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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOSda “Frente Armada”. Não chegou a formular documentos expondosuas concepções nem criou uma imprensa partidária. O pouco quese sabe das idéias gerais da REDE é que divergia da VPR na questãodo caráter socialista que aquele grupo atribuía à RevoluçãoBrasileira, defendendo um Programa Democrático e Nacional. AREDE sempre atuou em cooperação com a ALN, VPR e MRT, especialmentecom este último grupo, numa etapa em que a rotina dasoperações, prisões e remontagem da estrutura perdida não permitiamespaço para se refletir melhor sobre o rumo geral da luta.A orientação geral era apenas a de prosseguir as ações de guerrilhaurbana como etapa preparatória à deflagração da guerrilharural, que teria conteúdo estratégico. O interessante dessacisão ocorrida na VPR para nascer a REDE é que nela não seobservou o costumeiro clima de acusações mútuas entre aspartes. Definiu-se uma separação consensual estabelecendo-seque os dois grupos permaneceriam em contato e desenvolvendoalgumas operações conjuntamente. Foi em cooperação com umVPR que a Rede encetou sua mais importante ação de guerrilhaurbana: o seqüestro do cônsul japonês em São Paulo, em 1970,em cujo resgate foi exigida a soltura de um reduzido grupo deprisioneiros políticos e a publicação de mensagens revolucionáriaspela imprensa. A REDE não ultrapassou a casa das duas outrês dezenas de militantes.Após as quedas de maio de 1970, que desmantelaram quase todaa organização, “Bacuri”, um dos poucos não atingidos no fluxode prisões, estabeleceu uma ligação estreita com a ALN, e estavamilitando nas fileiras dessa organização quando foi preso, no Riode Janeiro, em agosto de 1970, numa operação executada peloCENIMAR e pelo delegado Fleury através da colaboração do agentepolicial infiltrado na FLN – Frente de Libertação Nacional - ArturPaulo de Souza.MNR - Movimento Nacional RevolucionárioFoi muito mais um projeto político do que uma organização efetivamenteestruturada. A conjuntura de seu surgimento foi a doperíodo imediatamente posterior ao golpe de 1964, quando umconjunto de ex-militares ligados às mobilizações nacionalistasocorridas no governo Goulart agruparam-se em torno da liderançade Brizola no exílio uruguaio. O MNR aglutinou também setoresegressos do PTB gaúcho e do PSB, além de seguidores de LeonelBrizola na fase da constituição dos Comandos Nacionalistas queficaram conhecidos como Grupos dos Onze . A ligação do MNPcom o marxismo não passava de uma genérica coincidência napropaganda de algumas transformações socialistas. Seu ideário eramuito mais constituído pela temática do nacionalismo do que pelaabordagem da questão das classes sociais.Num primeiro momento, os setores reunidos no MNR procura-ramcontatar diferenciados agrupamentos da esquerda nãovinculada ao PCB, que tivessem permanecido no país, para articularum movimento pela derrubada do Regime Militar, quese acreditava transitório e derrotável por qualquer movimentoputschista que tivesse a ousadia de disparar o primeiro tiro.Acreditava-se que a via imediata para a derrubada do Regimepassava por um amplo trabalho conspirativo junto a setoresleais ao governo deposto, que não haviam sido ainda atingidospela escalada repressiva pós-64.Nessa situação de estrutura orgânica pouco definida, o MNR esteveenvolvido difusamente em numerosas articulações contra ogoverno de Castello Branco, como o levante do coronel JeffersonCardin, no Sul, nas ações do Movimento Revolucionário 26 deMarço, nas articulações que criariam, mais tarde, o Movimento deAção Re-volucionária e mesmo na articulação feita em São Paulo,no final de 1967, para dar início a construção da VPR.O projeto mais consistente em que o MNR esteve envolvido foia articulação de um foco guerrilheiro nas imediações do Picoda Bandeira, na Serra de Caparaó. Com o desmantelamento da“Guerrilha de Caparaó” os poucos remanescentes do MNR seretiraram para o exílio. Em 1968 foram fei-tas algumas tentativasde reestruturar esse movimento no Rio de Janeiro eem algumas áreas do interior, mas já numa situação em queo próprio Brizola se negava ao patrocínio das articulações. Em1969, o recrudescimento da ação repressiva sobre a esquerdaclandestina levou os últimos remanescentes desse grupo queainda permaneciam no Brasil, como o poeta Thiago de Mello, ase retirarem para o exílio.RAN - Resistência Armada NacionalO grupo começou a se constituir no segundo semestre de 1969quando foram soltos da prisão em Juiz de Fora e retornaram ao Riode Janeiro algumas das figuras de direção na malograda experiênciada “Guerrilha de Caparaó”. Foram recontatados remanescentesdo MNR, que se articularam para a reorganização de um grupoclandestino que não teve nome de início e tentou constituir-secomo organização revolucionária a partir da publicação de um jornal.Em dezembro de 1970 foi distribuído o primeiro número desseórgão, intitulado Independência ou Morte.| 481 |

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