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Texto de 4 a 5 mil caracteres com espaços sobre a ... - Itaú Cultural

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2Desnecessário lembrar que uma boa “pegada” po<strong>de</strong>, <strong>com</strong> engenho e arte, tornar interessante umareportagem <strong>sobre</strong> tema batido. Tratados <strong>de</strong> um jeito novo, inesperado, surpreen<strong>de</strong>nte, até aquelesassuntos manjados a cuja fatalida<strong>de</strong> o jornalismo não po<strong>de</strong> fugir, <strong>com</strong>o as manifestações folclóricas,o movimento do <strong>com</strong>ércio às vésperas do Natal, o caos do trânsito na volta do feriado prolongado, oproverbial “não-faltará-pescado-na-Semana-Santa” e mais um vasto etc., ganham sabor e têm toda achance <strong>de</strong> ser converter em pratos <strong>de</strong>liciosos na mesa do leitor, do ouvinte, do espectador, dointernauta.Não foi por acaso que me referi primeiro a manifestações folclóricas: faltou fazer a conta, mas talveztenham sido elas o filão preferido entre os concorrentes <strong>de</strong>sta edição do Rumos Jornalismo <strong>Cultural</strong>.E quase sempre, nesses casos, o tratamento dos temas oscilou entre o tom insípido <strong>de</strong> verbete outransitou por eles <strong>com</strong>o quem percorre uma galeria não <strong>de</strong> coisas vivas, mas <strong>de</strong> exotismos meioempalhados.Também a linguagem – falo sempre dos trabalhos em geral, nas quatro categorias –freqüentemente cai no convencional, na fórmula pronta, no lugar-<strong>com</strong>um. É algo que imperaigualmente na produção <strong>de</strong> jornalistas veteranos, mas o fato <strong>de</strong> que gente tão jovem estejareproduzindo linguagem tão velha me parece muito preocupante. Não só pelo contra-senso que háem recorrer a instrumentos obsoletos num ofício cuja finalida<strong>de</strong> essencial consiste justamente emanunciar o novo. Preocupa, <strong>sobre</strong>tudo, o conformismo <strong>de</strong> quem, <strong>de</strong> olho no mercado, aceiterenunciar ao que tem <strong>de</strong> mais pessoal e escolha <strong>com</strong>o virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um jornalista a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>“fazer igual”.Certamente por isso, na seleção dos trabalhos busquei peneirar antes <strong>de</strong> mais nada o que meparecesse menos convencional, mais surpreen<strong>de</strong>nte – <strong>com</strong>o tema, <strong>com</strong>o enfoque, <strong>com</strong>olinguagem. Havia pouco. Mas nunca há muito, seja nos concursos, seja nas redações, seja nosgarimpos on<strong>de</strong> se cata ouro. O importante é que achados foram feitos, e para trabalhar <strong>com</strong> eles<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, ainda em meio ao curso universitário, o programa Rumos Jornalismo <strong>Cultural</strong> tem asmelhores ferramentas.* Humberto Werneck é jornalista e escritor. Trabalhou em diversos jornais e revistas e publicoumuitos livros, <strong>com</strong>o O Desatino da Rapaziada (1992) e o songbook Chico Buarque Letra e Música(1989), revisto, consi<strong>de</strong>ravelmente ampliado e relançado em 2006 <strong>com</strong> o título Tantas Palavras.

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