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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEEm 1962, Arruda Câmara alinhou-se com João Amazonas, MaurícioGrabois e Pedro Pomar na criação do PCdoB, que se apresentou comoreorganização do partido fundado em 1922. Integrou a direção da novasigla, mas sem a mesma força política dos três nomes anteriores.Em 1969 foi preso em São Paulo e torturado a ponto de perder avista direita e sofrer duas paradas cardíacas. Quebraram-lhe dedosdas mãos, para que nunca mais escrevesse, diziam os torturadores.Adquiriu tuberculose na prisão, restando-lhe outras seqüelasno pulmão e coração. Seu comportamento diante dos torturadoresfoi avaliado como heróico pelos demais presos políticos do PresídioTiradentes. Apresentou uma declaração escrita ao Conselho deJustiça da II Auditoria, afirmando:“Não me norteia a vida um viver tranqüilo e pacato, um viver de aconchegose comodidades, encerrado no círculo estreito dos interessesindividuais. Meu caráter, meu temperamento, minhas idéias, meuscritérios de valor, meu senso político, tudo, preserva-me da reflexãoegoística, do acomodamento circunstancial, do silêncio velhaco, doservilismo oportunista, da sonegação da verdade. É difícil viver comdignidade, mas somente assim vale a pena viver, porque, por maioresque sejam as dificuldades, se está sempre numa paz interior, feliz, en-fim. Na vida, valor real é saber pensar, decidir, agir, e vencer”.Foi solto em 1972 e, após viajar pela América Latina, exilou-se naFrança. Retornou ao Brasil em outubro de 1979, incorporando-se àluta dos familiares de mortos e desaparecidos. Seu coração parouno dia em que retornava ao Brasil seu companheiro de partido JoãoAmazonas.O pedido não chegou a ser examinado pela CEMDP, considerandodespacho da conselheira Maria Eliane Menezes de Farias, que encaminhouadministrativamente para a Comissão de Anistia, “que tem ‘incasu’, competência para analisar o pedido formulado nos autos”.JAYME GOIFMAN (1928 – 1998)Número do processo: 140/04Filiação: Liuba e Nute GoifmanData e local de nascimento: 15/08/1928, Rio de Janeiro (RJ)Organização política ou atividade: PCBData e local da morte: 31/07/1998, Hospital SEMPER, em BeloHorizonteBerta Cudischevitch Goifman, viúva de Jayme, requereu à CEMDP.Estando fora do prazo legal, foi remetido administrativamente àComissão de Anistia. Nascido em 1928, Jayme foi militante do PCBdesde sua juventude. Presidiu a União Israelita de Belo Horizonte,desenvolvendo intenso trabalho social. Em 1977, foi preso e torturadono DOI-CODI/MG. Faleceu, vítima de câncer, em 31/07/1998,aos 69 anos. Encaminhado à Comissão de Anistia em 04/10/2004.EDUARDO LICARIÃO DE SÁ RORIZ (1954 – 1995)Número do processo: 158/04Filho de José Mendes de Sá Roriz, morto em 1973. Tinha 17 anosna data em que o pai foi morto, sendo preso e torturado, o que lheocasionou seqüelas físicas e emocionais. Faleceu em 01/09/1995e não chegou a ser examinado pela CEMDP, sendo encaminhado àComissão de Anistia 04/11/2004.OSÓRIO RODRIGUES DA SILVANúmero do processo: 064/02Foi protocolado erroneamente, pois se refere a pessoa viva querequeria a revisão de sua aposentadoria especial com base naLei da Anistia, sendo encaminhado à Comissão de Anistia em13/01/2003.JOÃO FERREIRA DE MACEDO SOBRINHONúmero do processo: 037/02Data e local de nascimento: 16/05/1917, Caicó (RN)Filiação: Joana Jovelina de Macedo e Julião Ferreira de MacedoOrganização política ou atividade: sindicalistaData e local da morte: 03/04/1974, Natal (RN)Relator: Belisário dos Santos JúniorIndeferido em: 22/04/2004João Ferreira foi líder sindical do Sindicato dos Trabalhadores daIndústria de Calçados em Natal (RN) durante o período do Golpe deEstado que derrubou o presidente João Goulart e faleceu quase dezanos após a sua libertação da prisão, onde foi torturado. O relatordo processo entendeu, no entanto, que não restou provada, atravésde documentos ou provas testemunhais, haver ligação entre aprisão e a morte de Ferreira.

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