCT 13,3 303Folha AAGG 9,8 306Folha GCGTGGGCGGAC 3,6 214Folha + ferrugem + bichomineiroCAGCAGCATCAG 3,7 205Sementes ATTGCAGAA 7,6 186BION plântulas; células emsuspensãoFolhaLinhagem embriogênicaCCCACGCGTCCG 6,1 235ATGCCC 9,0 186GAGAGAGAAAGG 5,6 216Células + BION CAGGGA 10,2 238FolhasTTCTTC 22 202Folha + BIONFolha + raiz CCA 18 205Folha TTTGGCT 44 200Folha + bicho-mineiro GGAGAA 7,8 208Folha GAAGGT 6,7 205Folha AG 30 276Sementes TCGTCGTCATCA 5,2 201Calo embriogênico GGAGGAGGCCAC 5,7 213Calo embriogênico GCCCACGCGTCC 4,1 194Calo embriogênico CT 17,5 200


4.2.1 Tipo <strong>de</strong> repetição SSR e função <strong>do</strong>s SSRsA seleção <strong>do</strong>s EST-SSR para as análises seguiu inicialmente o critério <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong>ocorrência <strong>do</strong> loco no genoma. Desta forma, foram seleciona<strong>do</strong>s os ESTs-SSR com o maiornúmero <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>. Um segun<strong>do</strong> critério para seleção foi a complexida<strong>de</strong> daseqüência repetida. Para tal foi avaliada a freqüência <strong>do</strong>s <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> repetições comoapresenta<strong>do</strong> na tabela 4.Os locos SSR apresentaram em sua maioria repetições mais complexas: 65% dasrepetições foram <strong>de</strong> tetranucleotí<strong>de</strong>os, 21% <strong>de</strong> trinucleotí<strong>de</strong>os e 14% <strong>de</strong> dinucleotí<strong>de</strong>os.Para as análises <strong>de</strong> segregação foram preferencialmente seleciona<strong>do</strong>s repetições <strong>do</strong> <strong>tipo</strong>perfeito sem interrupções em sua seqüência. A distribuição <strong>do</strong> número <strong>de</strong> repetições <strong>do</strong>smotivos analisa<strong>do</strong>s foi o maior em dinucleotí<strong>de</strong>o varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 17 a 30 repetições nogenoma, seguida por repetições <strong>de</strong> trinucleotí<strong>de</strong>os varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10 a 22 repetições nogenoma, e as mais complexas <strong>de</strong> tetranucleotí<strong>de</strong>os varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 3 a 13 repetições com únicaexceção <strong>de</strong> 44 repetições no genoma.Outro aspecto avalia<strong>do</strong> foi a possível i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s genes conten<strong>do</strong> os SSRsseleciona<strong>do</strong>s. Esta associação foi feita a partir das análises da anotação <strong>do</strong> Banco <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Genoma Café. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stas análises são apresenta<strong>do</strong>s na tabela 5, e indicam queos SSR avalia<strong>do</strong>s estão associa<strong>do</strong>s com genes que codificam proteínas com diferentesfunções, tais como enzimas metabólicas, proteínas estruturais e fatores <strong>de</strong> transcrição. Alémdisso, significativamente, parte das proteínas conten<strong>do</strong> SSR tem papel relevante emmecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.Repetições <strong>de</strong> trinucleotí<strong>de</strong>os são mais comuns, seguidas igualmente por repetições <strong>de</strong>dinucleotí<strong>de</strong>os ou tetranucleotí<strong>de</strong>os, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> em questão. Por exemplo,VARSHNEY et al. (2002), <strong>de</strong>monstraram que entre algumas espécies <strong>de</strong> cereais, repetições<strong>de</strong> trinucleotí<strong>de</strong>os foram mais freqüentes (54-78%), segui<strong>do</strong>s por repetições <strong>de</strong>dinucleotí<strong>de</strong>os (17,1- 40,4%) e repetições <strong>de</strong> tetranucleotí<strong>de</strong>os (3-6%).As funções <strong>do</strong>s genes que contém SSRs e o papel <strong>do</strong>s motivos SSR na função <strong>de</strong> genes<strong>de</strong> plantas são <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s na literatura. Repetições <strong>de</strong> trinucleotí<strong>de</strong>os em alguns geneshumanos mostraram estar associa<strong>do</strong> a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns neurológicas em humanos (SASAKI et al.,1996; NERI et al., 1996). O gene normal contém <strong>de</strong> 6-34 repetições CAG e a <strong>do</strong>ença e ossintomas tornam-se mais severos quan<strong>do</strong> a repetição CAG está presente <strong>de</strong> 36-121 vezes.


CERESINI et al. (2005) buscaram SSR em bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Eucalipto. Nestetrabalho foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s 37% <strong>de</strong> repetições diméricas e 33% repetições triméricas. Arepetição dimérica AG/CT foi a mais freqüente seguida <strong>de</strong> repetições triméricasCCG/CGG. Além disso, os autores mostraram que 48% <strong>do</strong>s EST-SSR avalia<strong>do</strong>s foramhomólogos a proteínas com alguma função biológica, além das repetições estaremlocalizadas nas regiões 5’ou 3’ <strong>do</strong> gene.


Tabela 5. Associação das seqüências <strong>de</strong> vinte e nove microssatélites quanto à sua função e posiçãono gene, obtida a partir das anotações <strong>do</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Genoma Café.SSR Contig Função Localização no gene2 1687 Proteína expressa Região 5’ - UTR*3 2074 Fator auxiliar SnRNP Região codifica<strong>do</strong>ra4 2988 Proteína associada a microfibrilaRegião codifica<strong>do</strong>ra próximaao <strong>do</strong>mínio funcional5 3024 Proteína ligante GAGA Região 5’ - UTR6 3388 Proteína ligante <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> nucléico Região 5’ - UTR9 2452 Proteína ligante <strong>de</strong> RNA AML1 Região 5’ - UTR11 10226 Provável proteína <strong>de</strong> resistência Região codifica<strong>do</strong>ra14 987 Provável Kinase Região 5’- UTR15 1177 Proteína <strong>de</strong>sconhecida -16 6290 Precursor da peroxidase Região 5’- UTR17 13778 Proteína <strong>de</strong>sconhecida -18 13034 U1 ribonucleoprotein C Regiao codifica<strong>do</strong>ra19 12445 Proteína <strong>de</strong>sconhecida -20 10 Fator <strong>de</strong> elongamento EF2 Região codifica<strong>do</strong>ra21 945 Proteína ligante <strong>de</strong> RNA Região codifica<strong>do</strong>ra 5’22 1150 Proteína <strong>de</strong>sconhecida -23 1246 Proteína <strong>de</strong>sconhecida -24 1379 Proteína <strong>de</strong>sconhecida Região 5’- UTR25 2074 Fator auxiliar <strong>de</strong> SnRNPRegião codifica<strong>do</strong>ra próximoao <strong>do</strong>mínio funcional26 3445 Proteína conten<strong>do</strong> RRMRegião codifica<strong>do</strong>ra próximoao <strong>do</strong>mínio funcional27 4446 Fator <strong>de</strong> processamento RNA Região 5’- UTR28 9600 Pectinesterase Região 5’- UTR29 11952 Proteína da família TraBRegião codifica<strong>do</strong>ra próximaao <strong>do</strong>mínio funcional30 13345 Proteína expressa Região 5’- UTR31 152 Proteína expressa Região 5’- UTR32 1458 Proteína <strong>de</strong>sconhecida Região 5’- UTR33 1704 Provável proteína regulatória <strong>de</strong> auxina Região 5’- UTR34 2044 Proteína família da histidina áci<strong>do</strong> Região 5’- UTR35 2131 Sucrose sintase 2 Região 5’- UTR


* UTR- “Untranslated region”


4.2.2 Posição <strong>do</strong> SSR no geneOs SSR foram avalia<strong>do</strong>s com relação à posição no transcrito. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>staanálise estão apresenta<strong>do</strong>s na tabela 5.Os locos SSR avalia<strong>do</strong>s encontram-se preferencialmente na região 5’- UTR <strong>do</strong> gene(53,57%), representan<strong>do</strong> mais da meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s locos avalia<strong>do</strong>s. Esta região está envolvidacom a estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> transcrito e seu reconhecimento pela maquinaria <strong>de</strong> síntese protéica(SHERAMETI et al., 2002).Os SSR têm si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s na região 5’-UTR <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> genes <strong>de</strong>plantas e animais. Em estu<strong>do</strong>s conduzi<strong>do</strong>s em arroz, um número variável <strong>de</strong> repetições CTna região 5’-UTR <strong>do</strong> gene Waxy está correlaciona<strong>do</strong> com o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> amilose no grão.Embora, a maior variabilida<strong>de</strong> no conteú<strong>do</strong> seja resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um SNP adjacente a estemicrossatélite, as repetições CT parecem afetar o sítio <strong>de</strong> processamento <strong>do</strong> íntron (BLIGHet al., 1995; AYRES et al., 1997; LARKIN & PARK, 1999).A presença <strong>de</strong> SSR na região 5’-UTR não necessariamente sugere ou implica que alelospolimórficos existirão na população. Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por KALCHEVA et al. (1999),com gene humano MAP 2 que continha sete repetições CAG na região 5’-UTR, mostrouque o mesmo número <strong>de</strong> repetições foi encontra<strong>do</strong> num total <strong>de</strong> 86 indivíduos, incluin<strong>do</strong> 31controles e 55 indivíduos com uma <strong>do</strong>ença neuropsiquiátrica. Neste caso, nenhumavariabilida<strong>de</strong> ou polimorfismo nos SSR é conheci<strong>do</strong> na população.Também CHO et al. (2000), em estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> polimorfismos <strong>de</strong> SSR em arroz, relatou 27genes que continham SSR em regiões <strong>de</strong> exons (8), introns (5), 5’-UTR (8) ou 3’-UTR.SCOTT et al. (2000), em estu<strong>do</strong> com EST-SSR, também relataram que existiamdiferenças <strong>de</strong> polimorfismos entre os microssatélites <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 3’-UTR (maispolimórfico ao nível <strong>de</strong> cultivar), 5’-UTR (mais polimórfico entre cultivar e espécie) e SSRna seqüência codifica<strong>do</strong>ra (mais polimórfico entre espécie e gênero). Similar a este estu<strong>do</strong>,<strong>marca<strong>do</strong>res</strong> SSR (CCG) na região 5’-UTR <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> proteínas ribossomais <strong>de</strong> milhoparecem estar envolvi<strong>do</strong>s na regulação da fertilização (DRESSELHAUS et al., 1999).Um outro aspecto interessante é que aproximadamente 69% <strong>do</strong>s EST-SSR foramhomólogos a proteínas com alguma função biológica. Os SSRs 4, 11, 25, 26 e 29localizam-se <strong>de</strong>ntro ou perto da seqüência codifica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s <strong>do</strong>mínios conserva<strong>do</strong>s daproteína. De maneira geral estes <strong>do</strong>mínios são diretamente responsáveis pela função


iológica <strong>de</strong>stas proteínas. Por exemplo, o grupo das peroxidases (PO) inclui enzimascapazes <strong>de</strong> catalisar a transferência <strong>do</strong> hidrogênio <strong>de</strong> um <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r para o H 2 0 2 . Em plantas, aação <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> enzimas constitui uma proteção antioxidativa. A ativida<strong>de</strong> daperoxidase po<strong>de</strong> aumentar em plantas submetidas a diversos <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> estresses (SIEGEL,1993).Um outro exemplo interessante é o <strong>do</strong>mínio RRM encontra<strong>do</strong> no loco SSR 26. Este<strong>do</strong>mínio é conheci<strong>do</strong> como proteína ligante <strong>de</strong> RNA e são encontra<strong>do</strong>s em uma varieda<strong>de</strong><strong>de</strong> proteínas, e está envolvi<strong>do</strong> na regulação <strong>do</strong> processamento <strong>de</strong> RNA. Sua estruturaconsiste <strong>de</strong> quatro fitas e duas hélices arranjadas em estrutura alfa e beta e são maispresentes em sementes (BIRNEY et al., 1993).Outro aspecto interessante no que se refere à função da proteína é o <strong>do</strong>mínio da proteínada família traB apresentada pelo loco SSR 29. Esta proteína parece estar envolvida comsinais <strong>de</strong> respostas a feromônios em bactérias (AN & CLEWELL, 1994). Também no locoSSR 5 a proteína ligante <strong>de</strong> GAGA <strong>de</strong>sempenha papel importante no controle da expressãogênica em animais. Esta proteína é uma proteína específica regulatória. Em trabalhosemelhante <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em soja por SANGWAN et al. (2002), <strong>de</strong>monstrou-se que aproteína recombinante GBP que naturalmente não se liga a seqüências <strong>de</strong> dinucleotí<strong>de</strong>osrepetidas, ligou-se à região promotora <strong>do</strong> elemento GAGA. Os autores sugeriram que ainteração entre os elementos GAGA e proteínas GBP apresentam característica regulatóriaem plantas.Estes resulta<strong>do</strong>s sugerem que a presença <strong>de</strong> SSR em regiões transcritas <strong>do</strong> gene po<strong>de</strong><strong>de</strong>sempenhar uma função importante durante a síntese e/ou ativida<strong>de</strong> da proteína. Destamaneira, po<strong>de</strong>-se esperar que não somente os polimorfismos <strong>de</strong> tamanho <strong>do</strong>s SSRs sejampotenciais <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> para seleção. Além <strong>de</strong>stas, a presença ou ausência <strong>de</strong> um SSR po<strong>de</strong>interferir com a ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> gene, representan<strong>do</strong> assim um potencial marca<strong>do</strong>r paraseleção. Para que isto seja possível, no entanto, estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> genômica funcional, visan<strong>do</strong> àcaracterização da expressão <strong>de</strong> genes conten<strong>do</strong> SSR, serão fundamentais para umacompreensão da função <strong>de</strong>stas seqüências nos genes <strong>expressos</strong> durante a resposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesaao ataque pelo bicho-mineiro.


4.2.3 Amplificação <strong>de</strong> microssatélites via PCRPara o isolamento <strong>do</strong> DNA genômico somente plantas que receberam notas extremas 1e 4 para avaliação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> resistência foram utilizadas para as análises <strong>de</strong> segregação <strong>de</strong>SSR. Foi extraí<strong>do</strong> o DNA das folhas jovens, correspon<strong>de</strong>nte a terceira folha emitida, das102 plantas avaliadas, sen<strong>do</strong> 54 resistentes com nota 1 e 48 suscetíveis com nota 4.Os 102 genó<strong>tipo</strong>s foram agrupa<strong>do</strong>s em 11 bulks <strong>de</strong> plantas resistentes e 10 bulks <strong>de</strong>plantas suscetíveis. A estratégia <strong>de</strong> agrupar os genó<strong>tipo</strong>s em bulk objetivou uma rápidaavaliação <strong>de</strong> possíveis polimorfismos.Para caracterização genômica <strong>do</strong>s EST-SSR, foram avalia<strong>do</strong>s 32 locos SSR. Estesforam amplifica<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> oligos específicos obti<strong>do</strong>s a partir da seqüênciacorrespon<strong>de</strong>nte à região flanquea<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> cada loco. Os SSRs foram amplifica<strong>do</strong>s através <strong>de</strong>reações <strong>de</strong> PCR nos genó<strong>tipo</strong>s parentais e nos 21 bulks <strong>de</strong> plantas resistentes e suscetíveis.Posteriormente, os diferentes bulks foram individualiza<strong>do</strong>s conduzin<strong>do</strong>-se as reações <strong>de</strong>amplificação.


Os fragmentos amplifica<strong>do</strong>s nos bulks resistentes e suscetíveis foram separa<strong>do</strong>sprimeiramente por eletroforese em gel <strong>de</strong> agarose 2%, para verificação <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong>amplificação das bandas. Estes apresentaram, em sua maioria, um padrão <strong>de</strong> amplificação<strong>de</strong> banda única, como exemplifica<strong>do</strong> pelas amplificações utilizan<strong>do</strong>-se os oligos 6, 15 e 9 emostra<strong>do</strong>s na figura 2.PM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 PMA1A2B1B2C1C2Figura 2. Padrão <strong>de</strong> amplificação <strong>do</strong>s oligos SSR em bulks <strong>de</strong> DNA (A1 e A2 - SSR 6; B1 e B2-SSR 15; C1 e C2- SSR 9). PM- Peso Molecular <strong>de</strong> 250 pb; 1 a 11- bulks <strong>de</strong> plantas resistentes aobicho-mineiro; 12 a 21- bulks <strong>de</strong> plantas suscetíveis ao bicho-mineiro.


Apenas um loco apresentou polimorfismo, o SSR 18 no bulk 18 <strong>de</strong> planta suscetível etambém no parental P4 suscetível (<strong>IAC</strong> 81- Catuaí Vermelho). O polimorfismo se repetiupara o genó<strong>tipo</strong> 90 <strong>do</strong> bulk 18 como mostra<strong>do</strong> nas figuras 5 e 6.1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21Figura 5. Padrão <strong>de</strong> amplificação em gel <strong>de</strong> poliacrilamida 6% <strong>do</strong> SSR 18, com quatro alelos, embulks <strong>de</strong> plantas resistentes (1 a 11) e <strong>de</strong> plantas suscetíveis (12 a 21) ao bicho-mineiro.P1 P2 P3 P4 90 92 94 95 97Figura 6. Padrão <strong>de</strong> amplificação em gel <strong>de</strong> poliacrilamida 6% <strong>do</strong> SSR 18, em genó<strong>tipo</strong>s <strong>do</strong> bulksuscetível (P1-C1195-5-6-2; P2-H13685-1; P3-H14954-46; P4-<strong>IAC</strong> 81) – parentais; 90, 92,94, 95, 97 - genó<strong>tipo</strong>s individuais <strong>do</strong> bulk 18).


Os resulta<strong>do</strong>s das amplificações <strong>do</strong>s SSRs estão apresenta<strong>do</strong>s na tabela 6 mostran<strong>do</strong> que<strong>do</strong>s 32 oligos avalia<strong>do</strong>s 29 amplificaram fragmentos/alelos correspon<strong>de</strong>ntes ao tamanhoespera<strong>do</strong> a partir da análise <strong>de</strong> “data-mining”. Os alelos apresentaram variação <strong>de</strong> tamanhoentre 140 a 300 pares <strong>de</strong> base. Alguns locos amplifica<strong>do</strong>s tais como os locos 3, 5, 6, 18, 25,27 e 33 apresentaram tamanhos acima <strong>do</strong> espera<strong>do</strong> pelas análises <strong>de</strong> “data mining”, entre700 a 900 pares <strong>de</strong> base (Tabela 6). Esta discrepância no resulta<strong>do</strong> sugere a presença <strong>de</strong>íntrons nestes produtos amplifica<strong>do</strong>s como observa<strong>do</strong> também por JANY et al. (2003).Neste trabalho foram seleciona<strong>do</strong>s EST-SSR <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> fungo ectomicorrizoHebeloma cylindrosporum <strong>de</strong> Pinus pinaster. De onze locos SSR avalia<strong>do</strong>s, trêsamplificaram locos com tamanho acima <strong>do</strong> espera<strong>do</strong>, sugerin<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> íntrons emprodutos genômicos.Resulta<strong>do</strong>s similares foram observa<strong>do</strong>s por THIEL et al. (2003) e VARSHNEY et al.(2002). Nestes estu<strong>do</strong>s, comparan<strong>do</strong> os SSR oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ESTs e SSR genômico, mostrouseque é mais freqüente a amplificação <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> tamanho não espera<strong>do</strong>s. Esteresulta<strong>do</strong> é provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> íntrons e inserções-<strong>de</strong>leções(aproximadamente 20 pb) no ESTs-SSR que po<strong>de</strong>m alterar o tamanho <strong>do</strong> fragmento.


Tabela 6. Caracterização <strong>do</strong>s locos SSR quanto à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alelos/loco e quanto à variação notamanho <strong>do</strong>s alelos.SSR Tamanho espera<strong>do</strong> (pb) Variação <strong>do</strong> tamanho<strong>do</strong>s alelosAlelos/locoRepetição <strong>do</strong>s SSR2 169 198 - 200 2 (TC) 403 211 700 - 800 2 (CAGGGA) 104 244 240 - 250 2 (TCCTCCTCTTCT) 45 203 890 - 900 2 (GAGAGAG) 456 204 795 - 800 2 (GAA) 229 200 247 - 250 2 (CAA) 1011 173 245 - 250 2 (GAT) 1914 296 295 - 300 2 (CTCTT) 815 291 245 - 250 2 (GCT) 1116 283 248 - 250 2 (CT) 1717 303 292 - 300 4 (CCT) 1318 186 700 - 706 2 (ATGCCC) 919 306 288 - 300 4 (AAGG) 1020 214 200 - 212 2 (GCGTGGGCGGAC)421 205 200 1 (CAGCAGCATCAG) 422 186 140 - 200 2 (ATTGCAGAA) 823 235 700 1 (CCCACGCGTCCG) 624 216 140 - 200 2 (GAGAGAGAAAGG) 625 238 794 - 800 2 (CAGGGA) 10


<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por THIEL et al. (2003), os microssatélites <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ESTs sãosignificativamente menos polimórficos <strong>do</strong> que aqueles <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> regiões genômicas.Este fato explicaria o não aparecimento <strong>de</strong> polimorfismo para os locos avalia<strong>do</strong>s nasplantas <strong>de</strong> café resistentes e suscetíveis ao bicho-mineiro. Para este estu<strong>do</strong> foi selecionadauma progênie segregante com origem em uma hibridação interespecífica entre C. arabica eC. racemosa. Em estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> genética realizada por RUAS et al. (2003), <strong>de</strong>ntreas espécies <strong>do</strong> gênero Coffea, C. racemosa, espécie <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s genes <strong>de</strong> resistência aobicho-mineiro, é a mais distante <strong>de</strong> C. arabica <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista genético. Assim, esperavaseque o nível <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> genética <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta população fosse maior, apesar da já<strong>de</strong>scrita reduzida diversida<strong>de</strong> genética <strong>de</strong> C. arabica. O fato <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> selecionada umapopulação <strong>de</strong> geração avançada (F 2 RC 5 ) po<strong>de</strong> ter contribuí<strong>do</strong> para a ausência <strong>de</strong>polimorfismos. No entanto, as avaliações <strong>de</strong> genó<strong>tipo</strong>s parentais anteriores <strong>de</strong>monstram quenestas gerações também não foram observa<strong>do</strong>s polimorfismos. Assim po<strong>de</strong>-se supor quepossíveis polimorfismos presentes nos parentais iniciais foram rapidamente diminuí<strong>do</strong>sdurante os primeiros ciclos <strong>de</strong> seleção.Uma vez que a seleção para resistência ao bicho-mineiro foi direcionada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> osprimeiros cruzamentos era espera<strong>do</strong> que os locos envolvi<strong>do</strong>s em mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesaapresentassem baixa diversida<strong>de</strong> genética. Assim, a estratégia <strong>de</strong> selecionar EST-SSRpotencialmente associa<strong>do</strong>s a locos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa po<strong>de</strong> ter resulta<strong>do</strong> na ausência <strong>de</strong> alelospolimórficos. Uma seleção aleatória <strong>de</strong> locos SSR para avaliação po<strong>de</strong>ria então revelar ummaior número <strong>de</strong> alelos polimórficos. Por outro la<strong>do</strong>, a chance <strong>de</strong>stes possíveispolimorfismos co-segregarem com a característica <strong>de</strong> resistência ao bicho-mineiro épequena. De fato, o único loco SSR polimórfico observa<strong>do</strong> não apresentou co-segregaçãocom a característica <strong>de</strong> resistência, uma vez que foi <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>, apenas em alguns genó<strong>tipo</strong>ssuscetíveis. Ten<strong>do</strong> isto em vista, os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> sugerem que a utilização <strong>de</strong>EST-SSR para seleção assistida em café é pouco eficiente para populações avançadas emprogramas <strong>de</strong> melhoramento.Apesar <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> não ter revela<strong>do</strong> nenhum marca<strong>do</strong>r para seleção assistida, o seucaráter exploratório é fundamental para a compreensão <strong>do</strong>s eventos genéticos envolvi<strong>do</strong>s<strong>do</strong>s cruzamentos interespecíficos. Uma hipótese para a função <strong>do</strong>s SSRs é que estes<strong>marca<strong>do</strong>res</strong> estariam associa<strong>do</strong>s com algum outro mecanismo genético relaciona<strong>do</strong> ao


controle da expressão <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> interesse. Estu<strong>do</strong>s recentes <strong>de</strong>monstram que espéciespoliplói<strong>de</strong>s apresentam padrões particulares <strong>de</strong> expressão gênica. ADAMS et al. (2003),fizeram análises da expressão <strong>de</strong> genes em algodão, uma espécie alopoliplói<strong>de</strong> resulta<strong>do</strong> dahibridação <strong>de</strong> Gossypium herbaceum X G. raimondii, sugerin<strong>do</strong> que a seleção <strong>de</strong> alelos<strong>expressos</strong> nos diferentes teci<strong>do</strong>s e órgãos da planta não é aleatória. Os autores i<strong>de</strong>ntificaramregiões específicas <strong>de</strong> alguns genes que correspon<strong>de</strong>m às seqüências <strong>do</strong>s alelos origna<strong>do</strong>sem cada uma das espécies parentais. Assim, avalian<strong>do</strong> o nível <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong>stes alelos,foi verifica<strong>do</strong> que em alguns teci<strong>do</strong>s apenas o alelo da espécie parental A era expresso,mesmo na presença <strong>de</strong> alelos provenientes <strong>de</strong> outra espécie, sugerin<strong>do</strong> a existência <strong>de</strong>mecanismos genéticos <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> alelos ativos. Estes aspectos são importantes para seestabelecer o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> genes em um cruzamento interespecífico, epara se prever a taxa <strong>de</strong> introgressão <strong>de</strong> cada genó<strong>tipo</strong> em um híbri<strong>do</strong>. Neste contexto, ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>marca<strong>do</strong>res</strong> tais como os SSR, associa<strong>do</strong>s a locos preferencialmente<strong>expressos</strong>, po<strong>de</strong>rá possibilitar a seleção <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> interesse em cruzamentos iniciais. Noentanto, para que estas hipóteses sejam comprovadas é necessária uma amplacaracterização da expressão <strong>de</strong> genes conten<strong>do</strong> SSR.


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