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Folha de Sala - Culturgest

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Dança / Teatro7 e 8 Maio ’09La DanseuseMala<strong>de</strong>De Boris CharmatzCom Jeanne Balibar e Boris Charmatz


© Fred KihnCoreografia Boris Charmatz Interpretação Jeanne Balibar, Boris CharmatzTextos Tatsumi Hijikata Tradução Patrick De Vos Luzes Yves Godin Som Olivier RenoufOperação <strong>de</strong> som Jacques Marcuse Performance com capacete concebida e transmitida por Gwendoline RobinCenografia Alexandre Diaz / Dominique Bernard Direcção técnica Frédéric VannieuwenhuyseConstrução do cenário ARTEFACTCom a ajuda <strong>de</strong> Françoise Meslé para Jacana Wildlife Studio Produção e administração SandraNeuveut com assistência <strong>de</strong> Cécile Tonizzo Produção association edna; Musée <strong>de</strong> ladanse / CCNRB Co–produção Le Théâtre <strong>de</strong> la Ville Paris / Festival d’automne à Paris.Co-produção conjunta <strong>de</strong> CNDC Centre national <strong>de</strong> danse contemporaine Angerse Nouveau Théâtre d’Angers centre dramatique national <strong>de</strong>s Pays <strong>de</strong> la Loire, nocontexto do seu programa <strong>de</strong> residências <strong>de</strong> dança e teatro, La Ménagerie <strong>de</strong> Verre--Paris, <strong>de</strong>Singel – Antuérpia Apoios ADC Genève-Suíça, Dampfzentrale Bern--Suíça, Gessnerallee Zurich – Suíça, Tanzquartier Wien-Áustria e Cultures France.Musée <strong>de</strong> la danse / Centre Chorégraphique National <strong>de</strong> Rennes et <strong>de</strong> Bretagne –Direcção: Boris Charmatz. Associação subsidiada por Ministère <strong>de</strong> la Culture et <strong>de</strong>la Communication (Direction Régionale <strong>de</strong>s Affaires Culturelles / Bretagne), Ville <strong>de</strong>Rennes, Conseil régional <strong>de</strong> Bretagne e Conseil général d’Ille-et-Vilaine. CulturesFrance apoia regularmente as digressões do Musée <strong>de</strong> la danse.Agra<strong>de</strong>cimentos especiais Marie-Thérèse Allier, Frédéric Bélier-Garcia, Lalou Benamirouche,Patrice Blais e Raoul Demans, Patrick De Vos, Myriam De Clopper, Marie Collin,Parcidio Gonçalvez, Emmanuelle Huynh e toda a equipa do CNDC d’Angers, SimaKhatami, Isabelle Launay, Aldo Lee, Frédéric Lormeaux, Barbara Manzetti, M. Marlhin(société DPI), Takashi Morishita, Romain Slocombe, Jean-Philippe Varin, GérardViolette. Estreia 24 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2008 no CNDC d’AngersCom a gentil autorização do Buto Sôzô Shigen, TóquioQui 7, Sex 8 <strong>de</strong> Maio · Gran<strong>de</strong> Auditório · 21h30Dur. 1h10 · M12 · Espectáculo falado em francês, com legendas em português


Não sei se gosto do Hijikata. Acredito navonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmitir os seus escritos,que transmitem eles próprios a suadança. A sua dança, o seu butô, as suasinquietações, são legíveis nos terrenosmovediços, nos sentimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota,«esta cabeça <strong>de</strong> bebé no fundo daminha miséria», que ele <strong>de</strong>rrama sobre opapel. O que nos poupa talvez radicalmentea necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer, refazer, asua dança.«Embora satisfeitos <strong>de</strong> termos cabeçae quatro membros, digamos mesmoassim que gostaríamos <strong>de</strong> ser impotentes,que bem gostaríamos <strong>de</strong> uma vezpor todas <strong>de</strong> ter nascido impotentes;porque só quando nos vem este <strong>de</strong>sejoé que se realiza enfim o primeiro passo<strong>de</strong> dança.»Não que seja motivo <strong>de</strong> vergonhatentar refazer o butô [há-<strong>de</strong> haver <strong>de</strong>certeza um butô ainda por inventar: orebutô?! – repulsivo (rebutant, em francês)<strong>de</strong>veria ser o novo butô…].Mas a minha i<strong>de</strong>ia é não fazer butô apartir <strong>de</strong>stes textos alucinantes, porqueeles têm já o butô em si próprios. Amiséria, a lama, a <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>, as tripas,está lá tudo… O trabalho acontecerá porbaixo e ao lado. Exumaremos o pensamento<strong>de</strong> um artista imenso <strong>de</strong> formaque nos <strong>de</strong>ixe totalmente entregues àsnossas próprias extravagâncias.Que a força dos seus escritos, que<strong>de</strong>vem ser como que dados a ler, nos<strong>de</strong>ixe livres mesmo no gesto <strong>de</strong> os transmitir.Não nos inspiremos em Hijikata,não fabriquemos um espectáculo que<strong>de</strong>corra dos seus escritos, não façamosverda<strong>de</strong>iramente «uma encenação».Brandimos uma ban<strong>de</strong>irola <strong>de</strong> braçoestendido, mas mesmo assim eles sãocapazes <strong>de</strong> nos pingar em cima, <strong>de</strong><strong>de</strong>rramar as suas imundícies. Talvez sejapor isso que eu não sei se sou capaz<strong>de</strong> gostar <strong>de</strong> Hijikata: ele parece sujo,morto, impotente, virgem e obsceno.Boris CharmatzO butô, sem o fazer.Gérard MayenIn Journal du Théâtre <strong>de</strong> la Ville – ParisNº 164, 12 a 16 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2008,Festival d’Automne à Paris.O inverso dos corpos performáticosda dançaNo início <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2008, nomomento <strong>de</strong> falarmos <strong>de</strong> La DanseuseMala<strong>de</strong>, Boris Charmatz e Jeanne Balibarainda não tinham começado a trabalharem estúdio. Nesta fase, o projecto dapeça assenta, sobretudo, em estudos eem intenções. Tem-se uma noção maisclara do que não se quer que ela seja doque do contrário.Para já, o título. La Danseuse Mala<strong>de</strong>.O inverso dos corpos performáticosda dança. Reencontramos o BorisCharmatz que se empenha em <strong>de</strong>slocaro seu imenso saber sobre esta arte. Ele<strong>de</strong>smonta a lógica das convenções.Apo<strong>de</strong>ra-se <strong>de</strong>las segundo eixos jamaisexperimentados. Inventa dispositivospara o encontro <strong>de</strong> gestos e <strong>de</strong> espíritosindagadores.La Danseuse Mala<strong>de</strong>, obra poética<strong>de</strong> Tatsumi Hijikata.La Danseuse Mala<strong>de</strong> é o título <strong>de</strong> umalonga obra poética <strong>de</strong> Tatsumi Hijikata,bailarino fundador do butô, «dança dastrevas», ou melhor, «dança do corpoobscuro». Mas Hijikata foi buscar este3


título a Mishima. Mas os textos queCharmatz utiliza, se é verda<strong>de</strong> que são<strong>de</strong> Hijikata, não são exactamente estes.Etc.De <strong>de</strong>slocação em <strong>de</strong>slocação, ocoreógrafo amplia o campo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s:«A Jeanne Balibar não é bailarina.Eu próprio não tenho experiência dobutô. Trabalhamos sobre fragmentos,talvez <strong>de</strong>sconhecendo o mais importante.Pois bem, tiremos partido disso.Libertemo-nos <strong>de</strong>ssa tradição <strong>de</strong>transmissão da dança através do corpoa corpo, <strong>de</strong> mestre a discípulo, do modoreverenciador <strong>de</strong> uma linhagem».Textos <strong>de</strong>sconhecidosAssim, La Danseuse Mala<strong>de</strong> nasce da leitura<strong>de</strong> textos do artista japonês. Textos<strong>de</strong>sconhecidos, não traduzidos emlínguas oci<strong>de</strong>ntais, a não ser em francês(mas não publicados) pelo excepcionale apaixonado investigador PatrickDe Vos. Textos consumidos por tantastensões do inconsciente, do obscuro, daparte maldita, da repulsa do sexo e dasorigens, como foi a dança <strong>de</strong> Hijikata.Boris Charmatz insiste: «Não são textossobre o corpo, ou a dança, ou o butô. Defacto o próprio corpo, a dança e o pensamento<strong>de</strong> Hijikata vivem directamentenestes textos.»Faz-nos partilhar alguns extractos:«Tudo isto para dizer que estes gestosmortos que trago no corpo, gostaria <strong>de</strong>os fazer morrer <strong>de</strong> novo como se morressem<strong>de</strong> vez. No meu corpo os mortospo<strong>de</strong>m voltar a morrer todas as vezesque quiserem. Aliás, se eu não sei nadada morte, ela conhece-me bem. Estousempre a dizer isto, mas é verda<strong>de</strong> quealbergo uma irmã mais velha no meucorpo. Quando estou na efervescência<strong>de</strong> uma peça a criar, ela disputa as trevasno interior do meu corpo, <strong>de</strong>vora-o maisdo que seria <strong>de</strong>sejável.»Seria um trio com HijikataEm cena, não se tratará <strong>de</strong> pegar nestestextos palavra a palavra, <strong>de</strong> encarnálos,<strong>de</strong> procurar o movimento acertadoque lhes subjaz. Nem <strong>de</strong> inventar a suaencenação: «Trata-se antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarque uma dramaturgia se auto gere.Trata-se <strong>de</strong> fabricar um veículo para opensamento e o corpo <strong>de</strong> Hijikata, queestão nestes textos. Quando os lemos,quando os pomos na boca, o corpo nãopo<strong>de</strong> ficar in<strong>de</strong>mne. Estes textos escorrempara cima <strong>de</strong> nós, ensopam-nos».Tentemos manter-nos à tona.Não é <strong>de</strong> estranhar que a imagemdo veículo se encontre directamenteem cena. Lembremo-nos da fantásticamáquina para coreografia <strong>de</strong> corposinertes que orquestrava a peça Regi*.Talvez reencontremos também o temado cão, animal esgalgado, apedrejadopela miudagem, tripas <strong>de</strong> fora, vagueandoentre as linhas <strong>de</strong> Hijikata. Etc.Todos estes elementos <strong>de</strong>verão permitiraos artistas colocarem-se na sua relaçãocom o texto. Mais do que um duetoentre Boris Charmatz e Jeanne Balibar,haveria um trio com Hijikata, através dassuas palavras, que fazem estar junto masnão juntam; que reúnem no limite, notormento, na dilaceração.Dever-se-ia falar antes <strong>de</strong> teatro?Quando era mais jovem, Jeanne Balibarinteressou-se pela dança, praticou-a.Mas o seu par não gosta que nos <strong>de</strong>tenhamosnesse pormenor, receando umafunilamento. Deveríamos antes falar <strong>de</strong>teatro?4


«Dança ou teatro, francamente, nãoé a questão. É verda<strong>de</strong> que a Jeanne éactriz e que há muitos textos no espectáculo.Dançamos pouco. Po<strong>de</strong>-se portantofalar <strong>de</strong> teatro. Mas a dança está nostextos. E ao transportá-los nós <strong>de</strong>ixamosactuar aquilo que nos faz mover.»Daí o tipo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que BorisCharmatz gostou <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir na actriz:«Em termos <strong>de</strong> movimento ela faz umgran<strong>de</strong> trabalho sobre o inconsciente,sobre o abandono. Ela tem uma ondulação<strong>de</strong> alga em face <strong>de</strong>stes textos emque entrevejo como que o fantasma <strong>de</strong>uma bailarina, uma coisa que vagueia,espectral.»Gérard Mayen* Na peça Regi, <strong>de</strong> Boris Charmatz, háum guindaste que tem protagonismosobretudo na parte inicial da peça, emque se move <strong>de</strong> forma coreografadapara se libertar das fitas que o pren<strong>de</strong>màs pare<strong>de</strong>s do palco, e que seguidamenteorganiza a cena transportandoe colocando os corpos inertes <strong>de</strong> BorisCharmatz e Raimund Hoghe.«O corpo é a minha oficina; e o meuofício, conhecido como dança, é umatarefa <strong>de</strong> restauro do humano.»Tatsumi Hijikata«Cercado <strong>de</strong> nus fulgurantes, o criador<strong>de</strong> dança emagrece furiosamente. Aoimergir as suas costelas <strong>de</strong>scarnadas nocanal dos esgotos, o meu peito ficou atulhado<strong>de</strong> resíduos do tempo. Para prevenira ferrugem, untei-o copiosamenteantes <strong>de</strong> abraçar a minha tarefa durantedias infindáveis. Longe <strong>de</strong>ste peito e dasua dolorosa convalescença, oferecia amim próprio banhos <strong>de</strong> sol nos teatros.Nas prateleiras <strong>de</strong> uma casa mortuária,insinuou-se um olhar sobre a geraçãoactual, aquela cuja alma não seria capaz<strong>de</strong> viver em caso algum apenas dos bensrecebidos em herança. Calcorreandometiculosamente Tóquio – on<strong>de</strong> não estáforçosamente extinta esta geração quecom as mãos concebeu os olhos – chegueiaos materiais. Que só tive <strong>de</strong>poisque juntar no meio <strong>de</strong> uma juventu<strong>de</strong>ocupada aqui a roçar-se num atelier<strong>de</strong> galvanização, acocorada ali numagaragem. Olho para as mãos. Liberta-se<strong>de</strong>las um movimento <strong>de</strong> partículas mal<strong>de</strong>sbastadas. A coluna vertebral inclina-‐se ligeiramente para a frente. Umadança <strong>de</strong>sce-lhe pela la<strong>de</strong>ira. Para umolhar infeliz po<strong>de</strong>-se mudar <strong>de</strong> gelatina.Cabeças ar<strong>de</strong>ntes. A vingança reprimida<strong>de</strong> um mamilo baixou um poucoa cabeça; é preciso que o material sejaantes <strong>de</strong> mais um amante. Aproximo-me.O odor estabelece entre mim e osrapazes um equilíbrio quase ascético; <strong>de</strong>modo geral, todos estes corpos excessivamenteesticados, como as varetas<strong>de</strong> um guarda-chuva que criam umabarreira ao que cai, todos esses corposenviesados, quebradiços, insensibilizadospelo sofrimento, dão <strong>de</strong> muitas maneiraspriorida<strong>de</strong> a linhas quase <strong>de</strong>calcadasdos seus vinte anos, em vez e no lugar<strong>de</strong> todas as figuras sedutoras. Na imensaTóquio há corpos a morrer.»Tatsumi HijikataExcerto <strong>de</strong> Material interiorA partir da tradução francesa<strong>de</strong> Patrick De Vos5


Tatsumi Hijikata (1928-1986)Bailarino e coreógrafo japonês, consi<strong>de</strong>radoo pai do butô. Nascido em Akita(Tôhoku), no Norte do Japão, estudadança mo<strong>de</strong>rna a partir <strong>de</strong> 1947 comKatsuko Masumura. Em 1952 estuda, emTóquio, várias formas <strong>de</strong> dança: balletmo<strong>de</strong>rno com Mitsuko Audo, no UniqueBallet Theater, dança jazz, dançassociais, dança espanhola. No final dosanos 50, inicia uma estreita colaboraçãocom Kazuo Ôno, que tinha visto dançar<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1945 e cuja dança o impressionamuito. Com o filho <strong>de</strong>ste último, YoshitoÔno, cria e dança, em 1959, Kinji (OsAmores proibidos), peça consi<strong>de</strong>radao acto <strong>de</strong> nascimento do butô, umaespécie <strong>de</strong> happening com imolação <strong>de</strong>um galo.Começando por chamar às suascolaborações Dance Experience, adoptamem 1961 o nome Ankoku Butô Ha(Escola do butô negro) para <strong>de</strong>signaro grupo aberto que se forma à suavolta, até que Hijikata constitui, em1970, uma companhia mais formal sob onome Hangidaitôkan (Dança do corpoconsumido). O seu trabalho caracteriza-‐se por uma resistência ao mo<strong>de</strong>rnismo,em particular ao excesso <strong>de</strong> promessasque o caracterizam: on<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>rnismoprocura valorizar o «mais» e o «melhor»,Hijikata explora o «menos» e o «menor»;substitui a busca da força pela da fraqueza;prefere a retracção à expansão.Nos anos 60, ro<strong>de</strong>ado dos escritoresYukio Mishima e Tatsuhiko Shibusawa,do artista plástico Natsuyuki Nakanishie do fotografo Eikô Hosoe, inspira-se naliteratura francesa (Genet, Lautréamont,Sa<strong>de</strong>) e no surrealismo, abordandoo erotismo, a violência e os tabus dasocieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna.Nos anos 70, através da colaboraçãocom Yôko Ashikawa, sistematiza assuas i<strong>de</strong>ias e a sua técnica: partindo dai<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o corpo é <strong>de</strong>positário <strong>de</strong>uma memória colectiva, volta-se cadavez mais para as referências japonesas,explorando em particular os gestos davida quotidiana dos anos 20 e 30 emTôhoku, a sua região <strong>de</strong> origem.Boris CharmatzBoris Charmatz, co-fundador da associaçãoedna em 1992, criou, com DimitriChamblas, o notável dueto A bras lecorps. Obteve o Prémio <strong>de</strong> Autor dosRencontres chorégraphiques internationales<strong>de</strong> Seine-Saint-Denis comAatt enen tionon (1996). Até 2006, criauma série <strong>de</strong> peças que fazem época,entre as quais Con forts Fleuve (1999)e Regi (2006), esta em colaboraçãocom Raimund Hoghe. Paralelamente,prossegue a sua activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intérprete(Odile Duboc, Fanny <strong>de</strong> Chaillé, e, maisrecentemente, Pierre Alféri e Meg Stuart)e <strong>de</strong> improvisador (com Saul Williams,Archie Shepp, Han Bennink ou aindaMédéric Collignon).Desenvolve projectos atípicos, nomeadamenteBocal, no quadro <strong>de</strong> uma residênciano Centre national <strong>de</strong> la danseà Pantin, escola nómada e efémera,que reúne uma quinzena <strong>de</strong> estudantes<strong>de</strong> horizontes diversos (2003-2004).Professor convidado na Universität <strong>de</strong>rKünste (Berlim), colabora na elaboração<strong>de</strong> um novo curso <strong>de</strong> dança que vê aluz do dia em 2007. Nesse mesmo ano,7


Boris Charmatz realiza uma curta-metragem,Une lente introduction, baseadaem Herses (une lente introduction), <strong>de</strong>zanos após a criação <strong>de</strong>sta peça.Assinou um livro conjuntamente comIsabelle Launay: Entretenir/à proposd’une danse contemporaine (co-ediçãoCentre national <strong>de</strong> la danse/Les Pressesdu Réel/2003) e prepara Je suis uneécole, a editar proximamente.A 1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2009 BorisCharmatz suce<strong>de</strong>u à coreógrafaCatherine Diverrés na direcção doCentre chorégraphique national <strong>de</strong>Rennes et <strong>de</strong> Bretagne.Jeanne BalibarJeanne Balibar, estudante no CoursFlorent e <strong>de</strong>pois no Conservatório <strong>de</strong>Paris, entra na Comédie-Française em1993. No mesmo ano sobe ao palcopela primeira vez no Festival d’Avignon,interpretando o papel <strong>de</strong> Elvira emDom João. Depois <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a ComédieFrançaise, em 1997, interpreta, entreoutras, Lady Macbeth em Macbeth(1997), Prouhèze em Le Soulier <strong>de</strong> Satin(2003), Helena em O Tio Vania (2004),colaborando com Joel Jouanneau,Julie Brochen, Olivier Py, Jean-FrançoisPeyret, ou ainda, em Berlim, com MartinWutke.A partir <strong>de</strong> 1992, Jeanne Balibar torna-‐se rapidamente uma figura cimeira docinema <strong>de</strong> autor. Uma quarentena <strong>de</strong>filmes marca o seu percurso. Citemos,entre eles: Comment je me suis disputé…(ma vie sexuelle) (1996) <strong>de</strong> ArnaudDesplechin, Dieu Seul me voit (1998),J’ai horreur <strong>de</strong> l’amour (1997), Mange tasoupe (1997) e Le sta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wimbledon(2001) <strong>de</strong> Mathieu Amalric, Fin août,début septembre (1998), Clean (2004)d’Olivier Assayas, Saltimbank (2003) <strong>de</strong>Jean Clau<strong>de</strong> Biette e Va Savoir (2001)e Ne touchez pas la hache (2006) <strong>de</strong>Jacques Rivette, ou ainda Sagan <strong>de</strong>Diane Kurys (2008).A partir <strong>de</strong> 2003 enceta uma carreira<strong>de</strong> cantora. Dá voz às composições <strong>de</strong>Rudolphe Burger e assina com PierreAlféri uma parte dos textos para umprimeiro álbum intitulado Paramour,seguido três anos mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> SlalomDame. Vários dos arranjos <strong>de</strong>ste últimosão <strong>de</strong> Dominique A e <strong>de</strong> Fred Poulet.O encontro entre Jeanne Balibare Boris Charmatz dá-se em 2005 noâmbito do projecto en Micronésie <strong>de</strong>Pierre Alféri.Yves GodinYves Godin começa por colaborar nosanos 90 em projectos <strong>de</strong> vários coreógrafos(Hervé Robbe, George Appaix,Fattoumi Lamoureux), abordando umvasto campo <strong>de</strong> experiências estéticas.Trabalha <strong>de</strong>pois com numerososcoreógrafos, músicos e artistas visuais(nomeadamente Alain Michard, KasperToeplitz, Rachid Ouramdane, JulieNioche, Emmanuelle Huynh, BorisCharmatz, Clau<strong>de</strong> Wampler, Ingrid VanWantoch Rekowski, Christian Sébille,Maria Donata d’Urso, Jeniffer Lacey& Nádia Lauro, Alain Buffard, VincentDupont).Os seus processos <strong>de</strong> trabalhobaseiam-se na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma luz que não<strong>de</strong>penda da dança, da música ou do8


Próximo espectáculoCamerataMetropolitanaOrquestra Metropolitana <strong>de</strong> LisboaConcerto comentado porAlexandre DelgadoMaestro Pedro NevesMúsica Dom 10 MaioGran<strong>de</strong> Auditório · 11h00 · Dur. 1h15 · M6Pedro Neves MaestroCamerata da MetropolitanaProgramaAnton Webern (1883-1945)Langsamer Satz (1905)Transcrição <strong>de</strong> Gerard SchwarzEdvard Grieg (1843-1907)Do Tempo <strong>de</strong> Holdberg, Suite paraCordas (1884-1885)I. Prelúdio: Allegro vivace;II. Sarabanda: Andante;III. Gavota: Allegretto - Museta: Poco piùmosso - Gavota;IV. Ária: Andante religioso;V. Rigodão: Allegro con brioIntervaloSamuel Barber (1910-1981)Adagio para Cordas (1935-1936)Benjamin Britten (1913-1976)Simple Symphony (1934)I. Boisterous Bourrée;II. Playful Pizzicato;III. Sentimental Saraband;IV. Frolicsome FinaleO programa <strong>de</strong>ste concerto foi alteradopor motivo <strong>de</strong> doença do maestro eviolinista Augustin Dumay.Os portadores <strong>de</strong> bilhete para o espectáculotêm acesso ao parque <strong>de</strong> estacionamento da Caixa Geral <strong>de</strong> Depósitos.


Conselho <strong>de</strong> AdministraçãoPresi<strong>de</strong>nteAntónio MaldonadoGonelhaAdministradoresMiguel Lobo AntunesMargarida FerrazAssessoresDançaGil MendoTeatroFrancisco FrazãoArte ContemporâneaMiguel Wandschnei<strong>de</strong>rServiço EducativoRaquel Ribeiro dos SantosPietra FragaCarmo RoloDirecção <strong>de</strong> ProduçãoMargarida MotaProdução e SecretariadoPatrícia BlázquezMariana Cardoso<strong>de</strong> LemosJorge EpifânioExposiçõesCoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> ProduçãoMário ValenteProdução e MontagemAntónio Sequeira LopesProduçãoPaula Tavares dos SantosMontagemFernando Teixeira<strong>Culturgest</strong> PortoSusana SameiroComunicaçãoFilipe <strong>Folha</strong><strong>de</strong>la MoreiraFilipa Ferro estagiáriaPatrícia Paixão estagiáriaPublicaçõesMarta CardosoRosário Sousa MachadoActivida<strong>de</strong>s ComerciaisCatarina CarmonaServiços Administrativos e FinanceirosCristina RibeiroPaulo SilvaDirecção TécnicaEugénio SenaDirecção <strong>de</strong> Cena e LuzesHorácio Fernan<strong>de</strong>sAssistente <strong>de</strong> direcção cenotécnicaJosé Manuel RodriguesAudiovisuaisAmérico Firminocoor<strong>de</strong>nadorPaulo Abranteschefe <strong>de</strong> áudioTiago BernardoIluminação <strong>de</strong> CenaFernando Ricardo chefeNuno AlvesMaquinaria <strong>de</strong> CenaJosé Luís Pereira chefeAlcino FerreiraTécnico AuxiliarÁlvaro CoelhoFrente <strong>de</strong> CasaRute SousaBilheteiraManuela FialhoEdgar Andra<strong>de</strong>RecepçãoTeresa FigueiredoSofia Fernan<strong>de</strong>sAuxiliar AdministrativoNuno CunhaColecção <strong>de</strong> Arteda Caixa Geral <strong>de</strong> DepósitosIsabel Corte-RealValter ManhosoEdifício Se<strong>de</strong> da CGDRua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03culturgest@cgd.pt · www.culturgest.pt<strong>Culturgest</strong>, uma casa do mundo

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