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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADECarvalho, José Carlos da Costa, Geraldo Leite, Rosalina Santa Cruz Leite, Heitor Farias da Silva, Maria Regina Leite Lobo de Figueiredo, LígiaMaria Salgado da Nóbrega, Antonio Maress Prieto de Oliveira, Adão Vila Verde, e como convidado do PCBR, Luiz Alberto de Sá e Benevides”..Esse documento secreto também informa que José Carlos teria participado, em 22/11/1971, do assalto a um carro pagador, no Riode Janeiro, em que foi morto um agente de segurança. E, ainda, que ele também participou do diminuto III Congresso da organização,realizado em julho de 1972, na Ilha do Mosqueiro, Belém do Pará, onde foi constituída uma coordenação nacional compostapor James Allen, José Carlos e Irene Madeira de Carvalho. Finalmente, consta nesse dossiê que José Carlos teria ferido a bala doisfuncionários durante assalto a uma agência bancária no bairro Floresta, em Porto Alegre, em 14/03/1973, dias antes da morte deJames Allen num acidente de carro.Cabe registrar, ainda, que no site vinculado a ex-participantes dos órgãos de segurança, de nome Ternuma – Terrorismo Nunca Mais, JoséCarlos é também listado como um dos participantes da execução do delegado Octavio Gonçalves Moreira Junior.De família humilde, nascido em Estância, Sergipe, sendo sua mãe lavadeira, a vida e a morte do militante “Baiano”, “Maneco” ou “Bira”,permanecem quase desconhecidas. As únicas informações coletadas nesses anos dão conta que trabalhou como operário e marceneiro antesde tornar-se um militante da resistência clandestina. Teria mais ou menos 35 anos em 1973 e uma de suas irmãs, de nome Margareth,seria professora de Sociologia em São Paulo. O processo foi protocolado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticosem nome, genericamente, de seus sucessores, na esperança de que sua origem e sua família pudessem ser descobertos. Como isso nãoaconteceu até o presente momento, o processo foi retirado de pauta na CEMDP, sem discussão do mérito.TÚLIO ROBERTO CARDOSO QUINTILIANO (1944 – 1973)Número do processo: 021/96Filiação: Nairza Cardoso Quintiliano e Aylton QuintilianoData e local de nascimento: 06/09/1944, Maceió (AL)Organização política ou atividade: PCBRData e local da morte: 12/09/1973, Santiago, ChileRelator: João Grandino RodasIndeferido em: 20/06/1996Data da publicação no DOU: 25/06/1996Engenheiro civil formado em 1969 pela PUC/RJ. Em abril de 1969, foi preso e torturado por participação no Movimento Estudantil. Foiliberado em agosto, quando terminou seus estudos. Formado, foi trabalhar como engenheiro fiscal de obras na estrada Belém-Brasília.Ao ser condenado a um ano de prisão, em 21/07/1970, voltou ao Rio e pediu asilo na Embaixada do Chile.Viajou para Santiago em 01/10/1970, onde morava e trabalhava como engenheiro. Casou-se com Narcisa Beatriz Verri Whitaker, comquem teve uma filha. Ainda na embaixada do Chile conheceu Mário Pedrosa, com quem estabeleceu amizade. Influenciado pelas discussõescom Mário e seus amigos, antigos militantes do Partido Socialista Chileno, organizou um pequeno grupo, chamado Ponto de Partida, paradiscutir a experiência da luta armada no Brasil e os caminhos da revolução na América Lantina.Após o golpe militar no Chile, em 12/09/1973, foi detido com sua esposa, às 19h30min, sendo ambos levados para a Escola Militar. Em cartade 03/10/1973 ao Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Narcisa declara que foi liberada na mesma noite e que Túlio, por nãoter um documento em ordem, foi encaminhado para o Regimento Tacna. De posse do documento que faltava a Túlio, sua esposa voltou aopresídio, mas não mais conseguiu encontrá-lo. Deste então, encontra-se desaparecido.| 368 |

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