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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOSde deslocamento dos militantes estudantis e intelectuais - quasea totalidade da AP - para trabalharem e atuarem politicamentecomo operários e camponeses, numa campanha que ficou conhecidacomo “Movimento de Proletarização”. Em maio de 1968 foi lançadoo nº 1 do jornal Libertação - órgão oficial da AP por muitos anos.Nessa época a organização passou a atuar em aliança com o PCdoB,especialmente no ME, numa aproximação que era inspirada, logicamente,pela identidade comum com as idéias maoístas .editou a partir de janeiro de 1975 uma revista de debates teóricosintitulada Brasil Socialista. Após o afastamento da POLOP dessafrente a AP que nesse período ficou mais conhecida pela designaçãoAP Socialista, elaborou um projeto de fusão com o MR-8, queterminou mais tarde num clima de ríspido rompimento. Na etapade atuação conjunta com o MR-8, a AP conseguiu reestruturar-seno país, contribuindo para a rearticulação do ME, entre 1976 e1978, através da tendência Refazendo.Embora não tenha formulado até então uma linha estratégicaoficial, fica evidente a inclinação da AP para a defesa do mesmocaminho estratégico proposto pelo PcdoB, o da Guerra PopularProlongada, com cerco das cidades pelo campo. Suas propostasprogramáticas são também semelhantes e sua tática é marcadapela estimulação de lutas amplas de massa contra ditadura militar,passeatas estudantis, voto nulo nas eleições entre ARENA eMDB e recusa ao diálogo com as autoridades federais nas questõesuniversitárias. Mesmo composta ainda majoritariamente de estudantes,a AP passou a ter alguma presença no movimento sindical,onde procura fortalecer a oposição aos dirigentes “pelegos” eapoiar lutas grevistas. Desenvolveu também experiências de organizaçãode camponeses.A atuação conjunta com o PCdoB evoluiu nos anos seguintes parauma divisão da AP entre o agrupamento que defendia a incorporaçãoda organização àquele partido e os que se opuseram. Em1972 aprofunda-se a luta interna e consolida-se a cisão. PreparaseII Congresso da AP, que decidiria soberanamente a respeito doproblema. O agravamento das divergências, as graves dificuldadesde segurança que cercariam a realização de um congresso numperíodo como aquele e o desencadeamento da luta guerrilheirado Araguaia, dirigida pelo PCdoB, precipitaram o processo, com aruptura se consumando sem a realização de qualquer congresso.É provável que a maior parte da AP tenha optado pela incorporaçãoao PCdoB. Por mais um ano, ambas as alas reivindicaram,no entanto, a persistência de sua autoridade de dirigentes da APe de legítimos responsáveis pela sigla. A ala que se incorporou aoPCdoB utilizou-se pela última vez da sigla AP em maio de 1973,lançando o documento “Incorporemo-nos ao PCdoB”, assinadopelo Bureau Político do Comitê Central da Ação Popular MarxistaLeninista do Brasil.Os que se lançaram à reorganização da AP após a divisão passaramà formação de uma aliança de com a POLOP e o MR-8, constituindouma Tendência Proletária sediada basicamente no exílio, quePor numerosas vezes após o golpe de 1964, e especialmente apartir de 1969, a AP sofreu golpes do aparelho repressivo do regimemilitar em ciclos de prisões que atingiram todos os Estadosmais importantes do Brasil. Entre 1973 e 1974 a AP Socialista foiduramente atingida pela ação dos DOI-CODI que aprisionaram eexecutaram sob torturas importantes dirigentes como Paulo SuartWright, ex-deputado cassado de Santa Catarina, e o últimodirigente máximo da UNE, Honestino Guimarães, além de váriosoutros líderes estudantis das lutas de 1968.POLOP - Política OperáriaA Organização Revolucionária Marxista Política Operária nasceu emfevereiro de 1961, reunindo grupos de estudantes provenientes, basicamente,da Liga Socialista de São Paulo (seguidores de Rosa Luxemburgo)e da Mocidade Trabalhista de Minas Gerais, além de esparsosdissidentes do PCB e simpatizantes do trotskismo. Mais que constituiruma nova alternativa de organização política para a classe operária,no sentido de conduzi-la na luta pelo poder, a POLOP atuou comoespécie de “consciência crítica” da esquerda brasileira, voltando-seprioritariamente para o debate teórico e doutrinário.Editou um jornal intitulado Política Operária, cujas iniciais terminarampor dar o nome pelo qual a organização ficou conhecida.Encetou luta ideológica conta o PCB, rebatendo a análise que estepartido desenvolvia a respeito da realidade nacional e do momentopolítico vivido nos antecedentes do golpe de 1964. Rejeitavao conteúdo nacionalista e desenvolvimentista que a propagandacomunista carregava naquela fase, insistindo na inclusão da problemáticadas classes sociais como centro da propaganda revolucionáriae rejeitando a existência de qualquer identidade nacionalcom setores da burguesia brasileira.Antes de 1964 não chegou a formular documentos definitivos estabelecendooficialmente suas concepções políticas, mas seu discursocaracterizou-se, até o Golpe, por uma linguagem agressivaque denunciava um esquema de “colaboração de classes” na práticado PCB durante o governo Goulart e nos anteriores. Após o| 467 |

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