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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEJornalista, colaborou com diversas publicações do Rio Grande do Norte, particularmente com o Diário de Natal. Escreveu vários artigos paraa Revista Civilização Brasileira. Filiou-se ao Partido Comunista em 1945, tendo sido eleito para o seu Comitê Central no VI Congresso dopartido, em 1967.Preso em 1952 pela Aeronáutica em Parnamirim (RN), foi brutalmente torturado, constituindo esse episódio um capítulo do livro HistóriaMilitar do Brasil, de Nélson Werneck Sodré. Em 1958, foi eleito Deputado Estadual pela legenda do Partido Trabalhista Nacional (PTN),desempenhando o mandato até 1962.No início de 1964, visitou Cuba a convite de Fidel Castro, juntamente com Francisco Julião, o líder das Ligas Camponesas. Com o Golpe deEstado de abril, foi preso e levado para a ilha de Fernando de Noronha, junto com o governador de Pernambuco Miguel Arraes e seu irmãoprefeito, todos cassados. Libertado no final do ano, imediatamente passou à clandestinidade, fixando-se no Rio de Janeiro. Durante o períodode vida clandestina, atuou em diversas missões e comissões partidárias.Maranhão foi o dirigente que mais trabalhou no PCB a relação entre cristãos e marxistas, na trilha do diálogo proposto então pelo filósofomarxista Roger Garaudy, filiado ao Partido Comunista Francês. Essa face de sua militância foi estudada pela professora da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, Maria Conceição Pinto de Góes, que lançou em 1999 o livro A Aposta de Luiz Ignácio Maranhão Filho – cristãose comunistas na construção da utopia. Nesse trabalho a pesquisadora registra que Maranhão organizou a publicação de três encíclicasfundamentais na renovação da Igreja Católia – Populorum Progressio, Pacem in Terris e Mater et Magistra – sob o título A Marcha Socialda Igreja, com uma introdução de Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Athayde.No livro do Comitê Brasileiro pela Anistia do Rio de Janeiro, Desaparecidos Políticos, Reinaldo Cabral e Ronaldo Lapa fornecem algumas informaçõessobre o seu desaparecimento: “Sua prisão foi testemunhada por algumas pessoas e se deu numa das praças de São Paulo, quandofoi cercado por homens que pareciam assaltantes. O que levou testemunhas a acorrerem com o intuito de ajudá-lo. Mas ao constatarem quese tratava de agentes policiais – colocaram algemas em seus pulsos – se afastaram, observando que ele foi conduzido num veículo comumen-te usado para transporte de presos comuns. Desde então Inácio nunca mais foi visto”.Em maio de 1974, o deputado federal Thales Ramalho, que era secretário-geral do MDB, de sua ala moderada, mas colega de infância do comunistadesaparecido, leu da tribuna da Câmara carta de sua esposa denunciando o desaparecimento. Elio Gaspari registrou, em A DitaduraDerrotada: “Ramalho entrincheirou-se no embaraço, cobrando explicações do governo. Leu uma carta da viúva e concluiu: ‘É com sentimentode vergonha que transmito a esta Casa esse impressionante depoimento para o conhecimento de todos. Vergonha de que, em meu país, umacarta dessas possa ser escrita. Daqui, quero fazer um apelo ao presidente Ernesto Geisel: mande apurar este caso’”.Em 08/04/1987, matéria publicada na revista IstoÉtrouxe declarações do ex-médico Amílcar Lobo reconhecendo ter atendido Luís Ignáciono DOI-CODI/RJ, sendo essa a única informação obtida até hoje acerca de seu paradeiro.Walter de Souza Ribeiro era mineiro de Teófilo Otoni e começou seus estudos numa escola pública daquela cidade. Fez o ginasial em Conceiçãodo Mato Dentro e ingressou no Curso Preparatório de Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, tornando-se 2º tenente em1950. Sua família morava em Governador Valadares (MG) quando saiu de casa em busca de formação profissional. Casou-se com AdalcyByrro Ribeiro, com quem teve três filhos: Marcos, Marina e Marcelo.Foi reformado como oficial do Exército, em 1951, por ter assinado um manifesto contra o uso de armas atômicas e contra o envio de tropasbrasileiras para a Guerra da Coréia. A exclusão utilizou como motivo “incompatibilidade” para o oficialato. Em 1959 mudou-se paraBrasília, ainda em construção, trabalhando como funcionário da Novacap até abril de 1964, quando foi demitido por força do primeiro AtoInstitucional. Documentos dos órgãos de segurança o citam como integrante do Comitê Central do PCB e registra uma viagem que teriafeito a Cuba em 1963, além de ter sido responsável por cursos de formação política no partido.| 378 |

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