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Brochura - Florestas.pdf - SIAM

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foto: Ricardo AguiarOs espaços florestais, incluindo os naturais, culturais e de turismo/recreiocobrem 45% da superfície total do concelho. A floresta do concelho localizasefundamentalmente na zona da serra de Sintra, ocupando aproximadamente30% da área total do Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC) no concelhode Sintra. Aqui encontram-se alguns exemplares da vegetação naturalpotencial, isto é, aquela para a qual tende naturalmente a dinâmica vegetal,e que está representada pela floresta mista de carvalhos e sobreiros com 6%da área total de floresta e matos do PNSC (concelho de Sintra). A maior parteda área destina-se a protecção ou tem funções de recreio e amenizaçãoambiental. Os espaços de produção florestal correspondem apenas a 4%desta área. As espécies mais representadas no município de Sintra são ospinheiros bravo e manso (16% da área), seguida do cedro do Buçaco (12%).Os locais ocupados por acácias em situação de dominância correspondema 10%, enquanto que o pinheiro de alepo, eucaliptal, outras folhosas epovoamentos mistos de folhosas e resinosas contribuem com outros 10%.Há ainda 7% de área classificada como de regeneração ou plantações. Orestante são incultos e áreas ardidas.24<strong>Florestas</strong>Impactes geraisOs cenários climáticos sugerem um aumento do stress ambiental na vegetaçãoflorestal. A invasão por pragas e doenças florestais originárias de climastropicais e subtropicais poderá aumentar. O stress hídrico poderá tornar asárvores mais susceptíveis e aumentar os danos causados pelas pragas edoenças. No futuro aumentará também o risco de incêndio florestal e adeterioração dos ecossistemas florestais pela dificuldade de regeneraçãodas árvores e pela proliferação de espécies invasoras mais competitivas eeventualmente melhor adaptadas à nova condição climática.Considerando os cenários para a área construída (necessidades primárias dehabitação e procura de segundas habitações para lazer), é de esperar que aárea de floresta fora da zona protegida pelo Parque Natural de Sintra-Cascaisdiminua ainda um pouco no curto-médio prazo, embora em grandedesaceleração relativamente às décadas recentes. Entretanto poderá haverexpansões em algumas zonas, por exemplo num contexto de florestas-jardim.Miradouro de Sta. Eufémia


Aspectos climáticosOs principais impactes directos da alteração do climanas florestas do concelho serão consequência doaumento do stress ambiental causado peloprolongamento do período seco de Verão e peloaumento da temperatura nesse período. Emcontrapartida os aumentos das temperaturas no Inverno-Primavera, associadas ao um aumento global daconcentração de CO 2 na atmosfera, poderão estimulara produtividade da vegetação, sobretudo nas zonas daserra onde o cenário de redução da precipitação émodesto.O conhecimento da fisiologia das espécies lenhosaspermite supor que nestas condições seja possível amanutenção das áreas actuais de pinheiro bravo, comexcepção das regiões onde se espera uma diminuiçãomais acentuada da precipitação anual (por exemplo, emtoda a região arborizada a Este do concelho) e em soloscom acentuada carência de nutrientes.As alterações climáticas deverão acontecer demasiadodepressa para permitir a migração natural da maioriadas espécies florestais pelo que é pouco provável queisso ocorra espontaneamente sem haver acções dereflorestação com espécies melhor adaptadas às futurascondições climáticas.foto: David AvelarOutras há, por exemplo algumas espécies exóticasinvasoras, que pelo seu carácter de pioneiras e rápidocrescimento, poderão ocupar novas áreas (como locaisdegradados), competindo com as espécies autóctones.Sem uma forte intervenção humana (técnica) estasespécies tenderão a expandir o seu território. Aregeneração da floresta será um dos períodos maiscríticos uma vez que o sistema radicular ainda não seencontra completamente desenvolvido, limitando acapacidade de extracção de água.A vertente Norte da serra, hoje dominada por vegetaçãoexótica e espontânea de elevado interesse botânico,requer particular atenção. Admite-se o risco dedeterioração destes ecossistemas devido ao aumentoda recorrência dos incêndios (ver a seguir) e àproliferação de espécies invasoras mais competitivas eeventualmente melhor adaptadas à nova condiçãoclimática.ImpactoAlteração de condições bioclimáticasAdaptaçõesApoio e colaboração com a InvestigaçãoMonitorização permanente de uma rede deparcelas, colaboração com InvestigaçãoFormação contínua e actualização do pessoaltécnico nas questões de alterações climáticasEm novas arborizações, escolher espécies da floraautóctone melhor adaptadas à secura (por exemplo,sobreiros) e restringir a utilização de espécies maisexigentes em água a locais mais húmidosProteger as zonas mais interessantes do ponto devista botânico e ainda pouco perturbadas pelosincêndios e invasoras; reforçar aí a vigilância ecombate aos incêndios e manter controladas asinvasoras nas áreas vizinhasA tolerância das espécies florestais a condições climáticasadversas depende do seu potencial genético deadaptação, variando de espécie para espécie. As espéciesautóctones e introduzidas, menos resistentes à secura- por exemplo, alguns carvalhos de folha caduca, comoo carvalho alvarinho ou o castanheiro -, poderão serparticularmente afectadas uma vez que estão em claradesvantagem face a plantas mais tolerantes, como osobreiro ou a azinheira.Serra de Sintra25


IncêndiosActualmente o risco de incêndio no Concelho de Sintraé classificado de baixo a moderado, no contexto nacional.Nesta avaliação entram por um lado os aspectosclimáticos e por outro, a disponibilidade de combustível.Os cenários climáticos apontam para um aumentogeneralizado da componente meteorológica do risco deincêndio. O índice avaliado (FWI) deverá aumentar 33%a 50% em meados do século e entre 65% a 100% nofinal do século. As Figuras abaixo mostram por exemplomapas do número médio anual de dias com índice derisco moderado ou alto, no clima recente (à esquerda)e para finais do século, no cenário B1 (à direita). Alémdo risco, que pode ser minimizado mas não eliminadototalmente, interessa também a severidade do incêndioquando ocorre, ver mapas na página seguinte.Os principais aumentos em qualquer dos aspectosverificam-se na Serra da Carregueira e na zona doCorredor Urbano, sendo mais poupados o litoral e aSerra de Sintra. Num cenário mais pessimista que ofigurado (A1), o aumento pode chegar aos 60-70 diaspor ano.Incertezas à parte, devido à redução generalizada dapluviosidade e do aumento da temperatura, o risco vaiampliar-se para meses da Primavera e de Outono.Estes são os cenários de risco de incêndio meteorológico,que devem ser compostos com os de combustívelexistente no terreno. Os cenários da produtividadevegetal para a Serra de Sintra continuam a incluirformações vegetais de elevada combustibilidade -independentemente de serem dominadas por espéciesinvasoras ou por espécies autóctones - de forma que seantevê um risco real de incêndio da ordem do dobro atriplo do que é hoje em dia. A outra zona de maiorpreocupação é a da Serra da Carregueira, onde apesarde haver menos material combustível que na Serra deSintra, o risco meteorológico sobe muito.Aspectos socioeconómicosO aumento do risco de incêndio por acção humana, sejapor intenção ou negligência, poderá ser maior no futurodevido ao aumento da população nas áreas de fronteiracom as florestas e ao maior fluxo de visitantes.É aconselhável um esforço deliberado de educação nosentido da prevenção para contrariar este processo. Umaumento do número de visitantes na serra sensibilizadospara o risco e as consequências dos incêndios, poderáaté ser encarado como positivo uma vez que podemconstituir uma eficaz rede informal de detecção e alerta.ImpactoAumento do risco de incêndioAdaptaçõesOrdenamento territorial para tornara paisagem menos susceptível aofogo (vd. Plano Municipal de Defesada Floresta Contra Incêndios)p.ex. manutenção de redes defaixas e mosaicos de gestão decombustíveis, de redes viárias e depontos de água que sirvamespecificamente a Rede Nacionalde Defesa da Floresta ContraIncêndios, embora respeitandoos valores paisagísticosReforçar a sensibilização dapopulação, visitantes e viajantes,nos locais de maior risco real, comoa serra de SintraReforçar o controlo das situaçõesde incumprimento e aplicarsanções previstas nas leis26Envolvimento activo dos cidadãosque visitam a serra para lazer edesporto, e dos proprietáriosflorestais, na detecção e controlode incêndios


Pragas e DoençasPrevê-se o aumento da incidência de pragas e doençasassim como o risco de invasão por novas espécies deregiões de clima tropical ou subtropical. É também muitopossível que as taxas de crescimento de pragas e doençasjá actualmente existentes sejam estimuladas peloaumento da temperatura, sobretudo quando têm apossibilidade de ter várias gerações por ano. O aumentodas temperaturas no Inverno, quando acompanhadopor humidade elevada, poderá favorecer a expansão dealguns agentes patogénicos. O stress hídrico pode tornaras árvores mais susceptíveis a pragas nas zonas de maioraridez, onde poderão aumentar os danos causados,nomeadamente, por insectos perfuradores.foto: David AvelarImpactoNovas pragas e doençasAdaptaçõesDesenvolver bases de dados ereforçar a monitorização eprevenção de pragas e doençasdas florestas e seus produtos,para identificação e detecçãoprecoce das mais nocivas nascondições climáticas futuras eprevenção da sua introduçãono paísDivulgar informação sobre novaspragas e doenças e a implementarestratégias de luta no terrenoLimpeza e desbaste de árvoresmortas ou decrépitas para evitar apropagação de insectos, fungos eparasitasEspécies InvasorasA recorrência dos incêndios, isto é, o número de anosentre cada incêndio num mesmo local, deverá aumentar,exacerbando o ciclo ‘fogo >invasoras > fogo’ e osproblemas de gestão florestal inerentes. Incêndiosfrequentes só por si poderão conduzir ao predomíniode vegetação arbustiva (matos). Nesta situação, aeliminação do banco de sementes de espéciesautóctones tornará mais fácil a proliferação de espéciesinvasoras de origem subtropical, como algumas acáciasjá existentes na serra como naturalizadas, e que tirambenefício das novas condições climáticas.Serra de Sintra27

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