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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEALEX DE PAULA XAVIER PEREIRA (1949-1972)Número do processo: 206/96Data e local de nascimento: 09/08/1949, Rio de Janeiro (RJ)Filiação: Zilda Paula Xavier Pereira e João Baptista Xavier PereiraOrganização política ou atividade: ALNData e local da morte: 20/01/1972, em São PauloRelator: Paulo Gustavo Gonet BrancoDeferido em: 23/04/1996 por unanimidadeData da publicação no DOU: 25/04/96GELSON REICHER (1949-1972)Número do processo: 246/96Data e local de nascimento: 20/02/1949, São Paulo/SPFiliação: Blima Reizel Reicher e Berel ReicherOrganização política ou atividade: ALNData e local da morte: 20/01/1972, em São PauloRelator: Paulo Gustavo Gonet BrancoDeferido em: 02/10/1997 por 6x1 (voto contra general Oswaldo Pereira Gomes)Data da publicação no DOU: 06/10/1997Militantes da ALN, foram mortos em São Paulo, em 20/01/1972, ambos com 22 anos de idade. Durante muito tempo, prevaleceu a versãooficial de que eles foram mortos em troca de tiros com agentes do DOI-CODI/SP. Os trabalhos da CEMDP foram decisivos no sentido dederrubar essa contra-informação, através de um rigoroso trabalho de perícia científica.Alex nasceu no Rio de Janeiro e era irmão de Iuri Xavier Pereira, dirigente da ALN que seria morto cinco meses depois, e de Iara Xavier Pereira,também militante da organização clandestina. Iniciou a participação em atividades políticas no Movimento Estudantil secundarista.Foi diretor do grêmio do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1968. Filho de militantes comunistas, conheceu desde cedo a perseguição ea repressão que atingiu a família a partir de abril de 1964. Ingressou muito jovem no PCB, incorporando-se à ALN desde sua constituição.Paulista da capital, Gelson Reicher cursava o quinto ano de Medicina na USP, na faculdade de Pinheiros, e dava aulas no curso pré-vestibularMED. Muito inteligente e criativo, foi diretor do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz - CAOC, dirigiu o grupo de teatro dos alunos dafaculdade, escreveu poesias e peças de teatro, compondo músicas para sua encenação e sendo responsável também pela direção. Únicofilho homem de Berel e Blima, era irmão de Felícia Madeira, que foi amiga de infância de Iara Iavelberg. O quarto de Gelson, quase dez anosdepois de sua morte, era mantido exatamente como deixara da última vez em que ali estieve – todos os objetos no mesmo lugar. Na ALN,junto com Iuri Xavier Pereira, foi responsável pelos jornais Açãoe 1º de Maio, retomando também a publicação de O Guerrilheiro.A versão oficial dessas mortes foi publicada pela imprensa dois dias após o ocorrido reproduzindo com pequenas variações, a nota oficialdistribuída pelos órgãos de segurança: “O volks de placa CK 4848 corre pela Avenida República do Líbano. Em um cruzamento, o motoristanão respeita o sinal vermelho e quase atropela uma senhora que leva uma criança no colo. Pouco depois, o cabo Silas Bispo Feche,da PM, que participa de uma patrulha, manda o carro parar. Quando o volks pára, saem do carro o motorista e seu acompanhanteatirando contra o cabo e seus companheiros; os policiais também atiram. Depois de alguns minutos três pessoas estão mortas, umaoutra ferida. Os mortos são o cabo da Polícia Militar e os ocupantes do volks, terroristas Alex de Paula Xavier Pereira e Gelson Reicher”.(O Estado de São Paulo, 22/02/72). Os órgãos de segurança acusavam ambos de participação em inúmeras ações armadas. Alex eratambém acusado de ter recebido treinamento de guerrilha em Cuba, estando sua foto estampada em cartazes distribuídos em todoo Brasil com as manchetes “Bandidos Terroristas Procurados”.| 276 |

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