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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEA “organização” , como era conhecido o grupo no início, exprimiaconcepções políticas que eram uma mescla do pensamentomarxista com o ideário do “nacionalismo revolucionário” do MNR.Considerava que o setor fundamental de atuação deveria ser aclasse média, uma vez que só através desse setor se poderia desper-taro interesse do proletariado e do campesinato para uma lutarevolucionária. Essa organização tinha uma preocupação especialcom a di-vulgação de suas bandeiras entre as Forças Armadas,procurando estabelecer ligações concretas com setores nacionalistasque pudessem existir nas corporações. Para despertar a simpatiadesses, privilegiava as formulações de conteúdo patrióticonos artigos do jornal.Nessa linha de preocupação com o nacionalismo, a organizaçãoescolheu a data de 7 de setembro de 1972 para adotar oficialmentea sigla RAN, pondo fim ao período em que existia sem ternome, sendo, por isso, conhecida também pe-la designação deMIM - Movimento Independência ou Morte. Já no início de 1972fora iniciada a publicação de uma revista intitulada Prisma, siglaque reunia as iniciais de “Pensamento Revolucionário IntelectualSocialista Marxista”. A RAN estava estruturada no Rio e em MinasGerais, iniciando alguns contatos em São Paulo, no início de 1973,quando foi detectada e completamente desbaratada pelo DOI-CODI do Rio de Janeiro e por sua congênere mineira, culminandona detenção de quase uma centena de pessoas.MAR - Movimento de Ação RevolucionáriaPequeno grupo que efetuou operações de guerrilha urbana no Rio deJaneiro no primeiro semestre de 1969, sendo inteiramente desarticuladoem agosto daquele ano pela ação dos órgãos de segurança. OMAR foi estruturado a partir de um grupo de militares cas-sados emabril de 1964, especialmente marinheiros que tinham participado dasmobilizações da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais doBrasil. Eles planejaram a constituição do novo grupo quando detidosna Penitenciaria Lemos Brito, de 1964 a 1968.O MAR começou a ser estruturado quando foram soltos alguns dosmarinheiros presos, que imediatamente passaram à preparação daação mais espetacular efetuada pela organização: a fuga dos outrospresos políticos daquela penitenciaria, no dia 26.05.69 comcobertura armada, acompanhados por alguns presos comuns quehaviam sido recrutados para durante o processo de convivência nocárcere. O grupo de fugitivos abrigou-se no interior do Estado doRio de Janeiro e foi perseguido por uma grande operação malogradade cer-co militar, registrada na imprensa como Guerrilha de Angrados Reis. Entre maio e agosto, quando se iniciou o processo dequedas, o MAR executou algumas ações armadas, especialmenteassaltos a banco voltados para a manutenção clandestina dos evadidos.Alem dos militares integraram o MAR alguns estudantes eprofissionais intelectuais, entre eles o jornalista Flávio Tavares, queficou apontado como uma espécie de líder e mentor do grupo.Quanto às propostas políticas do MAR sabe-se apenas que o ideáriogeral do grupo era inspira-do no “nacionalismo revolucionário”que tinha em Brizola, naquele momento, a principal figura de liderança,embora desde o fracasso da Guerrilha de Caparaó fosse maisou menos evidente que o ex-governador gaúcho não pretendia seenvolver nas articulações para a deposição do governo militar brasileiro.Após as quedas de agosto, boa parte dos remanescentesdo MAR integrou-se ao PCBR. Uma parte menor dos militantesvinculou-se a outras organizações de guerrilha urbana.MR-26 - Movimento Revolucionário 26 de MarçoO nome do grupo foi estabelecido como homenagem à colunaguerrilheira que o Coronel Jefferson Cardim Osório havialançado em 26 de março de 1965 no Rio Grande do Sul, comotentativa de deflagrar uma luta armada nacional para a derrubadada ditadura militar. Em meados de 1966 começou a serestruturado, a partir de um pequeno núcleo anteriormente ligadoao PCdoB, uma nova organização, vinculada aos exiladosbrasileiros residentes no Uruguai, que se propunha à preparaçãode ações armadas inspiradas pelo mesmo tipo de “nacionalismorevolucionário” que inspirou o MNR, Caparaó, Jefferson Cardim, oMAR, o MR-21 e outros grupos. Num primeiro momento, a organizaçãoserá conhecida apenas como “Grupo Paulo Mello”, seu principalcoordenador na época, mas um processo formado em PortoAlegre contra alguns desses elementos após a morte do sargentoManoel Raimundo Soares, faria referência à sigla FARP – FrenteArmada Revolucionária Popular.O grupo passou a se chamar MR-26 quando foi engrossado poralguns dos integrantes da guerrilha de Jefferson Cardim, recémsaídosda prisão. Através das ligações com exilados brasileiros noUruguai, o MR-26 conseguiu enviar alguns de seus quadros paratreinamento e especialização em Cuba. A partir de então, essa organizaçãose voltou para esporádicas operações de propaganda,atentados e, principalmente, para articulações com outros gruposno Rio Grande do Sul. Alguns integrantes do MR-26 integraram-seaos preparativos da Guerrilha de Caparaó, sendo detidos naquelaárea de montanhas, e um deles, Milton Soares de Castro, foi mortona fase de interrogatórios do IPM instaurado em Juiz de Fora.| 482 |

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