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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADETrabalhadores Camponeses de Goiânia e foi um dos organizadores do Congresso dos Camponeses de Belo Horizonte, em 1963. Cassadopelo primeiro Ato Institucional, de 09/04/1964, voltou para a região de Trombas e Formoso, tentando organizar alguma resistência ao golpemilitar. Não obteve sucesso, a começar de seus próprios companheiros do PCB, que discordaram de qualquer tentativa de reação por consideraremmais prudente a atitude de recuo.Desligou-se, então, do partido e foi viver no sul do Maranhão, onde se vinculou, posteriormente, à AP. Data desse período a prisão de Durvalino,que foi torturado para informar sobre o paradeiro do pai, resultando das torturas problemas mentais irreversíveis. José Porfírio, em1968, alinhou-se na AP com o grupo dissidente liderado pelo padre Alípio Cristiano de Freitas e pelo ex-presidente da UNE Vinicius CaldeiraBrandt, que fundou o PRT – Partido Revolucionário dos Trabalhadores. Foi preso na Fazenda Rivelião Angelical, povoado de Riachão, noMaranhão, em 1972, e levado para o DOI-CODI de Brasília.Solto no dia 07/07/1973, foi almoçar com sua advogada, Elizabeth Diniz, que depois o levou até a rodoviária de Brasília para embarcar noônibus para Goiânia. José já tinha a passagem comprada. Depois desse encontro, nunca mais foi visto.LUIZ JOSÉ DA CUNHA (1943–1973)Número do processo: 308Data e local de nascimento: 02/09/1943, Recife (PE)Filiação: Maria Madalena da Cunha e José Joviano da CunhaOrganização política ou atividade: ALNData e local da morte: 13/07/1973, São Paulo (SP)Relator: Suzana Keniger LisbôaDeferido em: 10/04/1997 por 6x1 (voto contrário do general Oswaldo Pereira Gomes)Data da publicação no DOU: 16/04/1997Trinta e três anos depois de morto pelos órgãos de segurança do regime militar, o corpo de Luiz José da Cunha, conhecido como Crioulo,finalmente foi sepultado no dia 02/09/2006, no Cemitério Parque das Flores, em Recife, ao lado do túmulo de sua mãe, Maria Madalena. Acerimônia do traslado dos restos mortais de Crioulo começou em São Paulo no dia 1º de setembro com um ato inter religioso na Catedralda Sé, quando Amparo Araújo, viúva de Luiz José, recebeu oficialmente a urna com os seus restos mortais.Nascido em Recife, em 1943 Luiz José iniciou sua militância no Partido Comunista quando ainda era estudante do Colégio Estadual Beberibe.Em 1965, participou do Comitê Secundarista da Guanabara, no Rio de Janeiro. Fez um curso de formação teórica e política marxista, emMoscou. Foi um dos primeiros a aderir à proposta de Carlos Marighela para organizar a ALN e participou de treinamento de guerrilha emCuba, em 1969. Integrante do Comando Nacional da organização, foi o principal autor do documento Política de Organização, que abriu,em junho de 1972, um debate autocrítico sobre os problemas e as perspectivas das ações armadas naquele momento.A verdade acerca das circunstâncias de sua morte somente foi conhecida a partir do exame do caso pela CEMDP. A notícia de que tinhamorrido em tiroteio fora publicada em 13/07/1973. Sua ossada, sem o crânio, foi exumada do cemitério Dom Bosco, em Perus, em 1991,onde havia sido enterrado como indigente. Somente em junho de 2006, um exame de DNA realizado pelo Laboratório Genomic finalmenteidentificou com certeza científica aquela ossada como sendo sua.De acordo com o Dossiê dos Mortos e Desaparecidos, Luiz José da Cunha tinha sido fuzilado “pela equipe do Grupo Especial do DOI-CODI-SP,chefiada pelo agente conhecido como ‘capitão Nei’ e tenente da Polícia Militar (PM) ‘Lott’, na altura do nº 2.220 da av. Santo Amaro, em SãoPaulo”. A partir do exame das fotos de seu corpo, no entanto, aquela versão oficial foi derrubada e a morte sob torturas ficou evidente. Comdois pedidos de vistas sucessivos, o caso somente veio a ser aprovado na CEMDP alguns meses depois.| 346 |

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